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AGENDA CULTURAL

Vik Muniz, um panorama

16/dez

100 obras do artista Vik Muniz, entre as quais fotos de imagens feitas com sucata, terra, diamantes e até comida, encontram-se em exibição no Galpão do Museu Vale, Antiga Estação Pedro Nolasco, Argolas, Vila Velha, ES. A exposição se completa com uma sala documental e o lançamento do catálogo. Na sala de exposições temporárias do Museu Vale, uma cronologia ilustrada, making of dos trabalhos, livros e catálogos  para consulta do público e uma sessão diária às 15h do filme “O Lixo extraordinário”.

 

Rostos, cartões postais, figuras mitológicas, pessoas comuns, todos desenhados e detalhados com materiais tão diversos quanto feijão, chocolate, macarronada, diamantes, açúcar, sucata, geleia e manteiga de amendoim se transformam, depois de fotografados, em obras de arte que podem até ser o que parecem, mas nunca só isso.

 

No Museu Vale, entretanto, chegou acrescida de obras recentes do artista, além de 33 fotografias que compõem “Earthworks”. Em “Earthworks” – obra ícone da exposição – as minas da Vale em Carajás e Minas Gerais foram palco da construção, em 2002.

 

– Um trabalho tão complexo como foi “Earthworks”, que demandou precisão, empenho de muita gente e uma estrutura incrível de logística. E agora, mais de dez anos depois, é justamente o Museu Vale quem me convida para expor no Espírito Santo – constata Vik Muniz. – Acho interessante essa rede de recorrências, de interações que multiplicam a arte.Na vastidão das áreas mineradas a céu aberto, Vik Muniz, em parceria com a Vale do Rio Doce, realizou a série de fotografias. De helicóptero, o artista comandou a operação e fotografou os desenhos feitos com tratores e escavadeiras em grandes áreas de mineração da companhia. Com o GPS, o traçado era sinalizado no terreno, indicando onde as retroescavadeiras deveriam escavar.

 

As fotografias parecem uma documentação de marcas deixadas por extraterrestres em regiões não urbanas mas com certa ironia em relação aos objetos de uso cotidiano: cabide, lâmpada, tesoura, colher, dado e clipe de metal, entre outros. O trabalho remete às intervenções monumentais em paisagens naturais (Land Art) de artistas como Robert Smithson (1938–1973). Na série, Vik brinca com a percepção do espectador, intercalando fotos de maquetes com outras realizadas no terreno da Vale, ou seja, misturando obras de grande e pequena escalas.

 

Na mostra “VIK MUNIZ”, vários trabalhos referenciais do artista marcam presença como: Sugar children (Crianças de açúcar), série de rostos de meninos filhos de operários das usinas açucareiras caribenhas, desenhados com açúcar; imagens de diamantes, que recriam rostos de celebridades, redesenhados com milhares de diamantes; Postcards from nowhere (Cartões-postais de lugar nenhum), que exibe cartões postais, no mínimo, inusitados de várias cidades do mundo. Merece destaque também a série de recriações de obras originais de grandes pintores, como Caravaggio, sempre com o suporte de materiais improváveis.

 

É um sonho antigo ter Vik Muniz aqui – comemora Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale e responsável pelo convite ao artista.
– É um artista extremamente atual, com uma obra renovadora e dinâmica, afinada com as tendências mais éticas dentro da arte contemporânea hoje – sintetiza.

 

 

Na mira da arte

 
– Não tem problema usar chocolate, é bom. O ruim é a tinta, porque nunca se sabe direito o que contém – brinca o artista, que abriu os caminhos para uma carreira internacional na arte depois de mudar-se de São Paulo para Nova York. Explica-se: após apartar uma briga de rua, foi alvejado na perna pelo próprio agredido – que, para evitar uma denúncia, ofereceu-lhe uma gorda recompensa em dinheiro.
– Aceitei e resolvi usar o dinheiro para comprar uma passagem de avião e me mandar para Nova York – conta o artista. Uma vez lá, deixou-se envolver de vez com a efervescência cultural da metrópole e descobriu que podia usar de tudo um pouco para materializar seu talento. Foram 30 anos nos EUA, mas sempre aqui e ali também, trabalhando em vários países.

 

Hoje Vik mora no Rio e se envolve bastante com projetos sociais, como a ONG Spectaculu. Em 2013, iniciou com recursos próprios a construção da Escola do Vidigal, que oferece a crianças em fase de alfabetização a oportunidade de aprender arte e tecnologia brincando, por meio de uma metodologia de ensino que é resultado de uma parceria entre Vik Muniz e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos.

– É uma ‘Bauhaus’ para criancinhas, brinca com um sorriso muito sério.

 

 

Até 14 de fevereiro de 2016.

O atelier transparente

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, exibe uma parte importante da obra de Waltercio Caldas: seus “cadernos de artista”, acompanhados de gêneros tridimensionais, como maquetes de estudos e objetos híbridos. Uma oportunidade de tomar contato com uma autêntica imaginação escultórica contemporânea.
Ainda que em alguns casos sejam estudos, o conjunto desses trabalhos se destaca por  fornecer uma mostra do seu pensamento plástico. São centelhas de ideias que integram os cadernos a várias outras linguagens nas quais Waltercio Caldas se vale para pensar o espaço e seus atributos. Ao todo, em apresentação, mais de cem cadernos.

 

Considerando ser trabalhos que se querem “em formação”, a exposição não tem como finalidade a explicitação do indescritível processo criativo do artista. Não se trata de fornecer um guia ilustrado para a compreensão de sua produção.
Se o espectador extrair um entendimento sobre o método e o modo como o artista age na contínua elaboração de sua obra, será menos por princípio didático do que por relações traçadas a partir das diferenças que os trabalhos expõem entre si.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Rio de Janeiro no ano de 1946, Waltercio Caldas integra a chamada Geração 70, ao lado de artistas como Cildo Meireles e Tunga. Sua obra protagoniza uma virada no debate artístico do país ao reformular a relação da arte com a cultura e o meio artístico local. Foi assim que ela se tornou decisiva para o surgimento do que hoje conhecemos como arte contemporânea. Porém, mais do que reiterar seu estatuto de contemporaneidade, a mostra deverá apontar sua valência histórica, a partir das ideias, questões e valores atrelados aos sentidos que é capaz de produzir.

 

 

Até 20 de março de 2016.

Quadrinhos e o espírito Pop

A Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, promoveu um encontro com o pintor Eduardo Vieira da Cunha para conversar com o artista sobre a exposição “Quadrinhos e o espírito Pop”, em exibição no local.

 

A exposição apresenta a produção recente de Eduardo Vieira da Cunha, que tem por mote a influência da linguagem das histórias em quadrinhos e as características plásticas das artes visuais da década de 1960. A mostra, que também exibe um diálogo entre a obra do artista e o acervo da pinacoteca – que toma por base a linguagem pop -, tem o objetivo de qualificar a visitação e divulgar o processo criativo do artista porto-alegrense.

 

Eduardo Vieira da Cunha, fã e leitor de HQs, inspira-se na linguagem que fez fusão na comunicação e na arte estabelecendo um diálogo com obras da Pinacoteca Ruben Berta, selecionadas por ele, que coincidem com a temática explorada pelo artista como os pops ingleses Alan Davie e Bill Maynard.

 

 

A palavra do artista

 

Busco com este trabalho um diálogo com as obras da Pinacoteca Ruben Berta que apontam para a emergência de correntes criativas inspiradas na cultura popular. Situada no prelúdio dos movimentos conspiratórios do final dos anos 60, esta tendência foi fundamentalmente positiva, oferecendo liberdade de expressão no campo das artes visuais, em uma pintura predominantemente figurativa. O ponto comum era a vida quotidiana, nutrida por um ambiente urbano, e por imagens do gosto popular.

 

Aqueles novos realistas abriram caminho para uma estética baseada na comunicação de massa. Inspirado por eles, tomei emprestado das histórias em quadrinho, das imagens de rua e dos jornais e revistas, referências para esta exposição. Sempre fui um fã das historietas, dos clássicos Flash Gordon, Mandrake e Fantasma, até os de vanguarda, como Robert Crumb e seu Mr. Natural, publicado na revista Grilo, nos anos 1970. Assim, com esta exposição, procuro resgatar em pintura o universo colorido da Arte Pop e seu vocabulário que trazia a grandeza das pequenas coisas exibidas e inspiradas na rua que muitas décadas depois voltam a invadir o museu.”

 

 

Até 19 de fevereiro de 2016.

Exposição de Arthur Luiz Piza

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, recebe a exposição “A Gravura de Arthur Luiz Piza”, um importante panorama da obra gráfica de um dos principais artistas contemporâneos brasileiros. A mostra, que acontece na Estação Pinacoteca, Largo Gal. Osório, São Paulo, SP, apresenta pela primeira vez um conjunto de gravuras editadas pelo artista paulistano e doadas à Pinacoteca. A curadoria é de Carlos Martins.

 

Ao todo são 137 obras que mostram o percurso que Arthur Luiz Piza imprimiu à sua produção desde as suas experimentações realizadas em 1952, quando começou. Na primeira sala os visitantes encontram trabalhos que exploram o uso da água forte, da água tinta e a ação dos ácidos sobre a matriz de cobre, que trazem ainda figuração e algumas referências do surrealismo. Obras do período que Piza combinava linhas e formas abstratas também podem ser vistas neste espaço.

 

Na sequência, Piza redefine a sua produção e, na segunda sala, estão as peças deste período, que passam a contemplar formas geométricas reconhecíveis, fruto dos estímulos que os novos rumos da arte proporcionavam. “Aqui as imagens crescem em escala, muitas vezes ocupando toda a superfície do papel. A utilização de cores intensas  de texturas em relevo, minuciosamente gravadas, confere a gravura de Piza um vocabulário próprio e inconfundível, indicando também ao artista possibilidades para o seu trabalho de colagens, pintura, entalhe e escultura. O relevo vai marcar definitivamente o corpus de sua produção”, explica o curador Carlos Martins.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido na cidade de São Paulo em 1928, Arthur Luiz Piza iniciou sua formação artística em 1943 com Antonio Gomide. Após participar da I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Piza se mudou para Paris e frequentou o ateliê de Johnny Friedlaender, com quem aprendeu as técnicas de gravura em metal. Dedicou-se depois à aquarela e à colagem. Realizou mostras individuais no Brasil e em vários outros países como Japão, Equador, França, Alemanha, Suíça, Suécia, Iugoslávia, Itália, Espanha, Dinamarca e Estados Unidos.

 

 

Até 14 de fevereiro de 2016.

Damien Hirst em Ipanema

A Mais Um Galeria de Arte, Ipanema, Rio de Janeiro, inaugurou com com a exposição “Damien Hirst”, reunindo dezenove trabalhos do artista inglês Damien Hirst, um dos nomes icônicos da atualidade. Encontram-se nesta mostra trabalhos em papel, em tiragem limitada, das séries dedicadas a medicamentos, que trazem seus famosos pontos coloridos e o armário com pílulas, e ainda as que têm como tema borboletas, tanto em fundo preto, branco, ou formando imagens caleidoscópicas.

 

Também consta nessa exibição o cobiçado trabalho do trabalho do artista denominado “For the Love of God”, em impressão lenticular sobre plástico, que propicia um efeito holográfico. Há serigrafias e gravuras em metal, algumas em água forte (baixo relevo),
com aplicações manuais de verniz e poeira de diamantes. As obras foram editadas pela prestigiosa Other Criteria, de Londres, parceira no Brasil da Mais Um Galeria de Arte. A exposição tem consultoria curatorial de Fernando Cocchiarale.

 

A Mais Um Galeria de Arte terá como característica principal oferecer obras múltiplas em vários suportes – gravuras, fotografias, vídeos e esculturas – em associação com importantes editoras brasileiras e estrangeiras.

 

A colecionadora Maria Cassia Bomeny decidiu expandir sua paixão pela arte para um espaço aberto ao público. “Após um ano de desenvolvimento do projeto da galeria, decidi por uma casa preservada e megassimpática na Rua Garcia D’Ávila, Ipanema. Vamos apresentar artistas brasileiros e estrangeiros através de trabalhos múltiplos com uma curadoria criteriosa, visando à qualidade da formação da coleção para nossos clientes”, explica.

 

 

Importância da obra múltipla

 

Fernando Cocchiarale ressalta que “múltiplo não é réplica”. “Não pode ser reduzido a mera reprodução, já que ao diferir da obra única – graças a possibilidades poéticas fundadas na reprodutibilidade – amplia o campo de invenção e criação do artista para além da produção de “originais”. O múltiplo não é simplesmente a edição baseada em uma obra única. Tem suas questões próprias. Faz parte de seu conceito ser multiplicado. É uma modalidade de produção”, explica. “Há que ressalvar escultores que querem trabalhar com diferentes escalas, produzindo múltiplos especiais”. “Se olharmos para a história da arte há várias obras múltiplas que se tornam ícones, como por exemplo “Seja marginal seja herói” (1968) e “Mangue Bangue” (1971), de Hélio Oiticica, vários trabalhos de Lygia Pape, Nelson Leirner, Anna Bella Geiger, Andy Warhol,  e do próprio Damien Hirst”. Ele acrescenta que “o múltiplo permite acesso à compra de determinadas obras de arte que de outra forma as pessoas não teriam, criando possibilidades de se organizar coleções com critério, e o colecionismo transforma o conjunto como algo maior do que simplesmente a soma das partes”.

 

 

Vídeoarte na vitrine

 

A vitrine da Mais Um Galeria de Arte terá uma permanente exibição de vídeoarte, que começará com Antonio Dias, em janeiro, e seguirá com uma programação dedicada a artistas mulheres, com seleção de Fernando Cocchiarale.  Maria Cassia Bomeny destaca que  “esta é uma forma de interagir com quem passa pela rua, e também uma bela maneira de aproximar o público”.

 

 

Programação para 2016

 

Dentre as exposições agendadas para o próximo ano, estão a de Antonio Dias, Roberto Magalhães, Richard Serra e Alberto Burri – que é tema de uma grande exposição no Guggenheim de Nova York, aberta em outubro e que segue até 6 de
janeiro.

 

 

 

Sobre Damien Hirst

 

Damien Hirst nasceu em Bristol, Inglaterra, em 1965. Ele chamou a atenção do público em 1988 quando concebeu e fez a curadoria de “Freeze”, uma exibição de seu trabalho e de seus contemporâneos no Goldsmiths College, em um armazém desativado em Londres. Desde então se tornou internacionalmente um dos mais reconhecidos e influentes artistas de sua geração.

 

 

Até 16 de janeiro de 2016.

Novas na Casa França-Brasil

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura administrado pela organização social Oca Lage, apresenta exposição com curadoria de Pablo León de la Barra, que convidou o coletivo chileno Mil M2 (mil metros quadrados) e reuniu as obras “Cruzeiro do Sul”, de Cildo Meireles, e “Tempos Difíceis”, de Ivan Grilo.

 

Na abertura da exposição, haverá uma conversa aberta ao público com os artistas integrantes do coletivo Mil M2, que vieram ao Rio a partir do financiamento do Fondo Nacional de Desarrollo Artístico y Cultural do Chile (convocatória 2015). Por duas semanas, eles espalham pela cidade perguntas como “Você já disse eu te amo hoje? O samba nasceu na Bahia ou no Rio? O que você perguntaria aos cariocas? O que você perguntaria a sua cidade? De quem é a cidade?”. “O Projeto Pergunta é, acima de tudo, uma ferramenta para reconhecer e compartilhar nossos questionamentos sociais, políticos, urbanos e afetivos. Uma série de ativações do Projeto Pergunta no Rio de Janeiro buscam provocar os cariocas a refletir, discutir e compartilhar suas inquietações com respeito a sua vida, a cidade, suas políticas e seus afetos”, conta Pedro Sepúlveda, diretor criativo do coletivo. Desde a sua primeira edição na cidade de Valparaíso em fevereiro de 2014, o projeto percorreu diversos espaços públicos e instituições culturais do Chile, recolhendo mais de duas mil perguntas a partir da interação direta com as diferentes comunidades participantes. No espaço central da Casa França-Brasil estará um painel com perguntas que serão desenvolvidas junto com o público.

 

Na sala lateral, estará a obra “Cruzeiro do Sul” (1969-1970), de Cildo Meireles, dentro da pequena retrospectiva do artista que Pablo León de la Barra vem fazendo desde setembro. “Cruzeiro do Sul”, uma das mais conhecidas obras de Cildo, consiste em um cubo de 9mm de lado, composto de duas madeiras: pinho e carvalho, árvores que representavam entidades míticas na cosmologia dos tupis, que proporcionava o aparecimento do fogo pela fricção das duas madeiras. O trabalho foi criado pelo artista para estar sozinho em um espaço de exibição.

 

No Cofre ficará “Tempos Difíceis” (2015), de Ivan Grilo, uma placa de 35cm x 15cm em bronze, com a frase inscrita. “A expressão ‘Tempos Difíceis’, fundida em uma placa em bronze, ao mesmo tempo em que estanca e aponta o momento em que vivemos política e socialmente, como se sinalizasse um monumento a esses tempos estranhos, faz alusão a essas expressões que chegam prontas a nosso vocabulário, provavelmente herdadas do pessimismo português, e que, mesmo com pouca análise, concordamos e repetimos”, explica o artista.

 

 

 

Sobre os artistas

 

Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1948, onde reside. Estudou com o artista peruano Félix Barrenechea em Brasília (1963), na Escola Nacional de Belas-Artes (1968), Rio de Janeiro. Realiza sua primeira individual (1967) no Museu de Arte Moderna da Bahia. De 71 a 73 vive em Nova York, onde havia participado da exposição Information, no MOMA, em 1970. Em 1975 foi um dos fundadores da Revista Malasartes. Entre outras, realiza exposições no Museu de Arte Modernado Rio de Janeiro (Brasil),1975; Pinacoteca de São Paulo (Brasil)1978/2006; Magiciens de la Terre, Pompidou/La Villette (França),1989); InstitutValenciá d´ArtModern – IVAM (Espanha),1995; New Museum, NY (EUA), 1999; InstituteofContemporaryArt, Boston (EUA); Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), 2000; Tate Modern em Londres (Inglaterra), 2008, posteriormente apresentada no MACBA, Barcelona (Espanha) e MUAC, Cidade do México (México), 2009. Participa de várias bienais, entre outras: Veneza (Itália) em1976/2003/2005 e 2009; Sydney (Austrália),1984; São Paulo (Brasil), 1981/1998 e 2010 e Documenta de Kassel (Alemanha), 1992 e 2002. Além de obras em coleções públicas e privadas no Brasil, MAM, Rio; MAM, São Paulo; MAC, São Paulo; Instituto Carlos Scliar, Cabo Frio e Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro (Brasil) e tem obras nas coleções do MuseumofModernArt – MOMA, Nova York; Los Angeles County Museu ofArt – Lacma, Los Angeles; ContemporaryArtMuseum-Houston; BlantonMuseumofArt – Austin, Texas (USA); Muséenational d´artmoderne, Centre Georges Pompidou, Paris ; FNAC – Fondsnational d´artcontemporain, Paris (França); KIASMA, MuseumofContemporaryArt, Helsinki (Finlândia); Reina Sofia – Museu Nacional de Arte, Madri (Espanha) ; La Caixa, Barcelona; MACBA, Barcelona (Espanha); Serralves, Porto (Portugal), Cisneros, Venezuela; Daros, Zurique (Suíça) e Tate Modern, London (Inglaterra). Seu trabalho tem sido objeto de estudos, teses de Mestrado e doutorado e de vários documentários, entre outros, Cildo Meireles (1979); dirigido por Wilson Coutinho; CILDO (2008) de Gerald Fox; CILDO (2009) dirigido por Gustavo Moura; A Obra de Arte (2010), dirigido por Marcos Ribeiro, e o último, Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles (2011), da diretora Marcela Lordy.

 

Ivan Grilo vive e trabalha em Itatiba, São Paulo, Brasil. Graduado em Artes Visuais pela PUC-Campinas (2007). Em 2015, exibiu a individual Eu quero ver, na Casa Triângulo (SP), em 2014, exibiu a individual Quando Cai o Céu, no Centro Cultural São Paulo (SP), além de participar das coletivas: Novas Aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ) e Pororoca, a Amazônia no MAR, no Museu de Arte do Rio (RJ).Em 2013 exibiu Estudo para medir forças na Casa França- Brasil (RJ), integrando o Projeto Cofre; além de ser premiado no edital PROAC Artes Visuais, do Governo do Estado de São Paulo. E em 2012 recebeu o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. Dentre suas principais exposições individuais estão: Sentimo-nos Cegos, na Luciana Caravello Arte Contemporânea (RJ), Quase/Acervo, no Museu da República (RJ), Ninguém, no Paço das Artes (SP), e Isso é tudo de que preciso me lembrar, no SESC Campinas (SP). Dentre as principais coletivas estão: Bienal MASP Pirelli de Fotografia, em São Paulo, I Bienal do Barro em Caruaru (PE), 2nd Ural BiennialofContemporaryArt, na Rússia, 16a Bienal de Cerveira, em Portugal, 11a Bienal do Recôncavo em São Félix (BA), e Arte Pará, no Museu Histórico do Estado do Pará. Tem obras nos acervos Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro/Coleção Gilberto Chateaubriand (MAM/RJ), Fundação Bienal de Cerveira, entre outros.

 

Mil M2 (Mil Metros Quadrados)é uma plataforma de gestão, produção e criação cultural baseada na ocupação temporal de infraestrutura disponível e a geração coletiva de conhecimento. Através de diversos projetos tem desenvolvimento uma série de protótipos de dispositivos e instituições culturais, associados a comunidades e territórios específicos. É integrado por MaríaConstanza Carvajal (produção geral/infraestrutura), Diego Cortés (chefe de oficinas), María José Jaña (produção geral/programa), Fernando Portal (diretor de conteúdo), Pedro Sepúlveda (diretor creativo). Os sócios fundadores, em 2013, são Denise Elphick, Cristóbal Muhr, Simón Pérez, Pedro Sepúlveda, Bernardo Valdés.

 

 

 

De 17 de dezembro a 28 de fevereiro de 2016.

Obra e livro de Paulo Pasta

15/dez

A Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta até 19 de dezembro, a nova exposição individual de Paulo Pasta “Há um fora dentro da gente e fora da gente um dentro”, verso do poeta Francisco Alvim. A mostra marca a inauguração do novo espaço da Galeria: o Anexo Millan e a exposição ocupará simultaneamente os dois endereços da Millan na cidade.

 

No espaço tradicional da galeria serão expostas telas abstratas, marcadas por uma intensa e ambígua atmosfera cromática e refinada estrutura geométrica, que são responsáveis por seu inquestionável protagonismo na pintura contemporânea brasileira. Mas junto delas será possível ver uma das paisagens produzidas recentemente pelo artista tomando como ponto de partida o entorno de sua cidade natal, Ariranha.

 

No Anexo Millan, situado a poucos metros de distância da galeria, o mesmo processo de fricção estará presente no bloco expositivo. Dedicado às paisagens, o novo espaço abrigará ainda uma enorme pintura feita na parede. Na abertura, foi lançado livro “Fábula da Paisagem”, com 28 paisagens do artista.

Vasco Prado no Santander Cultural

A exposição “A Escultura em Traço”, Santander Cultural, Centro, Porto Alegre, RS, apresenta um viés específico de um dos artistas pioneiros da escultura  realizada no Rio Grande do Sul, Vasco Prado, um dos nomes mais celebrados da representação escultórica moderna no Brasil. Criador e incentivador da formação de  diversos artistas, foi um dos artistas mais combativos de sua geração (ao lado de Iberê Camargo e Xico Stockinger). Sua obra foi festejada em vida e obteve registros em livros e catálogos categorizados. A curadoria é de Paulo Amaral, atual diretor do principal museu gaúcho, o MARGS. O mote da exibição é o percurso do artista a partir de sua produção em desenho realizada desde os anos 1950.

 

De acordo com o jornalista Francisco Dalcol, do jornal Zero Hora, “….A Escultura em Traço reúne mais de 90 trabalhos produzidos a partir dos anos 1950, oferecendo uma visão do percurso do artista. Há desde estudos para esculturas e obras públicas (Vasco é autor, por exemplo, do mural Revolução Farroupilha na Assembleia Legislativa) até desenhos realizados como obras autônomas. Hábil artesão, Vasco esculpiu em bronze, pedra, madeira e terracota, mas também trabalhou com desenvoltura em desenho, xilogravura e gravura em metal. Em toda a sua produção, manteve o interesse por referências desde a arte rupestre até os grandes mestres modernos, como as superfícies vazadas do inglês Henry Moore, as anatomias sensuais do francês Aristide Maillol, as formas arredondadas do romeno Constantin Brancusi e do alemão Jean Arp e os cavalos e cavaleiros do italiano Marino Marini. Conferindo um aspecto ancestral e arcaico a sua produção, Vasco fez dos cavalos, dos cavaleiros, das lendas gaúchas, dos nus femininos e dos casais enamorados seus temas e suas figuras centrais. E, ao colocar em diálogo a cultural regional e a tradição da arte ocidental, tornou-se um intérprete da alma gaúcha com sotaque universal. Nos trabalhos agora reunidos no Santander Cultural, é possível notar o quanto o desenho está implicado em sua escultura – e vice-versa. Em alguns, percebe-se o gosto pela linha e pela simplificação das formas. Em outros, ao contrário, destaca-se a sugestão de volume na construção das figuras, obtido pela habilidade nos jogos de sombra e luminosidade. É como se esses desenhos fossem eles próprios uma espécie de escultura”.

 

 

A palavra do curador

 

“– Em Vasco, o desenho é a alma de sua escultura”.

 
“– Mostrar os desenhos não é uma leitura inédita, mas oferece um modo diferente de vermos a produção de Vasco, que tinha a escultura como ofício”.

 

 

Até 28 de fevereiro de 2016.

 

Em tempo: Registre-se que o centenário do artista foi celebrado – em 2014 – através de uma exposição panorâmica realizada em Porto Alegre, no Guion Arte com curadoria do diretor do espaço, Carlos Schmidt.

César Meneghetti no MAXXI

11/dez

O artista visual brasileiro César Meneghetti expõe “IO_ IO È UN ALTRO”, no MAXXI – Museo Nazionale Delle Arti Del XXI Secolo, em Roma, Itália, com curadoria de Simonetta Lux. A mostra é composta por 55 vídeos, 2 fotografias e uma áudio-instalação, nos quais o artista coloca em destaque pessoas com deficiências mental, física e psíquica, propondo a desconstrução de padrões de realidade e a criação de novas rotas, que deixam de lado preconceitos sociais e certezas existenciais, no intuito de oferecer ao público a oportunidade de mudar seu olhar além dos estereótipos e julgamentos.

 

 

Ao longo de 5 anos de pesquisas, iniciadas em 2010, César Meneghetti reuniu mais de 200 pessoas com tipos variados de deficiências, através de uma ação multidisciplinar promovida pelos Laboratórios de Arte da Comunidade de Sant’Egidio (periferia de Roma), motivado pela ideia de fragilidade da fronteira da normalidade, num contexto amplo. Os resultados da pesquisa, dos estudos, workshops e atividades criativas deste projeto culminaram no lançamento do livro “IO_ IO È UN ALTRO”, e na presente mostra individual, a primeira de um artista brasileiro no MAXXI.

 

 

“IO” ou “1” – do código binário da informática – é o paradoxo desta fronteira da normalidade, onde uns são 1 e outros 0, mas ambos importantes para a construção de linguagem, de vida, positivo/negativo e todas as leis eletromagnéticas que regulam o planeta. O subtítulo “io è un altro” (“eu é um outro”) contém o conceito de Arthur Rimbaud, “Je est un autre”, que aparece em duas cartas de 1871. Com essas referências, “IO_ IO È UN ALTRO” desconstrói a realidade, criando um outro cenário, e pondo de lado todos os preconceitos aceitos a priori como condição para definir a existência de um indivíduo. “Homens e mulheres, negros e brancos, ricos e pobres, pessoas com deficiência, sem-teto, hetero ou homossexuais, oprimidos de todos os tipos, nesta incompletude é que buscamos dar uma resposta a várias questões e desafios, através da construção de nossa – embora limitada – consciência”, comenta Meneghetti.

 

 

Das 20 peças que perfazem o projeto como todo, 5 foram selecionadas para a exposição no MAXXI. Citando algumas dessas obras, “IO_OPERA #01 VIDEOCABINA #3″ descreve artistas com deficiência em uma espécie de diálogo simétrico, que também envolve o espectador, abordando temas universais como amor, solidão, felicidade, a morte, a normalidade e a diversidade. Em “IO_OPERA #03 EX-SISTENTIA”, César Meneghetti torna visível a consciência de Gabriele Tagliaferro – artista que sofre de uma grave forma de autismo –, revelando como ele vive a distância entre seu corpo e seu plano de ação, ou comunicação, como percebe o espaço a seu redor, como vive seu pensamento. Ainda, “IO_OPERA #08 PASSAGGI-PAESAGGI” é composta por 4 monitores, nos quais são projetadas imagens de pessoas que andam com olhos fechados, em uma metáfora da nossa efêmera existência na Terra. A mostra também inclui o espaço “I/O_OPERA #19 REPERTI / ACHADOS” (SALA DOC), contendo rastros dos 5 anos da pesquisa de Meneghetti, colocados em exposição para o público fazer suas próprias buscas.

 

 

Com este trabalho, César Meneghetti – sempre interessado em fronteiras geográficas, políticas, linguísticas e mentais -, pretende contribuir com o fim do preconceito, mostrando que pessoas com deficiência revelam uma incrível capacidade de imaginar, perceber, pensar, retratar a realidade, e uma faculdade de análise insuspeita. Para tanto, o artista utiliza o potencial transformador da arte, objetivando a mudança de percepção da realidade e de nós mesmos, com a proposta de oferecer oportunidade para compartilhar experiências. Em suas próprias palavras: “Viver é conviver. Somos seres incompletos e inacabados porque um não existe sem o outro. Nós somos incompletos porque não podemos existir sem os relacionamentos, sem aquele com quem interagimos, mas acima de tudo porque somos um fluxo em constante mutação: nós seres humanos, nós vida”.

 

 

 

 

 

 Até 17 de janeiro de 2016.

Inéditos de Thiago Toes

Papeis, escultura e vídeo. São esses os suportes que Thiago Toes, artista representado pela OMA | Galeria, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP, utilizou para a criação das obras da mostra “Luminar”. A exposição está acontecendo no espaço Qualcasa e integra o “Projeto No Mesmo Lugar”, do Hermes Artes Visuais – espaço focado em arte contemporânea dirigido e mantido por artistas, que realizam regularmente debates teóricos, mostras, projetos intensivos, palestras e cursos – em que Toes participa de um acompanhamento artístico.

 

 

Assim como define o dicionário, Luminar também resgata a ideia das coisas que espalham luz, como os astros e planetas – tema recorrente e de interesse intrínseco em suas obras. Por isso, para que haja uma real imersão neste conceito, as peças estão inseridas em três ambientes. Assim, em cada um é possível ter contato com um experimento diferente. “Todas as minhas obras são relacionadas ao universo, multiverso, dimensões e lugares que a gente não enxerga a olho nu. Gosto de estudar e trabalhar com o imaginário e as conexões que a gente pode ter quando estamos diante desses conceitos”, comenta Toes. 

 

 

O texto introdutório da mostra é de Douglas Negrisoli, curador responsável pela primeira exposição individual de Thiago Toes, “Celeste”, na OMA | Galeria, em 2013. Como os trabalhos são resultados de um acompanhamento artístico realizado pela Hermes, a curadoria fica por conta do próprio espaço. Segundo Nino Cais, um dos responsáveis por este trabalho no Hermes, a personalidade inquieta e intrigante de Thiago Toes está explícita nas peças.  “A potência de um artista pode ser medida por sua necessidade de transformação. O admiro por este entusiasmo, por este interesse tanto no que é técnico, quanto conceitual. Ele está sempre disposto a crescer e isso é visível nos trabalhos apresentados no Qualcasa”, fala.

 

 

 

Até 22 de janeiro de 2016.

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