Registro

17/mar

O dia 16 de março constituiu-se num dia muito importante para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP:  foi assinado o contrato de comodato de 178 trabalhos da coleção Roger Wright, conhecida pela qualidade de obras dos anos 1960 e 1970.

 

“É para mim uma grande homenagem à memória de meu irmão e de seus filhos, entregar a coleção à Pinacoteca do Estado de São Paulo”, disse Christopher Mouravieff-Apostol, irmão do colecionador Roger Wright. A primeira exposição do conjunto está prevista para maio de 2016.

 

A foto é de Rômulo Fialdini.

Lançamento de Claudia Jaguaribe

A Casa Nova, Jardim Paulista, São Paulo, SP, – em parceria com a Editora Madalena, lança dia 22 de março a edição exclusiva (com tiragem de 60 unidades) do “box São Paulo” da artista Claudia Jaguaribe. O box contém os ultimos dois livros da artista, “SobreSãoPaulo” e o recente “Entre Vistas” juntamente com um print especial assinado pela artista. Durante o dia do evento serão exibidas obras da mesma série produzida pela artista nos últimos anos. A instalação de caixas de luz, “Céu”, recentemente exposta no Itau Cultural, ocupará o espaço central da Casa. Nas outras salas estarão expostas esculturas  e  imagens que utilizam a fotografia num processo de documentação e na criação de visões poéticas sobre a cidade.

 

 

Em Entre Vistas

 

Fotografando no Jaguaré, no Morumbi, passando pelo Brás, Água Funda e Jardins, entre outros bairros da metrópole, a fotógrafa visitou a casa de mais de 70 moradores de São Paulo para produzir esta série. “É a continuação do trabalho que começou com “Sobre São Paulo”, só que agora fotografei a cidade, com seus contrastes, de dentro das casas, além de mostrar os próprios ambientes e os moradores”, conta Claudia. “Em ‘Entrevistas’, temos uma espécie de inversão da visão que se tem no primeiro livro, contrapondo a colossal massa construída da cidade observada de longe, das fotos aéreas e de coberturas, a uma dimensão mais íntima, observada de dentro das casas, daí o título”.

 

 

Sobre a editora

 

Fundada em 2002, a Editora Madalena é uma produtora cultural que tem a criação e a difusão fotográfica como temas centrais de trabalho. “Trabalhar com fotografias é trabalhar para a sociedade. Acreditamos nelas como forma de entender a realidade, como maneira de compreender o próprio mundo através das imagens.”

 

 

Endereço e hora: Domingo, das 15:30 as 19:00, Rua Chabad, 61. Jardim Paulista 

Lançamento: Líris #1

16/mar

O “Mundo Líris”, plataforma de desenvolvimento artístico e desdobramento de projetos, promoveu o lançamento da publicação impressa Líris #1. Formado por 10 fotógrafos – Beatriz Pontes, Bernardo Dorf, Daniele Queiroz, Flávia Tojal, Helena Rios, Luciana Mendonça, Marcelo Guarnieri, Márcio Távora, Marina Piedade e Renata Angerami -, além de Marcelo Greco, que atua no projeto também como orientador, o grupo propõe a Identidade como tema para esta primeira edição, que traz, além do trabalho individual de cada participante, textos, artigos e entrevistas.

 

Em 2004, Marcelo Greco uniu-se a outros artistas para semanalmente discutir e pensar a fotografia como forma de expressão. Nascia assim o “Mundo Líris”, um grupo de estudos que, ao longo de 10 anos, cresceu e transformou-se em realizador de publicações eletrônicas, exposições coletivas e individuais, imersões fotográficas, ações educativas, intercâmbios internacionais etc. Agora, o momento é de lançar outro projeto de longo prazo, com um novo tema a cada edição, sobre o qual os participantes realizam ensaios fotográficos, preparam textos e entrevistas. Identidade é o mote da Líris #1, onde encontramos trabalhos diversificados como o de Flavia Tojal, que, além de seu ensaio, faz uma entrevista com o fotógrafo holandês Leo Divendal; Bernardo Dorf, cujo autorretrato é repetido em vários cliques, mostrando alterações físicas em sua aparência, como barba, bigode, cavanhaque, cabelos, uso ou não de óculos; Renata Angerami, que, por sua vez, apresenta fotografias coloridas e desfocadas, feitas num ambiente de praia e mar; entre vários outros.

 

A publicação Líris foi concretizada por meio de um financiamento coletivo, como os chamados crownd fundings, e não possui periodicidade fixa, já que os projetos do “Mundo Líris” são sempre desenvolvidos de modo livre, autônomo e independente. Acerca disso, Marcelo Greco comenta: “Não temos patrocínio, e nenhum outro tipo de demanda que imponha uma periodicidade às nossas criações. Somos comprometidos com a qualidade dos projetos, nos empenhamos em aprofundar as questões escolhidas para discussão e a partir delas geramos, no nosso tempo, no tempo da obra, um resultado artístico a ser compartilhado”.

 

Ao longo de duas semanas, o público poderá visitar o Estúdio Távora, Rua Valois de Castro, 50, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, onde uma parte dos trabalhos da Líris #1 será exposta, juntamente com uma mostra individual com fotografias de Márcio Távora.

 

 

Exposição: de 16 a 27 de março.

Proposta da OMA | Galeria

 

Proposta da OMA | Galeria, primeiro espaço dedicado à arte contemporânea localizado no ABC – vem inovando ao proporcionar mostras e projetos que agregam à cultura da região. Confirmando esta premissa, a galeria acaba de lançar o Clube de Colecionadores. Idealizado para financiar projetos de inserção de artes nas grades curriculares de escolas do ABC, por meio do OMA | Educação, os membros participantes do clube são convidados a agirem como se fossem patronos da galeria. Para isso, seis artistas foram convidados a produzirem peças exclusivas, que serão entregues em eventos fechados para membros e convidados ao longo de 2015. “Conseguimos reunir nomes consolidados e que estão em ascensão no mercado. Ou seja, são artistas que possuem obras de relevância no circuito das artes plásticas. Assim, o valor simbólico injetado pelos que participarem do Clube vai ajudar  na ampliação de nossas atividades socioeducativas e eles  vão ganhar seis peças exclusivas. De fato é uma oportunidade única.”, ressalta Thomaz Pacheco, galerista na OMA| Galeria.

 

O investimento para tornar-se um membro do Clube é de R$200 mensais, por 12 meses. O que dá direito a uma peça exclusiva de cada um desses artistas: Daniel Melim, Cristina Suzuki, Guilherme Calegari, Pedro Saci, Andrey Rossi e Ellen Gruber. Além disso, fica garantida a participação exclusiva nos eventos promovidos pelo espaço, desconto em obras, e devido a iniciativa de apoio ao projeto também será feito a divulgação do nome como patrono e membro do Clube de Colecionadores.  “Ressaltamos que a identidade do integrante do Clube de Colecionadores também pode ser mantida em anonimato, caso o participante assim preferir. É uma escolha do membro do clube”, explica.

 

A primeira entrega está agendada para o dia 21 de março. Na data serão entregues as obras de Daniel Melim com a presença do artista.

Reflexões de Eduardo Fonseca

Caracterizado pelas cores e a crítica ácida e bem humorada ao comportamento social, Eduardo Fonseca apresentou seus trabalhos da série “Pára, por favor”, na Galeria de Arte do BDMG Cultural, Belo Horizonte, MG. A exposição, foi selecionada pelo programa de artes plásticas da instituição, Mostras BDMG, utiliza a linguagem metafórica para explorar a liberdade e desacelerar a rotina diária (“Pára, por favor!”) para uma reflexão da realidade do indivíduo na sociedade.

 

Para o artista plástico Eduardo Fonseca, assim que nascemos recebemos uma identificação numérica e, quando morremos, somos encerrados como esse mesmo número. O artista, então, questiona-se: “onde está o poder de decisão de participar ou não disso tudo?”.  Ao nascer, o indivíduo já está inserido em um acomodado processo, no qual se deve adaptar e respeitar. Dessa forma, onde está a liberdade que possuímos?

 

Para retratar este questionamento, o artista utiliza os pássaros em suas pinturas como a personificação de nossos sonhos e uma metáfora à realidade que, possivelmente, jamais será alcançada. O hoje é volátil o suficiente para desatualizar desejos antes de serem conquistados, materiais ou imateriais. Por isso, o título chama atenção do público para que ele se desloque do comodismo no qual vive e passe a enxergar uma liberdade sem estereótipos ou imposta pela sociedade.

 

 

Sobre o artista

 

Eduardo Fonseca é graduado em pintura, pela Escola de Belas Artes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O artista fez mestrado, na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal e participou de projetos coletivos e intervenções que renderam à sua carreira exposições no país e no exterior, como Portugal, China e Uruguai.

Mostras paralelas

A galeria  Arte&Fato, Porto Alegre, RS, inaugurou duas exposições individuais paralelas com pinturas dos artistas Ivan Pinheiro Machado e Marco Santaniello.

 

Ivan Pinheiro Machado, estreando no novo espaço da galeria, exibe cenas do cotidiano e quatro novos trabalhos que exploram a natureza em sua forma mais primitiva (nuvens e vegetação ) propondo um novo caminho na carreira marcada quase sempre pela paisagem urbana. Neste conjunto, realizado com grande categoria técnica, destaca-se o tríptico “Floresta Amazônica”.

 

Marco Santaniello é um jovem artista que trocou a Calábria, Itália, pelos EUA, onde realizou sua primeira exposição em 2013. Depois disso expôs em cidades da Itália, Canadá e em breve vai mostrar seu trabalho na Coreia do Sul. Porto Alegre e a sua primeira incursão na America Latina. Utilizando seus conhecimentos em design gráfico, Marco retrata Nova Iorque em uma perspectiva da pop-art.

 

 

Até 07 de abril.

Fotografias de Eggleston

O Instituto Moreira Salles, Gávea, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta “William Eggleston, a cor americana”, maior exposição individual do fotógrafo norte-americano já realizada no mundo. A mostra apresenta 172 obras, pertencentes a coleções prestigiosas como a do Museu de Arte Moderna de Nova York, Museum of Fine Arts de Houston, acervo pessoal do artista e das galerias Cheim & Read e Victoria Mir.

 

William Eggleston é um dos maiores nomes da história da fotografia do século XX. Suas famosas imagens coloridas apresentam o cotidiano e a paisagem das pequenas cidades e subúrbios do sul dos Estados Unidos, a região natal do fotógrafo, durante os anos 1960 e 1970. Eggleston abriu novos caminhos para a fotografia ao mirar suas lentes nos elementos que simbolizavam a modernização americana (carros, estradas, supermercados, outdoors, shopping centers, estacionamentos, motéis), ao apresentar essa realidade em cores vibrantes, e ao registrar o próprio dia a dia, apresentando amigos, familiares e outros personagens em imagens que combinam intimidade e estranhamento. Nos anos de Elvis Presley e Martin Luther King, o sul dos Estados Unidos ainda vivia as cicatrizes do passado escravocrata, com intensos conflitos raciais e uma classe média interessada em usufruir dos novos padrões de consumo.

 

William Eggleston descobriu o sucesso em 1976, quando o influente John Szarkowski, na época diretor do departamento de fotografia do MoMA/NY, organizou uma exposição de suas fotografias coloridas na instituição. Até então, o preto e branco dominava a fotografia de arte. A exposição, que apresentava cenas prosaicas, uma liberdade na composição das imagens e apostava na sedução da cor – até então mais presente na fotografia amadora e publicitária –, tornou-se objeto de intenso debate entre a comunidade fotográfica, e foi duramente criticada. Ao longo dos anos, no entanto, a mostra se transformou num marco.

 

Hoje, as imagens de Eggleston estão entre as mais célebres da história da fotografia, com uma lista de admiradores que vai da fotógrafa Nan Goldin ao músico David Byrne, do cineasta Wim Wenders ao brasileiro Karim Aïnouz. Filmes como “Elefante”, de Gus Van Sant, foram notoriamente inspirados no universo visual do fotógrafo. Tanto Van Sant quanto David Byrne convidaram Eggleston para colaborar em seus projetos.

 

“William Eggleston, a cor americana” é uma das maiores exposições já realizadas sobre o artista e traz ao Brasil, pela primeira vez, uma extensa seleção de fotografias produzidas durantes as décadas de 1960 e 1970, considerados os anos de ouro do fotógrafo. Um dos núcleos da mostra reunirá boa parte das fotografias presentes na lendária exposição de 1976, no MoMA. Outras duas salas reunirão as imagens da série “Los Alamos”, resultado de diversas viagens de carro pelo sul dos Estados Unidos, do Delta do Mississippi à Califórnia, entre 1965 e 1974. Os dois conjuntos são formados por cerca de 150 raras e delicadas fotografias feitas através do processo de dye-transfer, uma técnica de impressão fotográfica quase extinta, que se tornou marca registrada do artista por permitir um controle preciso das cores e intensa saturação.

 

Mesmo os fãs de Eggleston se supreenderão com a exposição, que também trará obras menos conhecidas, mas não menos importantes, do período. É o caso do formidável conjunto de retratos feito com uma câmera de grande formato em 1974 e conhecido como 5×7, em referência ao tamanho das chapas usadas. É também o caso de um conjunto de cinco fotografias em preto e branco, feitas antes que Eggleston abraçasse definitivamente a cor. O filme experimental “Stranded in Canton” (Encalhado em Cantão), rodado em preto e branco entre 1973 e 1974, com registros íntimos e de noitadas com amigos nos bares de New Orleans será exibido em uma das salas da casa da Gávea.

 

William Eggleston, a cor americana tem curadoria de Thyago Nogueira, editor da revista ZUM e coordenador de fotografia contemporânea do IMS. O projeto expográfico é de Martin Corullon, do escritório Metro Associados, e a identidade visual é da artista gráfica Luciana Facchini.

 

 

Até 28 de junho.

Fórmulas abstratas

Abrindo a temporada de mostras da Sala dos Pomares em 2015, a Fundação Vera Chaves Barcellos apresenta, de 21 de março a 18 de julho 2015, a exposição “Nelson Wiegert I Fórmulas Abstratas”.

 

Com organização e expografia de Vera Chaves Barcellos e do próprio Nelson Wiegert, a exposição individual do artista destaca sua mais recente produção: fotografias de grande formato, em preto e branco, que reproduzem intervenções sobre fórmulas matemáticas, gerando imagens de grande força e rigor. A esse conjunto de trabalhos, o artista denominou de “Fórmulas Abstratas”.

 

A ideia da obra surgiu em uma visita ao Instituto de Mineralogia e Física de Munique no momento em que o artista observou fórmulas deixadas em um quadro negro. O trabalho é uma espécie de acerto de contas do artista com a matemática, campo do conhecimento humano que nunca antes havia despertado seu interesse.

 

A execução da obra revelou ao revelou ao artista um novo método de desenho rápido  sem a utilização do papel. “Por permitir apagar e refazer, o desenho a giz sobre o quadro é um ótimo método de trabalho, ágil e constante. Os desenhos selecionados são fotografados e computadorizados, podendo ser reproduzidos. As reproduções são igualmente selecionadas e, posteriormente, impressas como peças únicas. Com essa breve exposição, espero que este trabalho chegue ao espectador com o mesmo impulso livre que despertou em mim” – diz o artista.

 

A série ocupará toda a galeria do térreo da Sala dos Pomares. Desenhos, fotografias e  colagens que esclarecem sobre o processo de construção da obra de Nelson Wiegert poderão ser vistas pelo público no mezanino. A mostra exibirá trabalhos da coleção do artista e do Acervo da FVCB.

 

A exposição contará com uma programação paralela constituída por palestras com teóricos e visitas mediadas que integram o Programa Educativo da FVCB, que segue apostando no poder socialmente transformador da arte.

 

 

Até 18 de julho.

Rubem Grilo no Recife

A Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Cultura, Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM (Rua da Aurora, Boa Vista), Art.Monta Design e Artepadilla apresentam a exposição “RUBEM GRILO 1985 – 2015″. A mostra, já apresentada nas unidades Rio de Janeiro (2009), Salvador e São Paulo (2010), Brasília (2011) e Fortaleza (2012) da CAIXA Cultural, e em João Pessoa, na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes (2014), chega agora ao Recife, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães.

 

A exposição, que tem curadoria do próprio artista, um dos mais importantes xilogravadores brasileiros vivos, é um passeio pelos trabalhos realizados nos últimos 30 anos, com foco na produção realizada desde 2005. Apresenta 172 obras: 127 xilogravuras em diferentes formatos, 6 matrizes e 39 trabalhos realizados com colagens e desenhos.

 

Os desenhos e colagens, realizados entre 2009 a 2015, reúnem importante vertente do trabalho de Rubem Grilo presente na exposição. A mudança de tratamento e de visualidade, bem como o diálogo entre diferentes mídias, estabelecido pela síntese gráfica no pensamento da imagem, motivam o espectador a estabelecer sua própria leitura do universo visual criado pelo artista.

 

 

A palavra do artista

 

Como explica o próprio Rubem Grilo, o componente temporal da mostra reforça a ideia de um processo que inclui a busca de afirmação de identidade e, ao mesmo tempo, transformações em aberto: “Escolhi a xilogravura pelo fato de ela ser simples, direta, quase rudimentar, e me permitir o envolvimento com duas experiências básicas e complementares, o desenho e a gravação. Não se trata de uma escolha nostálgica. Tem a ver com uma visão de mundo, a concentração em mim mesmo, propiciada pela intensidade da prática manual e do olhar, em busca do aprimoramento e autoconhecimento por meio da dilatação da experiência”.

 

 

De 18 de março a 03 de maio.

Expoente da arte contemporânea argentina abre mostra no MAM Rio

13/mar

 

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Mutações” de Matías Duville. Primeira individual no Rio de Janeiro de um dos mais destacados artistas contemporâneos argentinos surgidos na última década. Detentor de grande visibilidade internacional, Duville colocou a arte argentina recente em posição de destaque tanto no circuito de exposições quanto no mercado. Suas obras estão presentes na coleção do Museu de Arte Moderna de New York – MoMA, Fundação Patricia Cisneros (New York), Fundação Arco (Espanha), Museo de Arte Latino Americana de Buenos Aires  – Malba, Tate Modern, entre outros.

 

Sob a curadoria do crítico Santiago Navarro, a mostra reúne 103 obras obras realizadas a partir do ano 2000. O curador propõe uma interpretação iconográfica de uma seleção de desenhos, pinturas e instalações nas quais aparecem recorrentemente quatro imagens-idéias estruturantes da produção do artista: mutação, abrigo, intempérie e imaginário, que mapeiam o percurso de sua poética e oferecem uma perspectiva complexa e abrangente dessas questões.

 

O trabalho de Duville “ao elaborar quase que sistematicamente imagens de casas, cabanas, lareiras, troncos ocos, interiores de corpos, animais, carros, aviões etc, sempre sob ameaça ou após uma devastação, explora assuntos ligados à intempérie contemporânea: o que significa o hábitat, o que é a proteção, o que é o território, o que é o limite, o que é o estado da matéria, e qual é a relação entre tudo isso com o primitivo e o ancestral. Em sua obra, distintas dimensões do subjetivo, aparentemente ausentes, são traduzidas a figurações de espaço, corpo e objeto. As imagens de paisagens, objetos na paisagem (ou no vazio), estruturas arquitetônicas e de engenharia, formas se deslocando, situações de observação, poderiam ser interpretadas como a espacialização de um ponto de vista peculiar sobre os territórios de instabilidade que impactam nos afetos e emoções do nosso presente”, explica Santiago Navarro.

 

A realização da exposição “Mutações” de Matias Duville busca consolidar o intercâmbio artístico entre Brasil e Argentina e intensificar as trocas e debates que extrapolam fronteiras territoriais e mostram a arte e sua multiplicidade. Com Adrián Villar Rojas, Eduardo Navarro, Eduardo Basualdo, Diego Bianchi, Pablo Acinelli, Tomás Espina e Leandro Tartaglia, Duville integra uma geração de artistas argentinos que ganhou visibilidade internacional a partir da primeira década de 2000.

 

 

Sobre o artista

 

Nasceu em 1974 em Buenos Aires, Argentina. Estudou na Escuela de Artes Visuales Martín Malharro, Mar del Plata (1995-1998). Entre 1999 e 2002, como bolsista da Fundação Antorchas, estudou com Daniel Besoytaorube em Mar del Plata e com Jorge Macchi em Buenos Aires. Participou do programa TRAMA (Mar del Plata, 2004) e dos “Talleres de Artes Visuales para artistas”, dirigidos por Guillermo Kuitca e organizados pelo Centro Cultural Rojas, da Universidade de Buenos Aires (2003-2005). Em 2013, o Drawing Center (Nova York) editou seu livro “Alaska”, com a totalidade dos desenhos do projeto homônimo. No mesmo ano, foi finalista do “Prix Canson” (Paris). Em 2011, ganhou a John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship. Foi artista residente em Flora (Honda, Bogotá, 2014), SAM Art Projects (Paris, 2013), Skowhegan (Maine, Estados Unidos, 2011), Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, 2010), Revolver (Lima, 2008), Civitella Ranieri (2007, Umbria, Itália) e RIAA (Ostende, Buenos Aires, 2005). Suas exposições individuais mais recentes foram: “Escenario, proyectil” (Galeria Luisa Strina, São Paulo, 2015), “Precipitar una especie” (Galeria Barro, Buenos Aires, 2014), “Karma-Secuencia-Deriva” (Galeria Revolver, Lima, 2014), “Life in an Instant” (Galeria Georges-Philippe & Nathalie Vallois, Paris, 2014), “Discard Georgaphy” (École des Beaux-Arts, Chapelle des Petits-Augustins, Paris, 2013), “Safari” (MALBA, Buenos Aires, 2012), “Los martes menta” (Galeria Revolver, 2012) e “Whistle” (Galeria Nueveochenta, Bogotá, 2011). Anteriormente, fez as individuais “Cover” (MUSAC, León, Espanha, 2007) e “Autocine” (MACRO, Rosário, Argentina, 2005). Possuem obra suas as seguintes coleções: MALI (Lima), MALBA (Buenos Aires), MAMBA (Buenos Aires), MUSAC (León), Jack S. Blanton Museum (Austin, Estados Unidos), MACRO (Rosário), MoMA (Nova York), CIFO (Nova York), Tate Modern (Londres) e Fundação ARCO (Madri). Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.

 

 

De 14 de março a 10 de maio.