Lulla & Piero Gancia

12/jun

A Luste, Atelier Editorial & Multimídia, Edifício Itália – Circolo Italiano San Paolo – Lobby Térreo, República, São Paulo, SP, em parceria com o Grupo Comolatti, exibe imagens que ilustram o livro “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida”, de autoria de Carlo V. Gancia, em 8 backlights de grande formato, com 28 fotografias, como um tributo ao intenso e profundo sentimento que unia o casal. A curadoria é de Marcel Mariano e Serena Ucelli. No livro, o autor narra uma passagem da história da imigração italiana no Brasil, com ênfase na chegada da Família Gancia na década de 1950 e sua influência no estilo de vida da época.

Lulla & Piero Gancia, com denso vigor e atuação no circuito cultural paulistano e forte ligação com as pistas, estabelecem novos parâmetros e deixam sua marca na vida contemporânea da cidade com uma visão vanguardista em todos os setores a que se dedicam. O casal era movido tanto pelo amor que os unia como pelas paixões com que abraçavam suas metas e causas. Amavam o Brasil, país escolhido por eles para viver e criar os três filhos – Kika, Carlo e Barbara -, os vinhos e o automobilismo. Nas palavras de Carlo Gancia, “Lulla & Piero Gancia – No Grande Prêmio da Vida” – é um livro a ser lido para se saber como acaba. Garanto que a vida dos dois é uma epopéia a ser saboreada tanto pelos percalços que sofreram mas também pelas lindas coisas que criaram”.

De 12 de junho a 12 de julho.

Primeiro ano da Galatea

 

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, completou no dia 10 seu primeiro ano! Estamos muito felizes com tudo o que construímos e compartilhamos nos doze meses que se passaram.

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

Artistas representados

Hoje, contamos com um conjunto diverso de artistas representados, provenientes de diversas regiões do país, inscritos em diferentes gerações e que transitam por linguagens variadas, desde a pintura até a instalação. Por ordem de anúncio, são: Allan Weber (Rio de Janeiro, RJ, 1992), José Adário (Salvador, BA, 1947), Marilia Kranz (Rio de Janeiro, RJ, 1937-2017), Aislan Pankararu (Petrolândia, PE, 1990), Daniel Lannes (Niterói, RJ, 1981), Carolina Cordeiro (Belo Horizonte, MG, 1983) e Miguel dos Santos (Caruaru, PE, 1944).

Feiras

Participamos, desde o início, de importantes feiras nacionais e internacionais com projetos que, vistos em conjunto, traduzem bem a nossa proposta. Foram eles: o estande Tramas brasileiras na SP-Arte Rotas Brasileiras, em agosto de 2022; Chico da Silva: mitologias brasileiras na Independent 20th Century, em Nova York, em setembro de 2022; Allan Weber: Traficando arte na ArtRio, em setembro de 2022; o estande na SP-Arte, em abril de 2023; o estande com o projeto solo da artista Beatrice Arraes na ArPa, em São Paulo, em junho de 2023.

Exposições

Seguimos levando à frente nossa proposta de trabalhar tanto com novos talentos da arte contemporânea quanto com artistas consagrados do cenário artístico nacional, além de promover o reposicionamento de artistas históricos eclipsados pela histografia da arte e pelo mercado. Buscamos, assim, fomentar e agregar culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, em uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

A próxima exposição, com abertura no dia 28 de junho, apresentará uma seleção abrangente da série Toquinhos, produzida por Mira Schendel principalmente entre 1972 e 1974. Continuaremos a todo vapor e muito animados com todas as novidades que em breve serão compartilhadas!

Agradecemos imensamente a todos que colaboraram conosco e acompanharam a nossa trajetória.

Representação ousada feminina

07/jun

A exposição “Teresinha Soares: um alegre teatro sério” é o atual cartaz – até 29 de julho – da galeria Gomide&Co, Paulista, São Paulo, SP. Com organização de Luisa Duarte, apresenta um conjunto de obras entre desenhos, pinturas e gravuras da intensa trajetória da artista mineira pelos anos 1960 e 1970. A exposição conta ainda com textos inéditos de Lilia Schwarcz e de Julia de Souza. Inserida no contexto repressor da ditadura militar brasileira, a artista ousou a representar temas feministas e de gênero, por um viés do erótico e de grande contestação das relações do corpo com os costumes morais, o consumo e a máquina política.

“Minha arte é realista precisamente porque condeno os falsos valores de uma sociedade a que pertenço. Realista e erótica, minha arte é como a cruz para o capeta” – Teresinha Soares

O aspecto ousado está tanto na temática quando no tratamento formal empregado pela artista, com traços e cores que transitam e se relacionam com os movimentos artísticos da época, como a arte pop, o noveau réalisme e a nova objetividade brasileira.

“Em “Um alegre teatro sério”, trabalho que dá nome à exposição, o corpo feminino aparece duplicado – ora mais curvado e talvez reprimido; ora expansivo e sem amarras. Frases como “de luz apagada”, que aparece logo abaixo de um abajur iluminado, ou “há os outros naturalmente” e “recebe até na cama e o governado” contracenam com rostos que se beijam e o que parece ser uma máscara de teatro. A obra faz pensar no teatro da corporalidade feminina, sujeita a tantas proibições, jogos de simulação e não ditos. Permite introduzir também o imaginário erotizado dessa artista numa súmula bem-feita e que faz performance dentro e fora das telas” – trecho do texto de Lilia Schwarcz para exposição.

Antes de ser artista, Teresinha Soares foi a primeira vereadora eleita em sua cidade natal, Araxá, onde foi também miss e professora. Além de artista, é também escritora e ativista dos direitos da mulher e ambiental.   Nos últimos anos, seu trabalho tem sido revisto e reinscrito na história da arte brasileira, tendo participado de importantes exposições coletivas.

O seu olhar feminista e libertário, a sua capacidade de aliar eloquência formal de energia contestatória, nos endereçam uma obra munida de singular atualidade para pensarmos os caminhos da arte e os desafios políticos da contemporaneidade.

Sobre a artista

Teresinha Soares nasceu em Araxá, Minas Gerais, em 1927. Mudou-se para Belo Horizonte no início da vida adulta, onde iniciou sua carreira artística. Participou de três Bienais de São Paulo (1967, 1971 e 1973) e realizou as exposições individuais “Amo São Paulo” (1968), na Galeria Art-Art, São Paulo, e “Corpo a Corpo in Cor-pus Meus” (1971), na Petite Galerie, Rio de Janeiro. Seu trabalho vem sendo revisitado e inscrito na história da arte brasileira, tendo recentemente feito parte de grandes exposições no Brasil e internacionalmente, como “The World Goes Pop”, na Tate Modern (2015), “Radical Women: Latin American Art”, 1960-1985, no Hammer Museum (2017), Brooklyn Museum (2018), e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2018). Em 2017, o MASP realizou a sua primeira exposição retrospectiva em 40 anos: “Quem tem medo de Teresinha Soares?”.

Duas exposições no MAR

06/jun

O MAR, Museu de Arte do Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 1º de outubro as exposições individuais de Yhuri Cruz e Jaime Laureano. Uma exposição imersiva que aborda a vingança da vida e a política da presença. Essa é “Revenguê: uma exposição-cena”,  mostra individual do artista Yhuri Cruz. A proposta expositiva do artista visual, escritor e dramaturgo Yhuri Cruz é inspirada numa ficção desenvolvida por ele nos últimos anos, onde apresenta um novo planeta e suas reverberações naqueles que o conhecem. A mostra, que é divida em quatro núcleos, apresenta, em alguns momentos, a performance de Yhuri Cruz e outros seis artistas. Durante essas apresentações o público vai presenciar a criação de novas obras da exposição. A mostra tem curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Jean Carlos Azuos, Amanda Rezende e Thayná Trindade

Aqui é o Fim do Mundo

O passado do Brasil e a sua fonte de questionamentos sobre o atual contexto político, social e cultural são apresentados pelo artista Jaime Lauriano na sua nova exposição individual “Aqui é o Fim do Mundo”, no Museu de Arte do Rio. Cumprindo o papel de artista-historiador Jaime Lauriano apresenta esculturas, vídeos, desenhos e intervenções que revisitam símbolos, signos e mitos formadores do imaginário da sociedade brasileira. Com a curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan, Amanda Rezende, Jean Carlos Azuos e Thayná Trindade, a mostra “Aqui é o Fim do Mundo”, perpassa diretamente pelos signos do nacionalismo. Essa é uma exposição panorâmica que celebra os 15 anos de carreira de Jaime Lauriano.

  

Fundação Ecarta lança projeto de arte

Os três eventos ocorreram nos diferentes espaços da galeria. A Ecarta apresentou projeto para educadores. O debate de ações pedagógicas na arte e o papel dos artistas no pensamento de novas formas de expressão da educação ganhou espaço na Fundação Ecarta. O projeto “Professor Artista – Artista Professor” traz uma reflexão sobre a temática e o papel do profissional da educação na troca de conhecimento dentro da sala de aula.

“Todo professor pode ser artista? Todo artista pode ser professor? A partir dessa reflexão abrimos este novo espaço para o diálogo sobre a arte e a educação tanto nos espaços escolares ou não”, destaca o coordenador da Galeria Ecarta, o artista visual André Venzon. Para abrir o ciclo de exposições e conversas sobre o tema, foi convidada a artista e professora Téti Waldraff. As atividades do projeto em 2023 têm a mediação do artista e professor Walter Karwatzki.

De acordo com Téti Waldraff, “…é urgente o debate e o foco na formação de arte educadores”. Para a artista, que é professora de Artes Visuais, “…seja na dança, música ou no teatro é necessário qualificar o ensino em todos os espaços possíveis”.

Projeto Potência

Nova exposição do Projeto Potência na Fundação Ecarta De 06 de junho a 09 de julho, o espaço dedicado ao “Projeto Potência” na Fundação Ecarta receberá a exposição “Ruídos de Lembrança”, da artista Isabelle Baiocco. A mostra traz um conjunto de pinturas que partem de fotografias antigas da própria família, desde a infância de seus pais até a sua própria,

“Assim como os ruídos que marcam as fotografias e vídeos analógicos, as nossas lembranças são permeadas de ruídos, pedaços faltantes, cenas borradas, tempos trocados. Aqui o tempo e memória são assuntos inerentes a essas imagens e às nossas lembranças”, pontua a jovem artista porto-alegrense. A artista e professora do Instituto de Artes da Ufrgs, Lilian Maus, aponta que, “…a partir do uso virtuoso do desenho e da pintura em contato com a fotografia e o vídeo analógico, a artista discute o lugar do retrato na arte contemporânea e a própria onipresença das imagens nos veículos de comunicação”. Isabelle Baiocco cursa Artes Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também é bolsista de Iniciação Científica coordenada pela Professora Marilice Corona. Começou sua experiência com pintura no final de 2017 com aquarela e atualmente trabalha também com outras técnicas como lápis de cor, tinta acrílica e tinta a óleo.

O valor da arte

A Galeria Ecarta também recebeu a exposição “Primeiro Raio”, do artista Santiago Pooter. Com curadoria de Gabriela Motta, rótulos de bebidas, ícones religiosos, logomarcas e outras sínteses imagéticas formam o léxico visual das 20 obras que ficarão expostas até o dia 09 de julho. A partir da aproximação entre essas diversas marcas identitárias – sagradas, profanas, sincréticas -, o artista gera uma tensão relacionada às noções de valor cultural, econômico e simbólico dos objetos e das obras de arte. Aparentemente inacabadas, as telas de Santiago Pooter dividem o espaço com colchões usados, plantas mortas, restos de artefatos, propondo combinações semânticas insuspeitas entre as pinturas e elementos ordinários. Santiago Pooter é artista visual, pesquisador, graduando em História da Arte pela UFRGS e produtor cultural. Já foi indicado ao Prêmio Açorianos de Artes Plásticas em 2021 e 2022.

Brecheret em exposição homenagem

O Liceu de Artes e Ofícios, Luz, São Paulo, SP, comemora 150 anos com exposição – até 12 de agosto – em homenagem a Victor Brecheret. A mostra, que discute a escala das obras produzidas por um dos alunos mais ilustres da escola, tem curadoria de Fernanda Carvalho e Ana Paula Brecheret, neta do artista.

Um dos principais centros de ensino da cidade de São Paulo, o Liceu de Artes e Ofícios comemora 150 anos em 2023 e, para celebrar a data, homenageia um dos seus principais e mais ilustres alunos, o escultor Victor Brecheret. Intitulada Victor Brecheret: o mestre das formas, e realizada em parceria com o Instituto Victor Brecheret, a mostra apresenta a trajetória de um dos maiores nomes da escultura do país e do mundo. Com curadoria de Fernanda Carvalho e co-curadoria de Ana Paula Brecheret, neta do artista, a mostra será aberta ao público no dia 20 de maio no Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Nascido na Itália, Brecheret emigrou para o Brasil ainda nos primeiros anos de vida. Um dia, caminhando pelo Viaduto do Chá, enquanto ainda trabalhava consertando sapatos com a família, o jovem Victor Brecheret – na época com 15 anos – achou um jornal que publicara uma foto de uma escultura do francês Auguste Rodin, e percebeu ali, naquele momento, que era aquilo que gostaria de fazer, comentando com sua tia, que o levou até o Liceu e o matriculou no curso de Desenho e Modelagem, onde estudou por dois anos. Assim nascia uma profícua relação que formaria um dos mais geniais artistas brasileiros. Foi lá que teve os primeiros contatos com a escultura, e esse período na escola serviu como base para que depois o artista fosse estudar em Roma, e se tornasse um dos principais nomes responsáveis pela introdução da escultura brasileira no movimento modernista internacional. Ao longo de sua profícua carreira, Brecheret transitou entre as cidades de São Paulo, Paris e Roma.

A exposição, que ocupa o primeiro pavimento do Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, reúne 14 obras de coleção particular, divididas em seis núcleos, datadas entre as décadas de 1910 e 1950. Nela, a curadoria busca discutir a escala das obras produzidas pelo artista ao longo de sua trajetória.

“Brecheret aproveitou-se de muitas tradições do fazer e de diversos materiais, executando desde obras monumentais com mais de trinta figuras de 6 metros de altura cada até pequenas peças representando dançarinas voláteis, mitos polivalentes e paixões estilizadas”, afirma Fernanda Carvalho.

Em “Victor Brecheret: o mestre das formas” o intuito é elucidar as contraposições trabalhadas pelo escultor. Segundo a curadoria, “a ideia é percorrer o amplo arco temático da produção do artista que dialogou com o sagrado e o profano, o masculino e o feminino, o oriente e o ocidente, a cultura dos povos originários e a mitologia, apresentadas em obras multiformes e de diferentes épocas históricas”.

Dividido em 6 núcleos – “Núcleo Modernidades – Figura de convite”, “Núcleo Vanguardas”, “Núcleo Memórias”, “Núcleo Modernismos – Contextos”, “Núcleo Tecnologia” e por fim, “Núcleo Múltiplas sintaxes” – o percurso expositivo da exposição propõe exames breves, mas densos de aspectos emblemáticos da trajetória do escultor a partir de suas próprias peças. Neles, os visitantes encontrarão memórias pessoais, iconografias, réplicas digitais, e a manipulação de materiais envoltos, cada qual, em ambientações cenográficas criadas especialmente para eles.

O Núcleo Modernidades – Figura de convite, propõe um diálogo entre peças produzidas por Brecheret e outros artistas modernistas, como Jean Baptiste Houdon, por meio de um podcast criado pelas curadoras, com conversas imaginárias e emocionais que aproximam os personagens expostos; como a obra Dama Paulista (Retrato de Dona Olivia Guedes Penteado), de Brecheret, e Diana, deusa da Caça, de Houdon. Na conversa roteirizada pela curadoria, ambas mulheres moraram em Paris e se encontram acidentalmente e, num tom divertido, começam a discorrer sobre o modernismo e outras afinidades que as aproximam.

No Núcleo Vanguardas, os visitantes terão contato com experimentações artísticas do escultor. Ali, o público encontra peças como Beijo (1930), Dançarina (1920), Banho de Sol (1930), entre outros, e peças de mobiliário que preservam a intimidade do artista. O Núcleo Memórias, traz arquivos sonoros e fílmicos entremeados de depoimentos pessoais de membros da família do artista, além de documentações das passagens do escultor por Roma, Paris e São Paulo.

O acervo histórico do Liceu de Artes e Ofícios pode ser encontrado no Núcleo Modernismos – Contextos, que ilustra diversos contextos nos quais obras do artista foram inseridas, com arquivos do final do século XIX e início do século XX, e entre as décadas de 1910 e 1950. O eixo apresenta Novos cânones: exemplos emblemáticos de modernismos possíveis, onde o público encontra Pietá (1912-1913), única peça esculpida em madeira por Brecheret, e Virgem Indígena (1950), esculpida em gesso patinado, Beijo (1930), feita de bronze polido, e Veado Enrolado (1947-1948), cuja técnica é pedra rolada pelo mar.

Em Núcleo Tecnologia, o espectador tem contato com réplicas digitais de obras icônicas em hologramas e sua magia. Peças como: Fuga para o Egito (1925-1929), Soror Dolorosa (1920), O Ídolo (1929), entre outras. Por fim, o Núcleo Múltiplas sintaxes leva ao Centro Cultural diversos elementos e ferramentas que foram utilizados pelo escultor ao longo de sua jornada, como o registro da matrícula de Brecheret no curso de Desenho e Modelagem, ferramentas originais usadas pelo artista, materiais usados pelo escultor, uma maquete do Monumento às Bandeiras, entre outros.

“Esta exposição, contemplando todas as fases do saber-fazer do escultor, é uma combinação de tributo da escola ao seu ilustre aluno ao mesmo tempo que uma homenagem de Brecheret aos 150 anos do Liceu”, comenta a curadora Fernanda Carvalho.

Sobre o Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios

O CCLAO encontra-se anexo ao Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, uma das instituições de ensino mais tradicionais do país, com mais de 145 anos de história e relevantes serviços prestados à cidade e à sociedade paulistana, na produção de propriedades industriais e bens culturais. Trata-se de um espaço de eventos lindo, moderno, elegante e multiuso, com 1.630 metros quadrados nos dois pisos, situado no tradicional bairro da Luz, bem no centro da capital paulista.

Sobre o Instituto Victor Brecheret

O Instituto Victor Brecheret (IVB), fundado em 18 de novembro de 1999, tem como objetivo realizar e promover pesquisas, estudos, consultorias, cursos, conferências, avaliações e implementações de projetos destinados à divulgação e incentivo de atividades artísticas e culturais relativas às artes e artistas plásticos em geral, especialmente à obra do escultor Victor Brecheret. Realiza exposições e eventos nacionais e internacionais por meio de doações, subvenções, incentivos fiscais ou outros mecanismos legais. Desenvolve trabalhos de documentação, certificação, catalogação, arquivo e editoração de livros, referentes à produção de obras de arte e cultura em geral. Apoia programas e intercâmbios educativos, sócios-culturais e de informação. O IVB desenvolve atividades culturais junto às empresas e organizações públicas e privadas. Estabelece mecanismos para captação de recursos para a consecução de seus objetivos, individualmente ou em colaboração com empresas e entidades públicas, particulares, nacionais e internacionais.

Artur Lescher no Instituto Artium

01/jun

O Instituto Artium de Cultura apresenta a exposição individual de Artur Lescher (São Paulo, Brasil, 1962), um dos artistas de maior destaque no cenário da arte contemporânea brasileira. Composta por cinco obras de grandes formatos, a mostra traz dois trabalhos concebidos especialmente para a exposição, inéditos ao público. A exposição fica aberta até o dia 23 de julho e a entrada é franca.

Conhecido por suas impecáveis esculturas pendulares, este recorte da produção do artista foi concebido em diálogo com a arquitetura do Palacete Stahl – construído em 1920 para abrigar o consulado da Coroa Sueca, mais tarde utilizado pelo Império do Japão, e agora sede do Instituto Artium, uma entidade cultural sem fins lucrativos.

Nesta mostra Artur Lescher busca colocar em diálogo a função original do edifício com a sua função contemporânea, que é a de espaço cultural, voltado para projetos de artes visuais. Para isso, apresenta trabalhos que dialogam diretamente com o entorno em que estão inseridos. Com esta relação entre os trabalhos e o espaço construído há mais de cem anos, o artista nos questiona: o que pode aparecer desse atrito e confronto de ideias e ficções extemporâneas?

Os destaques da montagem são as obras pendulares no salão principal, onde foi criada uma grande instalação de obras inéditas que conversam com trabalhos anteriores. Completando a ocupação do palacete, a obra “Elipse Piracaia” (2016), uma escultura de 3,50 metros, será instalada na área externa do Instituto Artium.

Há mais de 30 anos o paulistano Artur Lescher apresenta um sólido trabalho, resultado de uma pesquisa em torno da articulação entre matéria, forma e pensamento. São trabalhos que excedem o caráter de escultura e cruzam as linguagens da instalação e do objeto, a fim de modificar a compreensão destas e do espaço no qual se inserem. Ao mesmo tempo que sua prática está atrelada a processos industriais, sua produção não tem como único fim a forma.

Fortemente ligada aos processos industriais e alcançando extremo refinamento e rigor na mecânica das formas, a produção de Lescher vai além de uma investigação puramente formal. Autointitulado um construtor, ele é reconhecido pelo emprego de materiais como madeira e metais, tais como ferro, alumínio e cobre, que são trabalhados utilizando métodos semi-industriais, desenvolvidos a partir de uma gramática de formas para analisar as conexões entre a matéria, a obra e o espaço que ela habita.

Paulo Bruscky: Atitude Política

A exposição “Paulo Bruscky: Atitude Política”, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, celebra a chegada de parte do acervo do artista à coleção do Instituto de Arte Contemporânea, IAC, Pacaembú, São Paulo, SP, e foi concebida a partir de pesquisas no infindável arquivo pessoal do artista, essa espécie de “Biblioteca de Babel” borgeana no Recife onde convivem e conversam cartas, obras, poemas, ideias do próprio Bruscky e de um número incalculável de outros artistas, de maneira análoga ao que acontece, de certa forma, no próprio IAC.

O eixo escolhido, em diálogo com o próprio artista, foi o da colaboração, apoio e afinidade do artista com colegas ao redor do mundo que enfrentavam, como ele, as ameaças e os perigos de regimes opressores.

A a abertura da exposição acontecerá no dia 03 de junho, sábado, das 11h às 15h. “Paulo Bruscky: Atitude Política” ficará em cartaz até o dia 05 de agosto.

A exposição tem o apoio da Galeria Nara Roesler, apoio institucional do Arquivo Paulo Brusky e o educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.

As Cosmococas de Oiticica&Neville

O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, em colaboração com o Projeto Hélio Oiticica, abrirá no dia 03 de junho, às 15h, a instalação inédita “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”, da icônica obra “Cosmococa – Programa in Progress”, criada em 1973 por Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941), que estará presente na abertura da mostra.

A instalação inédita “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” será mostrada no Rio de Janeiro, dentro do tour mundial que celebra os 50 anos da emblemática série interativa. Em 13 de março de 1973, o artista Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941) iniciaram uma colaboração inusitada, e criaram uma série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas – Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, elemento ativo, integrante, do trabalho. A “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” permancerá em cartaz no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica até 10 de dezembro.

O “Programa in Progress” abrange vários desdobramentos – livro, fotografias, cartazes, instalações públicas e domésticas, como a “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)”. A obra é a única, das seis criadas especialmente para residências, que nunca havia sido mostrada em público. Foi criada em homenagem a Jimi Hendrix (1942-1970), e elaborada para ser instalada em um espaço residencial, privado, com projetores nos diversos cômodos da casa.

Para a exposição no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (CMAHO), foi montado um apartamento, com mobília, e obras de outros artistas, como Alexandre Murucci, Anna Costa e Silva, Elmo Martins, Julianne Chaves, Lígia Teixeira, Paulo Jorge Gonçalves e Rita Chaves.

A exposição da “CC5” faz parte do tour mundial que durará um ano, em celebração aos 50 anos da criação da emblemática série “Cosmococas”. O tour foi iniciado no dia em 13 de março de 2023, na EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, quando foi mostrada a “Cosmococa 4 Nocagions”. Em seguida, em 18 de março, durante a SP-Arte, a CC4, em versão privê, integrou a mostra “Hélio Oiticica: Mundo-Labirinto”, na Vila Modernista, nos Jardins, em São Paulo, com projeto arquitetônico de Flávio de Carvalho.

Depois, haverá a exibição da “Cosmococa 5 Hendrix War” e da “CC2 Onobject”, na Lisson Galery, em Nova York; “CC2 Onobject” e “CC3 Maileryn” (versões domésticas), na Hunter College, em Nova York; e ainda no The Mistake Room, em Los Angeles, EUA; e Carcará Photo Arte, em São Paulo.

Programa sobre a produção de Hélio Oiticica

A exposição “Cosmococa 5 Hendrix War (versão privê)” integra o programa Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, que seleciona diferentes ações, que vão de performances a aulas de diferentes artistas, pensadores, professores, entre outros profissionais, relacionadas à obra de Hélio Oiticica. Em “Cosmococa/CC5 Hendrix-War(versão privê)”, de 1973, ao som do álbum “WarHeroes” (1972), de Jimmy Hendrix, a sala oferece ao público uma rede, para relaxar. Em sua última entrevista, Hendrix disse: “Quando as coisas ficarem muito pesadas, e chame de hélio, o gás mais leve que existe”.

Breve histórico das Cosmococas – Versões públicas

No dia 13 de março de 1973, o artista Hélio Oiticica (1937-1980) e o cineasta Neville D’Almeida (1941) iniciaram em Nova York uma colaboração inusitada, e criaram uma série de instalações pioneiras (Quasi-Cinemas), que chamaram de Cosmococas-Programa in Progress, com projeções, trilhas sonoras e proposições para o espectador, elemento ativo, integrante do trabalho. Hélio e Neville haviam planejado fazer um filme, e em 1973, em um encontro em Nova York, desenvolveram uma série de slides, onde a câmera fotográfica foi usada como filmadora, o Quasi-Cinema. Na montagem, eles usaram as imagens com duração de alguns segundos, ao contrário das habituais 24 imagens por segundo do cinema. O tempo da obra fica então dilatado, exigindo uma atenção maior do público, que assim se torna ferramenta fundamental no trabalho. “Dessa forma, a Cosmococa é precursora dessa participação em meio cinematográfico das mídias no século 20″, destaca César Oiticica Filho, que coordena o Projeto Hélio Oiticica.

Cosmococas – Formas diversas de participação do público

As 11 instalações multimídias sensoriais-cinco grandes, públicas, e seis versões mais simples, domésticas (ou privês como os artistas chamavam) – que compõem o Cosmococas – Programa in Progress criam diversas formas de participação do público, com o objetivo de deixar as pessoas“em um estado de invenção, que pode ser identificado como um exercício experimental de liberdade, conceito criado por Mário Pedrosa, um dos maiores críticos de arte do século 20″, afirma César Oiticica Filho.

Em Cosmococa/CC1 Trashiscapes(1973), o público recebe uma lixa de unhas e é convidado a despreocupadamente se deitar em colchões, e relaxar. A trilha sonora inclui sons urbanos (Second Avenue, em Nova York), músicas de Jimi Hendrix, e tradicionais pernambucanas – Luiz Gonzaga, Dominguinhos e  Pífanos de Caruaru.

Em Cosmococa/CC2 Onobject(1973), sons de telefone e músicas retiradas do álbum “Fly” (1971), de Yoko Ono, provocam o público a pular e dançar sobre um piso revestido de espuma espessa.

Em Cosmococa/CC3 Maileryn(1973), junção dos nomes de Marilyn Monroe (1926-1962), e seu biógrafo Norman Mailer (1923-2007), o público interage com as bolas laranjas e amarelas espalhadas pelo espaço de piso irregular, ao som da cantora peruana Yma Sumac.

Cosmococa/CC4 Nocagions (1973/2023) é constituída por dois projetores digitais, trilha sonora de John Cage (1912-1992) e slides. Duas telas, colocadas em bordas opostas de uma piscina, exibem imagens do livro “Notations” (Notações, em inglês), de John Cage, com uma coleção de seus manuscritos musicais. Sobre a capa do livro, Hélio Oiticica e Neville de Almeida fizeram intervenções, as “mancoquilagens”. O trabalho convida o público a entrar na piscina, que recebe uma luz verde formando um padrão geométrico. A obra foi dedicada aos poetas concretos Augusto e Haroldo de Campos. Em 2013, a CC4 Nocagions foi a sensação da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema, em Berlim.

Em Cosmococa/CC5 Hendrix-War (1973), ao som do álbum “WarHeroes” (1972), de Jimmy Hendrix (1942-1970), a sala oferece ao público um conjunto de redes, e relaxar. Em sua última entrevista, Hendrix disse: “Quando as coisas ficarem muito pesadas, me chame de hélio, o gás mais leve que existe”.

Exposição de Cerâmicas de Rodrigo Torres

A Simões de Assis apresenta até 29 de julho, “A Trilha do Esquecido”, primeira individual do artista Rodrigo Torres na sede de Balneário Camboriú, SC. O projeto dessa mostra foi criado a partir do interesse de Rodrigo  Torres por resquícios de construções, elementos humanos e da natureza encontrados em uma trilha na floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ele vive e trabalha.

Embora tenha navegado por técnicas diversas, como pintura e colagens, hoje o artista se dedica principalmente à cerâmica. Vasos, jarras, frutas e legumes tornam-se objetos ornamentados e sofisticados subvertendo dessa maneira o gênero da natureza morta. A série de trabalhos apresentada em “A Trilha do Esquecido”, deriva de um longo caminho de experimentos do artista com o material, testando seus limites e esgarçando suas possibilidades físicas.