Steve Jobs, o visionário

20/jun

Homem que impactou o mundo com sua personalidade e capacidade de inovação, Steve Jobs é o tema da exposição “Steve Jobs, o visionário” no Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP. Uma realização da agência ítalo-brasileira Fullbrand, co-realizada pelo MIS. Na exposição, o público terá acesso ao rico universo de Steve Jobs. São 209 itens entre fotos, filmes, reportagens e produtos históricos que mostram a forma como pensava e criava uma das maiores personalidades do século XX.

 

Em “Steve Jobs, o visionário”, há um percurso estruturado por células narrativas – Espiritualidade, Inovação, Competição, Fracasso, Negócios e Sonho – concebido pelo escritório Migliore + Servetto Architects – traz uma experiência rica e profunda do universo de Jobs. O público tem acesso a centenas de pequenas e grandes inovações criadas por Jobs. Entre elas a peça mais rara da exposição: o Apple 1, fabricado em 1976, que foi adquirido em um leilão da Christie’s por U$ 213,6 mil, em novembro de 2010, por Marco Boglione, idealizador da exposição. Hoje, o computador já triplicou de valor. Outro destaque nesse tema é o Lisa, que, lançado em 1983, foi o primeiro computador pessoal a ter um mouse e uma interface gráfica – mas foi considerado como um dos maiores fracassos da Apple.

 

Os visitantes também têm acesso a uma sala dedicada às imagens inéditas de Jobs em sua vida cotidiana feitas por Jean Pigozzi, francês radicado em Nova York, fotógrafo de confiança do inventor.

 

A inspiração para a exposição surgiu a partir de uma mostra sobre o criador da Apple realizada na Itália, porém, o formato implantado no Brasil é totalmente original. Antes de São Paulo, a exposição passou pelo Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz no Píer Mauá. Com apresentação do Ministério da Cultura e Bradesco, “Steve Jobs, o visionário” conta ainda com patrocínio da Cielo e apoio da Superga.

 

 

 

Sobre Steve Jobs

 

Nascido em 1955 em São Francisco, no Estado da Califórnia, EUA, Steve Jobs foi dado para adoção pelos seus pais, que não tinham condição de criá-lo. Desde jovem demonstrou interesse e habilidade para inovar e, em 1976, fundou a Apple, empresa consagrada seguidas vezes como a mais valiosa do mundo. Jobs revolucionou o universo da tecnologia ao lançar produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Em 1984, demitiu-se da Apple e fundou a NeXT, companhia especializada em desenvolvimento de softwares. Anos mais tarde, em 1996, a Apple comprou a NeXT e Jobs assumiu o cargo de CEO da gigante da tecnologia, onde permaneceu até 2011, quando renunciou ao cargo em função de um câncer. Morreu ainda em 2011, aos 56 anos, em decorrência da doença.

 

 

Até 20 de agosto.

A Novíssima Geração 2017

12/jun

O Museu do Trabalho, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, promove de cinco em cinco anos a “A Novíssima Geração”, um projeto voltado aos jovens artistas que pintam e desenham. Exclusivo a artistas residentes em Porto Alegre e região metropolitana, com idade máxima de 29 anos, esta edição da “Novíssima” contou com 58 inscritos para a fase seletiva. Foram selecionados oito artistas pelo júri formado por Gabriela Motta, Fabio Zimbres, Gelson Radaelli, Egon Kroeff e Jailton Moreira.

 

Bruno Tamboreno, Daiana Schröpel, David Ceccon, Erica Maradona, Gustavo Assarian, Letícia Lopes, Manu Raupp e Marcelo Bordignon, são os integrantes da coletiva da 4ª edição da “A Novíssima Geração”. O júri também escolheu um entre os oito participantes para realizar uma exposição individual no Museu do Trabalho, em 2018. O artista contemplado vai ser anunciado durante a abertura da mostra no dia 13 de junho.

Festa em Santa Teresa

17/mai

A Festa Literária de Santa Teresa, FLIST, Rio de Janeiro, RJ, que, anualmente, leva 20 mil pessoas à Santa Teresa, em especial, ao Parque das Ruínas, acontece nos dias 20 e 21 de maio e vai homenagear as autoras Conceição Evaristo e Graça Lima. O evento terá também três tributos: 100 anos da compositora chilena Violeta Parra, 55 anos de Cássia Eller e 90 anos de Tom Jobim. A FLIST é organizada pelo Centro Educacional Anísio Teixeira – CEAT. O evento que terá apresentações musicais, exposições, contação de histórias e bate-papos será encerrado com um show da cantora Elisa Addor no domingo, 21 de maio, às 17hs.

 

A FLIST, em sua nona edição, dará visibilidade ao protagonismo feminino. Estarão em debate, e nos debates, as mulheres que vivem das letras, das palavras, da literatura, dos bordados, as que buscam autoconhecimento, bem-estar e qualidade de vida, as que fazem trabalhos corporativos, as que vivem da cozinha e as indígenas.

 

A FLIST terá quatro exposições: No mundo da Mitologia Iorubá; Livros para Vestir; Quantas Origens cabem dentro de mim? E uma exposição em homenagem à Cássia Eller, Tom Jobim e Violeta Parra.

 

 

Outros espaços

 

O Museu Chácara do Céu vai sediar uma conversa com a artista plástica Noni Ostrower sobre o acervo do instituto que leva o nome da sua mãe, Fayga Ostrower. No Estúdio Denise Tenório, acontece, duas vezes por dia, a performance multimídia Leitura compartilhada Em cena ando com João Cabral de Melo Neto.

 

 

Outras atrações

 

Entre as atrações estão também: Troca-troca de livros da Secretaria Municipal de Cultura; Geladeira Literária do CEAT; Banca de livros: empréstimo de livros para moradores de Santa Teresa e Bré-Art – Brechó social de moda sustentável. As livrarias Paulinas, Blooks e a editora Malê estarão presentes ao evento com seus lançamentos.

O anjo de Nelson Leirner

15/mai

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta a partir do dia 13 de maio a obra “O anjo exterminador”, do artista Nelson Leirner, no primeiro andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 2, São Paulo, SP. A obra será exposta no Octógono. Feita em 1984, a peça foi remontada em 2014 e reúne centenas de estatuetas e bibelôs alinhados em dois grupos posicionados frente a frente e separados por uma ponte. O título do trabalho faz referência ao filme homônimo do espanhol Luis Buñuel.

Essa obra soma-se a outras 12 peças do artista que já pertencem ao acervo do museu, a maioria datada da década de 1960. Essa instalação permite à Pinacoteca ampliar a representação da obra de Leirner em sua coleção.

 

 

Sobre o artista

 

A palavra da curadoria

 

por José Augusto Ribeiro, curador da Pinacoteca

 

A produção de Nelson Leirner envolve a paródia do sistema de arte e a apropriação de imagens e objetos corriqueiros, desde meados da década de 1960. Materiais da cultura de massa e itens decorativos, como quadros, estatuetas e selos adesivos, aparecem na obra do artista para questionar e rir de hierarquizações de “bom” e “mau” gosto, de “alto” e “baixo” registro. Muitas vezes com alusões a obras, escolas e estilos canonizados pela História da Arte, de Michelangelo a Fontana, do barroco ao Young British Artists, de Duchamp e do neoplasticismo a Beuys e à arte conceitual. Tudo isso misturado a um repertório em que cabem ainda anúncios publicitários, a figura do Mickey Mouse, o distintivo do time do Corinthians, etc.

 

A ideia de uma sociedade que não deixa romper os próprios limites ou que reproduz distinções entre grupos de indivíduos é comum ao filme de Buñuel e à obra do artista brasileiro. O trabalho de Leirner é também um de seus primeiros a lançar mão desse procedimento de acúmulo e distribuição de pequenas esculturas em uma cena que lembra uma procissão.

 

Até 31 de julho.

Suzana Queiroga no MNBA

Completando dez anos de criação, o projeto “Ver e Sentir através do toque” do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ, voltado para a acessibilidade e a sustentabilidade, inaugura uma nova fase: o foco agora se volta para a arte contemporânea.

 

Nesta nova etapa a convidada é a artista visual Suzana Queiroga, integrante da famosa Geração 80 do Parque Lage, cuja exposição o MNBA abre na Sala Mario Barata, no dia 16 de maio, às 12h, em evento integrante da 15ª Semana dos Museus, promovida pelo IBRAM.

 

Um dos destaques da mostra é a obra “Topos”, um relevo em gesso doado em 2009 ao MNBA, produzida já com a intenção de participar de um projeto educativo, no qual a relação com a obra pudesse ser estimulada a partir da percepção tátil.

 

Além desta, serão exibidas outras três obras, sendo que uma delas será produzida na abertura da exposição, focando no desenvolvimento de uma rica experiência sensorial com cegos e videntes. Suzana Queiroga vai apresentar um mapa interativo da região onde se localiza o Museu Nacional de Belas Artes, além de outras obras que poderão ser tateadas.

 

O trabalho “Topos” será ambientado num novo contexto, onde a percepção visual pode ser minimizada e outros sentidos precisam ser ativados, o relevo, junto a outras obras, ganha novas dimensões e um espaço ampliado. Em um ambiente com pouca iluminação e sem informação textual, pretende-se acionar outros sentidos, que as cores ganhem som, cheiro, textura, sentimentos e sensações.

 

“É um caminho a ser percorrido com o corpo, onde o tempo é ativado e uma narrativa se inicia. Aqui, dar espaço aos outros sentidos é uma oportunidade singular de reaprender o mundo”, explicam os curadoes Daniel Barretto, Simone Bibian e Rossano Antenuzzi, todos técnicos do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC.

 

Paralelamente, haverá uma mesa-redonda com a artista e seus convidados, discutindo o tema da ciência e arte, incluindo a participação de uma neurocientista.
Iniciado em 2007, o projeto previu a possibilidade do toque em reproduções em baixo relevo e algumas maquetes, feitas a partir do acervo artístico do museu, de obras especialmente selecionadas para este trabalho. O objetivo foi possibilitar a experimentação estética e o conhecimento sobre história da arte e processos artísticos, tornando-os acessíveis às pessoas cegas e com baixa visão, de forma a democratizar o acesso à cultura.

Memórias sobre papel

O artista plástico Marcos Duprat inaugura a exposição individual “Memórias Sobre Papel” na sala Clarival do Prado Valladares, no Museu Nacional de Belas Artes, Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ.  

 

A mostra é um panorama dos desenhos de Marcos Duprat, em mais de quatro décadas, e reúne 36 obras sobre papel. As imagens ilustram as transformações em sua linguagem e imagística em seu enfoque do “enigma da realidade visível”.

 

Datadas de 1977 a 2017, seus trabalhos abordam a temática do mundo exterior (paisagens e figuras na água) e o mundo interior (naturezas mortas, retratos, figuras e reflexos em espaços íntimos). O artista utiliza diversos meios, como lápis de cor, crayon, pastel seco e oleoso, aquarela e óleo sobre diferentes papéis: Canson, Schoeller, Fabriano, polpa vegetal e papéis artesanais japoneses e brasileiros. A luz é um elemento chave na articulação dessas imagens.

 

Para o artista, essa mostra marca os momentos importantes em seu percurso artístico e pessoal: “Algumas dessas imagens são por mim associadas a minha memória afetiva e outras a lembranças e registros dos diversos países onde vivi, em especial os dez anos em que estive na Ásia. É para mim um momento feliz poder partilhar com o público da minha cidade esses registros”. Desde 2008, Marcos Duprat tem seu ateliê no Rio de Janeiro. Seu acervo pessoal conta com um número expressivo de pinturas, desenhos, fotografias e esculturas.  

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1944, Marcos Duprat manteve ao longo de sua vida diplomática a constância e o fluxo de sua obra. As influências de sua formação artística no Rio de Janeiro e nos EUA, bem como posteriormente dos sete anos vividos na Europa e dos nove na Ásia, deixaram traços nítidos em seu trabalho. Não obstante, o seu registro visual é singular e se mantém coerente. Com sua formação artística iniciada no MAM do Rio de Janeiro, prosseguiu com o mestrado em Belas Artes em Washington, D.C, onde fez sua primeira individual, em 1977. Realizou inúmeras mostras individuais no Brasil, dentre as quais: MASP, SP, 1979 e 1988; MAC, SP, 1995; Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006; e MUBE, Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo, SP, 2015.  No Rio de Janeiro apresentou suas obras no Centro Cultural Correios, em 1995 e 2008; Instituto Cultural Villa Maurina, 1996 e no Centro Cultural Banco do Brasil, 1999. No exterior realizou também inúmeras exposições em museus, dentre os quais o Centro Culturale San Fedele, Milão, Itália, 1990; Museu Nacional da Hungria, 1993; Museo de Arte Contemporaneo de Montevidéu, Uruguai, 1999; Teien Metropolitan Art Museum, Tóquio, Japão, 2003 e a Sidhartha Art Foundation em Kathmandu, Nepal, 2013. Em 2016, realizou mostra retrospectiva de pinturas no Espaço Cultural Eliseu Visconti, na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

De 16 de maio a 02 de julho.

Curso sobre Doris Salcedo

Será desenvolvido nos dias 18 e 25 de maio curso sobre a obra de Doris Salcedo com a professora e museóloga Libia Schenker na Casa Museu Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ. No curso, “O grito de uma mulher”, Libia Schenker vai analisar o contexto histórico das obras da artista e seu discurso conceitual. O curso é imperdível. Doris Salcedo é uma das artistas colombianas de maior reconhecimento internacional. A artista plástica explora temas como a violência política, o tráfico de drogas, as milícias e o machismo em seu país.

 

 

Sobre a artista

 

Doris Salcedo, artista contemporânea colombiana, atua na denúncia da dramática luta entre o tráfico de drogas, guerrilheiros, milícias e o governo, uma tragédia que atinge esse país há cerca de 50 anos. Mas para concretizar essa temática ela cria uma linguagem visual sem sentimentalismo, e sim como um lugar simbólico onde o que foi destruição é refeito como memória coletiva, com características plásticas singulares, sem estetizar a dor.

Desvelar o seu discurso conceitual para captar a essência do trágico, é a tarefa primordial. Doris Salcedo busca quebrar a força agressiva do anonimato das mortes, do brutal assassinato dos mais desprotegidos, sem cair na armadilha oposta de voyeurismo, de exploração sentimental. Ela, acima de tudo, expõe como o tempo pode ser cruel com a memória. Mas não cria monumentos perenes, e sim obras que se apropriam de objetos cotidianos e simples pertences dessas vítimas da violência. Nomes e identidades, assim como imagens reais do drama são omitidos, a memória surge através do grito silencioso da sua Arte

 

1ª aula – Apresentação do contexto histórico e dos seus trabalhos desde o início da sua carreira e análise do seu discurso conceitual.

2ª aula – Continuação dessa apresentação até os dias atuais, e sua análise conceitual.

 

 

Sobre Líbia Schenker

 

Museóloga, especialista em História da Arte pelo Curso de Pós-graduação da PUC-RJ. Professora adjunta do Curso de Museologia da UNI-RIO (1977 – 2012), professora de História da Arte Moderna dos cursos do Departamento de Atividades Educativas no MAM-RJ (1982-1985). Autora do livro “Colecionismo Moderno – Uma Saga Russa”, Rio de Janeiro, Usina de Letras, 2011.

 Mostras no Museu da República

09/mai

As duas novas exposições que ocupam espaços no Museu da República, Catete, Rio de Janeiro, RJ, guardam em comum o fato de ambas remeterem, de alguma forma, à história do lugar.

 

Em “Do pó ao pó”, o artista Zé Carlos Garcia lança, na Galeria do Lago, um questionamento sobre a importância dos bustos que “povoam” os corredores do museu, com suas montagens de pedras sedimentares que se assemelham a figuras humanas sem identidade.

 

 

“Do pó ao pó”

 

Morador de Nova Friburgo, o artista Zé Carlos Garcia começou a selecionar pedras que tivessem alguma identificação com os rostos humanos há mais um menos um ano atrás. O resultado deste garimpo pode ser conferido na exposição “Do pó ao pó”, totalizando cerca de 18 peças de pedra que remetem a bustos, na Galeria do Lago.

 

“Minha ideia é instigar o questionamento sobre os bustos de figuras consideradas importantes, mas que hoje ninguém sabe quem são. Por que devemos louvá-los?”, provoca Zé Carlos Garcia. Uma curiosidade: o Museu da República possui a maior coleção de bustos de todos os presidentes do Brasil na 1ª República.

 

“O trabalho do Zé Carlos Garcia promove a reflexão sobre diversas questões e simbolismos que acompanham o ser humano desde sempre. Vida e morte, permanência, deterioração, pedra e pó são algumas das instigantes propostas exploradas pelo artista visual, ao retomar sua pesquisa sobre monumentos urbanos, representados por ele como bustos em pedra sedimentar”, afirma a curadora Isabel Sanson Portella.

 

Já o artista visual Alessandro Sartore, propõe, com sua instalação “Fa Pianger e Sospirare”, montada no Coreto, uma volta à sua função regressa. A curadoria é assinada por Isabel Sanson Portella e a abertura acontece no dia 13 de maio, a partir das 16h, com food trucks e bebidinhas do Hostel Contemporâneo.

 

 

“Fa pianger e sospirare”

 

Alessandro Sartore foi buscar na sua própria memória a música reproduzida dentro do Coreto onde monta a sua instalação “Fa pianger e sospirare”. O nome da exposição foi tirado de um trecho da canção italiana “Quel Mazzolin Di Fiori”, que Sartore ouvia na casa da família de ascendência italiana quando criança.

 

“Idealizei a manipulação do espaço de forma que ele voltasse a ter uma função regressiva, já que o público terá que adentrar o coreto para ouvir a música e visualizar a obra composta por luzes que emanam de uma gambiarra dourada, fumaça e uma bailarina de porcelana no centro de um banco. Se para ouvir música o público antigamente se reunia do lado de fora, agora terá que adentrar a construção existente para vivenciar outra forma de arte. Pretendo acionar, ao mesmo tempo, as memórias afetiva, visual e auditiva dos visitantes”,explica Alessandro Sartore.

 

“Sartore gosta de pensar na manipulação dos espaços como uma equação matemática. Imagina todas as informações agregadas ao seu trabalho como dimensões. São mais do que camadas sobrepostas, são planos cuidadosamente organizados que constroem espaços tridimensionais. Em ‘Fa Pianger e Sospirare’, percebemos claramente os diversos planos com que o artista construiu sua equação. A delicada porcelana, a luz, a fumaça e a música trazem para dentro do espaço o encantamento que antes dele saía”, explica a curadora, Isabel Sanson Portella.

 

 

De 13 de maio a 20 de agosto.

Rio de Janeiro indígena

08/mai

O Museu de Arte do Rio apresenta “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena”, uma mostra sobre a história do estado do Rio como história indígena. Concebida a partir da colaboração de povos, aldeias e indígenas que residem no estado ou na capital carioca, a exposição é fruto de diálogos conduzidos entre 2016 e 2017 pela equipe de pesquisa, curadoria e educação do MAR. Esses encontros eram abertos ao público e foram realizados no museu e nas aldeias envolvidas.

 

“Dja Guata Porã” traz obras, vídeos, fotografias e outros dispositivos criados pelos indígenas para a exposição, entrecruzados com documentação e iconografia histórica sobre algumas das mais importantes questões dessa história. Uma grande linha do tempo contextualiza conceitos, períodos e acontecimentos, enquanto quatro núcleos lançam luz sobre povos e indígenas que hoje habitam o estado do Rio: os Guaranis, os Puris, os Pataxós e os indígenas que moram em contexto urbano, a exemplo da Aldeia Maracanã.

 

Ao mesmo tempo, cinco estações concebidas com a colaboração de Josué Kaingang, Eliane Potiguara, Anari Pataxó, Niara do Sol e Edson Kayapó abordam temas que atravessam épocas e povos, denotando sua relevância para a história cultural e de resistência dos povos indígenas: educação, comércio, arte, natureza e mulher. “Dja Guata Porã” convoca e busca potencializar a dimensão polifônica da diversidade cultural dos povos que fazem, histórica e atualmente, a história do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

A curadoria é de Sandra Benites, José Ribamar Bessa, Pablo Lafuente e Clarissa Diniz. “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena” tem o apoio da Repsol.

 

 

 

De 16 de maio a 04 de março de 2018.

Fotógrafos internacionais

03/mai

A exposição “Face a face com grandes fotógrafos”, do artista chinês Zhong Weixing, que estreia dia 11 de maio no Museu Histórico Nacional, Praça Marechal Âncora, s/n, Centro, Rio de Janeiro, RJ, traz ao país obras realizadas em um ambicioso projeto desenvolvido pelo artista desde 2015. Fotógrafo e colecionador de arte, Zhong, especialista em capturar paisagens e detalhes de viagens, foca neste projeto um outro cenário: os maiores nomes da fotografia contemporânea mundial.

 

Com curadoria de Jean-Luc Monterosso e Milton Guran, a exposição traz retratos feitos em estúdio de nomes como os brasileiros Sebastião Salgado, Miguel Rio Branco e Vik Muniz, além de feras internacionais como Robert Frank, Bernard Plossu, Duane Michals, Cristina de Middel, Martin Parr e William Klein, entre outros. A ideia é buscar a personalidade do fotógrafo por trás das lentes. Depois de mergulhar intensamente na obra do autor ou autora que tem diante de si, Zhong nos oferece uma visão plural e uma interpretação bastante pessoal do retratado, como fragmentos da obra destes autores.

 

A inspiração de Zhong Weixing para a realização deste projeto vem do ano de 1851, de uma séria criada pelo caricaturista francês Félix Nadar, que planejou fazer um retrato das celebridades de seu tempo, em quatro pranchas litográficas. Somente uma ficou pronta, na qual retratava mais de 250 escritores e jornalistas, e que entrou para a história como o Panteão Nadar.

 

 

Fotógrafos retratados na exposição

 

Alain Fleischer, francês, vive e trabalha na França. Fresnoy, 2016; Alberto Garcia Alix, espanhol, vive e trabalha na Espanha. Paris, 2016; Andres Serrano, norte-americano, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2016; Arno Rafael Minkkinen, finlandês, vive e trabalha nos Estados Unidos. Paris, 2017; Bernard Faucon, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bernard Plossu, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Bruno Barbey, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Christine Spengler, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Cristina De Middel, espanhola, vive e trabalha no México e no Brasil. Paris, 2016; Daido Moriyama, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Duane Michals, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Elliott Erwitt, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Gianni Berengo Gardin, italiano, vive e trabalha em Milão. Milão, 2016; Harry Gruyaert, belga, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Jean-Pierre Laffont, francês, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Joan Fontcuberta, espanhol, vive e trabalha em Barcelona. Paris, 2017; JR, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Klavdij Sluban, esloveno, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Martin D’Orgeval, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Martin Parr, inglês, vive e trabalha na Inglaterra. Paris, 2016; Martine Barrat, francesa, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Miguel Rio Branco, brasileiro, vive e trabalha no Brasil. Paris, 2016; Neal Slavin, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Nobuyoshi Araki, japonês, vive e trabalha em Tóquio. Tóquio, 2016; Orlan, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Patrick Zackmann, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2017; Pierre et Gille, franceses, vivem e trabalham em Paris. Paris, 2017; Ralph Gibson, norte-americano, vive e trabalha em Nova York. Paris, 2016; Robert Frank, suíço, vive e trabalha em Nova York. Nova York, 2016; Sabine Weiss, suíça, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Sebastião Salgado, brasileiro, vive e trabalha em Paris. Paris, 2015; Valérie Belin, francesa, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Vik Muniz, brasileiro, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Paris, 2016; Vincent Perez, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; William Klein, norte-americano, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016; Yann Arthus-Bertrand, francês, vive e trabalha em Paris. Paris, 2016.

 

 

Sobre Zhong Weixing

 

Nascido na província de Chengdu, na China, em 1962, é colecionador de arte e fotógrafo, membro da China Photographers Association e presidente da Chengdu International Photography Exchange Association. Seu trabalho é regularmente publicado pelas revistas China Photography, PIXEL, Tibet Geographic, dentre outras. Entre as obras assinadas pelo artista estão: Peru Photographic Travelogue – Woodstock on the Summit, Sri Lanka Photographic Travelogue – A Momentary Reincarnation, Madagascar Photographic Travelogue, Carnet de Route Photographique, Obscure Sky with Yellow Land e Lost Paradise, com a qual ganhou o Grand Jury Prize no 12th Pingyao International Photography Festival em Pingyao, China.

 

 

Texto dos curadores

 

Um panteão de fotógrafos

 

Em 1851, o caricaturista francês Félix Nadar, antes de fazer fama como fotógrafo, se propôs a desenhar o retrato das celebridades do seu tempo e apresentar o conjunto em quatro pranchas litográficas em formato de panorâmica. Destas, apenas a primeira foi efetivamente publicada, em 1854, reunindo mais de 250 escritores e jornalistas. Assim nascia o chamado Panteão Nadar. É nessa linha de ação que se inscreve o trabalho de Zhong Weixing. Em 2015, ele começou a fotografar, de forma sistemática, os maiores fotógrafos da cena contemporânea. Renovar o gênero do retrato, eis o desafio que Zhong se propôs.

 

Trabalhando em estúdio, ele utiliza quase sempre um fundo negro e luz difusa. Instalado diante do seu modelo, realiza uma série fotos através das quais tenta, não exatamente revelar a pessoa por trás da personagem, mas sobretudo o fotógrafo por trás da pessoa. Seus retratos surgem como se fossem, eles mesmos, fragmentos da obra desses autores. A participação ativa dos retratados, que propicia um diálogo construtivo entre os dois fotógrafos, ao invés de uma confrontação, caracteriza o que poderíamos chamar de simbiose criativa de Zhong Weixing. O conjunto dessas imagens se constitui, portanto, em um painel excepcional da fotografia contemporânea. Um panteão sem dúvida mas, sobretudo, uma homenagem vibrante a todos aqueles que fazem da fotografia uma arte maior do nosso tempo.

 

Jean-Luc Monterosso e Milton Guran

 

 

De 11 de maio a 16 de julho.