FIC exibe Cecily Brown 

11/fev

Entrou em cartaz na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, a exposição “Se o paraíso fosse assim tão bom”, da artista britânica Cecily Brown, um dos nomes de maior destaque na pintura contemporânea internacional. A mostra pode ser visitada até o dia 30 de março, no terceiro andar. Antes, foi exibida com sucesso, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, e Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Com curadoria de Paulo Miyada, a exposição reúne um conjunto de obras que especula sobre a ideia de paraíso. Para isso, traça diálogos com a história da arte, em contato com artistas tão diversos quanto Bosch, Michelangelo, Brueghel e Rubens.

 

Cecily Brown emergiu nos anos 1990 e, atualmente, é uma das pintoras mais celebradas em todos os continentes. As 16 pinturas e os oito desenhos selecionados pela artista representam a frequente reflexão sobre um assunto que a tem fascinado: o paraíso. As obras são repletas de cor e movimento; faces – animais e humanas – espreitam os espectadores por entre véus de cor; figuras exploram o espaço pictórico e recusam-se à imobilização e fixação. Tudo está movimento, nada está assentado.

 

Para o curador, “Seus aspectos associáveis ao inferno (dinamismo, choque e confusão) seriam talvez bem-vindos para os cidadãos do presente, tão apaixonados pelo espetáculo de gratuidade e destruição que desfila nas velhas e nas novas mídias dia após dia, minuto a minuto”.

 

 

Sobre a artista

 

Cecily Brown nasceu em Londres em 1969. Seu trabalho figura em coleções públicas como Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York; Whitney Museum of American Art, Nova York; MFA, Boston; Tate Gallery, Londres; Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington, D.C.; e National Gallery of Art, Washington, D.C. Suas principais exposições individuais incluem exibições em museus como o Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, Washington, D.C. (2002); Macro, Roma (2003); Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri (2004); Museum of Modern Art, Oxford (2005); Kunsthalle Mannheim (2005/06); Des Moines Art Center, Iowa (2006); Museum of Fine Arts, Boston (2006/07); Deichtorhallen, Hamburgo (2009); Kestner Gesellschaft, Hanôver (2010, itinerante para GEM, Museum of Contemporary Art, Haia; e Galleria d’Arte Moderna e Contemporanea, Turim (2014). A artista também realizou inúmeras exposições individuais em galerias, incluindo a Gagosian Gallery, Maccarone Gallery, Victoria Miro, CFA, Kukje Gallery, entre outras. Cecily Brown vive e trabalha em Nova York.

 

 

Sobre a Fundação Iberê Camargo

 

A Fundação Iberê Camargo é uma instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1995, a partir de um desejo do próprio artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, e com o apoio de amigos e empresários de Porto Alegre.

 

Há 23 anos, a Fundação desenvolve ações culturais e educativas com a missão de preservar o acervo, promover o estudo, a divulgação da obra de Iberê Camargo e estimular a interação de seu público com arte, cultura e educação, por meio de programas interdisciplinares. A sede da instituição, inaugurada em 2008, foi projetada pelo português Álvaro Siza, um dos arquitetos contemporâneos mais importantes do mundo. O projeto recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza (2002) e é mérito especial da Trienal de Design de Milão.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries “Carretéis”, “Ciclistas” e “As idiotas”, em obras que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

Palestra de Rosana Paulino

01/fev

O programa “Contatos com a arte” receberá, no dia 07 de fevereiro, quinta-feira, às 19h30, a artista Rosana Paulino para uma conversa sobre sua obra presente na exposição “Passado/Futuro/Presente: arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo”.

 

 

Sobre a artista

 
Doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. É especialista em gravura pelo London Print Studio, de Londres e Bacharel em Gravura pela ECA/USP. Foi Bolsista do Programa Bolsa da Fundação Ford nos anos de 2006 a 2008 e Capes de 2008 a 2011. Em 2014 foi agraciada com a bolsa para residência no Bellagio Center, da Fundação Rockefeller, em Bellagio, Itália.

 

Como artista vem se destacando por sua produção ligada a questões sociais, étnicas e de gênero. Seus trabalhos têm como foco principal a posição da mulher negra na sociedade brasileira e os diversos tipos de violência sofridos por esta população decorrente do racismo e das marcas deixadas pela escravidão.

 

Possui obras em importantes museus tais como MAM; Unm – University of New Mexico Art Museum, New Mexico, USA e Museu Afro-Brasil – São Paulo

 
Conversa com Rosana Paulino

 

Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº. Acesso pelos portões 2 e 3

 
Horário: 19h30 às 21h30

 
Tel: (11) 5085-1300

Duas exposições na Europa

28/jan

 

Entre o final de janeiro e início de fevereiro, o fotógrafo e artista visual, Gilberto Perin realiza duas exposições na Europa nas quais apresenta série inédita na “Exposição de Arte Contemporânea da América Latina”, em Genebra, Suíça, e inaugura individual em Lisboa, Portugal. A série inédita “Fake Photos”, composta de 11 imagens que misturam o conceito de fake fotos, fake news e o paradoxo de René Magritte (“A Traição das Imagens”), será exibida em Genebra, a partir do dia 23 de janeiro. Já a série “Sem Identificação”, que foi exposta em 2018 no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, entra em cartaz na A Pequena Galeria, em Lisboa, no dia 07 de fevereiro.

 

A Exposição de Arte Contemporânea da América Latina (Exposition D’Art Contemporain D’Amérique Latine), no Centro de Artes da Ecole Internationale de Genève – Ecolint, vai exibir obras de 13 artistas e coletivos da América Latina até o dia 28 de fevereiro. Gilberto Perin foi convidado a expor na Ecolint após participar, no ano passado, de um projeto em parceria entre o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), sua Associação de Amigos (AAMARGS) e a escola da Unesco. O projeto “Travessia” propiciou um intercâmbio cultural entre estudantes gaúchos e suíços e artistas convidados. Além de Gilberto, outros dois artistas brasileiros que participaram do projeto também terão seus trabalhos expostos na Ecolint: o pintor Britto Velho e o fotógrafo Nilton Santolin.

 

Em “Fake Photos”, – seu trabalho mais recente -, o artista traduz suas inquietações sobre a autenticidade e a veracidade das imagens produzidas, além de fazer uma reflexão sobre o atual momento político no Brasil e suas relações com as fake news: ao carimbar as imagens com as palavras “Fake Photos”, Gilberto Perin nega tudo aquilo que apresenta. “A relação das minhas fotografias com essa temática me fez pensar sobre as fake news e, no meu caso específico como fotógrafo, nas fake photos. Afinal, o que é arte contemporânea? A fotografia pode ser vista como arte? Os carimbos chamam a atenção sobre se o que vemos na realidade é somente uma imagem ou é aquilo que queremos ver”, explica.

 

A série “Sem Identificação” é uma crítica irônica e reflexiva do momento atual, repleto de informações e mensagens visuais. O fotógrafo – junto aos modelos que posaram nus – produziu imagens icônicas, inspiradas em obras de arte conhecidas, e outras que surgiram espontaneamente no momento do ensaio fotográfico. Nas 25 fotografias que compõem a série, os corpos aparecem sem cabeças – efeito obtido apenas com o enquadramento da câmera. “A falta da cabeça e a ausência do olhar causa certo estranhamento e passa a significar uma identidade perdida, levando-se em conta que a cabeça é o centro de tudo: das emoções até a decisão da nossa vida ou morte. Em tempos de selfies, “Sem Identificação” tem concepção simples e direta, onde a nudez é apenas a parcela aparente daquilo que não é revelado sobre a nossa identidade e pensamento”, afirma o fotógrafo.

 

Sobre o artista

Gilberto Perin nasceu em Guaporé, RS, vive e trabalha em Porto Alegre. Formado em Comunicação Social pela PUC-RS, é fotógrafo, diretor de cena e roteirista. Tem dois livros publicados: “Camisa Brasileira” (2011) e “Fotografias para Imaginar” (2015). Suas obras são publicadas em livros, jornais e revistas brasileiras e também no exterior, e fazem parte de acervos de museus, entidades culturais e coleções particulares. Entre suas exposições individuais, destacam-se: “Linha d’Água e Sem Identificação” (2018) no MARGS; “Fotografias para Imaginar” (2013 e 2015), no Instituto dos Arquitetos do Brasil e Pinacoteca Aldo Locatelli, as duas em Porto Alegre: “Vestiário” (2013), no Museu do Futebol de São Paulo; “Camisa Brasileira” (2010 a 2018), Porto Alegre, no interior do Rio Grande do Sul, na França e Itália; “Conexões Infinitas” (2009), no Centro Cultural Erico Verissimo, em Porto Alegre. Participou também de exposições coletivas, como “Queermuseu” (2017 e 2018), no Santander Cultural em Porto Alegre e no Parque Laje no Rio de Janeiro; “A Fonte de Duchamp, 100 Anos de Arte Contemporânea”, MARGS, Porto Alegre; “Objectif Sport” (2016), circuito internacional da Aliança Francesa, em Porto Alegre na Galeria La Photo; “Manifesto: Poder, Desejo, Intervenção” (2014), MARGS, Porto Alegre; “The Beautiful Game: o Reino da Camisa Amarela” (2014), Museu dos Direitos Humanos do Mercosul, Porto Alegre; “De Humani Corporis Fabrica”, MARGS, Porto Alegre; “Cromo Museu” (2012), MARGS, Porto Alegre.

 

 

“Fake Photos” – Exposition D’Art Contemporain D’Amérique Latine

De 23 de janeiro a 28 de fevereiro de 2019 – Entrada franca

Local: Centre Des Arts – École Internationale de Genève – Ecolint

Campus La Grade Boissiére – 62, route de Chêne, CH-1208 – Genebra – Suíça

 

 

“Sem Identificação”

De 07 de fevereiro a 08 de março de 2019 – Entrada franca

Local: A Pequena Galeria –  Av. 24 de Julho 4C, 1200-109 – Lisboa – Portugal

 

Modernos & Arte Sacra no MAS/SP

18/jan

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Luz, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, exibe “O Sagrado na Arte Moderna Brasileira”, com obras de Agostinho Batista de Freitas, Alberto Guignard, Aldo Bonadei, Alex Flemming, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antonio Poteiro, Arcângelo Ianelli, Cândido Portinari, Carlos Araújo, Clóvis Graciano, Cristina Barroso, Emeric Marcier, Fé Córdula, Fúlvio Pennacchi, Galileu Emendabili, Glauco Rodrigues, Ismael Nery, José Antonio da Silva, Karin Lambrecht, Marcos Giannotti, Mestre Expedito (Expedito Antonio dos Santos), Mick Carniceli, Miriam Inês da Silva, Nelson Leirner, Nilda Neves, Oskar Metsavaht, Paulo Pasta, Raimundo de Oliveira, Raphael Galvez, Rosângela Dorazio, Samson Flexor, Sérgio Ferro, Siron Franco, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e Willys de Castro, sob curadoria de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho. A mostra expõe cerca de 100 obras – entre esculturas, desenhos, gravuras e pinturas – que formam um conjunto expressivo de artistas cujas produções abordam poéticas que aludem à fé e à religião, algumas de modo claro e explícito, outras, por meio de metáforas.

 

Até 1808, a temática religiosa dominou por completo a produção artística no país, entre o período que engloba o século 16 até a primeira década do século 19 – com exceção das obras de Franz Post e Albert Eckhout, que retrataram a paisagem, a flora, a fauna, a dança dos índios Tapuias, os tipos humanos e os empreendimentos açucareiros em Pernambuco. A partir de 1808, com a chegada da família real ao Brasil, os temas profanos passaram a ser adotados pelos artistas brasileiros, e algumas décadas depois já prevaleciam nas artes plásticas em nosso país.  “No século XIX, com a presença da missão francesa de arquitetos e artistas no Brasil, também ocorreu a representação do país e de sua sociedade por artistas como Debret e Taunay, entre outros. No correr do segundo império, os temas das pinturas brasileiras serão sobretudo patrióticos. Com o advento da semana de Arte moderna em 1922, inverteu-se a situação com o predomínio do profano e nossos modernistas e depois nossos contemporâneos se fizeram conhecidos do grande público por obras que não expressavam o sentimento religioso”, comenta o diretor executivo do MAS-SP, José Carlos Marçal de Barros.

 

Este conjunto de obras que compõem a nova mostra temporária do MAS-SP pode ser dividido entre os artistas modernos – Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery, Cândido Portinari, entre outros -, os populares – entre eles José Antonio da Silva, Agostinho Batista de Freitas, Antonio Poteiro – e os artistas contemporâneos, como Alex Flemming, Marcos Giannotti, Nelson Leirner, Oskar Metsavaht, entre outros. Nos dizeres de Fábio Magalhães e Maria Inês Lopes Coutinho: “Os modernistas foram, antes de tudo, transgressores e não apenas na expressão artística, também adotaram novos modos de vida, muitos deles, incompatíveis com os hábitos da sociedade brasileira, ainda fortemente rural. Influenciados pela grande metrópole francesa que vivia sua “folle époque”, esses jovens transgressores trouxeram novas ideias que tumultuaram os costumes até então estabelecidos na conservadora sociedade brasileira”.

 

A expressão do artista popular parte na maioria das vezes de experiências vividas, das crenças, dos rituais e das festas da sua comunidade. Procissões, as festas juninas, tão populares no Nordeste, e o folclore regional nutrem, muitas vezes, os temas religiosos. Em relação à arte contemporânea, os curadores destacam a presença não rara do tema religioso, “se o entendemos como manifestação de poéticas do sagrado, do sobrenatural, como forças da natureza que inquietam a cultura, ou mesmo os aspectos intangíveis que pressentimos nas coisas e nas pessoas, ou como apropriação de símbolos consagrados”. “Lograram o magnifico resultado que o Museu de Arte sacra apresenta nesta mostra, pois todos e cada um de nossos grandes artistas continuaram mantendo dentro de si a antiga religiosidade com que conviveram desde a sua infância”, conclui José Carlos Marçal de Barros.

 

 

Sobre o museu

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

 

 

 

De 26 de janeiro a 31 de março.

Remontagem no MAM/SP

11/jan

“Passado/Futuro/Presente: Arte contemporânea brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo” mostra exibida em 2017 no Phoenix Art Museum, chega à cidade de São Paulo. Setenta obras icônicas da coleção do MAM, Parque do Ibirapuera,  mostraram ao público norte-americano que a “brasilidade” não é um traço essencial da arte brasileira e que a diversidade de estilos, temas e suportes dá à arte produzida no país um caráter internacional e cosmopolita. A mostra agora será remontada no MAM.

 

 

De 22 de janeiro a 21 de abril.

Abstração informal

07/jan

A exposição “Oito décadas de abstração informal”, – em conjunto com o Museu de Arte Moderna de São Paulo – encontra-se em cartaz na Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. Em exibição, obras assinadas, dentre outros, por Tomie Ohtake, Roberto Burle Marx, Vieira da Silva, Antônio Bandeira, Iberê Camargo, Maria Martins, Fernando Lindote, Lucia Laguna, Maria Polo, Ivald Granato, Jorge Guinle, Takashi Fukushima, Shirley Paes Leme, Tatiana Blass, Yolanda Mohaly, Nuno Ramos, Maria Bonomi, Leda Catunda, Edith Derdyk, Luiz Aquila, Manabu Mabe e Dudi Maia Rosa. Os trabalhos apresentados datam entre os anos de 1940 a 2010.

 

 

Texto de Felipe Chaimovich e Lauro Cavalcanti

 

A arte abstrata começou a ser praticada no Brasil, na década de 1940. Desde o início, surgiram duas linhas: a abstração informal e a abstração geométrica. A abstração informal caracteriza-se pela expressão de gestos do artista, seja com os materiais da pintura, ou da escultura; como resultado, o estilo de cada artista torna-se muito singular. A abstração geométrica, por outro lado, parte de princípios universais da matemática e da geometria, criando uma identidade mais coletiva. Os artistas que praticaram a abstração informal no Brasil não constituíram grupos permanentes, pois a singularidade do estilo de cada qual se impunha sobre princípios gerais. Assim, não há uma escola da abstração informal, ao contrário da geométrica, que levou à formação de grupos como o Ruptura, o Frente e o Neoconcreto. Da mesma forma, não se destacaram críticos de arte que representassem os artistas informais, embora houvesse aqueles que defendessem a abstração geométrica e acusassem a abstração informal de excessivo subjetivismo.

 

Entretanto, a abstração informal semeou no Brasil um extenso campo de arte gestual e da exploração da matéria da obra de arte. Ao reunirmos duas das coleções mais importante do Brasil, a do Museu de Arte Moderna de São Paulo e a do Instituto Casa Roberto Marinho, exibimos a permanência e a potência da abstração informal ao longo das últimas oito décadas. Apesar de ataques recorrentes contra o informal e dos modismos que defendem a arte geométrica, os artistas que praticaram a abstração informal no Brasil testemunham a coerência de seus estilos singulares, a radicalidade na exploração da matéria artística e o lirismo visual de suas composições. Convidamos o público a reencontrar-se com oito décadas de nossa abstração informal.

 

 

Até 09 de junho.

 

Quatro no Museu da República

20/dez

A Galeria do Lago, Museu da República, Catete, Rio de Janeiro, RJ, encerra o ano com a abertura de “Quimera”, mostra que reúne três gerações com quatro artistas e curadoria compartilhada de Isabel Sanson Portella com Ricardo Kugelmas, curador do espaço Auroras em São Paulo. Ana Prata, Bruno Dunley, Veío  e Liuba Wolf são os artistas que expõem suas pinturas, esculturas e desenhos. Trata-se, primeiramente, de um diálogo de gerações onde a exaltação imaginativa em diferentes técnicas aparece como destaque. A Quimera mitológica, símbolo complexo de criações imaginárias do inconsciente, representa a força devastadora dos desejos frustrados, dos sonhos que não se realizam, da utopia e fantasias incongruentes. Monstros fabulosos alimentam, desde sempre, a imaginação do homem com devaneios necessários à expansão da alma.

 

“O diálogo que se estabelece entre os quatro artistas resulta numa mostra de identidades e poéticas que se aproximam enquanto falam de desejos e expectativas. Embora as práticas sejam distintas existe a mesma procura pela excelência, pela abstração e simplicidade das formas. A eles interessa o prazer criativo, a “brincadeira séria” e a liberdade de sonhar”, avalia a curadora, Isabel Sanson Portella, que também é diretora da Galeria do Lago.

 

 

Sobre os artistas

 

Liuba Wolf

 

Inserida na tradição da escultura moderna desde os anos 1950, é considerada uma das pioneiras entre as artistas mulheres que se dedicaram à arte de esculpir. Inicialmente figurativa, a artista passou, a partir dos anos 1960, por uma significativa mudança formal que a levou à “quase abstração”, tendo a figura do animal como referência. Suas obras, como a própria artista afirma, vêm do inconsciente e são uma “simbiose entre vegetal e animal.” A força e beleza de seus trabalhos inspirou, certamente, toda uma geração de artistas que se seguiu.

 

Véio

 

Artista sergipano dos mais destacados na arte popular brasileira, utiliza a madeira para representar o seu olhar crítico sobre o homem e a vida no sertão nordestino. Transforma restos de troncos da beira do rio, em esculturas coloridas, seres imaginários e personagens místicos que surgem das histórias de assombração ouvidas na infância. O universo de Véio, autodidata e muito enraizado em sua terra natal, é povoado pela tradição popular que o faz perceber o poder da transformação e da luta pela forma pura.

 

Ana Prata

 

A artista entende a pintura como meio de experimentação e linguagem. Seus trabalhos apresentados em Quimera trazem algumas propostas bastante significativas nesse diálogo de gerações e lugares de fala. A procura pela liberdade, o prazer criativo e a imaginação são pontos em comum nos quatro artistas selecionados. Para Ana Prata é importante variar, criar sempre algo novo para que outros sentimentos aflorem. Sua obra está aberta a novas propostas e respostas. E é sempre no olhar do expectador que a narrativa se completará.

 

Bruno Dunley

 

Sua prática é voltada para a abstração gestual, sem, entretanto, perder o foco na representação dos objetos. Para ele existe uma mudança fundamental na função da imagem que deixa de ser forma única de apresentação de uma ideia. As cores utilizadas, delicadas mesmo quando as imagens são violentas, aparecem ora em manchas, ora como fundo para os desenhos. Quase sempre há uma cor predominante, pastel seco aplicado com vigor além de traços em carvão. Bruno não procura a beleza perfeita e absoluta, mas cada vez mais pensa em uma beleza possível, direta. Algo que faça o espectador apurar o olhar e criar sua própria experiência sensorial.

 

 

Até 24 de fevereiro de 2019.

Tons de brancos no Paço Imperial

18/dez

O carioca Ronaldo do Rego Macedo mostra 40 trabalhos inéditos em óleo sobre tela e sobre papel na individual, intitulada “Fissão)(Tectônica”, um segmento de sua produção dos anos 2010, que ocupa três salas do Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Sonia Salcedo Del Castillo. Ronaldo do Rego Macedo é um pintor que não faz concessões no conceito nem na feitura de seus trabalhos.

 

A pintura abstrata recente do artista, professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, é a continuidade de uma pesquisa de décadas, em que a cor constitui pura presença física. Cores vibrantes, criadas por Ronaldo são “soterradas” por camadas muito espessas de tinta a óleo de tons de branco, aplicadas com pincel, trincha, vassoura ou a mão diretamente. Nas telas grandes e pequenas, há vestígios de vermelhos, azuis e roxos implacavelmente cobertas pelos brancos, nos quais a marca das “pinceladas” se faz evidente.

 

“Estou sempre girando em torno do tema da invisibilidade, do silêncio, do vazio. Sempre há algo que nunca se revela inteiramente, fica à sombra (…). A pintura vem para a frente, ela quer nos abraçar, mas há alguma coisa que chama atenção para o que é fluido e recessivo. O título, quando aparece inscrito na pintura, (…) é, muitas vezes, é um signo vazio, que nada significa, ainda bem. E que tem sempre um apagamento, que contradiz essa presença da área pintada”, entrega Rego Macedo.

 

Sobre o apagamento a que o artista se refere, a curadora Sonia Salcedo Del Castillo descreve no texto de apresentação: (…) o vigor impresso à fatura de suas telas resulta em espaço e presença pulsantes. Há nela tal frescor que, por vezes, parece sugerir sabor à sua pintura.”

 

 
Sobre o artista

 

Ronaldo do Rego Macedo nasceu no Rio de Janeiro, em 1950. Fez sua primeira individual aos 23 anos no Rio, à qual se seguiram outras 12 em capitais brasileiras. Desde os 19 anos participa de coletivas no Brasil e em cidades como Montevidéo, Buenos Aires, Cidade do México, Toronto, Pully (Suíça), Viena e Linz (Áustria), Paris, Bruxelas, Cairo, Rabat e Tóquio. O artista esteve nas edições da Bienal Internacional de São Paulo de 1973 e de 1987, quando ganhou Sala Especial, e no Salão Nacional de Arte Moderna de 1972 e 1973. Sua pintura está nas coleções de Gilberto Chateaubriand, João Sattamini, Giovanni Bianco, Antonio Cicero, Brenda Valansi, Lauro Jardim, Marcel Telles (Ambev), e nos acervos do MAM Rio e do Museu Nacional de Belas Artes (RJ). Teve como mestre o pintor Aluisio Carvão, com quem estudou três anos no MAM Rio. Foi ainda aluno de Lygia Pape e Cildo Meireles também no MAM Rio.

 

 

Até 17 de fevereiro.

Pinturas de Lucia Laguna no MASP

14/dez

Entra em exibição noMASP, Paulista, São Paulo, SP, exposição individual de pinturas de Lucia Laguna. A paisagem é o ponto de partida para as pinturas da  artista nascida em 1941, em Campos dos Goytacazes, RJ. Atualmente Lucia Laguna vive no Rio de Janeiro. Dos arredores de seu ateliê, no bairro de São Francisco Xavier, subúrbio do Rio de Janeiro, a artista extrai o vocabulário de formas, de cores e de imagens que vão compor suas pinturas. Laguna passou a dedicar-se à pintura depois de se aposentar como professora de literatura portuguesa e latina, e frequentar os cursos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, nos anos 1990. A artista buscou na janela de sua casa-ateliê – com vista para o morro da Mangueira – a paisagem, os modos de construção e a arquitetura do subúrbio para definir sua maneira de pintar.

 
Esta exposição reúne 21 obras da produção recente da artista realizadas entre 2012 e 2018, e dos três principais temas trabalhados por ela: Jardins, Paisagens e Estúdios. Parte desta mostra é composta pelas “Paisagens” que Lucia Laguna realizou tendo como tema bairros da Zona Norte do Rio de Janeiro. Com essas obras, a artista propõe outro imaginário do subúrbio carioca, incorporando sua experiência e memória. Nesta série, a artista expande sua “vizinhança” para o espaço do museu: em uma tela realizada especialmente para esta mostra – Paisagem nº114 (MASP) (2018) -, a artista absorve os objetos de seu ateliê, as plantas do jardim de sua residência, elementos arquitetônicos do edifício do MASP e das obras da coleção do museu.

 

Ao visitar o ateliê de Lucia Laguna percebe-se uma extensa lista de artistas fixada em uma das paredes, na qual constam nomes canônicos da história da arte ocidental, como Paolo Uccello, William Turner, Paul Cézanne, Henri Matisse, Pablo Picasso, mas também artistas contemporâneas como Beatriz Milhazes e Paula Rego. Ao definir esses artistas como sua “família artística” e viver diariamente com essas referências em seu ateliê, Laguna os traz para o convívio com o morro da Mangueira, com o barulho do trem, com os muros de contenção dispostos nos “pés” da favela, com a trepadeira que cresce no jardim e invade o estúdio, com os passarinhos que entram pela janela – enfim, com toda essa simultaneidade de camadas que compõem o subúrbio e a natureza do quadro de Lucia Laguna. A exposição “Lucia Laguna: vizinhança” tem curadoria de Isabella Rjeille, assistente curatorial do MASP.

 

 

Até 10 de março de 2019.

Adriana Varejão no MAR

07/dez

Encerrando o ciclo de comemorações pelos cinco anos do Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de janeiro, RJ, todos sob a gestão do Instituto Odeon, uma bandeira de Adriana Varejão será hasteada na instituição no próximo sábado, 08 de dezembro, às 17h.

 

Com o intuito de aumentar a visibilidade do MAR na Praça Mauá e marcar o museu como a embaixada da arte no Rio, a diretora executiva da instituição, Eleonora Santa Rosa, convidou a artista para criar uma bandeira de quase 20 metros para reativar o mastro do prédio, nunca antes utilizado desde a sua inauguração, em 2013.

 

A experiência é nova para Adriana Varejão. “Essa é minha primeira bandeira. Minhas inspirações foram a Pequena África, região do MAR, e o corpo da mulher. Por isso, uso um búzio que remete a casa e ao universo feminino, além de ter uma forte relação com o mar lembrando a chegada dos Africanos à região”, explica.  A bandeira tomou forma através das mãos de uma costureira que atende ao lado do museu.

 

Adriana é carioca e uma das artistas brasileiras de mais destaque na cena contemporânea, no Brasil e no exterior. Realiza exposições individuas desde 1988, sendo a última este ano na Victoria Miro Gallery, em Veneza, Itália.

 

Na exposição Mulheres na Coleção MAR, aberta ao público em 16 de novembro no Museu de Arte do Rio, a artista participa com cinco obras: as pinturas “Monocromo “Jiaguwen” (2011) e “Polvo Portraits – Amazônia” (2014), as fotografias “Mêlée de Guerriers Nus – Redux” (2005) e “Contingente” (2000), e “Tintas Polvo” (2013), uma caixa de madeira com tampa de acrílico, contendo tubos de tinta a óleo em bisnagas de alumínio.

 

 

Sobre o Museu de Arte do Rio – MAR

 

Uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o MAR tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar -, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação com base no programa curatorial que norteia a instituição. O MAR é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social da Cultura, selecionada pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro por edital público. O museu tem o Grupo Globo como mantenedor.

 

A Escola do Olhar conta com patrocínio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, da Dataprev e One Health via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. A Aliansce apoia as visitas educativas – Partiu MAR via Lei Rouanet. A Verde apoia o programa de Formação com Professores da Escola do Olhar via Lei Rouanet. A Vivo patrocina o programa de cultura MAR de Música 2018 através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O MAR conta também com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, e realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

 

Serviço

 

Entrada: R$ 20 I R$ 10 (meia-entrada) – para pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. O MAR faz parte do Programa Carioca Paga Meia, que oferece meia-entrada aos cariocas e aos moradores da cidade do Rio de Janeiro em todas as instituições culturais vinculadas à Prefeitura. Apresente um documento comprobatório (identidade, comprovante de residência, contas de água, luz, telefone pagas com, no máximo, três meses de emissão) e retire o seu ingresso na bilheteria. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).

 

Bilhete Único: R$ 32 – R$ 16 (meia-entrada) para cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência. Serão considerados documentos comprobatórios aqueles que contenham o local de nascimento, tais como RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.  Serão considerados comprovantes de residência os títulos de cobrança com no máximo 3 (três) meses de emissão, como serviços de água, luz, telefone fixo ou gás natural, devidamente acompanhado de documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.) do usuário.

 

Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até 5 anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo. Às terças-feiras a entrada é gratuita para o público geral.

 

Terça a domingo, das 10h às 17h. Às segundas o museu fecha para o público.