Na Biblioteca Nacional

17/nov

O artista plástico Marcos Duprat inaugura a exposição “Limites” no Espaço Cultural Eliseu Visconti, na Biblioteca Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A mostra reúne 60 obras sobre papel e tela que abordam as transformações do artista em sua linguagem pictórica da figuração – ou da imagem que descreve a realidade visível – para a criação de espaços e paisagens oníricas e cromáticas. Após um período de oito anos, de sua última exposição no Rio de Janeiro, e uma permanência de três anos no Nepal, Duprat reencontra o público carioca nessa mostra que ilustra etapas de seu amadurecimento e transformação de sua linguagem plástica ao longo de 40 anos de trabalho.

 

Dentre as obras expostas, algumas são datadas de décadas anteriores como citações dos desdobramentos a partir da virada do século. As obras recentes apresentam radical renovação. A técnica de Duprat é a velatura, em que a cor resulta da superposição de pigmentos em camadas. Nas telas o meio empregado é o óleo, enquanto no papel usa óleo, pastel oleoso, aquarela e lápis.

 

A mostra, que foi exibida anteriormente no MUBE, Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo, vem acompanhada do livro “Limites/Boundaries”, editado em 2015, e de novo catálogo editado pela Biblioteca Nacional. No texto de apresentação do livro, Vera Pedrosa assinala a transformação na obra de Marcos Duprat a partir dos seis anos de sua permanência no Japão, de 2000 a 2006, quando sua pintura sai do ateliê e se volta para a descrição da natureza com renovado vigor. Desde 2008, Duprat tem seu ateliê no Rio de Janeiro, e seu acervo pessoal conta com um número expressivo de pinturas, trabalhos sobre papel, desenhos, fotografias e esculturas.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido no Rio de Janeiro em 1944, Marcos Duprat manteve ao longo de sua vida diplomática a constância e o fluxo de sua obra. Com sua formação artística iniciada no MAM do Rio de Janeiro, prosseguiu com o mestrado em Belas Artes em Washington, D.C, onde fez sua primeira individual, em 1977. Realizou inúmeras mostras individuais no Brasil, dentre as quais MASP (1979 e 1988), MAC (1995), Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006) e no MUBE, Museu Brasileiro da Escultura (2015), São Paulo.  No Rio de Janeiro cabe destacar Centro Cultural Correios (1995 e 2008), Instituto Cultural Villa Maurina (1996) e CCBB (1999). No exterior realizou também inúmeras exposições em museus, dentre os quais o Centro Culturale San Fedele, Milão (1990), Museu Nacional da Hungria (1993), Museo de Arte Contemporaneo de Montevidéu (1999), Teien Metropolitan Art Museum, Tóquio (2003), e a Sidhartha Art Foundation em Kathmandu (2013).

 

 

 

De 22 de novembro a 17 de fevereiro de 2017.

Escola de Belas Artes, 200 anos

11/nov

O Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Escola de Belas Artes:1816-2016 Duzentos anos construindo a arte brasileira”. Sob a curadoria de Angela Ancora da Luz, a mostra faz um recorte da produção artística da instituição que formou e ainda forma centenas de artistas brasileiros desde Vítor Meireles, Antônio Parreiras, Eliseu Visconti, passando por Burle Marx, Goeldi, Portinari, Weissmann, Anna Maria Maiolino, Roberto Magalhães, Lygia Pape, Celeida Tostes, Mauricio Salgueiro até Felipe Barbosa, Bruno Miguel, Jarbas Lopes entre muitos outros.

 

Criada por Decreto Real de D. João em 12 de agosto de 1816, a primeira sede da Escola de Belas Artes foi na Travessa das Belas Artes, próxima a Praça Tiradentes. O prédio, de Grandjean de Montigny, foi projetado para receber a então Academia Imperial das Belas Artes e foi inaugurado em 5 de novembro de 1826. Em 1908, já com o nome de Escola Nacional de Belas Artes, a instituição transferiu-se para seu segundo prédio, com projeto de Morales de los Rios, na Avenida Rio Branco, onde hoje situa-se o Museu Nacional de Belas Artes.

 

Segundo a curadora da exposição, Angela Ancora da Luz, que dirigiu a EBA entre 2002 e 2010, “…a presença da Escola no contexto da sociedade brasileira revelou sua identidade por aspectos pouco conhecidos, mas de grande interesse social e político, além de seu princípio norteador fundamental: o ensino artístico. Uma escola de grande peso no Império e que esteve aberta a todos os que desejassem buscar o caminho das artes, sendo aceitos pelos grandes mestres dos ateliês. O que contava na hora da seleção era o talento, sem restrição ao grau cultural, à raça ou situação econômica. Cândido Portinari, por exemplo, mal havia completado o terceiro ano do curso “primário” quando foi aceito pela instituição, tornando-se a grande referência da pintura brasileira”.

 

“São incontáveis os pintores, escultores, desenhistas, gravuristas, cenógrafos, indumentaristas, designers, restauradores e paisagistas que saíram dos ateliês e salas da escola. O grande desafio que a presente exposição nos trouxe foi o de apresentar apenas alguns destes artistas e suas obras. Mesmo se ocupássemos todas as salas deste museu (…) ainda assim seria impossível apresentar a excelência de tudo que aqui se produziu”, completa a curadora.

 

A exposição ocupará dois salões expositivos do MNBA abrangendo a produção dos artistas que passaram pela Escola de Belas Artes, desde sua criação até a presente data. A dificuldade de selecionar as obras desta mostra comemorativa foi muito grande. Pela excelência dos artistas que passaram por seus ateliês – impossível trazer um representante de cada período – a opção da curadoria foi privilegiar os que tiveram a formação da escola. Muitos desses artistas foram alunos do Curso Livre, admitidos pela avaliação dos Mestres. Passaram pela instituição artistas de todas as classes sociais, a escola sempre foi uma unidade que presava pela diversidade. De todos que cursaram a Escola de Belas Artes, mesmo os que não a concluíram, ficou o reconhecimento do papel fundamental que ela representou em suas trajetórias.

 

O eixo curatorial enfatizou a Escola de Belas Artes como instituição que preserva a preocupação social, política e intelectual das diferenças individuais, o que não impede a formação de um corpo e de uma identidade. A curadoria buscou evidenciar as diferenças e afinidades em desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, instalações, vídeos e performances que fizeram da escola um paraíso vocacionado para a arte e a cultura no Rio de Janeiro, potente e famosa caixa de ressonância artística do Brasil.

 

O projeto conta com patrocínio integral da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e a produção/idealização da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que já realizou importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Farnese de Andrade, AthosBulcão, Milton Dacosta, Miguel Angel Rios, Raymundo Colares, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Henri Matisse, Bruno Miguel, Antonio Bandeira, Manoel Santiago, Teresa Serrano, Regina de Paula, Nazareno, entre outros.

 

 

Artistas

 

Abelardo Zaluar, Adir Botelho, Alfredo Galvão, Almeida Reis, Amés de Paula Machado, Anna Maria Maiolino, Antonio Manuel, Antônio Parreiras, Arthur Luiz Pizza, Augusto Müller, Bandeira de Mello, Barbosa Júnior, Batista da Costa, Belmiro de Almeida, Bruno Miguel, Burle Marx, Carlos Contente, Cândido Portinari, Celeida Tostes, Décio Vilares, Eduardo Lima, Eliseu Visconti, Estêvão da Silva, Felipe Barbosa, Franz Weissmann, Georgina de Albuquerque, Glauco Rodrigues, Grandjean de Montigny, Henrique Cavaleiro, Hugo Houayeck, Isis Braga, Ivald Granato, Jarbas Lopes, Jean-Baptiste Debret, João Quaglia, Jorge Duarte, KazuoIha, Lourdes Barreto, Lygia Pape, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Varela, Marques Júnior, Mauricio Salgueiro, Maurício Dias & Walter Riedweg, Newton Cavalcanti, Oscar Pereira da Silva, Oswaldo Goeldi, Patrícia Freire, Paulo Houayek, Pedro Américo, Pedro Varela, Quirino Campofiorito, Renina Katz, Ricardo Newton, Roberto Magalhães, Rodolfo Amoedo, Rodolfo Chambelland, Ronald Duarte, Rui de Oliveira, Vítor Meireles e Zeferino da Costa

 

 

 

Até 12 de fevereiro de 2017.

Raimundo Cela no MNBA

Na retrospectiva do pintor Raimundo Cela, o Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe na Sala Barroco Italiano, um recorte do percurso de uma dos mais expressivos artistas de sua geração. Cela fez sua primeira exposição individual em 1945, no MNBA, durante a gestão de Oswaldo Teixeira. Como lembra a diretora Monica Xexéo, “Cela cujo trabalho é rigoroso, refinado e vibrante possui uma trajetória própria e diferenciada de seus contemporâneos, como Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Exímio gravador, autor de escrita própria, suas obras,formalmente inovadoras,  ultrapassam o tempo em que foram criadas”. A exposição “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”busca resgatar a obra de um realizador muito respeitado entre os estudiosos, mas pouco conhecido do público em geral.  Ao todo, cerca de 50 obras de um dos mais proeminentes artistas do Ceará.

 

A mostra, com curadoria de Denise Mattar, inicia com os primeiros trabalhos do artista, marcados pela influência do academicismo. Nessa fase, destacam-se obras como “Último diálogo de Sócrates”, de 1917, premiada no Salão Nacional de Belas Artes e que garantiu ao artista uma viagem a Paris. Outro destaque da mostra, exibido em seu tamanho natural é o painel “Abolição”, de 1938. Primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura, em 25 de março de 1884, o Ceará, terra natal do artista, encomendou, em 1938, um painel que simboliza o momento histórico tão marcante na história do Ceará e do Brasil.

 

Na mostra “Raimundo Cela – um mestre brasileiro”, o público poderá ter acesso a uma visão única do Ceará. Em seus quadros está a melhor tradução dessa paisagem nordestina, como na série “Pinturas Brancas”, de marinhas e paisagens. Raimundo Cela também retratou os tipos da sua terra natal,representando   pescadores, vaqueiros, rendeiras e os jangadeiros, como numa série de obras criadas entre 1940 e 1946.

 

 

Últimos dias, até 20 de novembro.

Oito décadas de Arte Naïf 

Jacques Ardies, marchand franco-belga estabelecido no Brasil e proprietário da galeria que recebe o seu nome é também o curador da mostra coletiva “Arte Naif, uma viagem na alma brasileira”, com abertura no dia 12 de novembro, no Memorial da América Latina – Galeria Marta Traba, Barra Funda, São Paulo, SP.

 

Interpretar a “arte naif” por si só já é um desafio, visto que se trata de uma expressão regional que percorre o mundo assumindo aspectos de acordo com os artistas que expõe suas próprias experiências, por meio de linhas e formas peculiares, sem ter recebido uma orientação formal. Algumas de suas principais características são o uso de cores fortes, a retratação de temas alegres, traços figurativos, a idealização da natureza e sem a preocupação com a perspectiva, ou seja, às vezes, ela é bidimensional. É exatamente por isso que no Brasil, esta arte goza de um ambiente ideal que se amplifica mais ainda graças à exuberância das florestas, à intensa luminosidade e ao conhecido calor humano brasileiro.

 

Como trata-se de um país com tamanha vastidão cultural, para a mostra, foram escolhidos 70 nomes representativos desse gênero específico de expressão artística. Os artistas foram divididos em três núcleos: Histórico – composto por registros de nomes já reconhecidos no segmento e com trajetória sólida; Atual, com nomes ativos no presente, cujos trabalhos também sofrem influencias de novas técnicas e temas contemporâneos e complementando a exposição, uma área especial composta por 10 esculturas do segmento destacado.

 

Segundo Jacques Ardies, a Arte Naïf baseia-se na liberdade para expressar memórias e emoções, por isso, escolhe apresentá-la em montagem em ordem cronológica, começando pela década de 40 até os dias atuais, com destaque para a pintura tropicalista, as evocações divinas em degradés sofisticados e outras características marcantes como cenas paulistanas, cores quentes, a boemia carioca e baianas em trajes finos. O curador observa que os artistas conseguem superar suas dificuldades técnicas e criar uma linguagem inédita, pessoal e singular. Essa liberdade da execução permite maior dedicação ao essencial da arte que pode ser observada pelas pessoas que ainda preservam intacta sua capacidade de encantar-se com o que pode ser apreciado numa exposição.

 

 

Artistas participantes

 

Agenor, Agostinho Batista de Freitas, Alba Cavalcanti, Ana Maria Dias, Antônio Cassiano, Antônio de Olinda, Antônio Julião, Antônio Porteiro, Artur Perreira, Bajado, Barbara Rochltiz, Bebeth, Chico da Silva, Conceição da Silva, Constância Nery, Crisaldo Morais, Cristiano Sidoti, Denise Costa, Dila, Doval, Edivaldo, Edna de Araraquara, Edson Lima, Elisa Martins da Silveira, Elza O.S, Ernani Pavaneli, Francisco Severino, Geraldo Teles de Oliveira, Gerson, Gilvan, Grauben, Helena Coelho, Iaponí Araújo, Ignácio da Nega, Iracema, Isabel de Jesus, Ivan Moraes, Ivonaldo Veloso de Melo, José Antônio da Silva, José de Freitas, José Perreira, Lia Mittarakis, Louco, Lourdes de Deus, Lucia Buccini, Luiz Cassemiro, Madeleine Colaço, Magdalena Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara Toledo, Marcelo Schimaneski, Maria Auxiliadora, Maria Guadalaupe, Miranda, Mirian, Neuton de Andrade, Olimpio Bezerro, Passarinheiro, Raimundo Bida, Rodolpho Tamanini Netto, Rosina Becker do Valle, Silvia Chalreo, Soati, Sônia Furtado, Vanice Ayres, Waldemar, Waldomiro de Deus, Wilma Ramos e Zé do Embu.

 

 

A galeria

 

A Galeria Jacques Ardies, na Vila Mariana, está sediada em imóvel antigo totalmente restaurado. Desde sua abertura em Agosto de 1979, atua na divulgação e a promoção da arte naif brasileira. Ao longo de 37 anos, realizou inúmeras exposições tanto em seu espaço como em instituições nacionais e estrangeiras, onde podemos destacar MAC/ Campinas, MAM/ Goiânia, Espace Art 4 – Paris, Espaço Cultural do FMI em Washington DC, USA, Galeria Jacqueline Bricard, França, a Galeria Pro Arte Kasper, Suíça e Gina Gallery, Tel-Aviv, ,Israel. Em 1998, Jacques Ardies lançou o livro “Arte Naif no Brasil” com a colaboração do crítico Geraldo Edson de Andrade e em 2003, publicou o livro sobre a vida e obra do artista pernambucano Ivonaldo, com texto do professor e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva. Em 2014, publicou Arte Naïf no Brasil II, de sua autoria, com textos complementares dos colecionadores Daniel Achedjian, Peter Rosenwald, Marcos Rodrigues e Jean-Charles Niel. A galeria possui em seu acervo obras, entre quadros e esculturas, de 80 artistas representativos do movimento da Arte Naif brasileira.

 

 

A galeria Marta Traba

 

A Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana é um espaço privilegiado para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso Continente. Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas. Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.

 

 

Até 06 de janeiro de 2017.

Eva Soban em Joinville

09/nov

O Museu de Arte de Joinville, SC, inaugura a exposição “Por um Fio” da artista visual Eva Soban, onde diversas obras tentam retratar a realidade cruel a qual devemos nos atentar e buscar meios para alterá-la. Em um cenário global onde o mote principal são conflitos, guerras, terrorismo, refugiados, bombardeios, ataque e contra-ataque, ganância, e pouco ou quase nenhum comprometimento com o mundo ou com o próximo, a artista opta por dar ao seu público uma possibilidade de reconstruí-lo ludicamente, através de sua instalação.

Essa obra, em construção, busca evidenciar a importância da participação de cada um nesse momento. “Estamos acostumados a apontar dedos, ao passo que não fazemos nada para contribuir com a construção de um mundo melhor”, diz Eva. Quando finalizada, “Por um Fio” será um registro da urgência da sociedade enxergar seu poder em um momento de transformação.

 

Suspenso por um cabo de aço, no centro do espaço expositivo, um globo em estrutura de ferro,com os continentes delineados com fios em uma tela plástica, representa a peça central da exposição. Diversos materiais têxteis serão disponibilizados, permitindo ao público uma interação completa e participação ativa na “construção de um novo mundo”. “O convite é que o público possa interagir com a obra, costurando, bordando ou tecendo um novo mundo, um mundo sem fronteiras”, explica Eva Soban. Complementando o cenário, fios, fibras diversas, tecidos e demais materiais, serão posicionados de forma a ficarem pendentes do teto ao chão, como uma cortina de possibilidades.

 

O momento atual é de grandes acontecimentos, mas também de reflexão, superação e reconstrução. É possível notar uma sensação de despertar coletivo, com mais pessoas indo para as ruas protestar, defender seus direitos, seu espaço na sociedade, pessoas que entendem e aceitam as diferenças. “Estamos ligados por um fio; um fio frágil e quebradiço, mas esse fio ainda traz esperança. Pois é através de momentos como esses que as mudanças ocorrem”, declara Eva Soban. “POR UM FIO” é um convite ao espectador, para que ele pare, reflita e ajude a reconstruir o mundo.

 

 

Sobre a artista

 

Graduada em sociologia e política, com cursos livres em fotografia e artes plásticas, Eva Soban tem 40 anos de experiência e vivência com arte, utilizando em seu trabalho fios, fibras, plásticos e tecidos, que ela transforma em obra com formas e texturas exclusivas. Entre as principais exposições internacionais, estão a Bienal Internacional de Arte Têxtil – 2011 – Museo Diego Rivera – México; o “Projeto Empezar”- 2010 -Barcelona – Espanha; “A View of Today’s Brazilian Textile Art”. Museu Rudentarn, 1995 – Copenhagen – Dinamarca. No Brasil, participou da SP-Arte 21016, Mostra Internacional de Arte Contemporânea – 2011- Paraty; “100 Designers do Brasil“- 1999 e “500 Anos de Design no Brasil” – 2001, ambas na Pinacoteca do Estado – SP; Exposição de Arte Lúdica MASP – 1979 – SP; 1ª, 2ª e 3ª Trienal de Tapeçaria no Museu de Arte Moderna MAM –1976, 1979, 1982 – SP. Em junho de 2015 expôs “Floresta Negra”, no Museu de Arte de Joiville. Em 2016, exibiu “Floresta Negra II” no Museu Afro Brasil, SP e da coletiva “Artistas da Tapeçaria Moderna II”, Galeria Passado Composto, SP. O manuseio com as fibras lhe garante um grande conhecimento da linguagem.

 

 

De 10 de novembro a 29 de janeiro de 2017.

 

Na Pinacoteca do Estado

03/nov

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.

 

A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.

 

“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.

 

A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e Credit Suisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.

 

 

Comodato

 

A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.

 

“Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.

 

A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.

 

A mostra permanece em cartaz até 26 de agosto de 2019 no 1º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 2.

Na CAIXA Cultural Rio 

01/nov

A CAIXA Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas”, que reúne trabalhos de jovens talentos das artes visuais de todo o Brasil. A exposição apresenta 36 obras em diversos formatos: fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, objeto, instalação, videoinstalação, intervenção e novas tecnologias. A seleção das obras traz a assinatura da curadora Rosemeire Odahara Graça.

 

Resultado de projeto de apoio à cultura promovido pela CAIXA, a exposição recebeu 1.977 obras inscritas por 860 artistas iniciantes de todo o Brasil e selecionou trabalhos de 24 participantes. Os critérios de escolha foram originalidade, experimentação, inovação, conceito, qualidade artística e contemporaneidade. “Escolhemos as obras que tivessem um valor em si mesmas e que conversassem com as propostas contemporâneas de arte”, explica Rosemeire. Seguindo o regulamento da Seleção, foram escolhidos artistas que ainda não haviam exibido trabalhos em exposição individual.

 

A curadora avalia que a “Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas” foi bem sucedida em sua proposta de divulgar artistas ainda iniciantes ou recém-saídos da universidade, numa época de esvaziamento de espaços físicos de exibição nas artes visuais, com o fim dos grandes salões de arte e a chegada da internet. “Nesse novo momento de reformulação das artes visuais no Brasil, a Mostra Bienal CAIXA trouxe uma solução interessante para dar visibilidade a esses artistas”.

 

A Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas encerra esta edição no Rio de Janeiro depois de passar por todas as unidades da CAIXA Cultural: Curitiba, São Paulo, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador.

 

 

De 01 de novembro a 31 de dezembro.

 

Lucia Laguna no MAR

31/out

O MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta exposição individual de pinturas de Lucia Laguna. As obras de Lucia Laguna atravessam interesses diversos, como o cotidiano urbano: a inteligência estética das favelas, o subúrbio, o trânsito, a arquitetura do espaço coletivo. Lucia não pinta sozinha, experimenta – como também ocorre com o signo linguístico – a aguda consciência de um processo coletivo, e social, de constituição e reinvenção da pintura. A curadoria traz as assinaturas de Clarissa Diniz e Cadu.

 

 

A partir de 29 de novembro.

Ocupação artística

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, lança o projeto “VÃO”, que vai promover ocupações artísticas no intervalo de grandes exposições em seu espaço central e com duração de uma semana. Na iniciativa, artistas com produção recente são convidados a pensar como ocupar o vazio, confrontando-se com a arquitetura monumental do edifício. O exercício expositivo individual “Paralelas”, de Victor Monteiro, inaugura a série. A abertura será no próximo sábado, 5 de novembro, às 16 horas, e a exposição segue até o domingo seguinte, 13 de novembro.

 

Paralelas é um desdobramento da série “Prolongamentos”, que consiste em interferências efêmeras no espaço arquitetônico, ao se construir prolongamentos espaciais com fita adesiva a fim de resignificar as possíveis relações entre indivíduos e o lugar onde frequentam. Em “Paralelas”, Victor Monteiro parte de uma reflexão acerca dos próprios elementos que compõem a Casa França-Brasil ao propor superfícies paralelas de fita adesiva que serão levantadas nas colunas ao longo do vão central do edifício.

 

Iniciada em 2007, a série “Prolongamentos” foi exibida na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, em agosto deste ano, a convite do Inhotim, na programação do seminário “Patrimônio Cultural e Contemporaneidade”, em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). No Rio de Janeiro, em maio, a intervenção foi selecionada para a exposição “Agora somos mais de mil”, do programa Curador Visitante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ainda no Rio de Janeiro, já foram realizadas intervenções na Antiga Fábrica da Behring e no Solar dos Abacaxis e, em Vitória (ES), na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

 

 

Sobre o artista
Victor Monteiro nasceu em Vila Velha, ES, em 1984. Reside, atualmente, no Rio de Janeiro e é mestrando do curso de Processos Artísticos Contemporâneos pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), desenvolve trabalhos em mídias diversas. Em 2014, expôs no Museu de Arte do Rio (MAR), na coletiva “Há escolas que são Gaiolas e há escolas que são asas”, com curadoria de Paulo Herkenhoff e Janaína Melo. Foi contemplado pelo edital de Bolsa-Ateliê de 2010/2011 da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo com a proposta individual “Apontamentos” e selecionado com a proposta coletiva “Ateliê Ocupação” no edital de Bolsa-Ateliê de Pintura da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo do ano de 2008 – 2009.

 

 

Até 19 de novembro.

Fotografias de César Fraga

25/out

Uma viagem afetiva do fotógrafo e designer gráfico Cesar Fraga por nove países africanos resultou em uma exposição que lança um olhar sobre os lugares de memória do tráfico de escravos para o Brasil. A mostra “Sankofa: Memória da Escravidão na África”, em cartaz na Caixa Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta um total de 250 itens, incluindo 54 fotos, totens multimídia, textos com descrições dos países visitados e recursos de interatividade.

 

A curiosidade pelos fatos que antecederam a história da escravidão e o fascínio em relação às proximidades culturais entre o Brasil e os países africanos que comercializavam escravos foram os fios condutores que levaram César Fraga à expedição, na qual investigou as próprias origens. O fotógrafo e designer é bisneto de uma beneficiária da Lei do Ventre Livre, que libertava os filhos das mulheres escravas nascidos a partir de 1871, quando essa legislação pré-abolicionista foi aprovada.

 

Durante um ano na África do Sul, ele percebeu a necessidade de dar sua contribuição para encurtar a distância cultural que separa o Brasil do continente africano. As fotografias que integram a exposição foram publicadas no livro “Do Outro Lado”, resultado da expedição de Fraga, que documenta a cultura e o cotidiano das localidades visitadas e, por vezes, sua correlação próxima com os costumes brasileiros.

 

“Grande parte do povo brasileiro vem da mistura entre colonizadores brancos, indígenas nativos e negros trazidos à força da África. Referências europeias não faltam, basta ligar a TV. Mas há muito ainda a se descobrir sobre nossos ancestrais índios e negros, os grandes silenciados da história. Foi assim que nasceu o projeto Do outro lado”, conta Cesar Fraga. Designer formado pela Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj),  ele é fotógrafo autodidata e já atuou em projetos na América do Sul, Europa, África, Ásia e Antártica.

 

 

Roteiro

 

Elaborado pelo professor e escritor João Reis, considerado um dos mais importantes africanistas brasileiros, o roteiro da viagem abrangeu cidades e regiões protagonistas do tráfico de escravos. Entre 2013 e 2014, foram 60 dias percorrendo Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Angola e Moçambique, países de onde saíram boa parte dos 11 milhões de homens e mulheres vendidos como escravos – quase metade tendo o Brasil como destino –ao longo de 350 anos.

 

O nome da exposição – “Sankofa” – refere-se a um mítico pássaro africano de duas cabeças, que, segundo a concepção nativa, simboliza voltar ao passado para dar outro sentido ao presente.

 

 

 

Até 22 de dezembro.