O legado artístico de Angelo Guido.

25/jul

Até o dia 07 de agosto, a Casa da Memória Unimed, Porto Alegre, RS, abriga uma exposição que celebra os 100 anos da vinda do artista italiano Angelo Guido ao Brasil, fixando-se no Rio Grande do Sul. O evento faz parte dos festejos que marcam os 150 anos da imigração italiana no Estado.

A Casa da Memória Unimed convida para o lançamento do catálogo da exposição “Angelo Guido – Um século de arte e legado no Rio Grande do Sul”, a ser realizado no dia 26 de julho. Na ocasião, os curadores José Francisco Alves e Marco Aurélio Biermann Pinto farão uma apresentação sobre a trajetória do artista. O catálogo, com 44 páginas, será distribuído ao público presente, em tiragem limitada, no mesmo formato das edições anteriores dedicadas a José Lutzenberger e Nelson Boeira Faedrich.

Rizza exibe o Gesto Paramétrico.

24/jul

A Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Gesto Paramétrico”, nova individual da artista Rizza, com curadoria de Marc Pottier. A mostra reúne obras que dão continuidade à sua pesquisa em torno da manipulação de fenômenos ópticos, articulando arte, ciência e tecnologia.

Artista autodidata, Rizza apresenta seu trabalho como uma prática artística que gira em torno da manipulação de fenômenos ópticos capazes de criar interações visuais e espaciais. As obras apresentadas em sua nova individual, “Gesto Paramétrico”, dão continuidade a uma investigação que articula arte, ciência e tecnologia, agora com um foco mais direcionado à modelagem paramétrica. Nesta fase em que Rizza vem desenvolvendo obras tridimensionais, a matemática torna-se linguagem visual, convertendo variáveis numéricas em esculturas. Orientada pelo uso de algoritmos, equações e dados físicos, a artista apresenta as séries “Bézier”, “Gauss” e “Momentum”.

Texto de Marc Pottier.

As esculturas tridimensionais surgem da combinação entre intuição e lógica, em uma dinâmica de ação e reação, na qual parâmetros orientam o desenvolvimento das formas, ou seja, por variáveis numéricas que definem características como dimensão, proporção, curvatura, densidade, ângulo e posição. Em vez de desenhar uma forma de maneira fixa e manual, o processo consiste em estabelecer regras matemáticas e relações lógicas que determinam como essa forma se comporta, se organiza e se transforma no espaço.

Cada versão da escultura revela novas possibilidades formais. Sua elaboração escultórica é um ato puro, uma decisão, um risco onde nunca se experimenta o conforto de uma fórmula definitiva. A experimentação sempre foi fundamental no fluxo de trabalho da artista, permitindo um aprofundamento constante da pesquisa e o aperfeiçoamento do resultado. Esse processo repetitivo cria um diálogo contínuo entre o planejado e o descoberto. Rizza é uma escultora que não esculpe a massa de materiais para dar-lhes forma, mas sim reúne e combina fórmulas matemáticas para obter um objeto construído.

A exposição apresenta referências como sequências recursivas, dinâmica dos fluidos e curvas de Bézier que permitem a construção de superfícies contínuas e precisas, nas quais a forma é definida pela relação entre pontos de controle. “Gesto Paramétrico” é um jogo entre complexidade e simplicidade suprema. A artista acredita que as obras que compõem a exposição se comportam como um sistema aberto, onde a escultura deixa de ser um objeto estático para se tornar um campo de forças — físicas, ópticas e matemáticas.

Em cartaz até 23 de agosto.

Depoimentos de artistas dos anos 1980.

Ampliando as discussões em torno da grande exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo até o dia 04 de agosto, o Arquivo Fullgás conta com cerca de 100 depoimentos de artistas visuais que iniciaram suas trajetórias na década de 1980.

Assim como na exposição, o Arquivo Fullgás conta com depoimentos de artistas visuais de todas as regiões do país, uma oportunidade de ter acesso às memórias dos artistas que integram essa geração. Desta forma, estão disponíveis depoimentos de Beatriz Milhazes, Sérgio Lucena, Chico Machado, Mauricio Castro, Cristóvão Coutinho, Gervane de Paula, Rosângela Rennó, Guache Marque, Alice Vinagre, Elder Rocha, Goya Lopes, Sergio Romagnolo, entre muitos outros.

Nas artes visuais, a Geração 80 ficou marcada pela icônica mostra “Como vai você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage, em 1984. A exposição no CCBB entende a importância deste evento, trazendo, inclusive, algumas obras que estiveram na mostra, mas ampliando a reflexão. “Queremos mostrar que diversos artistas de fora do eixo Rio-São Paulo também estavam produzindo na época e que outras coisas também aconteceram no mesmo período histórico, como, por exemplo, o “Videobrasil”, realizado um ano antes, que destacava a produção de jovens videoartistas do país”, ressaltam os curadores.

Além das obras de arte, a exposição traz diversos elementos da cultura visual da década de 1980, como revistas, panfletos, capas de discos e objetos, que fazem parte da formação desta geração. “Mais do que sobre artes visuais, é uma exposição sobre imagem e as obras de arte estão dialogando o tempo inteiro com essa cultura visual, por exemplo, se apropriando dos materiais produzidos pelas revistas, televisões, rádios, outdoors e elementos eletrônicos. Por isso, propomos incorporar esses dados, que quase são comentários na exposição, que vão dialogando com os elementos que estão nas obras de fato”, ressaltam os curadores Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo.

Obras que exploram a cor e a geometria.

23/jul

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro exibe até 15 de setembro a exposição “Frestas”, que celebra os 40 anos de trajetória da artista Renata Tassinari, com curadoria de Felipe Scovino.

“A exposição apresenta um recorte da produção da artista com foco na geometria e nas situações intervalares que sua pintura objetual apresenta. A pesquisa em torno de uma forma que tende à não fixação, move suas obras para um lugar onde a cor e a forma tendem a idealizar uma ideia ou imagem da natureza”, afirma o curador.

A exposição, apresentada na Sala A, no segundo andar do CCBB RJ, terá dez trabalhos, recentes e inéditos, feitos sobre caixas de acrílico, que são pintadas por fora e por dentro, em cores diversas. As obras possuem formatos variados, sendo alguns em grandes dimensões, com tamanhos que chegam a 2,30m X 3,50m. Apesar de não serem feitas no suporte tradicional da tela, a artista chama as obras de pinturas. “Os trabalhos tem uma relação muito forte com a forma e com a cor, uma pesquisa que venho desenvolvendo há muitos anos. São pinturas, mas tem um caráter muito de objeto porque saem da parede e conversam com o espaço.”, afirma Renata Tassinari.

A imagem refletida pelo acrílico espelhado é distorcida, tem movimento, como o fluxo de água de um rio.  “A cor nas obras de Tassinari corre. Mesmo concentrada, adquirindo um certo grau de espessura, a cor deseja o movimento. A estrutura de acrílico, preenchida de cor, longilínea e quebradiça condiciona um deslocamento. Há decididamente a imagem metafórica de um rio e não é à toa, portanto, que alguns títulos, mais uma vez, evoquem esse universo das águas”, diz o curador, referindo-se aos nomes de obras como “Marola”.

A artista começou a trabalhar com as caixas de acrílico – que inicialmente eram usadas como moldura para seus desenhos – em 2002, com o intuito de ampliar a relação arquitetônica das obras com o espaço. No início, ela pintava apenas por cima das caixas, mas, com o tempo, começou a pintar também internamente. “Faço uma relação entre a cor e o brilho; a tinta acrílica vai por dentro e tinta a óleo vai por fora. Venho de uma tradição de pintura na tela de muitos anos e gosto de usar o óleo, pois acho que as cores são mais interessantes, gosto da textura, ela tem mais corpo, acho que funciona melhor”, conta a artista.

Sobre a artista.

Renata Tassinari nasceu em São Paulo, 1958, e formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP, em 1980. Dentre suas últimas exposições individuais estão: Reflexos, na Galeria Marilia Razuk, São Paulo; “Construções Planares”, na Maneco Muller: Multiplo, Rio de Janeiro; “Beiras”, na Galeria Marília Razuk, São Paulo; “A Espessura da Cor”, na Lurixs Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; “Renata Tassianari”, no Paço Imperial , Rio de Janeiro; “Cor e Estrutura – Pinturas, Desenhos e Colagens”, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, entre outras. Dentre suas principais exposições coletivas estão: “A Tela Insurgente”, no Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; “Mulheres na Coleção MAR”, no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; “Brazilianart”, no Pavilhão da Bienal, São Paulo; “Arquivo Geral”, no Centro Hélio Oiticica, Rio de Janeiro; “1ª Mostra do Programa de Exposições”, no Centro Cultural São Paulo; mostra no Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP), SP, entre outras.

Sobre o curador.

Felipe Scovino é professor associado do Departamento de História e Teoria da Arte da UFRJ, crítico de arte e curador. Organizou exposições como: Cao Guimarães: estética da gambiarra (Parque Lage), Marcelo Silveira: O guardião de coisas inúteis (MAMAM), Diálogos com Palatnik (MAM-SP), Barrão: fora daqui (Casa França-Brasil), Narrativas em processo: livros de artista na coleção Itaú Cultural (Itaú Cultural, MON; MAR, Franz Weissmann: o vazio como forma (Itaú Cultural) que recebeu o prêmio APCA de melhor retrospectiva, Grid: Ascânio MMM (MON), Edu Coimbra: terraço (Sesc Santo Amaro, Um olhar afetivo para a arte brasileira: Luiz Buarque de Hollanda (Flexa, Rio de Janeiro). Juntamente com Paulo Sergio Duarte, foi curador de Lygia Clark: uma retrospectiva (Itaú Cultural, São Paulo), que recebeu o prêmio de Melhor Retrospectiva 2012 pela APCA. Foi curador de Abraham Palatnik: a reinvenção da pintura (CCBB, Brasília; MON; MAM-SP; Fundação Iberê Camargo; CCBB-RJ; CCBB-BH) que recebeu o prêmio de melhor exposição pela APCA em 2014 e Elisa Martins da Silveira, MAR. Foi curador-adjunto de Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil (Caixa Cultural, RJ e Caixa Cultural, SP).

Pinturas de interiores e naturezas-mortas.

Primeira exposição no espaço físico reformado da galeria, “A rotina das paredes” apresenta uma dezena de pinturas, na Contempo, uma casa da Alameda Gabriel Monteiro, Jardim América, São Paulo, SP. Em exibição até o dia 23 de agosto, a exposição coletiva reúne trabalhos de Chen Kong Fang, Lilian Camelli e Uéslei Fagundes, com curadoria de Gabriel San Martin, um recorte voltado às pinturas de interiores e de naturezas-mortas da produção dos artistas.

Se o ponto alto de boa parte da pintura figurativa brasileira se manifestou em gêneros “menores”, como na natureza-morta, na paisagem e na pintura de gênero, Gabriel San Martin argumenta que sua vocação privada reitera a constituição de um espaço privilegiado de esclarecimento da capacidade de cada um de dispor o mundo.

“A espacialidade estranha casada às superfícies instáveis e ao tonalismo tímido das pinturas, como por exemplo nas obras de José Pancetti, Alfredo Volpi, Eleonore Koch e do próprio Chen Kong Fang, encontra a intimidade protetora de um espaço doméstico que desestabiliza as relações entre figura e fundo, sujeito e objeto. Como se diferenciando público e privado, fosse ainda tudo a mesma coisa”, afirma o curador. Ao trazer Uéslei Fagundes e Lilian Camelli para dialogarem com o trabalho de Chen Kong Fang, a coletiva evidencia a constante resistência turva do espaço doméstico em não se tornar também público a que se envolve a história da  manipulação do suporte, com uma tridimensionalização falseada ou com transições tonais, as pinturas exploram a condição do gênero doméstico enquanto um laboratório crítico da realidade.

Sobre os artistas.

Chen Kong Fang (1931-2012) foi um pintor, desenhista, gravador e professor sino-brasileiro. Estudou sumiê e aquarela na China antes de imigrar para São Paulo em 1951, naturalizando-se brasileiro em 1961. Formou-se com Yoshiya Takaoka e realizou sua primeira individual em 1959. Após breve fase abstrata, consolidou-se no figurativismo, linguagem que marcou sua carreira. Lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo e participou de importantes salões e mostras no Brasil e no exterior, recebendo diversos prêmios.

Lilian Camelli (1958, Ypacaraí, Paraguai) uma das principais pintoras paraguaias em atividade, realizou individuais no Brasil e no exterior e possui obras em importantes coleções públicas nacionais e internacionais. A artista trabalha em especial com a reconstrução da espacialidade de interiores e naturezas-mortas. Reformulando poeticamente as suas raízes e memórias afetivas da infância no Paraguai, a atmosfera nostálgica das suas pinturas evoca interiores planares, de profundidade rasa, que balanceiam fato e ficção.

 Uéslei Fagundes (1987, Novo Hamburgo – RS) é mestrando em Poéticas Visuais pela UFRGS, com pesquisa voltada à representação do cotidiano na pintura. Utiliza madeiras coletadas como suporte, explorando memórias e vestígios do tempo. Suas obras combinam cenas simples com inscrições prosaicas, criando um vocabulário pictórico que revela e oculta fragmentos entre frestas e superfícies marcadas.

 

Conversa com artistas.

No sábado, 26 de julho, às 11h, Antonio Gonçalves Filho recebe os artistas Dudi Maia Rosa e Claudio Tozzi para uma conversa na exposição Acervo Vivo: Vivenciando a transcendência: uma coreografia de pinturas, na Almeida & Dale, Caconde 152, São Paulo, SP.

 A mostra propõe um percurso vertiginoso por entre pinturas de diferentes períodos e tendências, constituindo um bailado que convida a uma experiência alucinatória.  Acervo Vivo é um programa que explora o acervo da Almeida & Dale por meio de exposições organizadas por curadores e pesquisadores convidados e internos. Ao ativar o acervo como um campo de investigação contínua, o programa reafirma o compromisso da galeria com a valorização da arte brasileira e global em suas múltiplas temporalidades, contribuindo para sua preservação, difusão e constante reinterpretação.

Exposições no Museu do Amanhã.

22/jul

Claudia Andujar ganha exposição inédita com 130 obras no Museu do Amanhã com  Destaque da Ocupação Esquenta COP, a mostra – em cartaz até 04 de novembro – mescla fotos do povo indígena Yanomami, seu trabalho mais conhecido, a cliques raros de Clarice Lispector e de imigrantes de São Paulo

Aclamada por seu trabalho documental do povo indígena Yanomami, a fotógrafa Claudia Andujar exibe uma grande exposição inédita no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, RJ. Com 130 obras da suíça naturalizada brasileira e peças de 40 artistas que se relacionam ao seu trabalho, a mostra “Claudia Andujar e seu universo: ciência, sustentabilidade e espiritualidade” é o destaque da Ocupação Esquenta COP, iniciativa que discute os temas da conferência que ocorre em Belém em novembro com exposições, seminários, aulões e mais.

A mostra observa como ela lidou com questões de ciência, conservação e natureza, e busca ser um periscópio que focaliza diversos pontos de sua obra – conta o curador Paulo Herkenhoff. Uma celebração ao legado da artista, de 94 anos, a exposição é dividida em cerca de 30 núcleos temáticos, que vão de séries célebres que retratam a Amazônia, como “A floresta” (1972-1974) e “A casa” (1974), a retratos de Clarice Lispector e de migrantes de São Paulo.

A Ocupação tem mais duas mostras. Em “Água Pantanal fogo”, fotos de Lalo de Almeida e Luciano Candisani apresentam o bioma e sua destruição. E a coletiva “Tromba d’água”, que tem entrada gratuita, reúne 27 obras em diferentes suportes de 14 mulheres latinas, entre nomes como Rosana Paulino e Suzana Queiroga, que tratam da relação do feminino com a natureza.

A exposição “Tromba d´Água” exibe vinte e sete trabalhos de catorze artistas latino-americanas, Alice Yura, Azizi Cypriano, Guilhermina Augusti, Jeane Terra, Luna Bastos, Marcela Cantuária, Mariana Rocha, Marilyn Boror Bor, Natalia Forcada, Rafaela Kennedy, Roberta Holiday, Rosana Paulino, Suzana Queiroga e Thais Iroko. Com entrada gratuita, as obras estão expostas na Galeria Leste: são pinturas, esculturas, fotografias e videoarte, que refletem sobre histórias e saberes transmitidos por mulheres que enfrentam e rompem barreiras.

De acordo com o Instituto Aristas Latinas, que organizou a mostra, o fenômeno natural Tromba D’Água serve como metáfora de transformação coletiva. “Todas as catorze artistas convidadas para ocupar este espaço traduzem, em poéticas próprias, a relação direta e subjetiva com a principal fonte da vida humana e suas principais controvérsias e desdobramentos sociais, raciais e econômicos”, dizem as curadoras Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera, destacando a relação do feminino com a Natureza.

Conversa com Carlos Trevi.

21/jul

Na próxima terça-feira, 22 de julho, a Ocre Galeria, Porto Alegre, RS, promove uma conversa com o artista Carlos Trevi, o curador André Severo e o crítico André Venzon, em torno da exposição Ascensão e do percurso poético do artista.

A conversa será uma oportunidade de refletir sobre memória, matéria, simbolismo e sobre como o gesto artístico pode apontar caminhos de reconstrução – estética e existencial – a partir do que já foi quebrado ou esquecido.

A mostra “Ascensão” segue em cartaz até o dia 16 de agosto.

Visita guiada no MAC Niterói.

No dia 31 de julho, às 14h30, Luiz Dolino recebe o público para uma visita guiada seguida de bate-papo. Será no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ, que abriga a grande mostra individual “Inventário Parcial”, que celebra os 80 anos do artista e marca seu retorno à cidade onde foi criado. Telas de grandes dimensões produzidas recentemente, entre 2020 e 2025, são exibidas em conjunto com algumas obras concluídas há 45 anos. Junto à curadora, Monica Xexéo, estarão presentes no encontro artistas renomados que com ele possuem forte vínculo: Ana Durães, Gonçalo Ivo, Luiz Aquila e Manfredo de Souzanetto.

Na ocasião da abertura, há pouco mais de um mês, foi lançado o livro de mesmo título, contendo ilustrações e textos de críticos arte, artistas e amigos pessoais, como Carlos Drummond de Andrade, Nélida Piñon, Frederico Moraes e Leonel Kaz. Estudado por importantes historiadores da arte, críticos de arte e museólogos, Dolino fez da pintura o seu território, a sua poesia, a sua existência.

A mostra ficará em cartaz até o dia 24 de agosto, ocupando o mezanino do museu.

As cianotipias de Michael Naify.

18/jul

O artista e fotógrafo americano Michael Naify (ex-sócio da editora Cosac Naify), inaugura sua primeira exposição individual no Brasil: “Origens”. A mostra será inaugurada no dia 23 de julho no Centro Cultural Correios RJ, com curadoria de Shannon Botelho. Michael Naify apresenta uma série de cianotipias desenvolvidas após uma imersão em Minas Gerais, iniciada pouco depois do rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019. O trabalho propõe uma reflexão sobre memória, território e estruturas de poder a partir de um processo técnico rigoroso, que envolve intervenções com café, alvejante e resina natural

Sobre o artista.

Michael Naify é um fotógrafo cujo trabalho questiona as  profundas cicatrizes deixadas pelo colonialismo, capitalismo e escravidão. Em seu projeto Origins, Naify volta suas lentes para Minas Gerais, Brasil, explorando as paisagens da extração e da memória. Usando processos fotográficos históricos como a cianotipia, ele revela as marcas silenciosas incrustadas na terra, no ferro e nas vidas humanas. Suas imagens não são meros documentos; são meditações sobre resiliência e resistência, escavando histórias ocultas para confrontar o presente. A prática de Naify combina o rigor de um historiador com a sensibilidade de um artista, convidando os espectadores a ver que, sob cada superfície visível, existe uma história invisível que precisa ser contada. Nascido em San Francisco, em 1962, é formado em História e MBA pela University of San Francisco e possui MFA em Fotografia pelo San Francisco Art Institute. Atuou na indústria de pós-produção cinematográfica e foi cofundador da editora brasileira Cosac & Naify. Recentemente publicou o livro Room 32 em parceria com sua esposa, a artista brasileira Simone Cosac Naify, em que investigam relações humanas e estados emocionais a partir de experiências vividas durante uma temporada de férias. Vive entre os Estados Unidos, Brasil e Itália.