PAULO DARZÉ EXIBE RODRIGO FROTA

12/jul

O jovem fotógrafo cearense Rodrigo Frota realiza na Paulo Darzé Galeria de Arte sua primeira exposição individual na Bahia. Nessa exposição individual Rodrigo mostra 25 trabalhos em dimensões variadas. A fotografia de Rodrigo Frota, no dizer do artista e crítico José Guedes tem nesta exposição “alguns momentos com belíssimas paisagens de captura aérea, a eliminação da linha de horizonte (como em Monet) causa um efeito desconcertante que exige do expectador uma aproximação em busca de referências que lhe restitua o equilíbrio no espaço. Em outros, mais formalmente abstratos, a aproximação também se faz necessária para que se capte detalhes que redimensionam e enriquecem a primeira visão. Até mesmo nas fotografias mais claramente figurativas, o desfoque, o movimento e a saturação da cor enfatizam o aspecto pictórico da imagem, a transcendência da realidade. Rodrigo Frota é um profissional inventivo, sensível, e rigoroso em todos os processos  da elaboração de seu trabalho; do ângulo do click ao tipo de impressão das imagens, da temperatura cromática ao emolduramento. Eis um artista de quem temos muito o que esperar”.

 

 Sobre o artista

 

Rodrigo Frota nasceu em 1984. Começou seus estudos na fotografia quando foi morar na Suíça, em Rolle, uma pequena cidade entre Lausanne e Genebra, onde viveu durante três anos, de 2000 a 2003, cursando o segundo grau no Institut Le Rosey – Suiça – IGCSE Exams – Arts e estudos de extensão no Curso de Fotografia (Básica e Avançada) e na área de técnicas artísticas e história da arte.

 

Seus trabalhos estão publicados em importantes jornais e revistas como O Globo, Diário do Nordeste e revista Bravo!, Vogue, Jornal O Povo, Universidade de Fortaleza, Revista Joyce Pascowitch – Estilo.

 

Realizou exposições coletivas em 2009 na XVI Unifor Plástica – Espaço Cultural UNIFOR, Fortaleza; 2006, Paralelo Vertical – Palácio da Independência, Lisboa, Portugal; Paralelo Vertical – Iguatemi, Fortaleza, Brasil; e 2004, Mostra Universitária – UNIFOR, Fortaleza. Em individuais realizou em 2011 Pictoriais – Museu de Arte Contemporânea – CDMAC; 2009, Fragmentos de Viagem – Centro Cultural Dragão do Mar. Foi premiado com Menção Honrosa – XVI Unifor Plástica – Fotografia e na 1ª Mostra Universitária – UNIFOR.

 

De 14 de julho a 11 de agosto.

“JOÃO & ANTONIO” NA H.A.P.

09/jul

O designer de jóias Antonio Bernardo e o fotógrafo João de Orleans e Bragança estão juntos na nova iniciativa da galeria H.A.P, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. Os dois apresentam obras inéditas na exposição “João & Antonio”, que inaugura o “Casa 11 Projetos” e “Casa 11 Photo”, dois novos núcleos que a marchande Heloísa Amaral Peixoto apresenta à cidade.

 

Antonio Bernardo, que nunca se aventurou no circuito das galerias de arte, lança sua primeira exposição no meio das artes plásticas. São 8 objetos expostos, feitos em prata sterling 925, que fazem uma reflexão sobre movimento, escala e formas. Fato inédito na carreira de Antonio Bernardo.

 

João de Orleans e Bragança lança uma mostra de 35 imagens. O reflexo dos barcos sobre as águas da baía de Paraty serviram de inspiração para este ensaio fotográfico que mais parece uma série de pinturas abstratas. As imagens não passaram por nenhum tratamento, elas são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água sobre as águas da baía de Paraty, onde o fotógrafo reside grande parte do tempo. Os elementos gráficos e abstratos, que sempre estiveram presentes em seus trabalhos documentais, agora são levados ao auge.

 

Palavras dos artistas e da marchande

 

Antonio Bernardo

 

“Nem jóia, nem design, nem escultura, são experimentais. Gosto de chamar de objetos de atelier.”

“Gosto de produzir coisas, de ver a transformação delas”.

“A partir daí passei a olhar o que estava pesquisando e percebi que, experimentando variação de escala, poderia transformar alguns projetos em interessantes objetos.”

 

João de Orleans e Bragança

 

“Já tinha feito fotos de proas de barcos, que sempre me despertaram interesse. Aí acabei reparando no espelho d’ água e sua infinidade de cores e formas, foi daí que surgiu a idéia de fazer essas fotos”.

 

Heloísa do Amaral Peixoto 

 

“A iniciativa surgiu de uma vontade de ampliar as atividades da galeria. Com esses núcleos terei oportunidade de trazer um outro movimento de artistas. É um espaço para diversificar áreas, que também tenho grande interesse, e que de alguma forma se complementam.”

 

De 14 de julho a 18 de agosto.

FATOS REAIS E PROVOCADOS

05/jul

Chama-se “Cenas vertiginosas” a exposição de fotografias de Roberto Schmitt-Prym, mostra comemorativa aos 27 anos da Arte & Fato Galeria, bairro Petrópolis, Porto Alegre, RS. Comandada desde sua criação pelo marchand Decio Presser (e Milton Couto), encontra-se acrescida do nome do artista plástico Otto Sulzbach como novo associado. Galeria especializada no lançamento de artistas jovens, a Arte & Fato é responsável por boa parte de valores locais que hoje encontram ressonância nacional, dentre os quais se destacam Lia Menna Barreto, Jailton Moreira, Fernando Limberger, Heloisa Schneiders da Silva, Karin Lambrecht e Maria Lúcia Catanni. Artista de múltiplas atividades, Schmitt-Prym pertence atualmente ao núcleo diretivo oficial da cultura no Rio Grande do Sul. A curadoria da mostra ocorre sob a curadoria da teórica de arte Ana Zavadil.

 

Texto da curadora Ana Zavadil

 

Entrar no mundo da fotografia é percorrer caminhos que apontam para o lugar de contaminação, apropriação, atravessamento, releitura, identidade e memória. Esse lugar híbrido por excelência e rico em possibilidades representa uma das linguagens mais utilizadas na arte contemporânea. Entre o segundo único que captura a imagem e a possível repetição infinita desta, entre um e outro, está o fotógrafo-artista. São de suas escolhas subjetivas, seus enquadramentos e seus recortes que vamos fruir o que nos é dado a ver. O corte atinge de modo certeiro o tempo e o espaço e pereniza um instante. Philippe Dubois afirma que o tempo não é contínuo, uma vez que esse instante é arrancado da realidade e congelado do tempo cronológico.

 

Entrar na obra de Roberto Schmitt-Prym é pisar em terreno minado, onde todo o cuidado é pouco. A exposição propõe um percurso poético, em que cenas vertiginosas são um convite e, ao mesmo tempo, uma provocação ao imaginário do espectador. A liberdade e o domínio do artista, ao se colocar atrás da câmara, são despojados de preconceitos, e o resultado do seu fazer são imagens que referenciam um repertório de cenas sensuais, íntimas e eróticas que evocam o prazer, o clímax.

 

Dois conceitos estruturam as imagens na escolha da narrativa visual: o voyeurismo, quando cenas de pessoas sem o seu conhecimento são captadas, e o exibicionismo, no momento em que o filme é realizado com a aquiescência de suas intérpretes.

 

O processo criativo potencializa dois meios: o filme e a fotografia. Essa combinação engendra novas visualidades, uma vez que a fotografia vai extrair do filme cenas em movimento. O processo estético envolve a obtenção do produto final por meio do High Dynamic Range (HDR), técnica fotográfica em que são tiradas três fotografias: normal, subexposta e superexposta. O resultado dessa técnica apresenta um contraste muito alto e a distorção das cores.

 

A escolha das fotografias para a mostra foi feita a partir de um banco de imagens que constitui uma pesquisa de mais de cinco anos. As cenas eleitas são aquelas com equilíbrio entre o fato real e o provocado, ou seja, a perfeita sintonia entre figura e fundo. No fato real, representam a figura feminina em cenas eróticas e sensuais envolvidas em seu próprio prazer. No fato provocado, a luz corrobora a invenção do espaço e é usada como ferramenta construtiva, criando um fundo de intensos contrastes e cores. O efeito visual encanta e a tendência do olhar é percorrer o contorno dos corpos de modo ininterrupto, atravessando as transparências. A luz transborda a imagem criando cores fortes e cenários exóticos para as figuras. A névoa e o disforme também são resultados dessa tripla operação (HDR). O poder espacializante da luz atinge toda a superfície fazendo emergir o erotismo das figuras em contraponto, que cria certo mistério e instiga para o imaginativo, despertando o desejo de ver a cena por inteiro. É um convite velado para o observador mergulhar no abismo, na vertigem.

 

Desde 1990, data de sua primeira exposição individual de fotografia, no MARGS, Roberto Schmitt-Prym percorre uma jornada no campo dessa técnica. Contudo, é a primeira vez que se dedica a esse tema. O insight para essa pesquisa, que ora vemos o resultado parcial, ocorreu a partir da observação de uma imagem registrada por Edward Weston, em que ele fotografa o momento de um orgasmo de sua mulher, a fotógrafa e ativista italiana Tina Modotti.

 

Schmitt-Prym deu mostras de sua liberdade e fantasia, mas, sobretudo, de sua segurança e sua erudição inequívocas na realização deste trabalho. Ao mostrar Cenas Vertiginosas, ele transmuta a imagem com carga erótica de mero estatuto de produto de consumo para dar a ela outro significado na cultura visual. Se a banalização do sexo e do prazer for vista com os olhos da sensualidade, estes poderão ser reconduzidos a outra escala como objeto de reflexão sobre a sociedade em que vivemos.

 

De 07 a 27 de julho.

FOTOS SURREAIS DE FLORIANO MARTINS

26/jun

O Espaço Cultural Citi, Avenida Paulista, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Na mão de Adão cabem todos os sonhos”, considerável acervo de fotografias surreais do poeta Floriano Martins. A curadoria é do renomado crítico de arte Jacob Klintowitz que destacou seleto grupo de imagens para exibição. Segundo Jacob Klintowitz, “…esta mostra teve um dado interessante, pois eu lidei com o excesso: selecionei 30 fotos entre centenas. A fonte, neste caso, parecia inesgotável Também neste caso foi um ato de contenção, pois cada foto permitiria um texto a parte.”.

 

Texto de apresentação

 

Na mão de Adão cabem todos os sonhos.

por Jacob Klintowitz

 

Quem poderá saber que novas galáxias Floriano Martins ainda inventará para apaziguar a sua curiosidade febril e aumentar a nossa surpresa e o nosso prazer?

Floriano Martins não é exatamente um fotógrafo, mas um inventor de imagens fotográficas. A máquina, o computador e o laboratório, são seus instrumentos, da mesma maneira que o pincel e o pigmento são instrumentos do pintor. Ele constrói minuciosos cenários, planeja todos os detalhes das cenas ao ar livre e, simultaneamente, se deixa conduzir pelo improviso, pelo que a paisagem, os modelos humanos e a sua imaginação, sugerem. É deste cadinho, que ferve substâncias variadas, que emergem estas encantadoras cenas. Ao mesmo tempo em que parecem infinitas em suas possibilidades de automodificação, estas fotografias tem uma inquietante estabilidade. Estas estranhas cenas e a sua inesperada beleza, vieram para ficar. A misteriosa mão estendida, recoberta de barro, constituída de barro, mão cerâmica, tem um aspecto ancestral, como se viesse de tempos imemoriais. E é a marca desta série. Mesmo que cada foto seja independente em si mesmo, ainda assim a força da imagem da mão – intuímos que seja capaz de inventar e moldar – simboliza a capacidade de gerar e tornar os sonhos em ficções poéticas e objetivas.

Mão feita de barro, como o mítico primeiro homem da nossa espécie, o homem feito de barro e animado pelo sopro. O pó da nossa matéria e a alma instalada pelo sopro divino. O barro queimado tornado homem cerâmico pelo vento ardente, o Pai Adão. É neste mito, e à semelhança do mito, onde navega a anima de Floriano. Ele mistura, combina, desconjunta, embaralha, estabelece relações entre imagens diversas e inventa novas visualidades.

E nem poderia ser diferente com a produção destas imagens. Floriano Martins é um criador incansável e múltiplo. Ele editou por 10 anos a revista digital “Agulha Revista de Cultura”, das mais lidas da língua portuguesa. E a “Agulha hispânica”, na qual estabeleceu um diálogo intenso entre as culturas dos vários países de língua espanhola. E é um profundo historiador do surrealismo na América Latina.  E é um poeta editado em vários países. E um crítico de cultura, tradutor e letrista.

Quem é Floriano Martins? Trata-se de um Mestre do Inusitado.

 

Até 17 de agosto.

PAIXÃO POR ANGOLA E SUA GENTE

19/jun

Dono de um dos mais completos acervos de imagens da cultura angolana, o renomado fotógrafo e publicitário Sérgio Guerra exibe um panorama minucioso de suas expedições a Angola, país africano no qual registrou os hereros, o mais antigo grupo étnico do continente. Com curadoria do artista plástico Emanoel Araujo, “Hereros – Angola”, encontra-se em cartaz no Museu Histórico Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Visto por mais de 185 mil pessoas em São Paulo e Brasília – com passagens também por Lisboa e Luanda -, o painel apresenta 120 fotos em diversos formatos acompanhados por uma cenografia repleta de vestimentas, adereços e objetos de uso tradicional e ritualístico da etnia, traçando um amplo registro de seu modo de vida e tradições.

 

Fruto da paixão que o fotógrafo desenvolveu pela cultura do país africano, a exposição traz ainda depoimentos em vídeo colhidos entre homens, mulheres e jovens hereros sobre a sua cultura. O repertório de imagens e sons reunidos na mostra levam o espectador ao universo da etnia, composta por pastores de hábitos seminômades, que são exemplo da perpetuidade e resistência de uma economia e cultura ancestrais ameaçadas pelo acelerado processo de modernização e ocidentalização dos países do continente, assim como pela devastação da guerra civil que assolou o país por décadas. Através da iconografia, registros materiais e multimídia sobre o povo herero, sua tradição e seus rituais, a mostra contribui para o conhecimento da nossa ascendência africana e da formação social e etnológica de nossa gente. As lentes de Sérgio Guerra captaram com extrema sensibilidade o cotidiano e a cultura dos hereros.

 

Os hereros

 

“Nós, os hereros, nascemos todos na área chamada Calundo Candete. Saímos de lá, nos separamos e começamos a falar línguas diferentes. Hoje, cada grupo que fala uma língua diferente tomou um nome diferente, mas todos somos hereros. Escutamos nossos antepassados, os mais velhos que já se foram. Para nós, escutar é muito importante. É muito diferente de quem sabe escrever, porque a letra no papel não apaga, mas a palavra escutada depois é esquecida” (Soba Mutili Mbendula – Muhimba).

 

Na convivência com os hereros, o fotógrafo percebeu que os próprios angolanos sabiam muito pouco sobre essa etnia e sequer conseguiam distingui-los. “Descobri que, para além da minha atração por estes povos, poderia ser útil, de alguma maneira, se pudesse partilhar com um número maior de pessoas tudo aquilo que me foi dado a conhecer sobre eles”.

 

O autor

 

Fotógrafo, publicitário e produtor cultural, Sérgio Guerra nasceu em Recife, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até se fixar na Bahia nos anos 80. A partir de 1998, passou a viver entre Salvador, Rio de janeiro e Luanda, onde desenvolve um programa de comunicação para o Governo de Angola. Em suas constantes viagens pelo Jaís, testemunha momentos decisivos da luta pela paz e reconstrução, constituindo um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas. Seu acervo fotográfico propiciou a publicação dos livros ‘Álbum de família’, 2000, ‘Duas ou três coisas que vi em Angola’, 2001, ‘Nação coragem’, 2003, ‘Parangolá’, 2004, ‘Lá e Cá’, 2006, ‘Salvador Negroamor’, 2007, ‘Hereros-Angola’, 2010 e e a montagem das exposições ‘As muitas faces de Angola’ – Brasília (Congresso Nacional), Salvador (Shopping Barra), São Paulo (Centro Cultural Maria Antônia), 2001; ‘Nação Coragem’ – São Paulo (FNAC Pinheiros, 2003), Zimbabwe (HIFA, Harare International Festival Arts, 2008); ‘Lá e Cá’ – realizada na Feira de São Joaquim, a maior feira livre da América Latina, tendo as bancas dos comerciantes como suporte da exposição, Salvador, 2006; ‘Salvador Negroamor’ – toda ela dedicada às pessoas que vivem na periferia da cidade, destacou-se como a maior exposição fotográfica a céu aberto que se tem registro até hoje, com aproximadamente 1500 painéis espalhados na cidade, Salvador, 2007; ‘Mwangole’ – Salvador (Galeria do Olhar, 2009); ‘Hereros-Angola’ – Luanda (Museu Nacional de História Natural), Lisboa (Perve Galeria), 2010, São Paulo (Museu Afro Brasil) e Brasília (Museu Nacional da República), 2011.

 

O curador

 

Emanoel Araújo é escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo, nascido em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Em Salvador, formou-se em Belas Artes e foi diretor do Museu de Arte da Bahia. Lecionou artes gr.áficas, desenho, escultura e gravura na City College University of New York. Em Brasília, foi membro da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em São Paulo, foi Secretário Municipal de Cultura, e Diretor da Pinacoteca do Estado, onde liderou uma gigantesca reestruturação nos anos 90, transformando o prédio em um dos principais museus do país e um dos mais conceituados internacionalmente. É considerado um extraordinário escultor e já realizou várias exposições individuais e coletivas por todo o Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Recebeu diversos prêmios em todas as técnicas trabalhadas. Suas obras tridimensionais se destacam pelas grandes dimensões, pelos relevos e pela formas integrantes nas edificações urbanas. Seu estilo – mesmo sendo único – dialoga com movimentos artísticos de toda a história, mas sempre com ênfase nos detalhes que descrevem e valorizam as características africanas. Atualmente e diretor curador do Museu Afro Brasil, SP, do qual foi idealizador e doador de grande parte do acervo.

 

Até 08 de julho.

KERTESZ EM SÃO PAULO

05/jun

O Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta uma extensa mostra do artista húngaro André Kertesz, organizada pela Galerie du Jeu de Paume, Paris. Esse evento – “ANDRÉ KERTESZ, Uma vida em dobro” – é uma restrospectiva da vida de um dos mais importantes fotógrafos do século passado mostrando um grande número de imagens, que traduz o processo criativo de Kertesz, desde o início da sua carreira na Hungria, onde nasceu em 1912, e em Paris, onde foi um dos principais nomes da fotografia « avant-garde » e em Nova York, onde morou por quase 50 anos entre os anos de 1936 e 1985.

 

Até 21 de junho.

MIGUEL RIO BRANCO NA SILVIA CINTRA + BOX4

29/mai

Miguel Rio Branco escolheu quinze trabalhos de diferentes períodos em sua carreira para a mostra “La Mécanique des Femmes”, na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, o artista volta – novamente – para a mulher, desta vez, de forma mais suave. A condição paradoxal da mulher contemporânea, do oriente ao ocidente, e temas atemporais como mistério, poder, submissão e sensualidade, aparecem nos trabalhos de forma nada óbvia ou literal. “La Mécanique des Femmes é poesia, e poesia não se explica”, diz o artista.

 

Miguel, que desde 2007 mora em Araras, região serrana do Rio de Janeiro, tem se dedicado a montar labirintos de árvores, pedras e outros materiais. “O feminino na sociedade ocidental perdeu muito de sua função terra, do momento em que a mulher atual também assume características predadoras como as dos homens”, diz ele. E este paradoxo aparece em “Casamento Cigano”, tirada na Bahia, em 1984 e “Diálogo Romano”, em 2008. Miguel se volta novamente à experiência no Japão no imenso painel que dá o nome à exposição e que tomará conta de um lado a outro de uma das paredes da galeria. “Tetas de Santiago”, “Maria Leôncia”, esta última feita na ocasião que percorreu os caminhos de Simon Bolivar, resgatam o ácido olhar do fotógrafo. Para ele é curioso lembrar que as primeiras fotos de mulheres que teve contato na vida foram aquelas que estão ao alcance de todos. A modelo de editoriais de moda, os nus literais das revistas masculinas. As mesmas revistas que o levaram depois de seu começo com pintura à fotografia como expressão artística.

 

Nascido em 1946, filho de diplomata, bisneto do barão do Rio Branco e neto do caricaturista J. Carlos, Miguel Rio Branco ganhou em 2010, um pavilhão no centro de arte contemporânea de Inhotim (MG). Espaço que considera a mais instigante proposta de comunhão arte e natureza.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

REFLEXOS NA ÁGUA

28/mai

Paulo Gouvêa Vieira

O fotógrafo Paulo Gouvêa Vieira apresenta a exposição “Olhar sobre a Água do Jardim de Alah”. O local escolhido é o tradicional point do Garden, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A exposição é uma homenagem ao Jardim de Alah. Paulo Gouvêa Vieira registrou todo o cenário ao redor do canal visto através do reflexo na água. Para registrar as 63 imagens que compõem a série, Paulo usou apenas a câmera digital, sem nenhum outro equipamento de luz, e não fez retoques nas imagens. O que vemos são exatamente os reflexos captados do espelho d’água. Paulo Gouvêa Vieira, com sua forma peculiar de ver e interpretar o mundo, registrou no reflexo da água do Jardim de Alah, prédios, árvores, pessoas, postes, carros no trânsito. O resultado é um Jardim de Alah único e surpreendente. As imagens são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água. Paulo selecionou 22 das 63 imagens que registrou. A escolha do Garden, para abrigar a exposição, se deu justamente por ser um ponto tradicional na região e representar o clima do entorno do Jardim.

 

De 29 de maio a 30 de setembro.

REEDIÇÃO DE 1985

18/mai

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, Bairro da Luz, São Paulo, SP,  apresenta “Luz da Fé – Fotógrafos Brasileiros Anos 80″, exposição com 49 fotografias realizadas nos anos de 1980, registros da devoção do povo brasileiro através de procissões, festas e outras representações de caráter religioso. A mostra, que obedece a curadoria do crítico de arte Paulo Klein, é um recorte de “Andores, Opas e Anjos: Passa a Procissão”, organizada pelo Pe. Antonio de Oliveira Godinho, exibida no mesmo museu em 1985. Entre os principais objetivos do curador para a mostra está o resgate do aspecto temático das imagens ligadas à religiosidade, observando a poética e os elementos estéticos de fotógrafos que atuavam em diversos setores da fotografia brasileira no período, tais como Adenor Gondim, Aristides Alves, Cláudio Versiani, Edu Simões, Juca Martins, Miguel Chikaoka, Nair Benedicto, Paulo Leite, Pedro Vasquez, Penna Prearo, Ricardo Malta e Rosa Gauditano, integrantes da atual reedição. A comunicação com o sagrado, que pode ser representada pela chama de uma vela, como sugere o título, é o tema que permeia essas obras. “Luz da Fé” visa contribuir com a memória da devoção brasileira para que ela não se perca, para que a chama dessa vela não se apague.

Até 29 de julho.

INVENTÁRIO DA PELE

28/abr

A mostra “INVENTÁRIO DA PELE – Fotografia Contemporânea Brasileira”, exposição coletiva sob curadoria de Eder Chiodetto, que a SIM Galeria, Batel, Curitiba, Paraná, apresenta, tem a intenção de investigar a forma como artistas revisitam a história das técnicas de ampliação para expandir o território de possibilidades de expressão pela fotografia. Unidos pela obstinação com que pautam suas pesquisas técnicas, os nove artistas selecionados para a mostra compreendem a fotografia fora de seu lugar-comum, utilizando-se de inúmeras estratégias poéticas para travar um diálogo com sua história e sua apresentação ao longo dos anos. Jornalista, curador independente e responsável pelo Clube de Colecionadores de Fotografía do MAM, de São Paulo, Chiodetto é Mestre em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Ele explica a escolha do título: “Inventário da Pele” investiga o legado da fotografia, os avanços técnicos e conceituais dessa linguagem que ocorre em sobressaltos, recuos e retomadas numa história que se desenvolve de forma elíptica. A pele é a metáfora da superfície, da película, da epiderme da fotografia que os artistas nessa mostra reelaboram e recriam de acordo com suas necessidades para alcançar determinadas atmosferas nas suas representações”. Na mostra apresentada podem ser observadas as “…estratégias de corte e colagem de Cássio Vasconcellos e Julia Kater; nas séries de daguerreótipos de Cris Bierrenbach; ou nas ampliações artesanais feitas por Kenji Ota…trabalhos imbricados com outras linguagens, como nas obras de Tony Camargo e Romy Pocztaruk, que se situam em “zonas de intermédio” com a pintura e o vídeo, respectivamente…a obra de Rosângela Rennó, impressa em chapas de inox, mostra pessoas segurando retratos de parentes desaparecidos. Conteúdo e forma se unem para criar um verdadeiro “campo de batalha das representações”, como define Chiodetto. E ainda Cristiano Lenhardt, em “…sua série de dobraduras feitas com papel fotográfico expostos à luz e Leticia Ranzani, com delicadíssimas paisagens impressas em saquinhos de chá usados”, completam o grupo de artistas da mostra.

Até 02 de junho.