Adriana Varejão no MAM-SP

06/set

A exposição “Adriana Varejão – Histórias às margens”, no MAM-SP, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, tem seleção de trabalhos fundamentais da artista. A curadoria é de Adriano Pedrosa pois ambos possuem um longo histórico de colaborações; há cerca de 15 anos trabalharam juntos na XXIV Bienal Internacional de São Paulo. Rodrigo Cerviño Lopez e Fernando Falcon, designers que já fizeram para a artista os projetos de dois livros, de seu ateliê e de seu pavilhão em Inhotim, são responsáveis pelo projeto expográfico e pelo desenho gráfico do catálogo da exibição.

 

 

A Grande Sala do MAM terá salas divididas por paredes equidistantes e contíguas, que formam salas cortadas por um corredor central. A transparência dos vidros que separam o museu do parque será mantida, ou seja, a exposição poderá ser vista também do lado de fora do MAM. Nas salas, distribuem-se 42 obras, muitas delas inéditas no Brasil, entre as quais uma em grandes dimensões produzida especialmente para a exposição. Retratando azulejos nos quais figuram plantas carnívoras, esta obra remete ao trabalho da artista presente no Panorama da Arte Brasileira de 2003, no próprio MAM-SP, em que azulejos reais traziam estampas de plantas alucinógenas. Além desse novo painel, de cerca de 18 metros de extensão, composto por 54 módulos de pintura, outros dois trabalhos foram produzidos para o MAM. Uma pintura em grande formato, com o panorama da Bahia de Guanabara, Rio de Janeiro, e um prato, ambos recriados em estilo chinês, nos quais a artista retoma sua série “Terra Incógnita”, iniciada em 1992, introduzindo elementos de seu trabalho atual.

 

Também em exibição, os exemplos mais significativos das séries de “Pratos”, “Saunas”, “Ruínas de Charque”, “Mares e Azulejos”, “Línguas e Incisões”, “Irezumis”, “Acadêmicos”, “Proposta para uma Catequese”, “Terra Incógnita” e trabalhos que a artista apresentou na Bienal de São Paulo em 1994 e 1998.

 

Palavras da artista

 

“Margem remete a mar, mas também àquilo que está fora do centro”, daí o título da mostra. Para Adiana Varejão, “a história é algo vivo, o passado não é fechado nem morto, mas está sendo constantemente recriado, e essa é uma das principais motivações do trabalho”.

 

Sobre a artista

 

Adriana Varejão nasceu no Rio de Janeiro e é hoje um dos nomes da arte brasileira mais conhecidos no mundo, com obras em acervos de instituições tais como o Museu Guggenheim, NY, Tate Modern, Londres,  Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris, Fundación “La Caixa”, Barcelona e no Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, MG. Participou de quase cem exposições, entre individuais como no Centro Cultural de Belém, Lisboa, 2005, Hara Museum, Tóquio, 2007), Fondation Cartier, Paris, 2005, e coletivas, entre as quais destacam-se as Bienais de Istambul, 2011, Bienal de Bucareste, 2008, Bienal de Liverpool, 2006, Bienal do Mercosul, 2005, Bienal de Praga, 2003, Bienal de Johannesburgo, África do Sul, 1995 e Bienal Internacional de São Paulo, 1994 e 1998. Participou do Panorama da Arte Brasileira 2003, do MAM, sob curadoria de Gerardo Mosquera.

 

Até 16 de dezembro.

PINTURA BRASILEIRA SÉC. XXI

03/abr

Traçar um panorama da pintura contemporânea brasileira, reunindo boa parte da nova geração de artistas,  foi o objetivo de Isabel Diegues e Frederico Coelho no livro “Pintura Brasileira Séc. XXI”, a ser lançado na Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, no próximo dia 17 de abril, pela Editora Cobogó.

 

A publicação, que conta com ensaios inéditos dos críticos José Bento Ferreira e Tiago Mesquita, apresenta 160 obras de 33 artistas nacionais. Nomes consagrados como Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Paulo Pasta, Cristina Canale, Luiz Zerbini, Rodrigo Andrade e Sergio Sister dividem páginas com uma nova turma que elegeu a pintura como carro-chefe.  “Este livro é um passeio por alguns dos mais instigantes caminhos da pintura atualmente produzida no país. É um recorte do que há de mais potente e pulsante sendo produzido”, explicam os coautores. Dividida em ordem alfabética, a publicação inicia-se com Adriana Varejão, focalizada em oito páginas, e termina com a obra de Vânia Mignone, percorrendo um arco de 31 artistas, todos já integrados ao circuito profissional. Trata-se de um grupo jovem com surpreendente maturidade técnica, como as mineiras Ana Prata e Mariana Serri, o maranhense Thiago Martins de Melo, a carioca Gisele Camargo e os paulistas Marina Rheingantz, Ana Elisa Egreja, Ana Sario, Lucas Arruda, Paulo Nimer PJota, Rafael Carneiro, entre outros.Para Adriana Varejão, uma das mais conceituadas artistas plásticas da atualidade, alguns artistas do livro merecem um destaque especial, como a carioca Lucia Laguna.  “A Lucia vem se reformulando e merece uma atenção maior”, sugere. Laguna mora há mais de 30 anos no subúrbio do Rio e começou a pintar tardiamente nos anos 1990, após se aposentar como professora de língua portuguesa. “Esse livro preenche uma lacuna quando mostra a diversidade da nova geração de pintores brasileiros”, afirma Lucia Laguna. Em seu texto crítico, José Bento Ferreira chama atenção para o valor da pincelada. “Pintar exige muita reflexão. Prova disso foi a luta de pintores como Cassio Michalany, Sérgio Sister, Adriana Varejão, Paulo Pasta, Beatriz Milhazes e Rodrigo Andrade para adquirir uma linguagem própria e construir uma poética. Luta que temos o privilégio de testemunhar agora nos trabalhos dos mais novos, com poéticas em formação e linguagens em estado nascente”, analisa.

 

Participam: Adriana Varejão, Alex Cerveny, Ana Elisa Egreja, Ana Prata, Ana Sário, Beatriz Milhazes, Bruno Dunley, Caetano de Almeida, Cassio Michalany, Cristina Canale, Eduardo Berliner, Gisele Camargo, Janaina Tschäpe, Lucas Arruda, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Mariana Palma, Mariana Serri, Marina Rheingantz, Patricia Leite, Paulo Pasta, Paulo Nimer PJota, Rafael Carneiro, Renata de Bonis, Renata Egreja, Rodolpho Parigi, Rodrigo Andrade, Rodrigo Bivar, Sergio Sister, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo, Tiago Tebet e Vânia Mignone. Haverá debate com a artista Gisele Camargo (e mais dois artistas a serem confirmados) e mediação de Frederico Coelho.