O catálogo de Fabio Cardoso

09/jun

A CAIXA Cultural, Centro,Rio de Janeiro, RJ, realiza, no próximo dia 17, às 17h30, o lançamento do catálogo da exposição “Quase pinturas”, do artista paulistano Fabio Cardoso, que participará de um bate-papo com o público no evento. A publicação de 48 páginas com texto do curador e crítico de arte, Agnaldo Farias, será distribuída aos participantes. A inscrição gratuita deve ser confirmada pelo e-mail contato@automatica.art.br devido à lotação da sala.

 

A exposição “Quase pinturas” reúne 14 trabalhos figurativos em óleo sobre tela que compõem a produção mais recente do artista. A exposição inédita no Rio permanece em cartaz na Galeria 2 da CAIXA Cultural Rio de Janeiro até o dia 23 de julho.

Sonhar em bits

06/jun

A Artur Fidalgo galeria, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, convida para a exposição “Como aprendi a sonhar em bits”, do artista plástico carioca Danilo Ribeiro que acontecerá no Centro Cultural Correios, Centro, Corredor Cultural, Rio de Janeiro.  A curadoria é de Marlon Silli e apoio da Artur Fidalgo galeria.

 

A mostra é composta por um conjunto de 16 obras inspiradas no universo dos vídeo games. A influência de jogos famosos, como Castlevania e Resident Evil, poderá ser percebida nas pinturas do artista. Entre os trabalhos, encontram-se telas de grande formato, estudos preparatórios e dípticos. Danilo Ribeiro levou quatro anos para concluir a produção dos trabalhos.

O artista trabalha com desenho e pintura e já participou de diversas exposições coletivas. Recentemente, alguns de seus trabalhos foram incluídos na exposição “A Cor do Brasil” e em “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”, ambas apresentadas no Museu de Arte do Rio, AR). Em 2012, Danilo Ribeiro foi um dos indicados ao Prêmio PIPA.

 

 

De 07 de junho a 06 de agosto.

Los Carpinteros no Rio

Composta por mais de 70 obras, “Objeto Vital”, cartaz do CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reúne parte da obra do coletivo artístico Los Carpinteros desde suas origens até hoje. A exposição pretende desvendar esse conceito da “vitalidade” que os objetos ganham através da arte, e essa descoberta é proposta por meio de uma arqueologia da obra dos artistas. Esta é a maior exposição já montada pelo coletivo cubano que apresenta três eixos temáticos: objeto do ofício, objeto possuído e espaço-objeto. Por meio da utilização criativa da arquitetura, da escultura e do design, os artistas exploram o choque entre função e objeto com uma forte crítica e apelo social de cunho sagaz e bem-humorado. O público poderá acompanhar todas as fases do coletivo, desde a década de 1990 até obras inéditas, feitas especialmente para esta exposição. A curadoria traz a assinatura de Rodolfo de Athayde. No dia 03 de maio aconteceu uma palestra com os artistas Marco Castillo e Dagoberto Rodriguez.

 

 

Sobre Los Carpinteros

 

O coletivo Los Carpinteros foi fundado em 1992 por Alexandre Arrechea, Dagoberto Rodriguez e Marco Castillo, e manteve-se essa configuração até 2003, ano em que Alexandre Arrechea sai do coletivo para cumprir carreira solo.

 

 

 

Até 02 de agosto.

Poesia na Caixa/Rio

02/jun

A CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, reúne em sua Galeria 1, no dia 10 de junho (sábado), às 16hs, personagens de destaque da cena poética local e de outros estados no grande sarau de abertura da exposição “Poesia agora”. A mostra exibe trabalhos dos principais poetas em atividade no Brasil, fazendo um mapeamento do cenário da poesia contemporânea nacional, além de inspirar o público a criar seus próprios versos. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.
Com curadoria de Lucas Viriato, criador do jornal de literatura “Plástico Bolha”, a exposição traz uma coletânea do trabalho de mais de 500 poetas brasileiros e estrangeiros, entre textos, livros, vídeos, fotos, registros sonoros e saraus. A ideia é abrir espaço para o trabalho de poetas em atividade que, apesar de serem pouco conhecidos, possuem uma produção relevante.

 

A criatividade, porém, não se limita ao talento dos escritores: instalações dinâmicas e instigantes, criadas pelo premiado cenógrafo mineiro André Cortez, agradam os mais diferentes públicos. “A mostra tem diversas camadas e atrai tanto quem quer conhecer a fundo a variedade da produção poética contemporânea quanto quem quer fazer um passeio leve e diferente”, explica o curador Lucas Viriato.

 

A exposição “Poesia agora” é um desdobramento do trabalho de edição feito por Lucas Viriato no” Plástico Bolha”, desde 2006. Fruto de um projeto universitário no departamento de Letras da PUC Rio, a publicação se tornou um dos mais respeitados jornais literários do país. A ideia de fazer uma mostra com base nesse trabalho nasceu quando o diretor do Museu da Língua Portuguesa, SP, Antonio Carlos Sartini, conheceu o jornal. Juntos, eles montaram uma grande exposição que atraiu cerca de 200 mil pessoas ao museu em 2015. Em 2017, a Caixa Econômica Federal assumiu o patrocínio do projeto, que, após ficar em cartaz na CAIXA Cultural Salvador agora chega ao Rio de Janeiro.

 

 

Poesia viva

 

Ao todo, são seis alas com obras em exposição, sendo algumas especialmente preparadas para a participação ativa do público. Assim, a mostra não só aproxima o leitor do poeta como também, por vezes, mescla esses papéis.

 

No “Escriptorium”, cercado de portas iluminadas com projeções de poemas, está uma grande mesa com 50 livros – cada um com uma palavra impressa na lombada. Ao empilhar de forma diferente os livros, o visitante poderá montar sua própria poesia a partir da combinação dessas palavras. Dentro de cada livro, estão apresentados oito poemas, somando o total de 400 trabalhos de diferentes autores. As demais páginas estão em branco e o visitante pode registrar sua poesia ali, lado a lado com a dos melhores poetas.

 

Em outra ala, o público é convidado a participar de um desafio: escrever um poema sem utilizar uma das vogais. Os poemas mais criativos serão impressos em formato lambe-lambe e expostos na mostra. Assim, a exposição vai sendo modificada ao longo do tempo, subvertendo a ideia de que uma mostra literária apresenta somente obras antigas e já consagradas.

 

O espaço “Poesia de rua” também tem grande apelo entre os visitantes. Se, nas demais salas, as portas eram iluminadas, agora elas parecem tapumes e muros da cidade. E, dessa vez, o público age como curador, selecionando as melhores poesias e pichações por meio de fotos tiradas por ele mesmo em sua cidade. As fotos poderão ser enviadas através do e-mail participepoesiaagora@gmail.com ou postadas nas redes socias em modo público com a hashtag #PoesiaAgora. As melhores imagens serão selecionadas e exibidas ao longo da exposição.

 

 
Até 06 de agosto.

Cinema Grego Contemporâneo

De 06 a 18 de junho (terça-feira a domingo), a CAIXA Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a mostra Cinema Grego Contemporâneo – Memórias da Crise, que exibirá 12 filmes realizados entre 2009 e 2016. Com curadoria de João Juarez Guimarães, Diana Iliescu e Anna Karinne Ballalai, o evento traz algumas das mais representativas produções da chamada Greek Weird Wave (“Estranha onda grega”, em tradução literal). O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.

 

Em meio à crise econômica que afeta a Grécia, emergiu uma nova “onda” de filmes, cujo olhar revela uma realidade que a crítica especializada, incapaz de definir seus contornos, contentou-se em chamá-la de “estranha”. Com efeito, são obras estranhas com personagens grotescos, em meio a situações bizarras e artificiais.

 

A seleção de filmes apresenta diversos destaques. Ganhador do Prêmio Un certain Regard, no Festival de Cannes de 2009, e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, Dente Canino de Giorgios Lanthimos (2009) é, certamente, o filme mais aclamado da mostra. Narra a história de jovens que, excessivamente protegidos pelos pais, nunca tiveram contato com o mundo exterior. O filme será exibido nos dias 06 e 18 de junho.

 

O mesmo isolamento se observa em longas mais recentes como L (2012), de Babis Makridis, ou Os Sentimentais (2016), de Nikso Triantafillidis. Em outras produções, como Academia de Platão (2009), de Filippos Tsitos, Meu país (2010) de Syllas Tzoumerkas, e Xenia (2014) de Panos H. Koutras, a realidade catastrófica parece, pouco a pouco, contaminar a vida cotidiana com uma espécie de desassossego epidêmico cada vez mais ameaçador. Em Attenberg (2010) de Athina-Rachel Tsangari, esse estranhamento se faz notar, ainda, quando uma jovem descobre a sexualidade ao mesmo tempo em que cuida do pai à beira da morte.

 
Debate e catálogo:
Para discutir a visão de mundo inquietante das produções, a mostra apresentará o bate-papo A representação da crise no cinema grego, com o mais importante filósofo grego contemporâneo, Theofanis Tasis. O debate ocorrerá no dia 14 de junho, às 19h10, e terá tradução simultânea.

 

Formado em física e filosofia pela Universidade de Creta, Grécia, e PhD na Alemanha, Tasis é autor de teorias que trabalham conceitos de imagem e identidade na esfera social e abordará o modo com a crise grega tem sido transposta para as telas do cinema.

 

Em paralelo, ao longo de toda a temporada será distribuído, gratuitamente, um catálogo contendo informações de cada filme, além e textos inéditos de Anna Karinne Ballalai, Luis Carlos Junior e Victor Narciso.
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Programação
06 de junho (terça-feira) 17h – Alpes (2011), de Giorgos Lanthimos, 93 min, 18 anos 19h10 – Dente Canino (2009), de Giorgios Lanthimos, 94 min, 18 anos
 

07 de junho (quarta-feira) 17h – Academia de Platão (2009), de Filippos Tsitos, 103 min, 14 anos 19h – Os Sentimentalistas (2016), Nikso Triantafillidis, 100 min, 18 anos
 

08 de junho (quinta-feira) 16h – Xenia (2014), de Panos H. Koutras, 128 min, 18 anos 19h10 – Juventude Desperdiçada (2011), de Argyris Papadimitropoulos, 98 min, 16 anos
 

09 de junho (sexta-feira) 16h30 – Miss Violence (2013), de Alexandros Avranas, 99 min, 18 anos 18h30 – Meu País (2010), de Syllas Tzoumerkas, 107 min, 16 anos
 

10 de junho (sábado) 16h – Tungstênio (2011), de Giorgos Georgopoulos, 100 min, 16 anos 18h – Garoto que come alpiste (2012), de Ektoras Lygizos, 80 min, 16 anos
 

11 de junho (domingo) 16h – Meu País (2010), de Syllas Tzoumerkas, 107 min, 16 anos 18h30 – Attenberg (2010), de Athina-Rachel Tsangari, 95 min, 18 anos
 

13 de junho (terça-feira) 17h – Alpes (2011), de Giorgos Lanthimos, 93 min, 18 anos
19h10 – L (2012), de Babis Makridis, 87 min, 14 anos
 

14 de junho (quarta-feira) 17h – Academia de Platão (2009), de Filippos Tsitos, 103 min, 14 anos 19h10 – Debate: A Representação da Crise no Cinema Grego, com a presença do filósofo grego Theofanis Tasis
 

15 de junho (quinta-feira) 17h – Garoto que come alpiste (2012), de Ektoras Lygizos, 80 min, 16 anos 19h10 – Attenberg (2010), de Athina-Rachel Tsangari, 95 min, 18 anos
 

16 de junho (sexta-feira) 17h – Juventude Desperdiçada (2011), de Argyris Papadimitropoulos, 98 min, 16 anos 19h10 – Tungstênio (2011), de Giorgos Georgopoulos, 100 min, 16 anos
 

17 de junho (sábado) 16h – L (2012), de Babis Makridis, 87 min, 14 anos
18h – Xenia (2014), de Panos H. Koutras, 128 min, 18 anos
 

18 de junho (domingo) 16h – Dente Canino (2009), de Giorgios Lanthimos, 94 min, 18 anos 18h – Miss Violence (2013), de Alexandros Avranas, 99 min, 18 anos.

O feminino na escultura

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Molde – Conversas em torno da escultura e do corpo feminino”, uma coletiva composta por artistas mulheres. A mostra reúne esculturas de treze artistas, de várias gerações: Ana Hortides, Carla Guagliardi, Celeida Tostes, Daisy Xavier, Daniela Antonelli, Estela Sokol, Gabriela Mureb, Lais Myrrha, Regina Vater, Wanda Pimentel, Maíra Senise, Maura Barros e Tatiana Chalhou.

 

A mostra terá 30 esculturas em diferentes materiais, como barro, madeira, cerâmica, bronze, vidro, minerais, osso, mármore entre outros, de treze artistas, em uma seleção que une trajetórias consagradas a jovens nomes da arte contemporânea brasileira.

 

Anita Schwartz, uma das mais destacadas, antigas e respeitadas galeristas brasileiras, nascida em Recife e radicada no Rio, atua no mercado da arte há mais de trinta anos. Desde 2008 a sede de sua galeria fica em um belo edifício de três andares, de quase mil metros quadrados, projetado por Cadas Abranches, no Baixo Gávea, construído especialmente para abrigar exposições e sua reserva técnica.

 

 
Até 1º de julho.

Retratos de Heredia 

31/mai

Os grandes nomes do samba estarão retratados na exposição “Estudo Ilustrado do Samba: Uma Viagem Pitoresca Pelo Seu Centenário”, do artista Laerte Heredia, que será inaugurada no Café Épico, Lapa, Rio de Janeiro, RJ, dia 02 de junho, às 19h. Com nome digno de um samba-enredo, a mostra é composta por 24 desenhos feitos em aquarela, representando personalidades como Elza Soares, Chico Buarque, Nelson Sargento, Cartola, entre outros.

 

Nascido e criado em Marechal Hermes, o artista carioca se inspirou na infância em meio aos pandeiros e cuícas para ilustrar os “bambas” do samba, começando pelo sambista Paulo da Portela. Restaurador por profissão, ele viu nos desenhos uma forma de distração, e o incentivo de amigos o motivou a divulgar seus trabalhos.

 

“O maquiador de Elza Soares mostrou o desenho que publiquei em uma rede social e pude entregar minha ilustração pessoalmente a ela. Alcione também já compartilhou a ilustração que fiz. Tenho recebido um retorno muito positivo dos artistas em relação a este trabalho”, conta Laerte.

 

 

Sobre o artista

 

Ilustrador e artista gráfico com experiência em ilustração digital e manual, do conceito a arte final. Laerte tem experiência em pintura a óleo e aquarela e acrílica. Com restauração já trabalhou em diversos edifícios históricos da cidade do Rio janeiro, como Palácio Gustavo Capanema, Museu de Belas Artes, Sociedade Brasileira de Belas Artes, Real Gabinete Português de Leitura, entre outros. Já expôs trabalhos no Memorial Getúlio Vargas e na Pedra do Sal.

 

 

 Até 30 de junho.

Mostra Bienal com 30 artistas

Depois do sucesso da edição de 2015/2016, a CAIXA Econômica Federal orgulhosamente apresenta a segunda Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas, Centro, Galeria 4. A exposição, que reúne trabalhos de 30 novos talentos das artes visuais de todo o Brasil, aporta primeiro na CAIXA Cultural Rio de Janeiro. A curadoria é de Liliana Magalhães, premiada gestora cultural com experiência em mostras nacionais e internacionais; a expografia é do reconhecido cenógrafo Sérgio Marimba e, participando de uma intervenção exibida na abertura, o artista visual Batman Zavareze.

 

Durante quase dois meses, os cariocas terão a oportunidade de apreciar, em primeira mão, 37 obras de artistas contemporâneos provenientes de 12 estados brasileiros: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os trabalhos que integram a exposição contemplam diversos suportes, de desenhos a esculturas, passando por fotografias, gravuras, instalações, intervenções, pinturas e vídeo.

 

O conceito curatorial desta edição gira em torno da configuração das relações urbanas no momento atual. De modo a concretizar essa abordagem, a curadoria priorizou trabalhos que apresentassem qualidades artísticas resultantes da experimentação e da força poética visual. Assim, não só a potência do assunto de cada trabalho, mas também a contundência da abordagem dos diferentes artistas determinou a escolha dos nomes presentes na exposição.

 

“As obras apresentadas na mostra têm um potente diálogo contemporâneo e revelam um panorama das linguagens e propostas de uma emergente geração das artes visuais. Suas narrativas revelam o artista como um ator social crítico, pleno de cidadania, que se expõe e nos projeta para as complexas relações que se dão nas grandes cidades”, explica a curadora Liliana Magalhães. “As questões de gênero, raça, consumo, política, ética, meio ambiente e afirmação de direitos humanos e civis aparecem como uma síntese do agudo momento de transformação que vivemos”, enumera.

 

Os participantes da coletiva tiveram seus trabalhos selecionados em duas etapas: primeiro, por uma comissão de seleção; e, finalmente, pela curadora. Foram 616 artistas concorrendo com 1.414 obras inscritas. Seguindo o regulamento, foram escolhidos nomes que ainda não exibiram trabalhos em exposição individual, colocando em prática mais uma iniciativa da instituição em divulgar novos artistas. “É uma grande oportunidade de visibilidade para os artistas que estão em início de carreira que apresentam trabalhos com originalidade, experimentação, inovação, conceito e contemporaneidade”, comenta o diretor executivo de Marketing e Comunicação da CAIXA, Mário Ferreira Neto.

 

Após a temporada no Rio, ainda em 2017, a exposição visitará São Paulo e Brasília. Ao longo de 2018, a mostra circulará por todas as outras unidades da CAIXA Cultural: Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba.

 

Participantes

Adriano Catenzaro (PR) – Adriano Catenzaro nasceu em 1979, em Curitiba, onde vive e trabalha. Formado em design gráfico e de embalagens, produz obras que exploram a colagem manual de recortes de papéis. Selecionado para o 5º Salão de Outono da América Latina e 24º Salão Curitibano de Artes Visuais, também foi premiado no IV Prêmio a La Ilustración Latinoamericana Diseño en Palermo.

 

 

Alessandra Buffe (SP) – Formada em Artes Plásticas (FAAP) e Desenho Industrial (USP), Alessandra Buffe participou de exposições como Diálogos de Atelier – Gravurar (Santos, 2017); 4º SOAL – Salão de Outono da América Latina (SP, 2016);  Surrealismo Tenerife – Círculo de Bellas Artes de Tenerife (Espanha, 2015); escultura Árvore (2013) e  escultura Ciclo (2014), no Cemitério Memorial Parque das Cerejeiras – SP.

 

 

Ana Kawajiri (PR) – Ana Kawajiri é brasileira, nascida em Curitiba, Paraná. É artista plástica, historiadora da Arte e museóloga. Desde 2014 reside em Brasília, Distrito Federal. Cursou Pintura na Escola de Música e Belas Artes em Curitiba-PR e História da Arte e Museologia na École du Louvre em Paris, França. Realiza trabalhos em pintura, desenho, colagem, fotografia, bordado e arte-objeto.

 

 

Andrea Vasconcelos (ES) – Andréa Vasconcelos nasceu em 1964, em Linhares (ES). Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Graduou-se em Artes Visuais pela Escola Guignard UEMG com habilitação em pintura em 2015.  Frequenta o Grupo de Estudos de Pintura Contemporânea no Ateliê Alan Fontes. Além disso, realizou residência artística no Ateliê de Pintura Steve Tyerman, na Austrália, nos anos de 2015 e 2016.

 

 

Cátia Lantyer (BA) – Baiana de Dias D’ávila e residente em Salvador, Cátia Lantyer é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia. Participou do Circuito das Artes 2014, com o ensaio fotográfico “A urbis e a imagem”. Artista selecionada pelo projeto Mapa da Palavra, da FUNCEB, em 2016, fez parte de mesa redonda na Feira Literária de Cachoeira.

 

 

Cecília Urioste (PE) – Cecília Urioste nasceu em Recife em 1980, onde reside atualmente. Morou em Madrid em 2007, onde cursou o Master em Fotografia de Arte na EFTI. Participação na exposição coletiva Encontros de Agosto, no Centro Cultural Dragão do Mar (Fortaleza-CE), em 2016; selecionada pelo Funcultura para desenvolvimento da pesquisa artística – Recife, 2016.

 

Denise Silveira (RJ)Carioca, Denise Silveira formou-se em Design na UFRJ, onde seu desejo pelas artes plásticas foi despertado. Anos depois, retomou a antiga paixão e iniciou seus estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Na EAV, produziu uma série de experimentos com texturas diversas, dentre elas Nuvem, que integrará sua primeira exposição.

 

 

Elaine Stankiewich (PR) – Elaine Stankiewich é artista visual e designer. Nascida em Francisco Beltrão, em 1979, vive em Curitiba. Bacharel em Gravura e pós-graduada em Poéticas Visuais, na EMPAP-PR. Participou de mostras como Novas Poéticas RJ (2016); Arte na Fábrika, Curitiba (2016); 24º Salão Curitibano de Artes Visuais (2016); e o Núcleo de Artes Visuais SESI-PR (2015).

 

Felipe Seixas (SP) – Felipe Seixas (São Bernardo do Campo, 1989) vive e trabalha em São Paulo, onde se graduou em Design Digital pela Universidade Anhanguera. Entre suas principais exposições estão a sua primeira individual, ‘(I)matérico presente’, além de participação na 1° Bienal de Arte Contemporânea Sesc DF.  Em 2015, recebeu a Menção Especial no 22° Salão de Artes Plásticas de Praia Grande.

 

 

Fernando Bueno (GO) – Artista autodidata, astrônomo, fotógrafo e músico, Fernando Bueno nasceu em Guarulhos (SP) e atualmente reside em Goiânia (GO). Atualmente cursando Administração de Empresas, foi convidado para expor seus trabalhos em Londres, na Brick Lane Gallery (15 de julho de 2015) e em Florença (20 de julho de 2015).

 

 

Guilherme Malaquias (BA) – Nascido e criado em Salvador/Bahia, é formado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Salvador. Participa de projetos sociais realizados em algumas comunidades da capital baiana, em ações voluntárias. Integrou exposições coletivas, com mais destaque para as realizadas pela rede social Instagram. A partir daí, foi convidado para exposições em Brasília, São Paulo e Colômbia.

 

 

Jefferson Medeiros (RJ) – Nascido e criado em São Gonçalo (RJ), onde reside atualmente. Tem Licenciatura em História e Pós-Graduação em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras.

 

 

Joana Bueno (RJ) – Joana Bueno nasceu no Rio de Janeiro em 1982, cidade onde vive e trabalha. Começou a estudar artes no ano de 2000, em cursos livres de desenho, pintura e teoria da arte na EAV do Parque Lage. Possui curso superior em Artes e Indumentária. Inicia sua carreira como figurinista no teatro e cinema e depois como diretora de arte, atuando por quatro anos como carnavalesca.

 

 

João Paulo Racy (RJ) – João Paulo Racy é artista e diretor de fotografia. Nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e atualmente vive e trabalha entre Rio e São Paulo. Foi contemplado com o prêmio Aquisição no 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (SP) e no 15º Salão de Artes de Jataí (GO). Participou de exposições no Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina.

 

 

José Viana (PA) – Nascido em 1988, em Belém (PA), é graduado em Comunicação Social e estudou Artes Visuais no Instituto Nacional del Arte, em Buenos Aires (Argentina). Recebeu Prêmio Arte Monumento Brasil 2016, com a obra Ímpeto; selecionado para Temporada de Projetos / Paço das Artes 2016 como Raio Verde, duo com Camila Fialho, com a obra 330 (ou sobre uma única viagem).

 

José de Arimatéa (PI) – Natural de Pedro II, Piauí, onde vive e atua até hoje, José de Arimatéa é formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Piauí, e atua como arte-educador. Participou de exposições coletivas e salões, sendo premiado duas vezes no Salão de Artes Plásticas de Teresina, na categoria Desenho (2011 e 2012).

 

 

Julie Brasil (RJ) – Julie Brasil nasceu na Guatemala, viveu em São Francisco, São Paulo e mora no Rio de Janeiro. É bacharel em pintura, mestre em Artes Visuais e atualmente é doutoranda em Imagem e Cultura pela UFRJ. Seu trabalho gravita entre os temas trauma, política, consumo e ironia. Participou de coletivas no Festival de Vídeos de Kassel, IBEU, SESC, Centro de Arte Hélio Oiticica, MUBE e Furnas.

 

Karine de Lima (DF) – Nascida em Belo Horizonte, atuou na área de meio ambiente por mais de dez anos. Após graduar em artes visuais na UFMG, mudou-se para Brasília, onde vive e trabalha. Desde 2016 se dedica à produção artística, na qual aborda  experiências humanas em relação à natureza e ao espaço.

 

 

Leonardo Savaris (RS) – Leonardo Savaris é natural de Caxias do Sul/RS, começou a fotografar em 2011 e, no ano seguinte, ingressou na faculdade de fotografia (Unisinos). Desde então atua como freelancer e vem aprimorando seu trabalho, merecendo destaque em publicações, exposições coletivas e concursos especializados. Destacam-se: Carta das Laranjeiras (BA), Paraty em Foco (RJ), Ateliê da Imagem (RJ), Mosaicografia (RS).

 

Lidia Malynowskyj (SP) – Nascida em Santos (SP), ingressou em 2008 no curso de Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, onde viveu até 2011. Depois, mudou-se para Bertioga, onde reside e trabalha. Selecionada para exposições coletivas como o Salão de Piracicaba, Praia Grande e Jataí. Participou de residências artísticas internacionais, na Islândia (2013) e Hungria (2015)

 

 

Lucas Lugarinho Braga (RJ)Aos 25 anos, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ em Pintura (2016), participou de exposições coletivas no Centro Cultural Calouste Gulbekian (RJ), Castelinho do Flamengo (RJ) e o Museo Del Chopo (Cidade do México). Em 2016 esteve na Cidade do México, por meio da bolsa Becas de Estancias Creativa, oferecida pelo governo mexicano.

 

 

 

Luciano Feijão (ES) – Mestre em Artes pela Universidade Federal do Espírito Santo, foi membro fundador do grupo Célula de Gravura, em 2009, com pesquisa em litografia. Participou de exposições individuais e coletivas em Vitória (ES), São Paulo (SP), Los Angeles (EUA) e Cidade do México (México). Produz ilustrações profissionalmente para livros, jornais e revistas desde 2003. Foi professor no Departamento de Artes Visuais / UFES e hoje coordena o NUPIE – Núcleo de Pesquisa em Ilustração Editorial / UFES / SESC.

 

Luiz Guimarães (RJ) – Administrador de empresas formado pela Universidade Fumec (BH), com pós-graduação em Gestão Logística e Supply Chain pela Fundação Dom Cabral. De 2012 até 2016 foi diretor administrativo financeiro do Museu de Arte do Rio – MAR. É mestrando em História e Crítica de Arte pelo Programa de Pós-graduação em Artes (PPGARTES) da UERJ.

 

 

Marcela Antunes (RJ) – Graduada em Artes Visuais pela UERJ, Marcela Antunes atualmente cursa o Mestrado em Arte e Cultura Contemporânea na mesma instituição. Desde 2005 pesquisa relações entre as linguagens da performance e da fotografia. Participou de residências, festivais de performance e workshops no Brasil, Lituânia, Noruega, República Checa, Índia, México, Colômbia e Espanha.

 

 

Natalie Mirêdia (ES) – Natalie Mirêdia nasceu em 1992 em Vitória (ES) e se formou em Artes Plásticas na UFES. Atualmente mora em São Paulo e trabalha como artista e produtora cultural no Performe-se Festival. Participou de mostras no Brasil e exterior, como New Worlds: Violence Remains de Video/Performance Latinoamericano (Helsinki) e  Venice Experimental Video and Performance Art Festival (Veneza).

 

Natasha Ulbrich Kulczynski (RS) – Natasha Kulczynski nasceu e reside em Porto Alegre, é formada em Design e Artes Visuais, e atualmente cursa o mestrado em Artes Visuais pelo PPGAV (UFRGS). Participou do Projeto Cantigas do Mundo – Le Comptines á Travers le Monde, Espaço de Arte Sapato Florido, 2015; da exposição Expressões do Múltiplo, 2017; e coletivas na Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Porto Alegre, RS..

 

 

Paula Viana (SP) – Nascida em São Paulo em 1982, cidade onde graduou-se em Psicologia e vive até hoje, pela PUC-SP, em 2008. Atualmente trabalhando com criação em design gráfico, Paula Viana atua como professora de Arte e Experimentação para crianças e participa do Coletivo de Artistas da Casa Lumieiro.

 

 

Rafael Antonio Ghirardello  (SP) – Natural de São Paulo, onde reside, Rafael Antonio Ghirardello é graduado em Comunicação das Artes do Corpo (PUC/SP), com habilitação em Teatro e Dança, e com licenciatura em Artes Plásticas pela USP. Atua como cenógrafo e aderecista de teatro, incluindo espetáculos como Cacilda !!!!! e Macumba Antropofágica, do Teatro Oficina. Realiza trabalhos em artes plásticas para o cinema, teatro e cubo-branco.

 

 

Sanzio Marden (SP) – Mineiro de Ponte Nova, cresceu em Belo Horizonte e trabalhou com Patrimônio Histórico nos Estados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Formado em Artes Plásticas pela Escola de Artes Visuais Guignard, em Belo Horizonte, especializou-se em Arte e Educação pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-CE

 

 

Talitha Filipe (DF) – Nascida em Brasília, onde se formou em Arquitetura e Urbanismo pela UNB e reside até hoje, Talitha Filipe iniciou em 2011 sua segunda graduação, em Artes Plásticas, na mesma instituição. Em setembro deste ano inicia o mestrado na Faculdade de Belas Artes na Universidade do Porto, Portugal, na área de Arte e Design para o Espaço Público.

 

 

 

De 30 de maio a 23 de julho.

sobre a terra : na Gentil Carioca

28/mai

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “primeiro estudo: sobre a terra”, exposição curada por Bernardo Mosqueira. A coletiva se dará na Rua Gonçalves Lêdo,17 (sobrado), com a abertura ocorrendo no dia 27 de maio às 18hs. O contrabólide “Contra-Bólide Nº1 – Devolver a Terra de volta à Terra”, de Hélio Oiticica, será executado às 18h durante a abertura, na Praça Tiradentes. No prédio nº 11 acontecerá simultaneamente a abertura da exposição individual de Bernardo Ramalho “ASCENSÃO cada semente é uma planta”.

 

 

 

Artistas envolvidos no projeto

Anna Bella Geiger | Carol Valansi | Guga Ferraz | Hélio Oiticica | Luiz Alphonsus
Maria Laet | Manfredo de Souza Neto | Matheus Rocha Pitta | Mestre Didi|Rafael Rg | Regina Galindo | Rodrigo Braga

 

 

 

 

A PALAVRA E A TERRA

 

 

Carlos Drummond de Andrade, 1962.

 

I

Aurinaciano

 

o corpo na pedra

a pedra na vida

a vida na forma

 

Aurinaciano

 

o desenho ocre

sobre o mais antigo

desenho pensado

 

Aurinaciano

 

touro de caverna

em pó de oligisto

lá onde eu existo

 

 

Auritabirano

 

 

II

Agora sabes que a fazenda

é mais vetusta que a raiz:

se uma estrutura se desvenda,

vem depois do depois, maís.

 

 

O que se libertou da história,

ei-lo se estira ao sol, feliz.

Já não lhe pesam os heróis

e, cavalhada morta, as ações.

 

 

Agora divisou a traça

preliminar a todo gesto.

Abre a primeiríssima porta,

era tudo um problema certo.

 

 

Uma construção sem barrotes,

o mugir de vaca no eterno;

era uma caçamba, o chicote,

o chão sim percutindo não.

Um eco à espera de um ão.

 

 

 

 

primeiro estudo: sobre a terra

 

 

 

(ao meu amor)

 

 

Análises de fósseis e vestígios materiais indicam que a geofagia era praticada entre os Homo habilis há 2 milhões de anos e entre os primeiros Homo sapiens há mais de 150 mil anos. Nos últimos 5 milênios, a ingestão de terra esteve presente na cultura de povos das mais diversas origens e, hoje em dia, é hábito comum no interior do Brasil, no Sul dos Estados Unidos, no Haiti e em diversas regiões em todos os continentes. A geofagia é utilizada como forma de disfarçar a fome, com propósitos medicinais, como parte de preceitos ritualísticos ou simplesmente por gosto ou cultura alimentar. Nesse último caso, a terra é utilizada como ingrediente em receitas, como acompanhamento de outros alimentos, na forma de bolos e biscoitos, in natura ou simplesmente temperada com especiarias. Muitas crianças e principalmente mulheres grávidas são acometidas pela alotriofagia (popularmente conhecido como “pica”) e sentem vontade incontrolável de comer terra, barro, tijolo e outros elementos que não são convencionalmente alimentos.

No Brasil, que tem mais de 50% de sua população afrodescendente, a geofagia era comum entre os negros escravizados entre os séculos XVI e XIX, e sua prática era castigada com violência física e com o uso da Máscara de Flandres, cuja imagem sobre o rosto de Anastácia ainda assombra o imaginário brasileiro. O banzo (espécie de saudade profunda do passado africano, limite do sujeito diante da exploração e da desumanização no novo continente) levava muitos negros à morte por desnutrição ou pelo suicídio. Desterritorializados, à distância irremediável de sua terra natal, muitas vezes os negros escravizados se matavam por meio da geofagia excessiva, ou seja, tiravam a própria vida comendo muita terra.

A partir do entendimento da força simbólica desse gesto íntimo de preencher a própria luz digestiva ou própria sombra existencial com terra é que se iniciou uma pesquisa sobre os procedimentos criados pelos artistas para se relacionarem com esse elemento. Dada a amplitude e potência desse tema, essa exposição é necessariamente incompleta – como um punhado de terra diante de todos os solos do planeta. Movimentando-se entre sobre a terra e o subterrâneo (“underground é difícil demais pro brasileiro”), essa mostra reúne uma primeira e contida experiência curatorial sobre a relação material, conceitual, política e simbólica entre o humano e a terra.

Da terra viemos, da terra vivemos, para a terra voltaremos. Está na terra o curso do destino. Se a epistemologia hegemônica confunde terra com território (e, portanto, ser com ter), devemos recorrer a outras epistemologias para compreender que só é possível algum futuro se entendermos ser terra. Ser da terra. É da terra a grande força ancestral, a alimentação, os ciclos naturais, a abundância e a cura. Somente reconhecendo seu poder e relevância, seremos capazes estar com ela num pacto de saúde e prosperidade. Onilé Mojuba! Salubá! Arroboboi! Atotô! Demarcação já! Demarcação já!

 

Bernardo Mosqueira, Maio de 2017

Biquínis no CCBB-Rio

17/mai

A exposição “Yes! Nós temos biquíni”, no CCBB Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta os aspectos sociais, históricos e culturais de uma criação revolucionária no mundo da moda e a sua devida apropriação pelos brasileiros, transformando-a em objeto de desejo do mundo todo. O traje nasceu na França, em 1946, mas originou-se há séculos, como mostram as preciosas tangas marajoara do período pré-colombiano. Do pesado traje de banho do século 19 às novas modelagens do século 21, a exposição ressalta as mudanças de comportamento e conquistas da mulher nesse período, os padrões de beleza e sua relação com a arte. A curadoria é de Lilian Pacce.

 

A mostra reúne cerca de 120 obras, entre looks icônicos e históricos de moda praia, fotografias, pinturas, esculturas, vídeos, ilustrações, instalações, artefatos históricos e amplo material iconográfico. Performances, debates e um ciclo de cinema também fazem parte da programação da exposição, que ocupará o 2º andar do Centro Cultural.  A exposição é patrocinada pelo Banco do Brasil.          

 

“A moda, para além de seu propósito inicial que é vestir o corpo, sempre esteve relacionada a questões sociais, culturais, políticas e econômicas. Esta exposição traz uma diversidade, que sempre buscamos para a programação do CCBB e apresenta um diálogo entre o elemento de maior representação brasileira na moda mundial com obras de arte contemporâneas que desafiam o visitante a interpretar essas associações”, comenta o gerente-geral do CCBB Rio, Fabio Cunha.

 

O percurso começa com uma explicação sobre a criação do engenheiro francês Louis Réard, que ousou diminuir a calcinha de cintura alta e revelar o umbigo da mulher – símbolo do vínculo e da ruptura entre duas vidas, zona erógena, centro do corpo humano e do mundo, como se percebe na obra Um.Bigo, de Lia Chaia. Réard queria que sua ideia fosse tão explosiva quanto os primeiros testes nucleares no atol de Bikini – daí surge o nome da peça. Ilustrando modas, modismo e rupturas, uma linha do tempo mostra a evolução do traje de banho, com peças originais desde o século 19 até hoje, looks que sintetizam a imagem de cada década assim como as mulheres que fizeram a fama do biquíni ao longo da história.

 

Na sala seguinte, o visitante descobre que historicamente, apesar de ser uma criação francesa, o crédito pela invenção do biquíni poderia caber aos índios brasileiros e sua forma de cobrir o corpo. Tangas marajoaras datadas do período pré-colombiano, cedidas pelo Museu de Arqueologia e Etnologia – USP, mostram que os trajes já eram usados por aqui muito antes do descobrimento, mas não eram percebidos como “roupa” sob o prisma da moral dos colonizadores portugueses. A sala se completa com obras de artistas nascidos em outros países, mas que escolheram o Brasil para viver, como Claudia Andujar, John Graz e Maureen Bisilliat, que representam o encantamento dos estrangeiros com nossa cultura, e também biquínis inspirados na cultura indígena.

 

Temas fundamentais nos dias atuais, o empoderamento feminino e questões ligadas aos padrões de beleza impostos pela sociedade fazem parte do debate proposto pela exposição. A reflexão sobre o corpo e a praia acontece na próxima sala por meio do diálogo das obras de Marcela Tiboni, Claudio Edinger e Elen Braga com criações dos estilistas Amir Slama, Isabela Frugiuele (Triya) e Adriana Degreas, além da escultura de Tiago Carneiro da Cunha. Já a relação entre moda e arte é tratada pela inspiração mútua e parcerias inusitadas – Beatriz Milhazes, Glauco Rodrigues e Jorge Fonseca para Blue Man, J. Carlos para Salinas, Gonçalo Ivo e J. Borges para Amir Slama, Maria Martins para Adriana Degreas. No centro da sala, em destaque, Stripencores, obra de Nelson Leirner de 1967 que ganha um quinto elemento criado especialmente para a mostra.

 

A praia como território geográfico, social e até virtual surge em cenas do dia a dia nas imagens captadas pelas lentes de Alair Gomes, Cartiê Bressão, Fernando Schlaepfer, Frâncio de Holanda, German Lorca, Julio Bittencourt, Otto Stupakoff, Pierre Verger, Rochelle Costi,  Thomaz Farkas e Willy Biondani, além de vídeo de Janaína Tschape e de escultura de Eder Santos. Como contraponto, o trabalho elaborado por nomes que ajudaram a criar a identidade da moda praia brasileira (e projetá-la mundialmente) surge em imagens icônicas: Dalma Callado em foto que alavancou sua carreira internacional nos anos 1970, feita por Luiz Tripolli, e Gisele Bündchen clicada por Jacques Dequeker no início dos anos 2000, já famosa – e ainda Antonio Guerreiro, Bob Wolfenson, Claudia Guimarães, Daniel Klajmic, Klaus Mitteldorf, Marcelo Krasilic, Miro e Vavá Ribeiro.

 

Mas muito antes dos editoriais de moda, era o ilustrador e figurinista Alceu Penna quem “ditava” tendências na extinta revista “O Cruzeiro” com “As Garotas do Alceu”, verdadeiras it girls da época. A praia é vista também pelo traço das ilustrações de Carla Caffé, Filipe Jardim e Paulo von Poser. A sala traz ainda uma videoinstalação com grandes momentos da moda praia nas semanas de moda no Brasil, e uma série de manequins com biquínis e maiôs de caráter excepcional, seja pela construção, modelagem, material ou pela criatividade em si – prova de que o biquíni é a peça mais brasileira de todas.

 

Na última sala, o visitante é convidado a compartilhar experiências de praia, diante das obras de Cássio Vasconcellos, Katia Maciel e Leda Catunda – e da pergunta que fica: qual é a sua praia? “A força de uma peça tão pequena como o biquíni brasileiro, basicamente quatro triângulos de tecido, está diretamente ligada ao emporaderamento feminino ao longo do último século e vai muito além da praia em si. A exposição pretende mostrar essas interfaces, seu impacto nas conquistas da mulher e o lifestyle criado em torno dele”, diz a curadora Lilian Pacce, autora do livro O Biquíni Made in Brazil. A cenografia é assinada por Pier Balestrieri, com comunicação visual de Kiko Farkas, consultoria de arte contemporânea de Sandra Tucci, coordenação geral e produção executiva da Com Tato Agência Sociocriativa.  

 

 

Palestra – A Revolução Feminina na Areia

 

31/05/2017, às 18h30 – Painel sobre as mudanças sociais que acompanharam a evolução dos trajes de moda praia e as conquistas femininas.

 

 

A palavra da curadora

 

Yes! Nós Temos Biquíni explora as conexões entre moda, arte, comportamento e história a partir do final do século 19, quando ir à praia era como tomar remédio: tinha apenas função terapêutica. Desde então, a praia se tornou um espaço democrático de lazer, onde convivem jovens e velhos, ricos e pobres, magros e gordos, atletas e sedentários, branquelos, bronzeados e gente de todas as cores com seus “corpos de praia”.

 

Acima de tudo, a exposição pretende mostrar a força da menor peça do vestuário feminino: o biquíni. E mais do que isso: o biquíni made in Brazil que, numa rara virada de jogo, se tornou objeto de desejo mundo afora. Apesar de ter sido criado na França, o Brasil se apropriou tão bem da peça que se tornou referência em moda praia; o Rio de Janeiro, seu melhor cenário, e a Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, sua maior musa, seguida pela modelo Gisele Bündchen.

 

De um exemplar autêntico de 1895 (um vestido de lã com bloomer), passando pela conquista do maiô de perninha até chegar ao mínimo fio-dental, nota-se como os modelos de cada época refletem as respectivas conquistas da mulher – muitas vezes tema de grandes escândalos, seja com a atriz brasileira Leila Diniz expondo sua barriga de grávida num biquíni em 1971, seja com a prisão da nadadora olímpica australiana Annette Kellermann em 1907 por usar o então maiô masculino. A pesquisa deixa claro também que os protagonistas da história, tanto criadores como criaturas, não se deram conta da relevância de seus atos e do impacto que provocariam na sociedade e na arte ao longo do século 20.

 

E através da arte, o biquíni ganha outras perspectivas. A exposição cria diálogos e contrapontos entre arte e moda, de onde surgem texturas, cores e emaranhados ao mesmo tempo que levam para a praia do Rio de Janeiro o despojamento, a diversão, o despudor, o corpo solto. A obra Stripencores de Nelson Leirner de 1967 ganha um quinto elemento, o biquíni, criado especialmente para a mostra.

 

Os vários modos de estar e de ocupar estes territórios de liberdade que a praia, o sol, o mar e o biquíni permitem são retratados em obras de suportes variados como fotografia, pintura, escultura, vídeo, ilustração. De cada um deles surge uma interpretação, uma discussão ou o simples ato da contemplação.

 

As paisagens, a natureza, o comportamento ao ar livre e a apropriação de espaços geográficos, sociais e até virtuais indicam que o biquíni pode se apresentar de muitas formas, mas sempre traz consigo a busca da liberdade feminina e sua relação com o próprio corpo.

Lilian Pacce

   

   

De 17 de maio a 10 de julho.