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AGENDA CULTURAL

Formas instigantes de Erika Verzutti

04/ago

 

 

 

A primeira exposição individual dedicada à obra de Erika Verzutti, já realizada em um museu brasileiro é o cartaz do MASP, São Paulo, SP. Erika Verzutti é uma artista essencial para a compreensão da prática da escultura hoje, tanto no panorama brasileiro quanto no internacional. Suas formas instigantes exploram novos caminhos para o meio, com atenção renovada à origem e à materialidade da escultura, bem como à sua inteligência formal.

 

 

Realizados em diversos materiais, como bronze, concreto, pedra e papel machê, os trabalhos de Verzutti possuem traços sensuais e táteis, brutos e refinados. A partir do início dos anos 2000, a artista começou a produzir séries de esculturas que aos poucos foram sendo agrupadas em famílias de “cisnes”, “Tarsilas”, “jacas”, “cemitérios”, entre outras. A exposição apresenta exemplos de obras dessas famílias e busca traçar múltiplas associações entre elas. A produção mais recente da artista também está presente: são desta fase os “relevos de parede”, trabalhos que mesclam pintura e escultura e dialogam de modo inusitado com a história da arte e o mundo contemporâneo.

 

 

As referências de Verzutti para a criação de suas esculturas transitam entre livros de arte e de história social, elementos da fauna e flora, imagens em circulação nas redes sociais, notícias de jornal, evocando animais e plantas, paisagens e minerais, objetos do cotidiano e da arte – de autores como Tarsila do Amaral, Constantin Brancusi, René Magritte, Piero Manzoni, entre muitos outros. Com seu caráter insólito, as esculturas se entregam à imprevisibilidade, por vezes com um elemento de humor, e se recusam a aceitar definições ou tradições estabelecidas – daí o subtítulo desta mostra: a indisciplina da escultura.

 

 

A exposição está dividida em sete núcleos, pensados a partir de conceitos da filosofia, da psicanálise, da cultura popular e da própria história da arte. Os núcleos conectam as obras de muitos modos, em razão de suas formas, materiais, temas e cronologias: “Devir-animal”, “Vereda tropical”, “Metáfora do mundo”, “Totemizar o tabu”, “Modernismo selvagem”, “Sob o sol de Tarsila (e outras histórias)” e “Estranho-familiar”.

 

A mostra tem um caráter panorâmico, apresentando obras realizadas de 2003 a 2021, que inclui uma nova escultura feita especialmente para a ocasião. A exposição se insere no biênio da programação de 2021-22, dedicado às Histórias brasileiras no MASP e, neste primeiro ano, voltado exclusivamente às mulheres artistas.

 

 

A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, André Mesquita, curador, MASP

 

 

Até 31 de Outubro.

 

 

Sergio Augusto Porto na Central

02/ago

 

 


A próxima exposição na Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, abrirá no sábado, dia 07 de agosto. Com curadoria de Diego Matos, “De dentro para fora, da experiência à imagem” é a primeira exposição de Sergio Augusto Porto em São Paulo e, de certa forma, é uma retomada na carreira do artista, pioneiro da arte brasileira nos anos 1970 e que tem no currículo participações de destaque em grandes exposições como a 37ª Bienal de Veneza (1976), a 12ª Bienal Internacional de São Paulo (1973) e o 7 Panorama da Arte Atual Brasileira (1975).

Até 25 de setembro.

Reverenciando Nise da Silveira

27/jul

 

A médica Nise da Silveira revolucionou – no Brasil – o tratamento de pessoas com transtornos psiquiátricos. E o CCBB RJ apresenta uma mostra com o trabalho desenvolvido pela psiquiatra que uniu ciência e arte.

 

 

A exposição “Nise da Silveira – A Revolução Pelo Afeto” encontra-se em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, Centro, até 16 de agosto. É uma chance de conhecer com mais profundidade a atuação inédita da doutora Nise da Silveira.

 

A mostra ocupa três salas, reunindo cerca de 90 obras de clientes do Museu de Imagens do Inconsciente, ao lado de peças criadas por importantes nomes da arte nacional que dialogam com o universo da doutora Nise da Silveira. São trabalhos de Lygia Clark, Zé Carlos Garcia e Alice Brill, além de vídeos de Leon Hirzsman, Tiago Sant’Ana, entre outros.

 

 

Residência Artística

26/jul

 

 

O projeto Flerte com Arte abre chamada pública para Residência Artística. A iniciativa é desenvolvida com incentivo da Prefeitura Municipal de Niterói e a Secretaria Municipal das Culturas (SMC), por meio do Programa Municipal de Retomada Econômica do Setor Cultural:

 

 

Flerte com Arte – Residência Artística

 

 

Dispositivos Pinto Rosa e Atelier Produtora abrem inscrições para jovens artistas visuais periféricos moradores de Niterói e do entorno para participarem de Residência Artística on-line e remunerada

 

 

A Dispositivos Pinto Rosa, em parceria com a Atelier Produtora, promove de 26 de agosto a 06 de novembro, Flerte com Arte – Residência Artística. O projeto reunirá quatro jovens artistas visuais e/ou coletivos de arte periféricos, mulheres, negros/as, indígenas ou LGBTQIA+, sendo dois moradores de Niterói e os outros dois residentes das cidades do entorno (Maricá, Itaboraí e São Gonçalo). A residência artística tem como mote a valorização da produção de artistas dissidentes dessas localidades que possuam pesquisas expandidas para outros campos de atuação, o que os conduza à interdisciplinaridade.

 

 

As inscrições acontecem de 27 de julho a 15 de agosto somente por meio do preenchimento do formulário eletrônico disponibilizado no site www.flertecomarte.com.br, onde também é possível conferir a convocatória que rege as normas e prazos do processo seletivo. A lista com os quatro artistas e/ou coletivos selecionados será disponibilizada no dia 19 de agosto por e-mail e site do projeto. As quatro propostas selecionadas para a Residência Artística receberão um aporte financeiro no valor de R$1.000,00. A realização do projeto é da Dispositivos Pinto Rosa e a produção da Atelier Produtora.

 

 

 

Na atual conjuntura da pandemia da COVID-19, muitos artistas visuais, principalmente os em início de carreira e ainda não consolidados no mercado de arte, foram atingidos pela falta de oportunidades. De acordo com uma das idealizadoras do projeto e artista orientadora da residência, Ana Hortides, “Flerte com Arte – Residência Artística surge como um respiro nesse cenário tão difícil para o fomento das artes e da cultura em que estamos vivendo. Conta ainda que, como uma artista visual, conhece os desafios para um artista jovem conseguir sobreviver da sua própria arte. A ideia do uso da palavra flerte vem justamente dessa questão, pois é recorrente que os artistas ‘flertem com a arte’ enquanto se dividem em outros trabalhos profissionais para se manterem e poderem financiar seus próprios processos artísticos. Assim, a residência Flerte com Arte consiste em um projeto que incentiva a arte, promove trocas entre jovens artistas dissidentes e fornece visibilidade aos seus trabalhos. O nosso projeto é pensado para esses artistas que estão começando agora e desejam acompanhamento curatorial, trocas e, é claro, poder contar com um aporte financeiro para produzir”.

 

 

Os artistas participantes da residência terão acompanhamento artístico e curatorial, mas para incentivar e ampliar o alcance das ações do projeto, comenta Vinícius Pinto Rosa, artista visual e orientador da residência que “o projeto Flerte com Arte apresenta também um viés de formação. Dentre as distintas ações do projeto, teremos quatro oficinas on-line e gratuitas, que serão ministradas pelos artistas selecionados. Nelas, poderão se inscrever pessoas de todo o Brasil”.

 

 

Flerte com Arte – Residência Artística conta com as seguintes ações:

 

 

Acompanhamento e orientação artístico-curatorial – Os três orientadores, Ana Hortides, Silvana Marcelina e Vinícius Pinto Rosa, realizarão o acompanhamento em grupo dos artistas residentes em encontros semanais, aprofundando o contato com seus processos de trabalho e as suas pesquisas artísticas ao longo da residência;

 

 

Portfólio aberto – No início da residência artística, cada um dos quatro artistas selecionados participará de uma live realizada por plataforma de rede social e conduzida por um dos orientadores do projeto onde abrirá o seu portfólio ao público, apresentando o seu trabalho e o projeto que pretende desenvolver ao longo da residência artística;

 

 

Ocupação artística – Os artistas residentes deverão desenvolver os seus processos de trabalhos, sejam nas mais diversas linguagens artísticas, em formato e plataformas virtuais. Sendo proposta ao final da residência uma ocupação artística on-line dos seus trabalhos;

 

Programa aberto e público – O programa corresponde a três ações distintas: Ateliê aberto, Debates-etc e Oficinas.

 

 

Ateliê aberto – Serão realizadas quatro lives em plataforma virtual ao final do período de residência com os artistas de modo a exporem ao público os resultados e processos realizados ao longo da residência e da ocupação artística;

 

 

  1. Debates-etc – É uma série de três conversas em formato de live com os orientadores do projeto para apresentarem ao público as ressonâncias desse processo de trabalho com as suas pesquisas pessoais em artes, curadoria e educação ou outros campos em que atuem;
  2. Oficinas – Consiste na realização de quatro oficinas livres e gratuitas promovidas pelos artistas residentes destinadas ao público.
  3. O projeto contará ainda com o lançamento da hashtag #apoiasejovensartistas que será utilizada ao longo de todas as suas ações, visando incentivar e dar maior visibilidade à produção dos jovens artistas. Desse modo, buscando criar uma espécie de vitrine que gere difusão e engajamento para os seus trabalhos.

 

 

 

Serviço: Flerte com Arte – Residência Artística

Inscrições: de 27 de julho a 15 de agosto

Residência artística: de 26 de agosto a 06 de novembro

Residência artística remunerada para artistas dissidentes de Niterói e cidades do seu entorno.

Site: www.flertecomarte.com.br

Instagram: www.instagram.com/atelier.cultura

Facebook: www.facebook.com/aateliercultura

Classificação: 18 anos.

Dúvidas podem ser tiradas pelo e-mail: flertecomarte@gmail.com

 

Livro: Art Déco no Brasil – Coleção Fulvia e Adolpho Leirner

 

 

Ana Paula Cavalcanti Simioni e Luciano Migliaccio

 

 

Desde a primeira aquisição no início dos anos 1970, a coleção de art déco brasileiro de Fulvia e Adolpho Leirner foi pensada para ambientar sua própria residência, como contraparte da outra coleção do casal, de arte construtiva. Quase 50 anos depois, tornou-se um dos principais registros do período em que germinou o modernismo brasileiro. Já dominante no velho mundo, a estética art déco aportou por aqui na bagagem de artistas imigrantes – Gregori Warchavchik, Lasar Segall, Antelo Del Debbio, John Graz, entre outros – e de nomes nacionais que visitavam o velho continente, como Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Ismael Nery, Antonio Gomide, Regina Gomide Graz e Flávio de Carvalho, todos presentes no acervo dos Leirner. Com autoria de Ana Paula Simioni (IEB-USP) e Luciano Migliaccio (FAU-USP), o livro analisa obra a obra da coleção, repassando, a partir do que sobressai em cada item, os diversos aspectos artísticos do período. Cada obra vem acompanhada também de seu percurso em exposições e publicações. Além de ser um documento sem precedentes sobre o período, o livro demonstra a relevância da atuação do casal como colecionadores e rememora a formação do mercado de artes no Brasil.

 

 

“A Coleção Fulvia e Adolpho Leirner não apenas possui e conserva obras de valor histórico, mas ela própria é parte constitutiva da história da arte moderna no Brasil, tendo contribuído com exposições que suscitaram debates e reavaliações sobre esse momento da arte brasileira. Para compreender isso é preciso recuar um pouco no tempo. A década de 1970 assinalou uma importante etapa na maturidade do campo artístico no Brasil, em especial em São Paulo, por meio da consolidação de um mercado de arte. Multiplicaram-se os leilões comerciais e galerias, bem como despontaram alguns marchands. Num claro sinal de que a arte se tornava uma mercadoria valiosa, os bancos abriram linhas de crédito especiais para sua aquisição. A euforia do mercado artístico era contemporânea ao milagre econômico.” (…) “Compreender a lógica que perpassa a coleção, o princípio norteador de cada aquisição, de cada obra em particular, requer debruçar-se sobre as disputas em torno da definição de arte moderna, das quais os colecionadores participam com uma posição consciente e bastante original para o meio local.”

 

Conceitos Fundamentais da Pintura.

22/jul

 

 

É curso Prático-Teórico para abordar conceitos e questões fundamentais do processo e da História da Pintura desde o Renascimento, passando pela Modernidade chegando ao Contemporâneo.

 

 

As aulas começam em Agosto!

Para maiores informações e

inscrições: https://bit.ly/hugocurso

 

 

Estou divulgando meu novo curso on-line:

 

caso tenha alguma dúvida entre em contato,

 

Hugo Houayek

 

 

Encontros Fotográficos

21/jul

 

 

 O Clube Paulistano, São Paulo, SP, abriga, em suas alamedas, a coletiva “F23 – Encontros Fotográficos”, sob curadoria de Sergio Scaff e Bel Lacaz. Exposições individuais de profissionais convidados, em diferentes momentos de trajetória, oferecem um amplo conjunto de opções imagéticas, em um total de 1.213 imagens.

 

Convidados por Sergio Scaff, Alessandra Rehder, Antonio Mora, Betina Samaia, Carol Lacaz, Fabio Colombini, Fabio Figueiredo, Fabiano Al Makul, Giovanna Nucci, Ivan Padovani, Jose Roberto Bassul, Lucas Lenci, Luciano Bonomo, Luiz Aureliano, Melissa Szymanski, Paul Clemence, Pico Garcez, Renan Benedito, Renata Barros, Robério Braga, Romulo Fialdini, Tuca Reinés, Uiler Costa-Santos e Valentino Fialdini, trazem seu universo de imagens para que o público conheça e se aproxime de sua criação. “Esta exposição irá permitir apresentar as diferentes leituras, conceitos, trabalhos e a evolução da fotografia, no olhar destes fotógrafos”, explica Scaff.

 

 

Longe de ser uma exposição estática, em formato padrão, a mostra totalmente digital, estará posicionada nas alamedas internas do Paulistano em totens identificados por artista: “cada fotógrafo terá um totem individual para apresentar sua biografia, currículo e coleção fotográfica representativa dos trabalhos executados, durante a sua carreira artística e profissional”, define o curador. Isso possibilita ao visitante o contato com um amplo número de imagens que os transportará a diversos universos criativos peculiares e particulares de cada artista.

 

 

As imagens que os artistas apresentam, com seleção de Sergio Scaff, passeiam por temas diversos, distintos e plurais. Incluem temas como arquitetura, meio ambiente, fauna, flora, vida urbana noturna, cotidiano, moda, sonhos, emoções, fantasias, abraçam a vida!

 

 

Como um conjunto de possibilidades adicionais à realização da mostra de fotografias, a curadoria disponibiliza uma agenda de ações complementares com ampla programação de visitas guiadas à exposição, encontros, palestras, visitas à ateliês e galerias cuja agenda definitiva estará disponível nas redes sociais do Paulistano para inscrição e agendamento.

 

 

Sobre o curador

 

 

Sergio Scaff. Curador e Marchand, opera a mais de 36 anos no circuito cultural brasileiro e internacional. Através da Documenta Galeria de Arte, atua prioritariamente nas praças de São Paulo, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro e Brasília, tanto em parceria com galerias locais como de forma independente, o que possibilita o intercâmbio cultural das diferentes leituras da arte brasileira. Foi representante, no Brasil, da London Contemporary Art; fundador e presidente da Associação Brasileira de Galerias de Arte, nos anos 1990 e é parte da coordenação das atividades culturais da Galeria de Arte do Clube Paulistano, desde 2010. “Interagir a fotografia a ser apresentada a céu aberto, dentro do espaço do Paulistano, para um público de milhares de pessoas, de várias idades, visões e conceitos artísticos, integrando a arte fotográfica ao cotidiano do seu espaço”. ( Sergio Scaff).

 

 

A retomada das atividades do Paulistano Cultural segue os protocolos da Fase de Transição do Plano São Paulo de controle à pandemia, implantada pelo governo estadual, além de seguir as medidas de proteção, saúde e higiene estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde. O número de visitantes segue limitado ao percentual permitido; é feita medição de temperatura à entrada e dispositivos de álcool gel estão posicionados por diversos pontos no espaço. O uso de máscara é obrigatório.

 

 

Até 19 de setembro.

 

Revista Pomares número 5

 

 

Seguindo a programação do mês de julho, a Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, convida para assistir à live de lançamento da revista Pomares, edição número 5.

 

 

O evento acontece nesta quarta-feira, dia 21 de julho, às 19h e contará com a presença de Alexandre Ramos e Neiva Bohns.

 

 

Para assistir, basta acessar os canais da FVCB no YouTube ou no Facebook nohorário:

 

 

youtube.com/fvcbrs | facebook.com/fvcbarcellos

 

 

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

 

 

#editalfundacaomarcopolo #leialdirblanc #sedacrs #fundacaomarcopolo

A arte entre o sagrado e o profano

19/jul

 

 

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, realiza a exposição “A arte entre o sagrado e o profano”, de 24 de julho a 31 de agosto. A curadoria é de Evandro Carneiro.

 

 

 Ao todo serão exibidas em torno de 140 obras, dentre pinturas e esculturas. Os artistas são diversos, da arte sacra à africana e chinesa, passando pela Escola de Potosi. Serão apresentados trabalhos de Helios Seelinger, Oscar Pereira da Silva, Emeric Marcier, Pedro Américo, Sigaud, Mario Cravo, Manuel Messias, Ceschiatti, Agostinelli, Brennand, Djanira, Rubem Valentim, Mestre Didi, PPL e os contemporâneos Mario Mendonça e Deborah Costa.

 

 

A mostra será aberta ao público SEM VERNISSAGE devido à pandemia, durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h. Durante o período das novas medidas restritivas na cidade sancionadas pela Prefeitura do Rio, a mostra será exibida ao público de forma on-line a partir de uma exposição virtual no website www.evandrocarneiroarte.com.br e nas redes sociais da galeria. A exposição será aberta ao público durante o horário de visitação da galeria, de segunda a sábado, das 10h às 19h.

 

 

O Shopping Gávea Trade Center, quando aberto, está funcionando com obrigatoriedade do uso de máscaras e fornece álcool em gel e medição de temperatura para quem entra. Não há necessidade de agendar a visita, pois o espaço é grande e sem aglomerações.

 

 

 A arte entre o sagrado e o profano

 

 

Entorno de fé, promessas, ritos e festas, mitos e lendas, medos, superstições e crenças, a arte sempre expressou a cultura humana, na linguagem própria de cada tempo e de cada espaço. Cabem neste cenário, tanto os aspectos sagrados quanto os profanos da vida. Mas o que os diferencia e aproxima? Para Mircea Eliade, “O sagrado manifesta-se sempre como uma realidade inteiramente diferente das realidades ‘naturais’. (…) Ora, a primeira definição que se pode dar ao sagrado é que ele se opõe ao profano.”  (“O Sagrado e o Profano”, Martins Fontes, 2020, p. 16-17)

 

 

Porém, para muitas culturas a natureza é sacralizada. Mitologias e cosmogonias diversas através da história da humanidade demonstram uma relação tão paradoxal quanto fundamental entre o sobrenatural e a natureza, deuses e homens, seres mágicos e hábitos profanos, bestiários e a floreta, bruxas e dragões, corpos e espíritos, Deus e o Diabo.

 

 

Longe de se desejar separar o supra-natural da natureza, ou dicotomizar o bem e o mal, mantemos aqui, por meio da ideia do paradoxo e da livre expressão, sempre possível através da arte, uma concepção de mundo em que cabem o bordel e o altar, o templo e o tempo, o pecado e a devoção mais pura, os ícones mais elevados das imagens sacras, mas também as fantasmagorias do maravilhoso pagão, em símbolos e alegorias expressas nas pinturas e nas esculturas que ora apresentamos.

 

 

Laura Olivieri Carneiro

 

Família Gomide no MAM-SP

15/jul

 

 

Encontra-se em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, Ibirapuera, até o dia 15 de agosto a exposição “Desafios da modernidade – Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930”.

 

 

A palavra da curadoria

 

 

Quando a canonização do movimento modernista tende a se fechar em torno de um número restrito de seus expoentes, é hora de alargar o campo de investigação e enveredar por sendas menos exploradas, em busca de artistas e modalidades diversos daqueles já consagrados.

 

 

Entre tantos aspectos da revolução cultural das primeiras décadas do século XX, aqui nos interessa a arte que informa o cotidiano e põe a vida doméstica em sintonia com a grande onda de modernização da sociedade. Vale lembrar que a criação de ambientes e objetos de linhas “modernas” iniciada nesse período está na origem do que hoje entendemos como “design de produtos”.

 

 

A partir do sucesso da Exposição de Artes Decorativas de Paris, em 1925, o art déco ganha repercussão internacional e chega ao Brasil. Antonio Gomide, sua irmã Regina e o marido dela, John Graz, seriam os arautos dessa tendência em São Paulo. Com obras taxadas de “decorativas”, os protagonistas dessa vertente do modernismo são vistos, muitas vezes, como artistas “menores”. No entanto, os três são modernistas de primeira geração. Graz participa da Semana de Arte Moderna a convite de Oswald de Andrade, entusiasmado com as telas que vê na mostra do pintor suíço recém-chegado a São Paulo. Na mesma exposição, as criações têxteis de Regina não chegam a impressionar o crítico. Essa indiferença revela a incompreensão da importância que a fusão de arte e artesanato teria na Europa do entreguerras. Por seu turno, Antonio Gomide, residente em Paris, traz, em 1926, um conjunto de pinturas de sua autoria para expor na capital paulista, provando ser um pintor maduro e familiarizado com o cubismo e a Escola de Paris.

 

Formados na Escola de Belas Artes de Genebra e com larga vivência da cultura europeia, eles se fixam em São Paulo, numa época em que a cidade passa por grandes transformações, sob o impacto da industrialização e da massa de imigrantes que aqui busca “fazer a América”. Diante de um mercado de arte restrito e conservador, Graz logo vê que não daria para viver de pintura. Procura então introduzir ambientes modernos em moradias da alta burguesia. Bem-sucedido, pauta seu trabalho pelo conceito de “arte total”. Em busca da unidade formal, tudo é desenhado por ele. No mobiliário, sobressai a dominância de formas geométricas, a adoção de materiais industrializados, como os tubos metálicos e a madeira folheada. Não se trata de produção em série, mas de fatura artesanal e exclusiva. Regina participa de seus projetos, com tapetes, tapeçarias, cortinas e almofadas. Versátil em várias técnicas, não é simples colaboradora – dá aulas em seu ateliê e funda a fábrica Tapetes Regina. Antonio Gomide também atua em várias frentes. Transita da pintura a óleo ao afresco, dos vitrais aos biombos e objetos decorativos, sempre com competência e buscando alguma estabilidade financeira.

 

A modernidade do trabalho desses artistas vem da dissolução de fronteiras e hierarquias entre modalidades artísticas e da atividade projetual dedicada à criação de murais, vitrais e tapeçarias, em diálogo com a arquitetura. Seu público: a elite simpatizante do modernismo, viajada e culta, de cafeicultores em decadência e industriais em ascensão.

 

 

Maria Alice Milliet

 

 

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