O livro: 7 X ARTISTAS

10/dez

Lançamentos: 10 /12 no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba) e 12 de dezembro no Paço Imperial (Rio) Textos de Marcelo Campos, Cesar Kiraly, Efrain Almeida e Wilson Lazaro.

 

“7 X ARTISTAS – As Novas Pinceladas” apresenta a produção de sete pintores da arte contemporânea brasileira. O livro, que é organizado por Wilson Lazaro e conta com a direção de arte de Felipe Taborda, mostra a vivência dos artistas no atelier e seus processos de produção e as obras que credenciam sua produção na última década.
Os artistas que terão suas obras destrinchadas são: Alvaro Seixas, Daniel Lannes, Elvis Almeida, Felipe Fernandes, Gilson Rodrigues, Livia Moura e Maria Fernanda Lucena.

 

Alvaro Seixas foi indicado para o prêmio Pipa 2018, e desenvolve, ao longo de sua carreira, trabalhos que exploram a abstração na pintura e como essa linguagem se relaciona com o panorama artístico-cultural atual.

 

Lívia Moura é uma artista que vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa das questões femininas atuais, participando atualmente uma residência na ilha de Chipre, com uma pintura desenhada que é totalmente feminina.

 

Gilson Rodrigues é artista mineiro, promove intensa pesquisa sobre o próprio fazer pictórico e é recorrente sua investigação sobre questões ligadas ao tempo, à memória e à paisagem.

 

Felipe Fernandes vem ocupando um lugar entre a figuração e a abstração, a pintura que desenvolve é fusionada a delicadas pétalas de papel, pedaços de fita crepe e imprevistas camadas de cola conferidoras de brilho à tinta.

 

A pintura de Daniel Lannes tem cenas documentais ou imaginadas, históricas ou banais que são mescladas sem hierarquia – personagens (heróicos ou não, reais ou não) do século passado convivem na mesma cena contemporâneas, em que tempos diferentes coexistem e as composições surreais são uma constante. Foi um dos vencedores da 6ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas 2017/2018.

 

Elvis Almeida, com uma pintura bem conhecida por sua paleta de cores elétricas e vocabulário visual bem definido, usa formas orgânicas em uma figuração que apenas se insinua, ao mesmo tempo em que faz referência ao imaginário popular dos grandes centros urbanos.

Maria Fernanda Lucena, é carioca, no currículo várias exposições individuais com Paisagens emocionais na C. Galeria – Rio de Janeiro em 2016; A Intimidade é uma escolha na Galeria do IBEU – Rio de Janeiro em 2017; Melancolia da Paisagem na Galeria Sem Título – Fortaleza entre outras.

 

“Sete estilos, sete registros de um pouco da trajetória da pintura contemporânea, focando os artistas, seus processos e obras. Mais do que nunca, em tempos de efemeridade de redes sociais, parece ser necessário fixar a história em um produto que possa refletir a produção de artistas que estão construindo a arte brasileira do século XXI” diz Wilson Lazaro, organizador do livro.

 

Ficha Tecnica:
Organizador – Wilson Lazaro
Artistas – Alvaro Seixas, Daniel Lannes, Elvis Almeida, Felipe Fernandes, Gilson Rodrigues, Lívia Moura e Maria Fernanda Lucena
Coordenadora executiva – Bia Gross
Coordenador financeiro – Rafael Bezerra
Direção de arte – Felipe Taborda
Design – Augusto Erthal
Registro fotográfico de atelier – Carla Bordin
Fotos das obras – Rafal Adorján
Revisão – A Portuguesa
Tradução – Regina Alfarano
Assessoria de imprensa – Flávia Tenório
CTP e Impressão -Walprint Gráfica e Editora
Agradecimentos – Claudia Saldanha, Juliana Vellozo Almeida Vosnika, Maria Helena Bahmed, Leila Gontijo, Luciano Augusto, Marcio Felipe, Isaque Furtunato, Ricardo Kugelmas, Fátima Lazaro, Pedro Saturnino Braga e Waldéres Gross
Agradecimentos especiais – Carla Bordin e Rodrigo Pinheiro
Patrocínio- Banco Bari

 

Lançamento: 7 X ARTISTAS – As Novas Pinceladas – 10 de dezembro, 19h30
Museu Oscar Niemeyer – Curitiba
Rua Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico, Curitiba – PR – (41) 3350-4400

 

12 de dezembro, 18h
Paço Imperial no Rio

ArtRio 2020

Estão abertas as inscrições para a ArtRio 2020. A ArtRio completará sua 10ª edição em 2020 e reforça seu foco na arte brasileira e latino-americana. O evento acontecerá de 09 a 13 de setembro de 2020 na Marina da Glória.

As inscrições são para os programas PANORAMA, VISTA e BRASIL CONTEMPORÂNEO.

Os programas SOLO, PALAVRA e MIRA terão seus participantes selecionados pelos respectivos curadores.

 

A ArtRio chegará nesta 10ª edição com uma importante história de valorização da arte brasileira e latino-americana. Mais do que uma feira de arte de reconhecimento internacional, a ArtRio é uma plataforma com um calendário ativo ao logo de todo o ano, realizando diferentes programas sempre com o intuito de aproximar artistas e galerias de seu público, estimular o conhecimento e valorizar a produção de novos artistas, incentivar a criação de novo público para a arte e disseminar o conhecimento da arte em projetos de acessibilidade e educação.

 

A feira, é um importante momento do calendário artístico profissional, com a reunião das mais importantes galerias do país e também de outros países da América Latina.

 

As inscrições serão avaliadas pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como proposta expositiva para o evento, relevância em seu mercado de atuação, artistas representados – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2020 é formado pelos galeristas:

 

Alexandre Roesler (Galeria Nara Roesler) – Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque – Antonia Bergamin (Bergamin & Gomide) – São Paulo – Filipe Masini e Eduardo Masini (Galeria Athena) -Rio de Janeiro – Gustavo Rebello (Gustavo Rebello Arte) – Rio de Janeiro – Juliana Cintra (Silvia Cintra + Box 4) – Rio de Janeiro

Nos últimos anos, atraídos pela expressiva presença de arte brasileira na ArtRio, tanto com obras de artistas consagrados como as jovens descobertas, importantes colecionadores e curadores internacionais vieram para o Rio de Janeiro, incluindo curadores e membros de conselhos de aquisições de importantes museus e fundações como Solomon R. Guggenheim, Tate Modern, Dia Art Foundation e SAM Art Projects, entre outros.

 

Programas

 

PANORAMA Programa destinado às galerias já estabelecidas no mercado de arte, tanto em esfera nacional quanto internacional.

 

VISTA Programa destinado às galerias com até dez anos de existência, que apresentam projetos com foco curatorial mais experimental.

 

BRASIL CONTEMPORÂNEO Pelo terceiro ano consecutivo, o programa reunirá projetos individuais de artistas e galerias baseados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.

 

SOLO Programa destinado a projetos expositivos com foco em importantes coleções de arte. O programa contará com projetos que apresentem uma visão mais aprofundada sobre a obra de um único artista.

 

MIRA O programa MIRA convidará o público a explorar narrativas visuais de artistas consagrados e novos nomes que usam a vídeo arte como plataforma.

 

PALAVRA O programa propõe a palavra como peça fundamental na arte, promovendo conversas, leituras e performances de poetas e artistas que trabalham com a temática.

 

A seleção dos três últimos programas, SOLO, MIRA e PALAVRA será definida pelos respectivos curadores nos próximos meses.

Onze artistas na Casa Roberto Marinho

04/dez

A exposição de obras múltiplas criadas por onze artistas contemporâneos e suas concepções específicas sobre o tema “Jardim”, é o atual cartaz da Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. Em exibição obras assinadas por Maria Bonomi, Carlos Carvalhosa, Angelo Venosa, Vânia Mignone, Paulo Climachauska, Hilal Sami Hilal, Suzana Queiroga, Iole de Freitas, Regina Silveira, Luciano Figueiredo e Beatriz Milhazes.

 

A palavra do curador

 

O Instituto Casa Roberto Marinho, centro de referência do modernismo brasileiro, estrutura-se no tripé casa, coleção e jardim. No ano de sua abertura como espaço cultural, em 2018, dez artistas contemporâneos foram convidados para realizar impressões sobre o tema “Casa”. Em 2019, onze artistas criaram múltiplos sobre o jardim, nesta exposição que ora apresentamos.

 

Stella e Roberto Marinho dedicaram especial atenção ao parque vegetal em torno da residência. Uma versão, parcialmente executada, foi a de Attilio Corrêa Lima – expoente moderno, precocemente desaparecido em acidente aéreo na inauguração de sua estupenda Estação de Hidroaviões, hoje sede do Clube da Aeronáutica. O projeto definitivo do Jardim do Cosme Velho é de Roberto Burle Marx, numa das primeiras obras em terrenos particulares de sua autoria. A área verde, situada em uma franja da Floresta da Tijuca, funciona como transição da mata, sem pretensão de submetê-la a um ordenamento rígido. Trata-se de um jardim para ser vivenciado, e não apenas olhado como ornamento. O paisagista utilizou ali espécies nativas, as quais, até então, eram relegadas aos quintais nos fundos das residências. A Casa do Cosme Velho é, nesse sentido, um exemplo precoce e bem-sucedido do paisagismo tropical, que viria a notabilizar nosso expoente maior. Nos anos 1980, Isabel Duprat conduziu a renovação da área verde seguindo, em sua quase totalidade, os registros de Burle Marx.

 

Os múltiplos aqui expostos, além da qualidade artística intrínseca, trazem o interesse das concepções específicas de nossos convidados sobre o tema “Jardim”: lugar de memória, afirmação do homem sobre a natureza, referências literárias, oníricas, local da infância, afetos ou das representações da arte ao longo dos tempos… O espectador encontrará objetos, xilogravuras e serigrafias individualmente interferidas, assim como as matrizes, registros do processo e das reflexões de cada artista. Um mergulho nos jardins concretos e imaginários de cada um.

 

Lauro Cavalcanti

Diretor-Executivo
Instituto Casa Roberto Marinho

 

Artistas GLC

03/dez

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir do dia 02 de dezembro, a exposição “Artistas GLC”, que reúne cerca de 50 obras, recentes e inéditas, dos 29 artistas representados pela galeria: Adrianna Eu, Afonso Tostes, Alan Fontes, Alexandre Mazza, Alexandre Serqueira, Almandrade, Armando Queiroz, Bruno Miguel, Daniel Escobar, Daniel Lannes, Delson Uchôa, Eduardo Kac, Élle de Bernardini, Fernando Lindote, Gê Orthof, Gisele Camargo, Güler Ates, Igor Vidor, Ivan Grilo, JeaneteMusatti, João Louro, Lucas Simões, Marcelo Macedo, Marcelo Solá, Marina Camargo, Nazareno, Pedro Varela, Ricardo Villa e Sergio Allevato.

 

Em exibição trabalhos em diversos suportes, como pintura, colagem, desenho, fotografia, vídeo, escultura e instalação. Muitas obras nesta mostra são inéditas, como é o caso da pintura “Sundae Ilusões”, de Daniel Lannes, que, de acordo com o artista, mostra que “…o amor colado às costas da musa garante ou não a ilusão da promessa afetiva”.

 

Outras obras de igual ineditismo são “Todos os nossos desejos”, de Daniel Escobar, série de colagens onde confetes recortados de cartazes publicitários proporcionam uma paisagem pictórica de ilusórios fogos de artificio, e uma nova obra da série “Pseudônimo”, de Bruno Miguel, pintura onde o artista questiona os dogmas da linguagem a partir da substituição dos elementos tradicionais e históricos da pintura por processos, materiais e ferramentas de um mundo pós-industrializado, globalizado e conectado.

 

Recesso entre 21 de dezembro de 2018 e 05 de janeiro de 2020.

Até 01 de fevereiro de 2020.

 

Dois na Galeria Evandro Carneiro

28/nov

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta de 30 de novembro de 2019 a 04 de janeiro de 2020 a “Exposição Ira Etz e Uziel”. A mostra reúne 15 telas e 43 objetos de ambos os artistas.

 

Ira Etz e Uziel

 

Ira e Uziel são dois artistas talentosos na sua expressão, cada qual com as suas características. Assim os apresentamos, como unidades heterogêneas, mantendo as suas diferenças, mas evidenciando aproximações. A curadoria da exposição, mérito de Evandro Carneiro, escolheu as peças em meio ao conjunto da obra de cada artista e, ao mesmo tempo, pensando uma composição harmônica no todo porque, de alguma maneira, há um diálogo entre eles. Por isso, a mim coube resgatar uma metodologia historiadora sugerida por Walter Benjamin: a “dialética sem síntese” para organizar esse texto.

 

Ira Etz nasceu em 1937, no coração de Ipanema, Rio de Janeiro. Filha e neta de alemães, sua família inteira era afeita às artes, destacando-se o avô materno Arthur Kaufmann, pintor importante do expressionismo alemão e professor da Academia de Belas Artes de Düsseldorf até 1933. Judeu, Kaufmann migrou com o filho e a esposa para os EUA nos anos de ascensão nazista na Europa, ali refazendo sua vida e desenvolvendo uma exitosa carreira artística. Enquanto sua filha, mãe de Ira, já era casada e escolheu o Brasil para viver, juntamente com o marido. Assim, seus pais vieram morar no bucólico Arpoador, onde Ira cresceu com a brisa da praia sempre a lhe inspirar e a liberdade da criação afetuosa e vanguardista de uma família alemã, boêmia e amiga de intelectuais e artistas frequentadores de Ipanema. Essa marca libertária se expressa na sua identidade e no seu trabalho artístico.

 

Ira começou a experimentar a arte com a fotografia. Desde muito jovem fotografava e, ao casar-se, montou um estúdio com o marido que também se dedicava ao hobby. Até hoje o casal está junto e ela segue fotografando. Porém, tornou-se também pintora após a perda de seu filho querido. A dor dilacerante que sentiu fez o tempo parar no ano 1988 e ela precisou reinventar-se. Sua catarse foi a tinta jogada e trabalhada na tela, as cores fortes e expressivas, carregadas de emoção. Sublimação na arte, foi assim que surgiu essa artista corajosa e livre que foi organizando a sua linha de trabalho e procurando, então, aperfeiçoar sua técnica, primeiramente com Arthur Kaufmann, pintor importante do expressionismo alemão e professor da Academia de Belas Artes de Düsseldorf até 1933. Hoje, com 82 anos, Ira é pura potência e está no auge de sua carreira, em plena produção e em fase de expansão, como ela mesma diz (entrevista oral, 2019). Observemos esse percurso em suas obras aqui apresentadas, sendo nove telas e 23 objetos de diferentes momentos de sua trajetória.

 

Paralelamente a esta história, igualmente nos anos 1930, uma outra família europeia chegou ao Brasil fugindo do Nazismo. Os judeus poloneses Rozenwajn instalaram-se primeiramente em Natal – RN, onde chegaram com uma carta de recomendação para trabalhar com os Palatnik, em empreendimento comercial. Ali Uziel nasceu, em 1945. Porém, mudaram-se para Belo Horizonte cinco anos depois. Lá ele se criou e estudou arquitetura na UFMG. Ainda na faculdade iniciou seus desenhos com guache e nanquim e, ao final do curso, já tendo participado de alguns salões universitários, foi fazer uma residência em Haifa, Israel. Nesse tempo, produziu bastante e realizou a sua primeira exposição individual (Dany Art Gallery, 1972). No retorno ao Brasil, um ano depois, Uziel passou a se dedicar à arquitetura em escritórios e no serviço público. Contudo, jamais deixou de desenhar e aos poucos foi substituindo o nanquim pelo lápis de cor e incluindo o pastel oleoso no seu repertório.

 

Uziel mudou-se para Ouro Preto e começou a pintar suas telas com tinta acrílica, sempre tendo a linha e o traçado arquitetônico como referências, fosse no cálculo, fosse na estruturação das composições ou mesmo na técnica que usava a “régua T” e espátulas para raspar texturas, numa determinada ocasião. Nessa charmosa cidade mineira, conheceu vários artistas e quadros da cultura que o encorajaram a pintar mais e mais: Carlos Bracher, Scliar, Angelo Oswaldo, Murilo Marcondes… Foi se afirmando artisticamente e desenvolvendo seu estilo, chegando a expor individualmente na Galeria Bonino (1992), dentre outras mostras individuais e coletivas presentes em seu currículo. Mas o grande pulo do gato para a sua arte foi o ano de 2015, quando se aposentou como arquiteto da Federal de Ouro Preto. Libertou-se, então, de uma dicotomia inconsciente que o atrapalhava a liberdade artística. Enfim podia viver de sua arte! Porém, curiosamente ficou dois anos sem pintar, embora maquinasse outro tipo de construção criativa. Em um Festival de Inverno da cidade, apresentou suas novas criações: objetos feitos em metal e madeira que aproveitavam miçangas, ripas e materiais afins para criar espécies de bonecos “feiticeiros” como ele denominou inicialmente e não à toa. Embora tenha me contado (entrevista oral, 2019) que as referências por trás dos objetos sejam intuitivas, é evidente uma ancestralidade africana, indígena e oriental nessas montagens, conforme se pode observar nos seus 20 objetos que compõem esta mostra. Quanto às suas seis telas expostas na Galeria, me parece que por trás das composições harmônicas há sempre o traço do arquiteto, alinhavando com cores e cálculos as suas construções de equilíbrio espontâneo. Assim, lembrei-me da frase de Paul Klee sobre sua própria obra: “a linha aparece como elemento pictórico autônomo.” Ou seja, ela está ali o tempo todo, traçada, mas se supera dialeticamente pela autonomia da composição em si.

 

Ira e Uziel, dois artistas singulares que não se conheciam até esta exposição, mas que começaram a trocar experiências desde que os apresentamos e resolvemos expor seus trabalhos conjuntamente. O que os une, além da origem europeia, é certamente a qualidade artística, notada por Evandro Carneiro que, pela ousadia de seu notório saber, resolveu reunir diferentes. Tal como propôs Walter Benjamin, nem sempre há a necessidade da síntese para pensarmos aproximações.

 

Laura Olivieri Carneiro
Novembro 2019

Paula Klien, obras inéditas

25/nov

O Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, apresenta, de 03 de dezembro de 2019 a 26 de janeiro de 2020 a exposição “FLUVIUS”, de Paula Klien, com curadoria de Denise Mattar. A mostra reúne mais de 50 trabalhos recentes da artista cuja produção se caracteriza pela utilização incomum do nanquim.

 

“FLUVIUS” exibe um conjunto das novas pesquisas de Paula Klien ao lado de algumas obras produzidas anteriormente. São pinturas, digigrafias e um vídeo performance da artista pintando telas e papéis dentro de um rio. Além disso, “Fluvius” apresenta duas exuberantes raízes que segundo a artista “servem para proteger o rio das erosões e segurar a terra, evitando que o rio seja soterrado, deixando a água fluir”.
“Simbioticamente unidas, águas e raízes refletem bem esse momento do trabalho de Paula Klien, instável, sutil e delicado, mas também denso, intenso e profundo. São as águas mansas de um rio turbulento”, complementa Denise Mattar.

 

As pinturas expressivas que brotam do mergulho de Paula Klien no seu mundo interior, mantém a espontaneidade do gesto que as criou, produzindo uma variação monocromática de extrema riqueza. Mais do que a presença material da tinta, o que está em curso é a intimidade imersiva da artista revelando a verdade universal da relação de cada homem consigo mesmo, do eu confrontado com a luta entre a constância e a impermanência, e a transcendência metafísica necessária para absorver o axioma irrefutável do “continuum” do universo, do planeta, do ser humano – e o contraste com a complexa vida que construímos baseados na ilusão da permanência.

 

Por esse substrato, o trabalho de Paula Klien, classificado em princípio, como expressionismo abstrato, na senda de artistas como Hans Hartung ou Soulages, se revela na verdade muito mais próximo de Gao Xingjian, ou Zeng Chongbin, artistas contemporâneos chineses que hoje impressionam o circuito internacional.

 

Desde 2017 a artista vem realizando exposições no exterior. Entre elas, na AquabitArt Gallery, no Deustsche Bank e na Positions Art Fair em Berlim. Solo Booth organizado pela Saatchi Art Gallery em Londres e na ArtBA em Buenos Aires. No Brasil participou, em 2018 da exposição “Pincel Oriental” no Centro Cultural Correios, expôs na ArtRio e realizou a individual “Extremos Líquidos” na Casa de Cultura Laura Alvim, com curadoria de Marcus Lontra.

 

Sobre Paula Klien por Denise Mattar

 

Paula Klien revelou seu interesse pelas artes visuais desde cedo, e surpreendia a família com a acuidade de seus retratos. Jovem adulta fez cursos livres no Parque Lage, estudou história da arte, mas também se deteve na música e na dança. A intensidade inerente à sua personalidade fez com que cada uma dessas águas fosse bebida com sofreguidão, num mergulho vertical nessas fontes. A partir da década de 2000 ela integrou todos esses conhecimentos a serviço da fotografia. Realizou campanhas e editorais de moda, que se caracterizaram pela excelência técnica, pela dinâmica perfeita entre modelo e roupa, mas tudo criado a partir de um olhar inusitado, de um certo desafio às convenções, permeado de humor inteligente. Dentro desse espírito apresentou em 2007 a exposição “Gatos e Sapatos”, uma sátira aos homens, revelando alguns de seus defeitos específicos, especialmente aqueles que incomodam as mulheres.

 

Em 2010, se debruçou sobre outro ângulo do universo masculino no livro “It’s Raining Men”. Sensualidade, descontração e novamente o humor. Na exposição “Edible”, 2012, Paula reuniu homens e mulheres, famosos e não famosos, sob o desafio: “Você tem fome de quê?”. O resultado surpreende pela multiplicidade de situações inusitadas criadas a partir da junção improvável entre elementos simples como peixes, bolas de sabão ou guimbas de cigarro, e o despojamento de corpos desnudados, sem couraças, totalmente desprotegidos no confronto com suas próprias escolhas.

 

Seu último livro de fotografias, lançado em 2014, tem o sugestivo título de “Pessoas me interessam”. Na abordagem proposta pela artista a atitude dos fotografados era o foco, o ponto de partida que determinava o caminho do ensaio e de sua edição. Em texto para a publicação, Alexandre Murucci observa “a qualidade e o refinamento das fotos e a retomada da investigação das possibilidades sociológicas e estéticas do portrait como testemunho de uma época”. Marcus Lontra, no mesmo livro fala sobre a “transcendência e a poesia que supera o limite do real e se afirma no território das coisas misteriosas e belas”.

 

Um outro olhar sobre a produção fotográfica de Paula Klien, mostra que, paralelamente há um contínuo exercício do corpo como paisagem: extensas superfícies de pele, cascatas de cabelos, dorsos arqueados como montanhas. Há ainda uma explícita preferência pelo preto e branco, que, excluindo a cor, adensa a mensagem, intensifica a forma, concentra o olhar.

 

Em 2016 esses elementos prenunciam uma necessidade interior: a busca do silêncio e da introspecção. Num retorno às artes plásticas Paula fez uma residência na escola de artes visuais Kunstgut, em Berlim. Produziu pouco na oficina, mas achou um caminho. O encontro com a tinta nanquim foi uma descoberta, um divisor de águas, e nunca a expressão foi tão literalmente adequada para o processo que Paula viria a desenvolver no Brasil.

 

De um só fôlego Paula cria um método próprio. As pinturas expressivas que brotam do mergulho de Paula Klien no seu mundo interior, mantém a espontaneidade do gesto que as criou, produzindo uma variação monocromática de extrema riqueza. Mais do que a presença material da tinta, o que está em curso é a intimidade imersiva da artista revelando a verdade universal da relação de cada homem consigo mesmo, do eu confrontado com a luta entre a constância e a impermanência, e a transcendência metafísica necessária para absorver o axioma irrefutável do “continuum” do universo, do planeta, do ser humano – e o contraste com a complexa vida que construímos baseados na ilusão da permanência.

 

Por esse substrato, o trabalho de Paula Klien, classificado em princípio, como expressionismo abstrato, na senda de artistas como Hans Hartung ou Soulages, se revela na verdade muito mais próximo de Gao Xingjian, ou Zeng Chongbin, artistas contemporâneos chineses que hoje impressionam o circuito internacional.

 

Exatamente por atingir essa mesma essência, que hoje fascina o Ocidente, seu trabalho teve imediata aceitação na Europa, desdobrando-se num intenso período de exposições. Não por acaso foi a única artista brasileira convidada a participar da mostra Pincel Oriental, no Centro Cultural Correios-RJ, em 2018.

 

Bechara lança livro na Lurixs

21/nov

No próximo dia 26 de novembro de 2019, às 19h, será lançado na Lurixs: Arte Contemporânea, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, o livro “José Bechara – Território Oscilante”, com selo da Barléu Edições. O livro será distribuído para as principais livrarias de todo o país. José Bechara é um artista ativo no circuito nacional e internacional da arte contemporânea, e este livro reúne sua produção de 2010 a 2019. Três críticos de arte e curadores de diferentes países que acompanharam seu trabalho na última década são os autores dos textos: António Pinto Ribeiro (Lisboa, 1956), Beate Reifenscheid (Gelsenkirchen, Alemanha, 1961) e David Barro (Ferrol, Espanha, 1974). O editor Carlos Leal, que já publicou mais de 50 livros dedicados à arte, desde que criou a Barléu em 2002, comemora: “Este é sem dúvida o mais bonito!”. “É o único em que usei a quinta cor, que vai trazer um grande impacto visual ao leitor”, afirma. “O livro é gostoso de ler, e as esculturas, pinturas e instalações de José Bechara são belíssimas, e bem destacadas na publicação”. O livro tem capa dura, 240 páginas e trilíngue (português/inglês/espanhol) – foi mantido o idioma original de cada texto: em alemão, espanhol e português -, projeto gráfico de Rico Lins, formato: 26 x 27cm e tiragem de dois mil exemplares.

 

Neste momento, trabalhos de José Bechara podem ser vistos em exposições em várias partes do planeta: na coletiva “Walking Through Walls”, que celebra os 30 anos da queda do Muro de Berlim, com curadoria de Sam Bardaouil e Till Fellrath, na Gropius Bau, na capital alemã (até 19 janeiro 2020); na Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra – A Terceira Margem, com curadoria de Agnaldo Farias, Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha, em Portugal (até 29 de dezembro de 2019); e na edição da BIENALSUR 2019 realizada no Museu Nacional de Riyadh, Arábia Saudita, com a coletiva “Recovering Stories, Recovering Fantasies”, em curadoria de Diana Wechsler (até 5 de dezembro de 2019). Até o próximo dia 15 de dezembro está em cartaz na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, “José Bechara – Território Oscilante”, uma grande mostra dedicada a sua obra, com curadoria de Luiz Camillo Osorio.

 

Cildo Meireles na Mul.ti.plo

18/nov

Sem expor no Rio de Janeiro há cerca de uma década e em uma galeria carioca há mais de trinta anos, Cildo Meireles inaugura mostra na Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon. A exposição “Múltiplos Singulares” abre dia 19 de novembro, às 19h, permanecendo em cartaz até 19 de janeiro de 2020.

 

Com curadoria de Paulo Venancio, o artista exibe objetos e gravuras de diferentes formatos e materiais, produzidos ao longo de cinco décadas. Algumas peças são inéditas e serão apresentadas ao público pela primeira vez. De importância fundamental na internacionalização da arte brasileira, Cildo é um dos mais conceituados artista brasileiro na cena contemporânea mundial, com obras no acervo da Tate Modern (Londres, Inglaterra), Centro Georges Pompidou (Paris, França), MoMA (Nova York, EUA), Museu Reina Sofía (Madri e Barcelona), entre outros.

 

Cildo Meireles realizou sua última retrospectiva no Rio de Janeiro no ano 2000, apresentada no Museu de Arte Moderna. Na atual exposição na Mul.ti.plo, sendo gestada há dois anos, o público poderá ver um conjunto importante de obras, que lidam com noções de Física, Economia e Política, temas recorrentes nas obras de Cildo Meireles. Entre as 16 peças reunidas, quatro são inéditas e estão sendo produzidas em segredo. As surpresas só serão reveladas no dia da abertura.

 

“A ideia da mostra se consolidou há dois anos, no meu ateliê, com o Paulo Venancio, a partir de um objeto criado há décadas que sintetiza a instalação-performance “Sermão da Montanha: Fiat Lux”, apresentada há exatos 40 anos, em 1979, no Centro Cultural Candido Mendes. Foi uma provocação à ditadura militar, durando apenas 24 horas. Muito pouca gente viu. Desde então, guardo essa maquete e agora, finalmente, concluí o trabalho”, explica o artista. “Eu também já tinha combinado uma exposição na Mul.ti.plo com o meu amigo Maneco Müller”. Sócio da galeria, Maneco dá uma pista de outra obra surpresa da mostra: a participação da locutora Iris Lettieri, cuja voz ecoou por décadas, anunciando as partidas e chegadas no aeroporto do Galeão, no Rio. “Um dia, Cildo me revelou um projeto, concebido nos anos 70, que só poderia ser realizado com a voz única dela. Não perdi tempo. Fui ao encontro de Iris e conseguimos realizar o desejo do Cildo, com a mesma fala impecável e inesquecível”, explica Maneco.

 

“A exposição apresentará múltiplos de Cildo Meireles, que trazem em si o pensamento das grandes instalações do artista”, explica o curador. Uma delas, por exemplo, tem ligação com “Metros”, trabalho apresentado numa emblemática exposição na Documenta, em Kassel, Alemanha, em 2002. “Os objetos e gravuras reunidos exemplificam o pensamento de grandes trabalhos de Cildo, sendo alguns pouco vistos”, diz ele. O público poderá conferir uma nova edição das notas de “Zero Dólar” (1978-1994).

 

Considerado um dos artistas mais importantes de sua geração, o premiado Cildo Meireles possui obras no acervo de uma das maiores instâncias de consagração da arte contemporânea do mundo, a Tate Gallery, onde expôs ao lado de Mark Rothko, em 2008. Obras do artista fazem parte também da Coleção Cisneros (NY e Caracas), Pérez Art Museum (Miami, EUA), Fundação Serralves (Lisboa, Portugal), Inhotim (Brumadinho, Brasil), MAC (Niterói, Brasil), etc. Com sucessivas participações na Bienal de Veneza (Itália) e na Documenta (Kassel, Alemanha), Cildo traz no currículo ainda exibições individuais no MoMA e no Metropolitan, em Nova York. Atualmente, o artista está com uma grande exposição em São Paulo, SP, no SESC Pompeia. “Para essa individual no Rio, procurei reunir o mais significativo conjunto de múltiplos do Cildo, numa espécie de retrospectiva, de forma que as duas se complementassem”, conclui Paulo Venancio.

 
Sobre o artista

 

Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1948. Inicia seus estudos em arte em 1963, na Fundação Cultural do Distrito Federal, em Brasília, orientado pelo ceramista e pintor peruano Barrenechea (1921). Começa a realizar desenhos inspirados em máscaras e esculturas africanas. Em 1967, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde estuda por dois meses na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Nesse período, cria a série “Espaços Virtuais: Cantos”, com 44 projetos, em que explora questões de espaço, desenvolvidas ainda nos trabalhos “Volumes Virtuais” e “Ocupações” (ambos de 1968 – 1969). É um dos fundadores da Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1969, na qual leciona até 1970. O caráter político de suas obras revela-se em trabalhos como “Tiradentes – Totem-monumento ao Preso Político” (1970), “Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca – Cola” (1970) e “Quem Matou Herzog?” (1970). No ano seguinte, viaja para Nova York, onde trabalha na instalação “Eureka/Blindhotland”, no LP “Sal sem Carne” (gravado em 1975) e na série “Inserções em Circuitos Antropológicos”. Após seu retorno ao Brasil, em 1973, passa a criar cenários e figurinos para teatro e cinema e, em 1975, torna-se um dos diretores da revista de arte Malasartes. Desenvolve séries de trabalhos inspirados em papel moeda, como “Zero Cruzeiro” e “Zero Centavo” (ambos de 1974 – 1978) e “Zero Dólar” (1978 – 1994). Em algumas obras, explora questões acerca de unidades de medida do espaço ou do tempo, como em “Pão de Metros” (1983) ou “Fontes” (1992). Em 2000, a editora Cosac & Naify lança o livro “Cildo Meireles”, originalmente publicado, em Londres em 1999, pela Phaidon Press Limited. Participa das Bienais de Veneza, 1976; Paris, 1977; São Paulo, 1981, 1989 e 2010; Sydney, 1992; Istambul, 2003; Liverpool, 2004; Medellín, 2007; e do Mercosul, 1997 e 2007; além da Documenta de Kassel, 1992 e 2002. Tem retrospectivas de sua obra feitas no IVAM Centre del Carme, em Valência, 1995; no The New Museum of Contemporary Art, em Nova York, 1999; na Tate Modern, em Londres, 2008; e no Museum of Fine Arts de Houston, 2009. Recebe, em 2008, o Prêmio Velázquez das Artes Plásticas, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha. Em 2009, é lançado o longa-metragem “Cildo”, sobre sua obra, com direção de Gustavo Moura. No mesmo ano, expõe no Museu d´Art Contemporani de Barcelona, Espanha, e no MUAC – Museu Universitário de Arte Contemporáneo, na Cidade do México. Em 2011, realiza a “Ocupação Cildo Meireles”, com curadoria de Guilherme Wisnisk, no Itaú Cultural, São Paulo. Em 2013, expõe no Centro de Arte Reina Sofía, Palácio de Velásquez, com curadoria de João Fernandes, em Madri, Espanha; e também no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Portugal. Em São Paulo, apresenta mostra no Centro Universitário Maria Antonia, com curadoria de João Bandeira. Em 2014, expõe em Milão, Itália, no HangarBicocca, com curadoria de Vicente Todolí. No Brasil, expõe na Galeria Luisa Strina, São Paulo; na Dinamarca, na Kunsthal 44 Møen. Em 2015, expõe na Galerie Lelong, Nova York, EUA. Em 2019, abre a grande exposição “Entrevendo”, no SESC Pompeia, São Paulo.

 

Sobre a curadoria

 

Paulo Venancio Filho. Curador, crítico de arte, professor titular na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do CNPq. Publicou textos sobre vários artistas brasileiros, entre eles Antonio Manuel, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Pape, Waltércio Caldas, Mira Schendel, Franz Weissmann, Iole de Freitas, Carlos Zilio, Anna Maria Maiolino, Eleonore Koch e Nuno Ramos. Foi curador das seguintes exposicões: O corpo da escultura: a obra de Iole de Freitas 1972-1997(MAM-SP, 1997/Paço Imperial, 1997), Century City: Art and Culture in the Modern Metropolis (Tate Modern, Londres, 2001), Iberê Camargo: Diante da Pintura (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2003), Soto: A construção da imaterialidade (CCBB, Rio de Janeiro, 2005/Instituto Tomie Othake, 2006/MON, Curitiba, 2006), Anna Maria Maiolino: Entre Muitos (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2005/Miami Art Central, 2006), Fatos/Antonio Manuel (CCBB, São Paulo, 2007), Time and Place: Rio de Janeiro 1956-1964 (Moderna Museet, Estocolmo, 2008), Nova Arte Nova (CCBB, Rio de Janeiro, 2008), Hot Spots (Kunsthaus Zürich, 2009), Cruzamentos (Wexner Center for the Arts, Columbus, 2014), Possibilities of the Object: Experiments in Brazilian Modern and Contenporary Art (The Fruitmarket Gallery, Glasgow, 2015) e Piero Manzoni (MAM-SP, 2015).

Le Parc & OSGEMEOS no Rio

04/nov

A Carpintaria, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 06 de novembro “Julio Le Parc & OSGEMEOS”, exposição com curadoria de Pedro Alonzo que dá continuidade ao programa experimental do espaço, cuja vocação é a proposição de diálogos entre diferentes criadores, linguagens e formas de expressão. Tomando a abstração geométrica como eixo central deste encontro, a mostra reúne pinturas e instalações que enfatizam as afinidades criativas destes artistas de gerações distintas. Le Parc – consagrado artista argentino radicado em Paris, pioneiro da Arte Cinética -, exibe obras que vão desde a década de 1950 até as mais atuais, incluindo um grande móbile reflexivo criado em 2018. Por sua vez, OSGEMEOS – artistas paulistanos, donos de um estilo único desenvolvido através de grandes murais e exposições imersivas – apresentam trabalhos inéditos, entre pinturas sobre madeira e uma instalação com vasos de cerâmica.

 

A obra de OSGEMEOS é frequentemente caracterizada por um estilo figurativo arrojado, imediatamente reconhecível, que tem origem em suas pinturas murais nas ruas de São Paulo. No entanto, um olhar mais atento revela também uma atenção especial no emprego da abstração geométrica, presente nos padrões coloridos que estampam seus cenários e as roupas de seus típicos personagens amarelos. Essa desconstrução do trabalho de OSGEMEOS leva a uma aproximação com Julio Le Parc, um artista de uma geração anterior, não apenas no uso da cor e da abstração geométrica, mas também na intenção de romper as barreiras que separam a arte da sociedade. Outras similaridades podem ser observadas nos grandes ambientes imersivos que empregam cor, geometria e elementos em movimento, compartilhadas pelos artistas. Demonstra-se ainda no comprometimento mútuo para engajar o público através de encantamento e surpresa, atenuando o limite entre realidade e fantasia para desafiar sua percepção.

 

Ao estabelecer um diálogo entre Julio Le Parc e OSGEMEOS, é fundamental considerar noções de Arte e Ciência, contemplando a aparente distinção entre a abordagem científica de Le Parc e o processo reconhecidamente intuitivo de OSGEMEOS. Em última instância, a exposição realça as afinidades formais e conceituais que existem entre os artistas, assim como questiona as aparentes distinções entre método científico e o processo artístico. Para obter sucesso na ciência ou na arte, há de se combinar pesquisa, intuição e principalmente a liberdade para experimentação.

 

Sobre os artistas e o curador

 

Julio Le Parc nasceu em Mendoza, Argentina, em 1928. Vive e trabalha em Paris desde 1958. Recentemente, sua obra tem sido o tema de grandes retrospectivas em instituições como o The Metropolitan Museum of Art (Nova York, 2018), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2017); Perez Art Museum (Miami, 2016), Serpentine Galleries (Londres, 2014), Malba (Buenos Aires, 2014), Palais de Tokyo (Paris, 2013). Seus trabalhos estão presentes em diversas coleções, tais como: Albright-Knox (Buffalo), Cisneros Fontanals Art Foundation (Miami), Daros Collection (Zurique), MAM-SP (São Paulo), Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (Paris), MoMA (Nova York), Tate (Londres), Walker Art Center (Minneapolis).

 

A dupla OSGEMEOS é formada pelos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo, nascidos em 1974 em São Paulo, onde vivem e trabalham. Seus projetos recentes incluem exposições individuais em: Frist Art Museum (Nashville, 2019), Hamburger Bahnhof (em colaboração com Flying Steps) (Berlim, 2019), Mattress Factory (Pittsburgh, 2018), Pirelli HangarBicocca (Milão, 2016), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro, 2015), ICA (Boston, 2012). Suas obras estão presentes em coleções importantes ao redor do mundo, como: MOT (Tóquio), Franks-Suss Collection (Londres), MAM-SP (São Paulo), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro).

 

Pedro Alonzo é um curador independente baseado em Boston. Atualmente curador adjunto no Dallas Contemporary, ele já foi curador adjunto no ICA Boston (2011 – 2013) e no Instituto de Artes Visuais da Universidade de Wisconsin, Milwaukee (1996 -2002). Desde 2006, especializou-se em produzir exposições que transcendem os limites das paredes dos museus e espalham-se pela paisagem urbana, apresentadas em várias instituições como: Museo Tamayo (Cidade do México City), Baltic Centre for Contemporary Art (Newcastle), Pinchuk Art Centre (Kiev), Museum of Contemporary Art (San Diego), MARCO (Monterrey).

 

A exposição conta com a parceria da Galeria Nara Roesler, representante de Julio Le Parc.

 

Até 28 de dezembro.

 

Bruno Big no Oi STU Open

Dono de uma forte identidade, com uma linha marcante e espontânea, o artista visual Bruno Big será o responsável por levar cor e arte para o maior evento de skate e cultura urbana da América Latina, o Oi STU Open. Big fará o pôster e toda identidade visual do evento, que acontece de 11 a 17 de novembro, reunindo os melhores skatistas do mundo na Praça Duó, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

 

A arte desse ano junta o coração com o skate, retratando o amor pelo esporte. “O coração sempre foi um dos temas nos meus trabalhos. Existe muita simbologia em torno desse órgão que faz nosso sangue pulsar. Busquei sintetizar de forma gráfica a paixão pelo esporte, pois não importa se você é competidor profissional, ou se o skate é sua filosofia de vida ou se é apenas o seu rolé no lazer. O importante é saber aproveitar a liberdade que o skate nos proporciona”, afirma Big.

 

Apaixonado pela arte e pela sensação que ela provoca, ao longo de anos de pesquisa, Bruno Big conseguiu desenvolver sua linguagem e estilo próprio e, graças a isso, garantiu o reconhecimento dentro e fora do país. Sua presença nas ruas é marcante. Gosta do desafio e da resposta que ela oferece. A busca pelo espaço a ser pintado, a adaptação a diferentes suportes e a interação das pessoas que circulam nas ruas enquanto ele cria, gera uma energia que é fundamental como artista.

 

Sobre o Oi STU Open

 

O Oi STU Open está ainda maior, se consolidando como um grande festival de cultura urbana. A edição de 2019 terá muitos shows, exposições de arte, talks, moda e gastronomia. O palco STU Music receberá DJs e bandas como DJ Tamenpi, Nomade Orquestra, A Filial, Flora Matos, Black Alien e muito mais, animando os finais de tarde e noites na Praça Duó. Na STU Gallery, uma exposição de Bruno Big.

 

Já na STU Street Fair, marcas urbanas vão levar o estilo das ruas para dentro do festival. Na Oi House, oficinas e workshops completam a programação, que terá, ainda, um complexo gastronômico com muitas opções de food trucks e cervejas artesanais no STU Hangout. Tudo bem a cara do festival, que segue deixando legados tangíveis e intangíveis para a cidade. As obras de restauração das pistas da Praça Duó já estão a todo vapor. Em breve cariocas e skatistas de todo o mundo poderão usufruir da praça, que já um point do skate mundial.

 

Apresentado pela Oi, que assina o naming rights do evento, o Oi STU OPEN é viabilizado pela Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, através da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Conta com o apoio da Vans e TNT Energy Drink, parceria do Canal OFF e Grupo Coruja, além do apoio institucional da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Rioeventos e da Riotur. O Oi STU OPEN é homologado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e World Skate. A idealização e realização é da Rio de Negócios.