Chagall no CCBB Rio

08/mar

 

 

O Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Marc Chagall: Sonho de amor”. A exposição apresenta a trajetória de vida e obra do pintor Marc Chagall (1887-1985), que marcou as artes no século XX com a criação de um universo único, pautado pelo lirismo e pelo uso revolucionário de formas e cores. São mais de 180 obras, produzidas entre 1922 e 1981, através de pinturas, aquarelas e gravuras que abrangem seus temas mais caros: a infância e a tradição russa, o sagrado e suas representações, o amor e o mundo encantado nas ilustrações das Fábulas de La Fontaine. As obras são provenientes de coleções do exterior e de acervos museológicos brasileiros. A curadoria é de Dolores Duràn Ucar.

Até 06 de junho.

Volpi popular no MASP

23/fev

 

 

“Volpi popular” é a terceira de uma série de exposições que o MASP, Paulista, São Paulo, SP, organiza em torno de artistas modernistas brasileiros canônicos do século 20 que empregam referências populares ou vernaculares em seus trabalhos. Em 2016, o MASP organizou “Portinari popular” e, em 2019, “Tarsila popular”.

Alfredo Volpi nasceu em Luca, Itália, 1896 e faleceu em São Paulo, Brasil, 1988, é um artista central da arte brasileira do século 20 e sua pintura é caracterizada por um repertório único de experiências e influências que mesclam tradições modernas e populares, incluindo interesses como: o trabalho artesanal, as festas populares, os temas religiosos e as fachadas da arquitetura colonial e vernacular brasileira.

De família de origem trabalhadora, o artista migrou ainda criança para São Paulo e sua produção inicial era voltada para paisagens urbanas e rurais, distantes do estilo que marcaria sua obra. Na década de 1950, Volpi começou a sintetizar suas composições, tornando sua figuração cada vez mais geometrizada, com padrões, formas e temas recorrentes – como suas famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas – que desenvolveu até o final de sua carreira.

Assim, a sua obra passou a ganhar as características formais que tanto o tornaram conhecido, com a sua pintura de espaços planificados, com campos cromáticos bem definidos, mas com contornos irregulares, marcados pelo uso sensível e sutil da cor, e pela textura áspera da sua têmpera.

Nesse sentido, a mostra de caráter panorâmico abrangerá diversos períodos da carreira do artista e contará com cerca de 100 pinturas. A exposição foi organizada em torno do contínuo interesse de Volpi pelos temas do imaginário popular brasileiro e estruturada em seções temáticas, como paisagens do campo e do mar; fachadas; bandeiras e mastros; representações religiosas; festas populares; e retratos.

Acompanhando a mostra, será publicado o mais amplo catálogo sobre o artista num único volume, com ilustrações de todas as obras exibidas e mais. O livro conta com textos escritos especialmente para a ocasião por Adele Nelson, Antonio Brasil Jr., Aracy Amaral, Kaira Cabañas, Nathaniel Wolfson, Sônia Salzstein e Tomás Toledo, uma nota biográfica escrita por Matheus de Andrade, e duas entrevistas históricas com o artista feitas por Mario Pedrosa e Walmir Ayala. A publicação em capa dura conta com design de Paulo Tinoco, do Estúdio Campo, duas edições separadas na língua portuguesa e inglesa, e distribuição internacional por meio de Karen Marta Editorial Consultant e Distributed Art Publishers, nos Estados Unidos.

A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP.

Até 05 de junho.

Cores e formas de Abdias Nascimento

 

Artista, intelectual, ativista político, pintor, dramaturgo, ator, escritor e diretor, Abdias Nascimento (1914 – 2011), foi uma figura multifacetada e fundamental da história do Brasil e estará com mostra monográfica no MASP, Paulista, São Paulo, SP. Intitulada “Abdias Nascimento: um artista panamefricano”, trata-se de uma exposição fundamental em torno de sua produção artística e enfatiza sua contribuição para a pintura brasileira. A mostra reunirá cerca de 60 trabalhos de sua fase mais profícua – desde o início de sua produção em 1968 até o ano de 1998 – e enfatizará o repertório de ideias, cores e formas do movimento pan-africanista, com noções, fontes e imaginário latino-amefricano – como cunhou Lélia Gonzalez (1935 – 1994) para se referir à experiência negra na América Latina.

Em 1968, ano que marca o início de sua produção de pinturas e sua mudança para os Estados Unidos, Nascimento já era nome laureado no Brasil, tendo participado da formação da Frente Negra Brasileira, movimento e depois partido político da década de 1930; da fundação do Teatro Experimental do Negro, o TEN, uma das mais radicais experiências de dramaturgia do país, nos anos de 1940; realizado o concurso “Cristo de Cor”, com a participação de artistas diversos, como Djanira, para a representação de um Jesus negro, em 1955; e idealizado o Museu de Arte Negra, na década de 1960, cujo acervo é referência nos debates sobre museus e comunidades.

Seus trabalhos de artes visuais foram mais celebrados em solo estadunidense, onde realizou exposições no conceituado Studio Musem Harlem, em Nova York, no Fine Arts Museum, em Syracuse, e na Crypt Gallery (da Universidade de Columbia). No Brasil sua faceta artista ainda precisa ser afirmada – esta é também uma das razões para esta mostra e o catálogo que a acompanha.

A curadoria é de Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP e Tomás Toledo, curador-chefe, MASP.

 

Até 05 de junho.

 

Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil

 

 

A exposição reflete sobre a noção de “arte moderna” no Brasil para além da década de 1920 e do protagonismo muitas vezes atribuído pela história da arte a São Paulo. Para tal, são reunidas obras de um arco temporal que vai do final do século XIX a meados do século XX, além da essencial presença de artistas que desenvolveram suas pesquisas em diversos estados brasileiros.

O título da exposição é inspirado em antigas casas de Belém do Pará, com fachadas elaboradas pela justaposição de azulejos quebrados, formando desenhos geométricos angulados e coloridos. Conhecido como “raio que o parta”, este estilo arquitetônico foi influenciado pelo modernismo nas artes plásticas, em uma busca por superação dos modelos neocolonial e eclético, vistos pela elite paraense como ultrapassados. O modismo deste novo estilo não se restringiu às elites locais, sendo logo apropriado por outras camadas da sociedade, que popularizaram a nova arquitetura pelos bairros de Belém do Pará, a partir da década de 1950.

Ao articular a noção de modernidade com o território brasileiro, a exposição “Raio-que-o-parta: ficções do moderno no Brasil” pretende repensar a centralidade desse evento que ficou marcado na escrita da história da arte no país, a partir de uma ampliação não apenas cronológica, mas também geográfica. Trata-se de um projeto que visa dar prosseguimento ao reconhecimento da importância do movimento modernista de São Paulo e, ao mesmo tempo, mostrar ao público que arte moderna já era discutida por muitos artistas, intelectuais e instituições de Norte a Sul do país, desde o final do século XIX, perdurando esse debate até o final da primeira metade do século XX.

A intenção da exposição é dar atenção aos diversos tipos de linguagens e formas de criar e compartilhar imagens nesse período. Para além das linguagens das belas-artes (desenho, pintura, escultura e arquitetura), o projeto traz exemplos importantes de fotografia, do cinema, das revistas ilustradas e de documentação de ações efêmeras, essenciais para ampliar a compreensão das muitas modernidades presentes no Brasil. O projeto surge a partir do trabalho de sete pesquisadores, dedicados a diferentes regiões do país, que têm larga experiência em discussões a respeito da arte moderna na interseção entre o local e o nacional. A partir dessas pesquisas, suas múltiplas vozes e interesses, a exposição será dividida em núcleos baseados em tópicos constantes a esse período histórico no Brasil, os quais serão apresentados ao público de forma didática. A intenção é levar ao público a certeza de que a noção de Arte Moderna, no Brasil, é tão diversa quanto as múltiplas culturas, sotaques e narrativas que compõem um país de dimensão continental.

A mostra integra o projeto Diversos 22, do Sesc São Paulo, que celebra o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência, refletindo criticamente sobre as diversas narrativas de construção e projeção de um Brasil, e traz cerca de 600 obras de 200 artistas, como Lídia Baís, Mestre Zumba, Genaro de Carvalho, Anita Malfatti, Tomie Ohtake, Raimundo Cela, Pagu, Alberto da Veiga Guignard, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral, Mestre Vitalino, dentre outros.

Curadores: Aldrin Figueiredo, Clarissa Diniz, Divino Sobral, Marcelo Campos, Paula Ramos e Raphael Fonseca, curadoria-geral de Raphael Fonseca tendo como curadores-assistentes, Breno de Faria, Ludimilla Fonseca e Renato Menezes. Consultoria de Fernanda Pitta.

Karin Lambrecht na Galeria Nara Roesler

15/fev

 

 

A Nara Roesler anuncia a abertura de “Seasons of the Soul”, individual de Karin Lambrecht, com texto de David Anfam. A mostra, que inaugura o programa anual de exposições da galeria em São Paulo, apresenta uma seleção de cerca de vinte trabalhos da artista, entre pinturas e desenhos, desenvolvidos ao longo de 2021 e fica em exibição de 17 de fevereiro a 26 de março, na sede paulistana da galeria no Jardim Europa.

 

A produção recente de Karin Lambrecht é reveladora das transformações ocorridas em sua prática desde sua mudança de Porto Alegre para Broadstairs, na ilha de Thanet, no Reino Unido. As amplas superfícies de cor com as quais a artista reveste suas telas são reminiscências das impressões e sensações causadas pela paisagem local e suas especificidades de luz. Além da cor, outro elemento recorrente na prática da artista é a palavra. Em português, inglês, e, às vezes, em alemão, as palavras inscritas na tela, em muitos casos, dão título às obras. Esses, por sua vez, tanto podem evocar uma paisagem, como Lua Nova, Cliff (Penhasco), Cloud (Nuvem) e Céu, quanto uma esfera metafísica, como Ether, Cosmos e Pleasure (Prazer). Nesse sentido, o nome da mostra, Seasons of the Soul, ou estações do espírito, é indicativo desse entrelaçamento entre o mundo subjetivo e o natural do qual emergem os trabalhos de Lambrecht. As tonalidades terrosas e azuladas, típicas de sua pintura, são revisitadas em novos arranjos cromáticos e formais. Com uma luminosidade intensa, suas pinturas apresentam composições entre cores quentes e frias em um encontro harmônico de sutis gradações. Ao invés de contrastes marcados, nos deparamos com uma pintura matizada, menos matérica. Lambrecht ressalta, inclusive, que, agora, as tonalidades vermelhas têm menos relação com a terra, como em trabalhos anteriores, e muito mais a ver com o céu, já que uma das características que mais lhe chamou a atenção em Broadstairs é, justamente, a qualidade avermelhada que ele é capaz de adquirir ao fim do dia. Já em papéis tão delicados quanto tecidos de seda, a artista desenha com a linha de costura, criando formas, rasuras e palavras, enquanto, com um pincel, realiza delicadas manchas que maculam a brancura do suporte. Para a artista, esses trabalhos, de natureza mais meditativa, são um contraponto às pinturas, que permitem uma gestualidade mais expansiva e uma feitura mais rápida. “Seasons of the Soul” apresenta uma oportunidade de entrar em contato com a obra de Karin Lambrecht, através da qual a artista reafirma, em sua pintura, a constituição de uma linguagem singular e poética, voltada para as sublimes manifestações dos entrelaçamentos entre o espírito e a natureza. O texto de Anfam, por sua vez, escritor e curador especialista em pintura abstrata, em especial o expressionismo abstrato norte-americano, amplia as leituras críticas do trabalho da artista, de modo a compreender as especificidades de sua produção.

 

Sobre a artista

 

Toda a produção de Karin Lambrecht em pintura, desenho, gravura e escultura demonstra uma multifacetada preocupação com as relações entre arte e vida, compreendida em sentido abrangente: trata-se de vida natural, vida cultural e vida interior. Para o pesquisador Miguel Chaia, os processos técnico e intelectual de Lambrecht se inter-relacionam e se mantêm evidentes nas obras para criar uma “visualidade espalhada na superfície e direcionada para a exterioridade”. Seu trabalho é ação que funde corpo e pensamento, vida e finitude. Karin Lambrecht nasceu em 1957, em Porto Alegre, Brasil. Atualmente ela vive e trabalha em Broadstairs, Reino Unido. Algumas de suas exposições individuais incluem: Karin Lambrecht – Entre nós uma passagem, no Instituto Tomie Ohtake (ITO) (2018), em São Paulo, Brasil; Karin Lambrecht – Assim assim, no Oi Futuro (2017), no Rio de Janeiro, Brasil; Nem eu, nem tu: Nós, no Espaço Cultural Santander (2017), em Porto Alegre, Brasil; Pintura e desenho, no Instituto Ling (2015), em Porto Alegre, Brasil. Participou das 18ª, 19ª e 25ª edições da Bienal de São Paulo (1985, 1987 e 2002) e da 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2005), todas no Brasil. Exposições coletivas de que participou nos últimos anos incluem: Alegria – A natureza-morta nas coleções MAM Rio, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) (2019), no Rio de Janeiro, Brasil; Tempos sensíveis – Acervo MAC/PR, no Museu Oscar Niemeyer (MON) (2018), em Curitiba, Brasil; Clube da gravura: 30 anos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) (2016), em São Paulo, Brasil; O espirito de cada época, no Instituto Figueiredo Ferraz (IFF) (2015), em Ribeirão Preto, Brasil. Sua obra está presente em importantes coleções institucionais como: Fundação Patrícia Phelps de Cisneros, Nova York, Estados Unidos; Ludwig Forum fur Internationale Kunst, Aachen, Alemanha; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.

 

Sobre o curador

David Anfam é escritor, curador e especialista em arte moderna norte-americana. É curador e consultor sênior do Museu Clyfford Still, em Denver, Estados Unidos, onde é também diretor do Centro de Pesquisa. Suas publicações incluem: Abstract Expressionism (1990), o catálogo raisonné Mark Rothko: Works on Canvas (1998), que ganhou o prêmio Mitchell em 2000, bem como seus estudos sobre Anish Kapoor, Edward Kienholz e Wayne Thiebaud.

 

Sobre a Galeria Nara Roesler

Nara Roesler é uma das principais galerias brasileiras de arte contemporânea, representando artistas brasileiros e internacionais fundamentais que iniciaram suas carreiras na década de 1950, bem como artistas consolidados e emergentes cujas produções dialogam com as correntes apresentadas por essas figuras históricas. Fundada por Nara Roesler em 1989, a galeria tem consistentemente fomentado a prática curatorial, sem deixar de lado a mais elevada qualidade da produção artística apresentada.

 

Isso tem sido ativamente colocado em prática por meio de um programa de exposições criterioso, criado em estreita colaboração com seus artistas; a implantação e estímulo do Roesler Curatorial Project, plataforma de iniciativas curatoriais; assim como o contínuo apoio aos artistas em mostras para além dos espaços da galeria, trabalhando com instituições e curadores. Em 2012, a galeria ampliou sua sede em São Paulo; em 2014 expandiu para o Rio de Janeiro e, em 2015, inaugurou um espaço em Nova York, dando continuidade à sua missão de oferecer a melhor plataforma para seus artistas apresentarem seus trabalhos.

Volpi no MASP

11/fev

 

 

O MASP, Museu de Arte de São Paulo, apresenta a mostra “Volpi popular”, dedicada a Alfredo Volpi, figura central da arte brasileira do século 20. A pintura do artista é caracterizada por um repertório único de experiências e influências como o trabalho artesanal, as festas populares, os temas religiosos e as fachadas da arquitetura colonial e vernacular brasileira.

A mostra abrangerá diversos períodos da carreira do artista e contará com cerca de 100 pinturas organizadas em torno do contínuo interesse de Volpi pelos temas do imaginário popular brasileiro, e será estruturada em seções temáticas, como paisagens do campo e do mar; fachadas; bandeiras e mastros; representações religiosas; festas populares; e retratos.

Com curadoria de Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, e de Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, esta é a terceira mostra de uma série de individuais que o MASP vem organizando em torno de artistas modernistas brasileiros cujos trabalhos denotam o emprego de referências populares. De 25 de fevereiro a 05 de junho, a exposição ocupa o primeiro andar da instituição.

Fonte: Glamurama

Arte Mundana

10/fev

 

 

No centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o artivista Mundano inaugura sua nova exposição individual “Semana de Arte Mundana” na Galeria Kogan Amaro, Jardim Paulista, São Paulo, SP.

Para a criação das obras, o artista utilizou resíduos dos principais desastres ambientais brasileiros ocorridos nos últimos anos, como as cinzas das florestas queimadas, o óleo que atingiu as praias do nordeste e a lama de Brumadinho.

Os visitantes terão uma experiência provocativa, característica marcante das obras do artista e poderão refletir através de telas, instalações e esculturas, os atuais desafios da emergência climática no planeta entre outros temas .

A curadoria da exposição é assinada pelos artistas Enivo e Denilson Baniwa e ainda conta poesias sonoras selecionadas pela poeta Mel Duarte .

Até 26 de Março.

 

 

 

Semana de Arte Moderna na Art Lab Gallery

 

 

Um marco com importância reconhecida a posteriori pela história e pela sociedade, a Semana de Arte Moderna de 1922 buscou e cumpriu o papel de romper o vínculo existente entre a produção artística brasileira e as matrizes europeias, quebrando as amarras da arte e assim permitindo a construção de umacultura prioritariamente nacional.

Como homenagem aos 100 anos do evento, Juliana Mônaco exibe na Art Lab Gallery, Jardins, São Paulo, SP, a exposição “Semana de Arte – celebração do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922” onde exibe ao público trabalhos originais de Anita Malfatti, Emiliano Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, autores que participaram da mostra. Antonio Peticov, artista contemporâneo convidado, apresenta uma série inédita com 07 pinturas, além de obras de períodos diversos de sua trajetória em linguagem direta com os modernistas e a Semana de 22. Complementando os 300 trabalhos em exibição, 84 artistas apresentam obras em suportes distintos como pinturas, gravuras, fotografias, esculturas, e jóias.

Em 1922, variadas representações culturais participaram do evento, como dança, música, literatura, pintura, arquitetura, escultura, poesia e palestras. Realizada em uma época de turbulências no âmbito político, social, econômico e cultural, a Semana de Arte Moderna teve como uma das figuras mais importantes, os escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade e o pintor Di Cavalcanti. Os destaques que se perpetuaram destacam os modernistas Oswald de Andrade, na literatura, Víctor Brecheret, na escultura, e Anita Malfatti, na pintura, sendo ela responsável pela primeira exposição modernista brasileira, em 1917 onde suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo,

escandalizaram a sociedade da época. Não havia um conceito que unisse os artistas, nem um programa estético definido. A intenção era destruir o status quo. E eles conseguiram. Nas palavras da curadora Juliana Monaco, “Escritores, pintores, escultores, e músicos sedentos por renovação, chocaram a elite paulistana, provinciana, em um evento central para a arte na Semana de 13 a 17 de fevereiro de 1922 em uma exposição de trabalhos com predileção nacionalista e o objetivo de fincarnuma posição contra o academicismo, contra o passadismo, como eles mesmos, os modernistas, defendiam”.

Semana de Arte

A Art Lab Gallery “…também revisita o passado, reflete o presente e discute novas propostas para a arte brasileira através da perspectiva de 84 jovens artistas que participam como agentes históricos da nossa Semana de Arte”, explica Juliana Monaco. O tributo a Villa Lobos é expresso com a presença de um centenário piano no espaço expositivo que estará disponível ao público durante o período de exibição da mostra.

De 11 a 19 de fevereiro.

 

 

 

 

Alegria, uma invenção

07/fev

 

Central - Galeria  - Alegria

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar “alegria, uma invenção”, exposição coletiva com curadoria de Patricia Wagner que promove uma reflexão acerca do legado do modernismo no Brasil considerando o centenário da Semana de 1922 como seu marco simbólico. Partindo da premissa de que o evento Alegria, uma invenção

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar “alegria, uma invenção”, exposição coletiva com curadoria de Patricia Wagner que promove uma reflexão acerca do legado do modernismo no Brasil considerando o centenário da Semana de 1922 como seu marco simbólico. Partindo da premissa de que o evento, assim como suas reverberações, contribuíram para a criação de ficções alinhadas ao projeto modernista de construção da identidade nacional, a curadoria busca problematizar a caracterização do brasileiro enquanto “povo alegre” como um enredo que ganha impulso no contexto cultural do anos 1920 para se perpetuar no senso comum.

 

A exposição ocupa simultaneamente os três pavimentos do espaço – a galeria, no subsolo, além do primeiro andar e do mezanino do IABsp – e reúne obras de Antonio Manuel, AVAF, Camile Sproesser, Carmézia Emiliano, Cícero Dias, #ColeraAlegria, Felipe Cohen, Gustavo Torrezan, Guy Veloso, Lourival Cuquinha & Luciana Magno, Manauara Clandestina, Mano Penalva, Marcos Bonisson, Nilda Neves, OPAVIVARÁ!, Randolpho Lamonier, Santarosa Barreto, Thiago Honório, Vivian Caccuri & Gustavo Von Ha e Yhuri Cruz.

 

“Ao longo do século, mesmo que a tristeza nunca tenha saído do nosso vocabulário artístico, a versão do povo alegre, lúdico e cordial prevaleceu”, reflete a curadora. “Entretanto, a maneira pasteurizada como a publicidade conduziu a disseminação de uma visão uniforme do carnaval, do samba e das festas populares propiciou a consolidação de narrativas produtoras de estereótipos e exotizações. (…) “alegria, uma invenção” apresenta produções artísticas que afirmam a alegria em toda a sua complexidade. Em meio às possibilidades de criação e fabulação de mundos que a arte possibilita, o objetivo da mostra é apostar na alegria como um bem coletivo. Como potência vital nos diversos modos de existência, em sua forma prosaica ou revolucionária e que se faz e se reinventa cotidianamente nos mínimos e máximos lampejos. A mostra reúne, portanto, trabalhos cujas poéticas se abrem para a multiplicidade política-afetiva-inventiva da alegria como expansão da potência do ser.”

 

Até 26 de março.

 

Palatnik em NY

 

 

Nara Roesler tem o prazer de inaugurar seu calendário anual de exposições de 2022 com a primeira retrospectiva do artista brasileiro Abraham Palatnik (1928-2020) em Nova York. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, “Abraham Palatnik: o sismógrafo da cor” traz ao público uma seleção de obras que revela o papel fundamental de Palatnik para a arte brasileira da segunda metade do século XX, assim como destaca a importância e pioneirismo de sua produção na compreensão das artes visuais como campos de força (force fields), suportes de energia e dinamismo cromático. A exposição fica em cartaz na Nara Roesler Nova York de 13 de janeiro a 01 de março.
Abraham Palatnik é uma figura fundamental nas artes da América Latina. Autor dos primeiros experimentos mecânicos com movimento e cor, Palatnik conquistou uma posição pioneira entre os representantes da Op Art nas Américas e, ao longo de setenta anos de produção, firmou-se como um criador complexo que expandiu os caminhos das artes visuais ao unir em sua obra tecnologia e arte, energia e cor, função e ornamento, natureza e movimento.
Suas obras podem ser encontradas em diversas coleções ao redor do mundo, como no Museum of Modern Art, Nova York (MoMA), na Adolpho Leirner Collection of Brazilian Art, Museum of Fine Arts, Houston (MFAH); no Royal Museums of Fine Arts of Belgium, em Bruxelas; além de no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), entre outros.
Nascido no Brasil, na cidade de Natal (RN), em 1928, Abraham Palatnik mudou-se para Tel-Aviv com sua família ainda na infância, onde permaneceu até 1948. Ali formou-se como artista e engenheiro.
Entretanto, um dos fatores determinantes para o amadurecimento do artista foi sua atuação na Seção de Terapia Ocupacional do Hospital Pedro II, dirigido pela psiquiatra Nise da Silveira que, apoiada pelos ensinamentos de Carl Jung, foi uma das precursoras e grandes defensoras do potencial da arte no tratamento de pacientes psicóticos. Ao lado dos artistas Ivan Serpa e Almir Mavignier, Palatnik coordenava oficinas de pintura e artes. O impacto dessa experiência com os internos e com as imagens produzidas por eles foi tão intenso que levou Palatnik a abandonar a pintura.
Foi na primeira Bienal de São Paulo, em 1951, que Palatnik despontou na cena artística de forma determinante. Na edição, seu primeiro Aparelho Cinecromático (1949) foi recusado por não se encaixar nas categorias previstas. Posteriormente, a obra seria aceita e receberia uma menção especial do júri internacional. O trabalho é pioneiro no uso artístico de fontes luminosas artificiais e, ao longo de sete edições da Bienal, entre 1951 e 1963, outros Aparelhos Cinecromáticos foram expostos. Em 1964, eles foram exibidos também na Bienal de Veneza, conferindo projeção internacional ao artista.
Até o fim de sua vida, Palatnik seguiu investigando e inovando no campo artístico ao criar trabalhos capazes de gerar fascínio pela elegância de sua composição, seja utilizando mecanismos que coreografam um verdadeiro balé de cores e formas, seja pintando e moldando materiais, como a madeira, o metal, o gesso e o papel cartão, para criar imagens abstratas cheias de ritmo e movimento.
Ainda que constantemente associado aos movimentos da arte cinética, o trabalho de Palatnik parece transcender as categorias. Para o curador Luis Pérez-Oramas, isso “talvez signifique que o problema central de sua obra não seja diretamente o movimento e, por isso, sua produção transcende as mesquinhas categorias que a crítica e a história da arte atribuem à Op Art e mesmo à arte concreta. […] Não se trata, é claro, de representar algo na obra de Palatnik, pelo contrário: trata-se precisamente de apresentar, por exemplo, o vestígio, o rastro, o traço do movimento e, portanto, o que a obra torna visível”. A essência do trabalho de Palatnik é o movimento e sua vertigem, a força transformadora que tem na natureza uma das suas mais assertivas metáforas.
De fato, em sua obra, encontramos a conjunção harmônica desses dois universos: o da regularidade maquínica, ligado à racionalidade humana e sua vontade de construção; e o da organicidade do mundo natural, evocando o universo das sensações renovadas pela constante transformação da paisagem.
“Abraham Palatnik: o sismógrafo da cor” traz, além de trabalhos de séries emblemáticas, como Aparelhos Cinecromáticos e Objetos Cinéticos, pinturas figurativas do início da carreira de Palatnik, incluindo um auto retrato, além de rascunhos, desenhos e projetos que permitem adentrar no processo criativo do artista.

 

Por ocasião da exposição, a Nara Roesler Livros, braço editorial da galeria, lançará “Abraham Palatnik: Encantamento/Experimentação”, a maior monografia já publicada sobre o artista. Com organização de Luiz Camillo Osorio, a edição estará disponível em duas versões, inglês e português e, além de um prolífico caderno de imagens de arquivo e de trabalhos do artista, apresenta textos históricos e inéditos assinados por grandes nomes da área, como Hans-Ulrich Obrist, Mário Pedrosa, Luis Pérez-Oramas, Abigail Winograd, Kayra Cabanas e Gabriel Pérez-Barreiro.