ANIMAIS CAPTURADOS

12/jun

A exposição “Captura”, de René Machado, nas galerias do primeiro andar do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, mistura ficção e realidade. Se em um primeiro momento suas obras despertam o sentimento de bom humor, por meio dos coloridos personagens de cartoon, por outro, denunciam um comportamento violento e repulsivo do homem contra a natureza. O tema  justifica a inclusão da mostra na programação oficial da Rio+20.

 

De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, “o artista  estabelece em sua pintura algumas questões relacionadas à sua produção, como a utilização de recursos tecnológicos para, tal qual numa caçada, capturar no ambiente web imagens fotográficas e de personagens de desenhos animados”. Manipuladas digitalmente em seu computador e impressas sobre telas, o artista cria cenas para a sua primeira exposição individual, que revelam o ser humano como um animal predatório e cruel. A partir desta ideia, foi produzida uma série com obras de proporções variadas, em que a tinta branca reafirma a importância do ponto focal da obra sobre a ação retratada. É nesta área branca que René Machado também impõe o vazio da barbárie humana, com um certo vigor nas pinceladas em camadas. O artista passa para o plano tridimensional com elementos reais e fictícios para criar objetos com a mesma dualidade de suas pinturas. Personagens de pelúcia e borracha são apresentados nas situações mais adversas: enjaulados ou estraçalhados.

 

Ainda misturando os planos da realidade e da fantasia, dois vídeos são exibidos na terceira sala, na qual um deles permite a interatividade do visitante.O salão principal será ocupado por trabalhos em óleo e acrílica sobre tela; em outra sala, objetos que buscam, assim como em suas pinturas, misturar ficção e realidade onde armadilhas aprisionam bichos de pelúcia, enquanto que na terceira sala um video interativo provoca o visitante a poluir o meio ambiente.

 

René Machado é um artista visual com formação em publicidade e que atua na preservação do bioma do Pantanal Matogrosense.

 

De 14 de junho a 22 de julho.

RIO+20: SIRON FRANCO NO MAM RIO

A exposição  “Brasil Cerrado”, de Siron Franco, que integra o hall de atividades culturais da Rio+20, foi criada especialmente para o evento, através de convite pessoal feito pela ministra do  Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Trata-se de uma videoinstalação multissensorial gratuita no MAM, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

 

A exposição ocupa mais de 600m2 de área montada do salão principal do museu, distribuídas em quatro salas e dois mega painéis. A mostra conta com sonorização dos espaços, aplicação de essências, presença de elementos sensoriais como água e calor nos ambientes e foi concebida para aproximar o visitante das belezas do cerrado e explicitar a urgência de sua preservação. De forma criativa e lúdica, o artista apresenta um novo e belo mundo ao visitante: insetos, flores, pássaros, animais, texturas, cores e odores do cerrado apresentados em grandes projeções com alta definição, esculturas, fotos e textos que conduzem a um passeio profundo por um universo onde a natureza é soberana. A destruição que assola o cerrado dá a tônica da segunda parte da instalação.  A sensação de perda e de urgência fica clara e o visitante passa a entender as necessidades imperativas das ações de proteção ambiental do bioma do Cerrado, o segundo maior do país. “A intenção é provocar conforto e desconforto. Apresento o acolhimento que a natureza nos proporciona e também a destruição que o homem vem causando”, afirma Siron Franco. Ao fim da visita, o público pode ver mapas da degradação, em tempo real, via satélite, diretamente do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE.

 

Siron Franco é pintor, desenhista e escultor e nasceu em Goiás Velho, GO, passou sua infância e adolescência em Goiânia. Desde cedo, o cerrado tornou-se uma de suas paixões, marcando forte presença em seu trabalho. Dono de uma técnica impecável, Siron possui mais de 3.000 obras criadas, além de instalações e interferências, representadas nos mais importantes salões e bienais internacionais.  As serigrafias foram criadas pela Lithos, Rio de Janeiro.

 

De 12 a 23 de junho.

GELEIA DA ROCINHA PRENDE OS BICHOS

O pintor Geleia da Rocinha exibe na galeria Cela, no andar térreo do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “É o bicho na cabeca”. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. Concebida em 2008, a ideia partiu da lista dos vinte e cinco animais do jogo que, apesar de existir na sombra da ilegalidade, segue mobilizando a cultura popular. Cada uma das telas em acrílica, retrata um bicho com o respectivo número, trazendo para o presente a habilidade do pintor letrista que se projetou no circuito das artes. José Jaime Costa, Geléia (como assina em seus trabalhos), elabora um trabalho autobiográfico, em que retrata a sua realidade e a do meio em que vive. Com a exposição “É o bicho na cabeça”, não poderia ser diferente. De acordo com o curador da mostra, “seus animais fogem de qualquer  convenção estabelecida nos livros de Zoologia, uma vez que são constituídos de traços humanos, figurinos e padronagens multicoloridas, ou ainda, adquirem uma morfologia híbrida de outros animais. Exibir este conjunto de obras na galeria Cela, do Centro Cultural Justiça Federal é a oportunidade que o artista encontrou para subverter a ordem do Jogo do Bicho”.

 

Até  15 de julho.

LEILA DANZIGER NA COSMOCOPA

11/jun

Convite exposição

A exposição “Todos os nomes da melancolia”, de Leila Danziger é a primeira individual da artista na Cosmocopa Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Leila faz parte do elenco da galeria de Alvaro e Maice Figueiredo desde setembro do ano passado e tem mostrado uma altíssima coerência, apuro, sensibilidade e qualidade nos trabalhos que vem apresentando. A exposição apresenta uma escritura da melancolia, realizada a partir de objetos de arquivos pessoais e signos apropriados da História da Arte. O livro “Banzo”, de Coelho Netto, publicado originalmente em 1912, ganha uma terceira edição ao ser apagado seletivamente pela artista, dando origem a uma pequena instalação. Representações da melancolia retiradas de obras de Debret, De Chirico, Domenico Fetti e Tarsila do Amaral são transformadas em carimbos, e assim passeiam por diversos tempos e espaços, como, por exemplo, as páginas do jornal francês “Libération”, da década de 1980, que tratam o tema da memória e do esquecimento, assunto recorrente no trabalho da artista. A mostra reúne duas séries fotográficas, “Vanitas” e “Leituras da melancolia”, uma instalação de mesa, “Banzo, 3ª. Edição”, um vídeo, “Vanitas” e dois objetos de parede, “Balangandãs” e “Amarelinha”. Na mesma ocasião, a Cosmocopa inaugura oficialmente seu novo Acervo Transparente.

 

De 14 de junho a 16 de julho.

KERTESZ EM SÃO PAULO

05/jun

O Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta uma extensa mostra do artista húngaro André Kertesz, organizada pela Galerie du Jeu de Paume, Paris. Esse evento – “ANDRÉ KERTESZ, Uma vida em dobro” – é uma restrospectiva da vida de um dos mais importantes fotógrafos do século passado mostrando um grande número de imagens, que traduz o processo criativo de Kertesz, desde o início da sua carreira na Hungria, onde nasceu em 1912, e em Paris, onde foi um dos principais nomes da fotografia « avant-garde » e em Nova York, onde morou por quase 50 anos entre os anos de 1936 e 1985.

 

Até 21 de junho.

MIGUEL RIO BRANCO NA SILVIA CINTRA + BOX4

29/mai

Miguel Rio Branco escolheu quinze trabalhos de diferentes períodos em sua carreira para a mostra “La Mécanique des Femmes”, na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, o artista volta – novamente – para a mulher, desta vez, de forma mais suave. A condição paradoxal da mulher contemporânea, do oriente ao ocidente, e temas atemporais como mistério, poder, submissão e sensualidade, aparecem nos trabalhos de forma nada óbvia ou literal. “La Mécanique des Femmes é poesia, e poesia não se explica”, diz o artista.

 

Miguel, que desde 2007 mora em Araras, região serrana do Rio de Janeiro, tem se dedicado a montar labirintos de árvores, pedras e outros materiais. “O feminino na sociedade ocidental perdeu muito de sua função terra, do momento em que a mulher atual também assume características predadoras como as dos homens”, diz ele. E este paradoxo aparece em “Casamento Cigano”, tirada na Bahia, em 1984 e “Diálogo Romano”, em 2008. Miguel se volta novamente à experiência no Japão no imenso painel que dá o nome à exposição e que tomará conta de um lado a outro de uma das paredes da galeria. “Tetas de Santiago”, “Maria Leôncia”, esta última feita na ocasião que percorreu os caminhos de Simon Bolivar, resgatam o ácido olhar do fotógrafo. Para ele é curioso lembrar que as primeiras fotos de mulheres que teve contato na vida foram aquelas que estão ao alcance de todos. A modelo de editoriais de moda, os nus literais das revistas masculinas. As mesmas revistas que o levaram depois de seu começo com pintura à fotografia como expressão artística.

 

Nascido em 1946, filho de diplomata, bisneto do barão do Rio Branco e neto do caricaturista J. Carlos, Miguel Rio Branco ganhou em 2010, um pavilhão no centro de arte contemporânea de Inhotim (MG). Espaço que considera a mais instigante proposta de comunhão arte e natureza.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

PAULO PASTA NA GALERIA MILLAN

Em sua segunda exposição individual na Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, o pintor Paulo Pasta apresenta oito pinturas a óleo sobre tela em grandes formatos. Todas as obras em exposição foram reaizadas entre 2011 e 2012. A presente exibição do artista pode ser considerada uma espécie de desdobramento da individual realizada no Centro Universitário Maria Antonia em 2011. O pintor segue com as mesmas indagações em tema e cor: a indeterminação do espaço como centro de seus trabalhos e a criação dos mesmos a partir de áreas de cor que infiltram-se umas dentro das outras, “…sem deixar claro o que envolve e o que é envolvido”.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

REFLEXOS NA ÁGUA

28/mai

Paulo Gouvêa Vieira

O fotógrafo Paulo Gouvêa Vieira apresenta a exposição “Olhar sobre a Água do Jardim de Alah”. O local escolhido é o tradicional point do Garden, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A exposição é uma homenagem ao Jardim de Alah. Paulo Gouvêa Vieira registrou todo o cenário ao redor do canal visto através do reflexo na água. Para registrar as 63 imagens que compõem a série, Paulo usou apenas a câmera digital, sem nenhum outro equipamento de luz, e não fez retoques nas imagens. O que vemos são exatamente os reflexos captados do espelho d’água. Paulo Gouvêa Vieira, com sua forma peculiar de ver e interpretar o mundo, registrou no reflexo da água do Jardim de Alah, prédios, árvores, pessoas, postes, carros no trânsito. O resultado é um Jardim de Alah único e surpreendente. As imagens são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água. Paulo selecionou 22 das 63 imagens que registrou. A escolha do Garden, para abrigar a exposição, se deu justamente por ser um ponto tradicional na região e representar o clima do entorno do Jardim.

 

De 29 de maio a 30 de setembro.

VENTURA NA SERGIO GONÇALVES GALERIA

25/mai

O pintor Eduardo Ventura, exibe série inédita de pinturas em sua exposição individual “realidade re-velada – a linha do tempo”, em cartaz na Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria tem a assinatura – e texto – da crítica de arte Renata Gesomino que assim manifesta-se sobre o trabalho do artista: “…Analisando algumas obras presentes na mostra individual de Ventura, nota-se facilmente que o artista opta por representar figuras humanas quase sempre em flagrantes displicentes, quase sempre isoladas umas das outras numa espécie de alheamento irreversível. Essa capacidade de reconhecer momentos fugidios de solidão em meio à correria da vida urbana e dos excessivos elementos visuais que a preenchem, talvez tenha surgido no fato do artista possuir uma vivência concentrada em ambientes opostos: cidades pequenas, áreas bucólicas, cenários ao ar livre. Como parte desse processo singular, o artista reproduz em suas telas não o mero retrato de figuras anônimas, mas, suas respectivas solidões….De um ponto de vista plástico, o artista inicia uma série de pinturas em que o fundo e a figura se enamoram abraçados em camadas superfinas, revelando nuances de transparências quase infinitas. De um ponto de vista filosófico o artista acelera a sensação do passar do tempo indagando não mais sobre o tempo em si, que é físico e mensurável, e seu galgar incontornável, mas, sobre a duração que é metafísica, portanto, incomensurável. Seria o tempo o que nós duramos? E, sem respostas imediatas somos convidados a sentar junto à figura de um homem anônimo. Fixado em sua cadeira ele fita um horizonte particular, meditação para sempre congelada na apreensão do instante”.

 

Até 07 de julho.

MESTRE GRAVADOR

Adir Botelho

Uma importante coleção de xilogravuras de Adir Botelho pode ser conferida na mostra “Adir Botelho – Gravador de Sonhos”, Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Três séries do artista fazem parte da mostra: “Pedra Bonita”, “Caldeirão” e “Catumbi”, além de xilogravuras inéditas, num total de 68 obras. “A mostra é uma homenagem a esse grande artista que por mais de 50 anos se dedicou à gravura. Adir teve seu reconhecimento quando pesquisou a história de Canudos e de Antônio Conselheiro criando centenas de xilogravuras sobre o tema, reunidas no livro “Canudos – Xilogravuras”, que ganhou da Associação Brasileira de Críticos de Arte o prêmio de melhor livro de arte nacional em 2002”, afirma a curadora e artista plástica Lani Goeldi. Adir Botelho é um dos nomes em grau de mestre da gravura brasileira.

 

Até 24 de junho.