Op-Art em São Paulo

15/abr

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, apresenta, até 01 de junho, a exposição “Op-Art – Ilusões do Olhar”, um vasto panorama da optical art, ou arte ótica, e sua influência no Design, Arquitetura, Mobiliário, Moda, Cinema e Publicidade. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra foi idealizada pela Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha, e tem patrocínio da Allergan do Brasil e Acuvue.

 
“Op-Art – Ilusões do Olhar” é a primeira mostra abrangente, realizada no Brasil, sobre esse movimento, surgido no final da década de 1950. A exposição conta com mais de 200 itens, que estarão divididos em três módulos temáticos: 1. Design gráfico, mobiliário e objetos; 2. Obras de arte; e 3. Moda, cinema e publicidade. A lista de artistas participantes inclui alguns dos mais importantes e expressivos representantes do movimento no Brasil e no exterior, dos concretistas aos contemporâneos, mostrando como, na era digital, a Op-Art voltou a ser uma referência. Estarão em exposição, por exemplo, trabalhos dos designers Alexandre Wollner, Almir Mavignier e Antonio Maluf; dos estilistas: Alceu Penna, Versace, Gareth Pugh, Martha Medeiros e Sandro Barrros; além dos artistas plásticos Abraham Palatnik, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Luiz Sacillotto, Angelo Venosa, Hilal Sami Hilal, Julio Le Parc, Victor Vasarely e Carlos Cruz-Diez.

 
Com expografia de Guilherme Isnard, que utilizará efeitos de luz e profundidade para acentuar as características da mostra, OP-Art terá um espaço interno para a Fundação Oftalmológica Rubem Cunha que realizará, durante o período expositivo, a medição da acuidade visual a estudantes atendidos pelo Educativo MCB. “O desconhecimento de problemas visuais é um dos principais elementos responsáveis pela evasão escolar no Brasil”, afirma o Dr. Marcelo Cunha, da Fundação Rubem Cunha. “Dessa forma, a exposição Op-Art – Ilusões do Olhar cria um evento único, associando design, arte e moda a uma causa social”, conclui o médico.

 

 
Conteúdos da exposição por módulos:

 
1: Op-art no Design gráfico, mobiliário e objetos

 
Cartazes originais de Rubem Ludolf, Alexandre Wollner e Antonio Maluf; design gráfico da Tricot-lã, década de 1960, Adolpho Leirner;  cerca de 50 objetos entre pratos, canecas, xícaras, luminárias, mouse-pads, skates, almofadas e relógios de parede de designers brasileiros e estrangeiros; mobiliário de Zanine Caldas, Abraham Palatnik e Julien Pecquart;  exemplos de arquitetura Op-Art no Brasil e no mundo, em projeções; projeto original de Raymundo Colares para pintura em prédio no Rio de Janeiro.

 
2 : Arte

 
Cerca de 30 trabalhos, entre pinturas, esculturas e objetos de artistas brasileiros, pinturas de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Aluísio Carvão, Luiz Sacillotto, Mauricio Nogueira Lima, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Geraldo de Barros, Lothar Charoux, Ivan Serpa, Ubi Bava, Hilal Sami Hilal, entre outros; esculturas e objetos de Abraham Palatnik, Mary Vieira, Raymundo Colares, Paulo Roberto Leal, Angelo Venosa, entre outros. Artistas estrangeiros: Julio Le Parc, Victor Vasarely, Carlos Cruz-Diez, entre outros.

 
3: Moda, Cinema e Publicidade

 
Vestido de noite de Alceu Penna e Hercules Barsotti, 1960; vestidos criados especialmente para a mostra pelos estilistas Sandro Barros e Martha Medeiros; roupas vintage como capa de chuva em vinil, vestidos curtos, blusa Versace; projeção com fotos de roupas de época e dos desfiles de Givenchy (2010),Louis Vuitton (2013), Mark Jacobs (2013), Gareth Pugh (2014), entre outros; acessórios vintage e contemporâneos: bolsas, óculos, sapatos, lenços etc.; publicidade: Pond’s, Ferrari, Avon, entre outras, apresentados em vídeo;  cinema: “The Responsive Eye”, de Brian de Palma e “Anémic Cinema”, de Marcel Duchamp.

 

 
Sobre a OP-Art

 
A Op-Art surgiu no final da década de 1950, e despontou internacionalmente a partir da exposição “The Responsive Eye”, organizada pelo MoMA, de Nova York, em 1965. Descendente de movimentos como o Suprematismo, Construtivismo e Concretismo, seus trabalhos têm como principais características a repetição de formas simples, o uso do preto e branco, os contrastes de cores vibrantes e as luzes e sombras acentuadas. A ambiguidade entre primeiro plano e fundo gera ilusões de movimento e profundidade. As obras da Op-Art criam um espaço tridimensional, que não existe, mas parece tornar-se real. Tais efeitos despertaram uma nova relação com a obra de arte, exigindo do público uma verdadeira participação.

 

 
Sobre a curadoria

 
Denise Mattar é uma das mais conhecidas e premiadas curadoras do Brasil. Em instituições trabalhou no Museu da Casa Brasileira, SP (1985-1987), MAM-SP (1987-1989) e MAM-RJ (1990-1997). Como curadora independente realizou de 1997 a 2014 mostras retrospectivas de Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Premio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Frans Krajcberg, Mary Vieira, Maria Tomaselli, Aluísio Carvão, Abelardo Zaluar, Raymundo Colares, Hildebrando de Castro, Norberto Nicola, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard. E as mostras temáticas (2004/14): “Traço, Humor e Cia”, “O Olhar Modernista de JK”, “O Preço da Sedução”, “O’ Brasil”, “Homo Ludens”, “Nippon”, “Brasília- Síntese das Artes”, “Tékhne” e “Memórias Reveladas”( prêmio ABCA), “Pierre Cardin”, “Mário de Andrade – Cartas do Modernismo”, “Projeto Sombras”, “No Balanço da Rede” e “Duplo Olhar”.

 

 
Sobre a Fundação Dr. Rubem Cunha

 
A Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo prevenir e tratar doenças oculares da população de baixa renda. Em 2007, foi reconhecida como entidade filantrópica OSCIP, faz parte da associação GIFE e do Instituto Azzi. Os recursos levantados pela Fundação, por meio de eventos socioculturais, subsidiam os custos relacionados aos exames e consultas, proporcionando aos pacientes armações e lentes de óculos, medicamentos e tratamento cirúrgico. A Fundação trabalha com os projetos: Boa Visão, Boa Educação, voltado às crianças em idade escolar; Nosso Olhar, vinculado à APAE, e Senhor Olhar, para a terceira idade, além de projetos especiais como Olhar do Sertão, realizado recentemente no interior de Alagoas. A mostra Op-Art – Ilusões do Olhar comemora os dez anos de trabalho filantrópico prestado a crianças e idosos carentes pela entidade criada pelos Drs. Rosana e Marcelo Cunha.

 

 
Até 31 de maio.

Pequenos formatos

04/fev

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “A primeira do ano – Pequenos formatos”, com cerca de 50 obras inéditas e recentes de 22 artistas, como Abraham Palatnik, Ana Holck, Angelo Venosa, Bruno Vilela, Carla Guagliardi, Claudia Bakker, Daisy Xavier, Estela Sokol, Everardo Miranda, Gustavo Speridião, José Paulo, Maria Lynch, Niura Bellavinha, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Rochelle Costi, Thomas Florshuetz, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, entre outros.

 

A mostra, que ocupará todo o espaço expositivo da galeria, terá obras em diferentes materiais e suportes, como fotografia, escultura, pintura, desenho e objeto. Em comum, o fato de serem obras em pequenos formatos. Dentre as obras inéditas da exposição, destacam-se “W-601”, de Abraham Palatnik, feita em tinta acrílica sobre tela, e duas pinturas de Maria Lynch, em óleo sobre tela.

 

A mostra terá ainda dois desenhos de Nuno Ramos, da “Série Gepeto”, de 2013; uma fotografia de Thomas Florshuetz, de 2012; uma escultura em Metacrilato com Folha de Madeira, de Angelo Venosa, de 2011; uma obra da “Série a cor é que tem cor na asa da borboleta”, de Estela Sokol, em pvc sobre tela, de 2011, entre outros.

 

 

De 05 de fevereiro a 14 de março.

Inox exibe Burle Marx

04/nov

A galeria Inox de Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, exibe oito nanquins – da série “Erótica”  – de  Roberto Burle Marx. Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século XX, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final dos anos 1920. De volta ao Brasil, continuou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Belas Artes. Os jardins planejados por Burle Marx eram comparados a pinturas abstratas, alguns bem curvilíneos, outros de linhas retas, usando plantas nativas brasileiras para criar blocos de cor. Além de paisagista de renome internacional, também foi um pintor notável, além de escultor, tapeceiro, ceramista e designer de jóias.

 

 

Sobre a Inox

 

Sócios da Galeria Inox, os irmãos Carneiro, Gustavo e Guilherme são colecionadores fanáticos de arte e conhecidos por possuírem um olhar apurado, curadoria afinada e bastante seletiva. O gosto pela arte esteve presente desde cedo em suas vidas, trazidas através dos pais, donos de um antiquário. O primeiro contato que tiveram com arte contemporânea, e o início de sua coleção, foi através do artista Palatnik. Os irmãos quando adolescentes comercializavam em feiras de antiguidade os animais em acrílico produzidos em série pelo artista na década de 1970. Já revelavam talento para comercialização desde bem novos. Hoje eles são donos da Galeria Inox, espaço dedicado a exposições de arte contemporânea que existe há 5 anos, no shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. Além da galeria, os irmãos cuidam de uma coleção pessoal rica e bem extensa, dividida entre suas casas. O acervo conta com artistas renomados como Oscar Niemeyer, Abraham Palatnik, Burle Marx, Nelson Félix, Angelo Venosa, Tunga, Rodrigo Andrade, Brígida Baltar, Adriana Varejão, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Iole de Freitas, entre muitos outros dos quais são fãs. “Temos esta coleção porque precisamos, é um vício, uma necessidade”. Afirma um dos irmãos.

 

 

De 05 a 22 de novembro.

Retrospectiva de Palatnik

04/jul

 

A exposição “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”, com curadoria de Felipe Scovino e Pieter Tjabbes, é a maior mostra já realizada do artista, consagrado pela criação de obras marcadas pela fusão entre o movimento, o tempo e a luz; na Sala Paulo Figueiredo, Scovino apresenta obras do acervo do museu que ampliam o conceito de pintura de diversos artistas em Diálogos com Palatnik. Pinturas, desenhos, estudos, objetos, móveis e esculturas compõem a exposição “Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura”, que o Museu de Arte Moderna de São Paulo, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, apresenta com curadoria de Felipe Scovino e Pieter Tjabbes, e patrocínio do Banco Safra.

 

Ao unir estética à tecnologia, Palatnik utiliza movimento, luz e tempo como instrumentos para a criação de obras com grande potencial visual e poético, lançando os fundamentos de uma corrente artística que ficou conhecida como arte cinética, na qual as fronteiras entre pintura e escultura se confundem e se ampliam. Na Sala Paulo Figueiredo, Scovino apresenta a mostra Diálogos com Palatnik, reunindo 39 obras de 26 artistas do acervo do museu que repensam o conceito de pintura. Apresentada no CCBB, de Brasília, e no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura chega ao MAM com 97 obras, onze a mais que suas antecessoras: a mostra traz quatro trabalhos adicionais do artista, um pôster produzido pelo pintor e artista gráfico Almir Mavignier e uma série de seis obras do acervo do Museu de Imagens do Inconsciente, de dois internos do Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II, em Engenho de Dentro (RJ), que influenciaram diretamente a carreira de Palatnik. São duas pinturas em guache sobre papel de Emydio de Barros e quatro desenhos de Raphael Domingues, produzidos com nanquim e bico de pena sobre papel.

 

Aos 86 anos, o artista residente no Rio de Janeiro é um dos pioneiros e a maior referência em arte cinética no Brasil, corrente que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos e ilusão de ótica, utilizando pesquisa visual e rigor matemático em obras com instalações elétricas que criam movimentos e jogo de luzes. Do homenageado são expostas 90 obras, desde óleos sobre tela do início da carreira a trabalhos recentes como da série W, de acrílica sobre madeira. Estão presentes as séries mais célebres: Aparelhos Cinecromáticos, Objetos Cinéticos e Objetos Lúdicos, além de móveis dos anos 1950, Relevos Progressivos e as Progressões, em que o jacarandá é o meio e o tema para pintura. Em São Paulo, são exibidos exclusivamente obras do artista que pertencem ao acervo do MAM: Objeto Cinético (1986), Progressão K-40 (1986), Mobilidade IV (1959/99), Aparelho Cinecromático (1969/86) e o pôster produzido por Almir Mavignier, em 1964, para uma exposição do Palatnik na Alemanha.

 

Nascido em Natal (RN), filho de russos, Palatnik passou a infância em Tel-Aviv (então Palestina), onde fez curso de especialização em motores de explosão. Aos 20 anos, voltou permanentemente para o Brasil. O jovem artista mudou a forma de ver, fazer e entender arte quando conheceu o Hospital Psiquiátrico Dom Pedro II, coordenado pela Dra. Nise da Silveira, levado por Almir Mavignier, orientador do ateliê de pintura da instituição. Ao ver obras de pacientes esquizofrênicos, que apresentavam uma produção excepcional, mesmo sem estudos sobre arte, Palatnik percebeu que realizava algo inócuo frente àquela produção rica de artistas que na grande maioria desconhecia o significado da expressão “arte”. Assim, abandonou os pincéis e passou a ter uma relação mais livre entre forma e cor.

 

Aprofundando os estudos sobre psicologia da forma e usando os dotes como engenheiro, ele começou os experimentos com luz e movimento que deram origem aos Aparelhos Cinecromáticos – caixas com lâmpadas e telas coloridas que se movimentam acionadas por motores, um mecanismo que gera uma série de imagens de luzes e cores em movimento, que unem lirismo e jogo de percepção, e aos Objetos Cinéticos – aparelhos constituídos por hastes ou fios metálicos que possuem nas extremidades discos de madeira pintados de várias cores, além de placas que se movimentam lentamente, acionado por motores ou eletroímãs, dando à mecânica uma dimensão estética que provoca encantamento com os movimentos rotativos.

 

Esse uso inusitado que Palatnik faz da tecnologia e sua originalidade fez com que a classe artística e os júris especializados focassem e admirassem seus trabalhos. Durante a I Bienal de São Paulo, em 1951, a comissão internacional não sabia como qualificar a obra Aparelho Cinecromático Azul e roxo em seu primeiro movimento. A obra não era uma escultura, tão pouco uma pintura. Era algo que não se enquadrava nas categorias da Bienal. A solução encontrada para garantir o reconhecimento pelo trabalho original e inovador foi lhe dar uma menção honrosa.

 

 

Retrospectiva do trabalho

 

É importante destacar que a exposição pensa a obra de Abraham Palatnik como um trabalho pictórico, e como a pintura – na concepção múltipla e ampliada – pode ser vista e estudada mesmo em objetos tridimensionais. “Seja nos Aparelhos Cinecromáticos, nos Objetos Cinéticos ou nas pinturas, o artista não abre mão da artesania e de certa gambiarra, que ao longo dos anos foi desaparecendo” explica Scovino. “Hoje os cortes feitos na madeira para a execução da série W são produzidos a laser e não mais na casa do artista por meio de uma máquina cuja precisão era infinitamente menor que a do laser,” afirma.

 

Em 1954, Palatnik cria com o irmão Aminadav a fábrica de móveis Arte Viva, que funcionou até meados da década seguinte. A experimentação que guiava o trabalho no ateliê foi deslocada para a fábrica, onde foram produzidos vários tipos de mesa com tampos de vidro pintados pelo artista, além de poltronas, cadeiras e sofás. Na década de 1970, Palatnik e o irmão inauguram a Silon, produzindo em larga escala objetos de design, sempre em formato de animais. “A obra só adquiria sentido pleno se alcançasse a vida, a rotina e o uso mais comum do cidadão. Mais uma vez, percebemos a insatisfação com a estagnação, um desejo contínuo de pesquisa e de integração de distintas áreas como escultura, pintura, tecnologia, física, móveis e design”, explica o curador.

 

Nos Relevos Progressivos, realizados a partir dos anos 1960, o sequenciamento dos cortes na superfície do material – cartão, metal ou madeira – cria camadas que variam dependendo da profundidade e localização do corte, constituindo a própria dinâmica. Na década de 1970, Palatnik produziu a série Progressões, que são pinturas formadas por intervalos de jacarandá montados em sequências de lâminas finíssimas. Aproveitando a materialidade dos veios, nós e outras marcas naturais, percebe-se a estrutura de desenhos e gestos que demarcam um corpo vivo e dinâmico. Progressões também se desmembrou a partir dos anos 1990 na série W, em que sai o jacarandá e entra a tinta acrílica.

 

 

De 02 de julho a 15 de agosto.

Uma seleção de Anita Schwartz

19/fev

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição coletiva “Éter”, com 24 obras de 17 artistas representados pela galeria, sendo três delas – dos artistas Gustavo Speridião e Otávio Schipper – inéditas. As demais obras foram produzidas entre 1999 e 2013, em diferentes técnicas e suportes, como pintura, desenho, escultura, instalação e site specific.

 

“Éter é uma reunião de obras do acervo que preenchem delicadamente o espaço da galeria. Na mostra, encaramos o desafio de selecionar trabalhos que se confundem com o ambiente expositivo, seja por transparências, reflexões ou camuflagens. Por isso, o título da exposição se refere ao éter, no sentido de uma substância hipotética, menos densa que o ar, que já se acreditou ocupar todo universo”, afirma Anita Schwartz.

 

A mostra, que ocupará todo o espaço expositivo da galeria, terá obras dos artistas Abraham Palatnik, Ana Holck, Angelo Venosa, Antonio Manuel, Carla Guagliardi, Carlos Zílio, Claudia Bakker, Daisy Xavier, Estela Sokol, Everardo Miranda, Gustavo Speridião, Ivens Machado, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Sabrina Barrios, Waltercio Caldas e Wanda Pimentel.

 

Os trabalhos são muitas vezes tão sutis que exigem do espectador uma atenção, uma entrega do olhar. “A exposição busca encorajar os visitantes a contemplarem as obras, propondo um novo olhar sobre o espaço”, diz a galerista.

 

 

O espaço

 

Ao construir em 2008 seu novo espaço, com projeto do arquiteto Cadas Abranches, Anita Schwartz mudou o patamar das galerias de arte na cidade. Com cerca de 800 metros quadradas, o espaço moderno passou a ser um local privilegiado para as artes visuais no Rio de Janeiro. O projeto arquitetônico foi totalmente pensado para abrigar uma galeria, iniciativa pioneira na cidade. O cuidado com que se cercou essa construção é visível nos mínimos detalhes. Absolutamente tudo foi pensado para deixar o artista confortável em apresentar seu trabalho em qualquer formato ou suporte.  O conceito de “cubo branco”, ou seja, um espaço neutro que não interfira com a obra de arte, é o centro do projeto.  Com mais de sete metros de altura de pé direito, a sala principal tem 140 metros quadrados de área, permitindo a colocação de obras de arte em tamanho monumental.  Ainda no térreo, há uma sala multiuso, que permitirá desde trabalhos em papel a vídeos. No terceiro andar, mais um generoso espaço expositivo, e um terraço com piso de madeira.  Ainda no terraço, um contêiner com 20 pés que abriga videoinstalações.

 

 

Até 12 de abril.

Artistas internacionais na Fundação Iberê Camargo

06/dez

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, exibe a exposição “ZERO”, uma compilação de obras originais e reconstituições de uma das mais importantes vanguardas do pós-guerra europeu. Iniciado em Dusseldorf no final da década de 50 pelos alemães Heinz Mack e Otto Piene – a quem posteriormente se juntou Günther Uecker –, o movimento “ZERO” promoveu uma ruptura com o expressionismo abstrato e o tachismo em voga, utilizando em suas obras vibração, luz e sombra, monocromia, movimento mecânico e deslocamentos rítmicos. A mostra busca estabelecer um diálogo entre o trabalho do grupo de Mack, Piene e Uecker e o de artistas de outras partes do mundo, cujas aproximações nem sempre se deram de forma consciente – a exemplo dos quadros Branco/Preto de Hércules Barsotti; de Bicho – Relógio de Sol, de Lygia Clark e de Progressão e Sequência Vertical S-30, de Abraham Palatnik. Almir Mavignier, único brasileiro que participou ativamente do movimento, ganha a reconstrução de seu painel de cartazes Forma. Por outro lado, a exposição traz nomes que influenciaram o pensamento de ZERO, como o de Yves Klein com sua pintura monocromática azul e dos Conceitos Espaciais de Lucio Fontana.

 

O trabalho com a luz de Heinz Mack aparece na réplica da estrutura de espelhos em movimento Interferências – Movimentos integrantes de um espaço virtual e na original Vibração da luz, bem como no óleo sobre tela Estrutura dinâmica branco sobre cinza. Já Otto Piene faz a luz dançar com as instalações Balé de Luz, Sonâmbulo e Cilindro de Luz e duas telas, o óleo Luz em agosto e a pintura de fumaça Pintura a fumaça sobre vermelho / 1 volume. Os pregos, matéria-prima de Uecker, aparecem em Pintura branca, que, junto com o Objeto de cabides 1 e a reconstrução de sua Chuva de luz de 66, dão prova do talento e inventividade do artista da Alemanha Oriental.

 

Destaca-se também Hans Haacke, com a reconstrução de Pequena vela, tecido suspenso sobre ventilador, e com sua Escala grande de água. As pinturas móveis de Jean Tinguely e as grandes esculturas de espelhos de Christian Megert estabelecem um paralelo com a ambientação Espaço Elástico de Gianni Colombo, composta por feixes de elásticos movimentados eletromecanicamente. Já Corpo de ar, conjunto de balão, suporte e máquina pneumática, e Linha – trechos de uma linha infinita traçada pelo artista – são uma pequena amostra do trabalho conceitual de Piero Manzoni.

 

Não apenas uma exposição histórica, ZERO é uma experiência fortemente sensorial, que mostra, no segundo e terceiro andares do espaço expositivo da Fundação Iberê Camargo, a atualidade do pensamento de grandes nomes das décadas de 1950 e 1960. Com curadoria da historiadora de arte Heike van den Valentyn, a exposição é uma realização da Fundação com o Museu Oscar Niemeyer de Curitiba e a Pinacoteca do Estado de São Paulo e conta com a parceria do Goethe-Institut e o apoio do Ministério NRW e Pro Helvetia.

 

 

Até 04 de março de 2014.

 

Arte Cinética

13/ago

Através da criteriosa seleção dos artistas representados e suas obras, e contando com grandes nomes da arte brasileira além da aposta em jovens artistas com trajetória emergente, Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro RJ, investe na divulgação e propagação da cultura brasileira. Dando curso à programação 2013, agora o artista escalado é Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética no Brasil. Abraham Palatnik apresenta nesta exposição individual 31 trabalhos — dos quais quatro são “Objetos cinéticos” e apenas um “Aparelho cinecromático”.

 

 

O artista por Felipe Scovino

 

Pintura em movimento

 

Em recente entrevista ao autor, Palatnik afirmou que era essencialmente um pintor. Coloca-se, portanto, uma das questões mais pertinentes em sua obra: propor ao espectador que ele está diante de uma pintura sem anular a ideia da escultura, principalmente nos casos dos Aparelhos cinecromáticos (produzidos a partir de 1951) e dos Objetos cinéticos (produzidos a partir de 1964). Sua obra gravita em um limite, em uma linha tênue entre esses dois suportes.

 

Limites, passagens e invenções são circunstâncias muito próprias e constantes na obra do artista. Quando volta ao Brasil, em 1948, depois de morar na Palestina por 15 anos, um dos seus tios cede um cômodo em um apartamento em Botafogo, que se transforma no seu ateliê. Provavelmente por conta dos estudos envolvendo mecânica e física, assim como as aulas de arte (todos desenvolvidos na Palestina) e da qualidade típica de inventor, Palatnik começa a produzir uma das obras mais importantes da arte cinética: o Aparelho cinecromático. A primeira obra dessa série é fruto de uma tecnologia que variava entre a intuição e os anos de aprendizado de física, feita com materiais baratos e efêmeros, com lâmpadas articuladas por motores e comandadas por uma espécie de CPU – que executava os tempos e as sequências de cada foco luminoso da obra – construídas pelo próprio artista. Essa obra expõe claramente os caminhos que ele adotaria: mesmo partindo de uma forma tridimensional, nunca deixou de pensar como um pintor. O movimento, a dinâmica e o deslocamento tanto do objeto quanto do espectador são características centrais de sua obra, que, mais do que nos entreter, nos “hipnotiza” com os desenhos construídos no espaço e, com o ritmo – quase como uma dança –, em particular nos Objetos cinéticos, embalado pelo ruído da passagem de tempo emitido pelos seus mecanismos internos. O modo como elabora arte, tecnologia e cinetismo é muito particular, pois se faz presente pela organicidade dos materiais e pela delicadeza, muito vezes beirando o improvável, como é o caso dos relevos em jacarandá, nos quais os veios da madeira, dispostos em filetes e colocados lado a lado, produzem um efeito de expansão e movimento que faz com que uma onda vibratória siga para além do espaço restrito da tela ou da madeira. Por fim, sua vontade construtiva se manifesta no desejo bauhasiano de articular arte, sociedade e indústria, que pode ser observado nas poltronas, mesas, móveis, jogos e pequenos animais feitos em acrílico e tinta entre as décadas de 1950 e 1990. É interessante perceber que mesmo produzindo os móveis, o artista não deixou de exercer a pintura, já que feita em vidro adornava esses móveis e foi um passo importante para a série seguinte do artista, quando nos anos 1960 começou a utilizar o jacarandá e o cartão como meios de produção pictóricos. Esse caráter inventivo e experimental também está presente na série de pinturas com barbante e tinta acrílica realizada a partir de meados dos anos 1980. A pintura ganha um leve volume que auxilia na formação de um efeito ótico que equilibra a “tecnologia precária” do barbante com uma pesquisa rigorosa e sensível sobre o cinetismo e as possibilidades de expansão da forma e da cor através de um duplo movimento (das linhas e do espectador). Em vários momentos, percebemos um equilíbrio perfeito entre cores que são altamente dissonantes. Em uma das obras da série Permutáveis, estão integradas e associadas um núcleo em rosa, outro em verde, e diferentes módulos permeados por tons de cinza. A harmonia e a construção do ritmo se dão na forma como são suavizadas essas gritantes dissonâncias cromáticas.

 

O segundo momento de um paradigma em sua carreira, que, sem dúvida alguma, tem uma relação intrínseca com o Cinecromático, no sentido de iniciar sua pesquisa com o cinetismo, é o convite que recebe, ainda como pintor figurativo, de Almir Mavignier para visitar o Hospital Psiquiátrico Pedro II sob a coordenação de drª Nise da Silveira. Trava contato com a produção dos pacientes e fica impressionado com a qualidade das pinturas, especialmente com as obras de Raphael Domingues e Emygdio de Barros, que produziam imagens tão densas sem jamais terem passado por uma escola de artes: “Pensava que eu era um artista formado. Resolvi começar de novo. A disciplina escolar, de ateliê, não servia para mais nada”.[3] Foi o momento de abandonar a figuração, mas não a pintura.
Outra circunstância de passagem é quando Palatnik transita dos Objetos cinéticos – que se movem por circuitos próprios e independentes da ação do espectador – para uma participação virtual, na qual o corpo do sujeito é elemento fundamental para se perceber as distintas qualidades cromáticas, cinéticas e, por conseguinte, físicas que a obra promove. Diante de seus relevos e de suas pinturas, para conhecer todas as suas imagens ou possibilidades ilusórias – as variações de enquadramento e foco –, o espectador precisa experimentar um mínimo de movimento. A obra parece expandir-se e contrair-se, pois são criadas imagens virtuais que redimensionam o espaço a nossa volta. Guardadas as suas devidas especificidades, os Aparelhos cinecromáticos são gerados em um momento no qual a pintura amplia o seu limite e conceito. Se a pintura atravessava novos procedimentos para a sua apreensão e comunicação ao estabelecer diálogos intensos com a performance nos anos 1950 e 60, como foram os casos do dripping de Pollock e as antropometrias (1960) de Yves Klein, a ampliação do termo “pintura” em Palatnik se deu a partir de uma matriz construtiva e tecnológica, mas nem por isso menos intensa e importante que a vivenciada por esses artistas. Por outro lado, não podemos esquecer a relação formal dos Cinecromáticos e dos Objetos cinéticos com o campo escultórico, e como os Cinéticos parecem ser a estrutura interna, o “esqueleto”, dos Cinecromáticos. Ao fazer essa alusão, penso que Palatnik se distingue da tradição da op art e do cinetismo europeu, pela forma como constrói as suas obras: sempre pelo prisma da artesania. Sua “tecnologia” é composta de barbantes, lâmpadas, parafusos, e em alguns casos objetos mecânicos construídos por ele mesmo. Essa artesania própria o faz estar próximo da série Contínuo-Luz (c. 1963-66) de Julio Le Parc e do Penetrável (1967) de Soto, e não apenas pelo uso de materiais menos nobres associados à pesquisa cinética mas também pela economia de formas com que essa poética é regida.
Esta exposição apresenta também obras do artista pouco vistas pelo público. Desde um Relevo dourado passando por telas produzidas nos anos 1990 nas quais são aplicadas em sentido vertical finas camadas de cola sobre o plano, formando módulos de cor que transmitem um volume à pintura, um efeito semelhante ao que ocorre com a série Cordas. Em relação a esta série, há uma obra em especial que difere do conjunto mais conhecido ao ter a sua estrutura mais próxima de uma natureza com influência “africana”. Em um conjunto de três pinturas dos anos 1960, percebemos a mesma influência, e com um acento ainda mais totêmico em sua estrutura. É curioso perceber como a pesquisa com o cinetismo e o seu interesse pessoal por arte popular produziram uma série que diversifica os meios da pintura de matriz construtivista.
É importante ressaltar que a obra do artista obteve um lugar importante na passagem da modernidade para a contemporaneidade no país, no âmbito de suas pesquisas envolvendo pintura, tecnologia, escultura e design. Embora estivesse no seio da discussão sobre a chegada e, anos mais tarde, a maturidade da abstração geométrica (inclusive participando do Grupo Frente), Palatnik sempre quis se manter à margem de qualquer manifesto ou participação mais “política”. Ele, Almir Mavignier, Mary Vieira, Rubem Ludolf, entre outros, foram artistas que trilharam um caminho importante para a arte brasileira, em particular suas aproximações com a op art, o cinetismo e o design, mas que ainda merecem um estudo mais qualificado sobre as contribuições que ainda continuam realizando, no caso dos dois primeiros. Na virada dos anos 40 para os anos 50, em um rápido panorama, Mário Pedrosa defende a sua tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte”; Mary Vieira está realizando os seus Polivolumes e Palatnik, construindo o seu primeiro Aparelho cinecromático, sendo que a Bienal de São Paulo ainda nem existia. É fundamental destacar o pioneirismo desses artistas e, ao mesmo tempo, as bases para a modernidade nos anos 1950 (leia-se a maturidade da abstração geométrica, que foi e continua sendo um pensamento estético importante para a compreensão sobre as artes visuais brasileiras, e a institucionalização da arte por meio da inauguração dos museus de arte moderna e da própria Bienal), mas essencialmente o grau de invenção desses artistas que não foram apenas importantes para a produção nacional, mas ocuparam um lugar de destaque no cenário internacional, e juntamente com outros artistas sul-americanos, em particular os argentinos e venezuelanos, construíram uma produção de arte cinética tão qualitativa quanto qualquer produção europeia ou americana realizada no mesmo período.

 

 

 

Até 14 de setembro.

Prêmio Marcantonio Vilaça

08/jun

O “Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas” terá edição especial em comemoração a seus dez anos. O lançamento da iniciativa será realizado no próximo dia 12 de junho em cerimônia no Museu Histórico Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ, o mesmo local que sediará a exposição de 2014. A noite também contará com apresentações dos músicos Leo Gandelman, João Donato e Celso Fonseca.

 

 

Será montada, entre os dias 27 de maio e 29 de julho de 2014, uma exposição com obras dos 90 artistas que venceram as quatro edições do prêmio e também de artistas que ganharam notoriedade internacional a partir do trabalho de Marcantonio Vilaça. Entre esses últimos estão Adriana Varejão, Vik Muniz, Nuno Ramos e Beatriz Milhazes.

 

 

Criado em 2003 pelo Sistema Indústria, o Prêmio Marcantonio Vilaça se destaca no circuito das artes plásticas pelo amplo raio de alcance. Ao longo de sua trajetória, contou com 2.532 inscrições de todos os estados da federação, a mobilização de mais de 25 curadores nacionais e internacionais, a realização de 27 mostras itinerantes em 17 estados e no Distrito Federal, visitadas por público de mais de 300.000 pessoas em todas as regiões do país e com a participação de mais de 85.300 alunos em oficinas de arte-educação. Além disso, mais de 24.974 professores foram capacitados no projeto educativo que é oferecido por ocasião de cada mostra itinerante. Foram ainda realizadas palestras, oficinas educativas para alunos e professores de todos os locais onde as exposições foram realizadas, aproximando a arte da educação. Ao final de cada edição, foram doadas para museus públicos obras de cada um dos artistas vencedores.

 

O artista plástico Abraham Palatinik (foto), considerado um dos pioneiros e referência em arte cinética do Brasil, ofereceu uma de suas obras para compor a identidade visual dessa edição especial. Ele explora as relações entre movimento, luz e tempo, associando processos e materiais de origem industrial às questões referentes à sensibilidade e a criatividade artística.

 

 

 

Marcantonio Vilaça

 

 

 

O prêmio presta uma homenagem ao marchand e colecionador brasileiro Marcantonio Vilaça (1962-2000), responsável pela projeção da arte contemporânea brasileira dos anos 1990 no exterior. Com seu espírito empreendedor, contribuiu de forma marcante e decisiva para a cultura nacional, não só por meio de incentivo aos novos talentos como também pela abertura de novos espaços para a projeção da arte brasileira no mercado internacional.

Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

Produção em papel

18/set

A galeria Arte Aplicada, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Três Décadas de Arte Sobre Papel”, exibindo 30 obras de artistas selecionados pela curadora Sabina de Libman, que buscou excelência nos trabalhos nesse suporte, para oferecer um panorama de trinta anos de arte com expoentes da arte como Di Cavalcanti, León Ferrari, Flavio de Carvalho, Pietro Maria Bardi, Volpi, Tomie Ohtake, Sergio Fingermann, Abraham Palatnik e Alex Vallauri, entre tantos.

 

Embora o papel sirva como um estágio inicial para obras de arte, como croquis e rascunhos, mas é também lugar de trabalhos finalizados, sendo essencial – como suporte – no desenvolvimento e na finalização de obras. Em muitos casos, abriga o valor de obra com linguagem independente. Isso é percebido, por exemplo, nos desenhos de Di Cavalcanti e Flávio de Carvalho, nas gravuras de León Ferrari e Tomie Ohtake, nas serigrafias de Volpi e Abraham Palatnik, bem como nas litografias de Sergio Fingermann e no graffiti de Alex Vallauri.

 

Todos os artistas selecionados para “Três Décadas de Arte Sobre Papel” tiveram algum tipo de contato com Sabina de Libman: alguns realizaram exposições em sua galeria, enquanto outros participaram de mostras em instituições com sua curadoria. “Muitos deles eram ainda promessas quando os conheci e, com o tempo, consolidaram-se como grandes nomes”, diz a curadora, que anteviu tais potenciais.

 

Além dos artistas mencionados, a coletiva conta ainda com obras de Bonadei, Waldemar Cordeiro, Da Costa, Grassmann, Arcangelo Ianelli, Renina Katz, Juarez Machado, Aldemir Martins, Rubens Matuck, Marco Aurélio Rey e Mario Tagnini.

 

Até 29 de setembro.