Em busca do essencial

17/out

A LUME Photos, Itaim-Bibi, São Paulo, SP, inaugura “Naïve”, a primeira exposição individual do fotógrafo Gabriel Wickbold com 14 imagens da série homônima. Em sua busca pela essência do homem, registrou imagens de rostos de modelos pintados com guache e efeitos craquelados, sobrepostos por insetos ou plantas. Para Gabriel Wickbold, este ser humano ingênuo (tradução da palavra francesa naïve), fossilizado, atua “adubando algo novo, gerando vida através de sua carcaça pura”. O título da série faz alusão ao sentimento de superioridade do homem em relação à Natureza.

 

Sempre estiveram presentes no trabalho do fotógrafo a figura humana e a criação de interferências em seus personagens com o emprego da tinta. Em “Naïve”, a novidade fica por conta da interação com outros elementos da natureza, acessórios dispostos com a intenção de questionar a posição do homem no mundo. Apesar de forte relação com a temática do impacto ambiental provocado pela ação humana, as questões fundamentais nas obras de Gabriel Wickbold são filosóficas, interiores. Nesses trabalhos, o fotógrafo foca-se na natureza do homem, arrogante devido a sua falta de conhecimento acerca da vida que o cerca, da vida que está além de sua própria vida.

 

Em “Naïve”, Gabriel Wickbold optou por fotografar apenas as cabeças dos modelos, já que é a parte do corpo onde se concentram as ideias e emoções. Antes do clique, o inseto ou planta é posicionado sobre a face. Todos os elementos que compõem as obras do artista estão presentes no momento da fotografia. Tão importante quanto a técnica do manuseio da câmera é esse processo de transformação dos modelos em homens-instalação. O artista trata a fotografia como instrumento para representar sua estética, que é utilizada como um impulso para o conteúdo, um meio de exprimir sua visão de mundo. “A arte é reflexo do homem e suas questões. Essa série veio como uma transpiração desse meu momento”, diz. A curadoria é de Paulo Kassab Jr e a coordenação de Felipe Hegg.

 

Até 23 de novembro.

Fotos exóticas

16/out

A fotógrafa Christiana Carvalho abre sua primeira exposição na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, na qual exibe 22 fotografias que contam a história de sua experiência em alto mar. Christiana Carvalho começou a fotografar espetáculos de dança e teatro em São Paulo na década de 70. Em 1976 começou a se interessar também pela natureza e povos de lugares distintos, foi quando resolveu passar 10 anos de sua vida a bordo do navio sueco “Lindblad Explorer” onde produziu um fascinante acervo mostrando fotos submarinas, a vegetação exótica e diversos povos de lugares como Antártica, África, Ásia e Austrália.

 

Sobre a artista

 

Christiana Carvalho colaborou com assiduidade em várias publicações, no Brasil e no exterior, como National Geographic e People Magazine na Austrália. No início de 2000, voltou a fotografar teatro e foto still para cinema e começou a expor todo o seu material em galerias. Participou de coletivas na França, África, Bolívia, Peru, além do MASP, São Paulo e do MAM-Rio. Também realizou individuais no Museu da Imagem e do Som, Rio de Janeiro, RJ, e em diversos espaços profisionais no eixo Rio-São Paulo.

 

 

Até 26 de novembro.

City Lights

10/out

A Huma Art Projects, Humaitá, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “City Lights”, com 19 obras inéditas de Patricia Thompson, pensadas especialmente para sua primeira exposição individual na galeria. A ideia para esta exposição surgiu na última viagem da artista à Nova York, cidade onde viveu por seis anos e que continua sendo uma fonte de inspiração para seu projeto autoral de arquitetura abstrata, trabalhos que ela nomeou como “Abstracted Urbanism”. Nesta série, fotografa construções urbanas com composições elaboradas, através de detalhes geométricos e arranjos visuais. Na atual exposição, a artista apresenta um desdobramento dessa pesquisa, mostrando, pela primeira vez, fotografias noturnas. Todos os efeitos foram obtidos no momento exato da captação da foto, sem uso posterior de photoshop ou qualquer outro programa de edição. Patricia Thompson trabalha com o tempo e a luz ambiente.

 

No primeiro andar da galeria, Patricia exibe 12 fotografias impressas em papel de algodão, nas quais dá continuidade ao processo de pesquisa da arquitetura novaiorquina, com fotos diurnas: arranjos visuais gráficos de objetos reconhecíveis, como uma vitrine, uma escada ou uma parede de um prédio; uma intenção não representativa. Trata-se de uma transformação do real.

 

Mais um desdobramento dessa pesquisa é exibido no segundo andar, com fotos feitas durante a noite. Ao todo, nove fotografias sobre construções urbanas e iluminação noturna, produzidas em backlight. Neste espaço, com luzes apagadas para criar um ambiente escuro, a iluminação surge através de caixas de luz que envolvem o espectador no universo em que a artista encontrava-se ao realizar as obras.

 

Sobre a artista

 

Nascida no Rio de Janeiro, em 1985, Patrícia Thompson é fotógrafa de interiores e arquitetura. Morou um ano em Londres e seis anos em Nova York, onde se formou na Parsons School of Design com um BFA Photography. Foi nesta cidade que ela descobriu sua identidade artística e a preferência por construções urbanas. O projeto desenvolvido durante esses anos se chama “Abstracted Urbanism” e rendeu uma bolsa no penúltimo ano de faculdade e uma exposição individual patrocinada pela MaxMara para o evento mundial “Fashion’s Night Out 2010”. Participou das exposições coletivas “As Quatro Pontes”, na Huma Art Projects, em 2011 e em duas ocasiões na Parsons School of Design, em 2009 e 2010.

 

 Exposição: De 11 de outubro a 11 de novembro.

 

 Lançamento do catálogo: 11 de novembro, às 18h.

Exposição de Luiza Baldan

07/out

A fotógrafa Luiza Baldan apresenta coletânea de trabalhos recentes no Centro Carioca de Design/Studio X Rio, Praça Tiradentes, Rio de Janeiro, RJ. A exposição, “São Casas”, recebeu curadoria assinada por Guilherme Bueno e reúne 20 fotografias e uma videoinstalação de projetos de residências realizados entre 2009 e 2011 como “Natal no Minhocão”, “Pinturinhas”, “De murunduns e fronteiras”, “Insulares”, “Marginais”, “Serrinha” e “Beira”.

 

Luiza Baldan seleciona áreas urbanas transfiguradas por construções arquitetônicas para viver durante um mês e trabalhar através da experiência do habitar. Foi assim que a artista viveu por um período no Conjunto Habitacional Pedregulho, em Benfica; no condomínio de luxo Península, na Barra da Tijuca e no Conjunto Residencial Rapozo Tavares, o Rapozão, em Santa Teresa.

 

Os deslocamentos têm sido também deslocamentos de olhar ou, mais do que isso, a criação de “outro” olhar a partir da experiência que um lugar estrangeiro desencadeia. Não se trata de documentar a experiência, mas de produzir ficção a partir dos fatos cotidianos. Entre residências, mudanças, errâncias e cidades, Baldan se habituou ao trânsito e ao transitório, e seu olhar vem acompanhando o percurso, ora cinematográfico, ora pictórico, mas sempre fotográfico. A artista trabalha diretamente com a sua memória em relação ao morar. O cinema, a pintura e a literatura atravessam suas imagens, sempre marcadas pela convivência com a arquitetura, com o espaço construído.

 

Sobre a artista

 

Nasceu no Rio de Janeiro, 1980.  Mestre e bacharel em Artes Visuais pela UFRJ , Rio de Janeiro, 2010, e Florida International University, Miami, 2002. Selecionada pelo programa Rumos Artes Visuais 2011–2013 do Itaú Cultural e premiada com a bolsa-residência no CRAC Valparaíso; recebeu o XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte, 2010, o prêmio aquisição na 1ª Mostra de Fotografia CCSP, 2008, além dos internacionais Color Express Award e Brown L. & Marion Whately Scholarship, 2002.

 

De 09 de outubro a 13 de dezembro.

Roger Ballen no MAM-Rio

04/out

O MAM-Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição retrospectiva do artista americano radicado na África do Sul, Roger Ballen, um dos fotógrafos contemporâneos mais importantes de sua geração. “Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” é a primeira grande exposição na  América Latina do artista, que recentemente teve retrospectivas em grandes instituições dos Estados Unidos e da Europa.

 

A exposição apresentará uma seleção de trabalhos de Roger Ballen, que datam desde a década de 1960 até os dias de hoje, possibilitando ao espectador a observação do processo de desenvolvimento da obra do artista. Ballen começou a fotografar aos 18 anos e menos de uma década depois se mudou para a África do Sul, onde ainda reside.  A partir dos anos 1980, ele passa a fotografar com câmera de médio formato, que exige uma abordagem mais consciente e meticulosa frente a seus objetos, e que resulta na imagem quadrada que utiliza até hoje.

 

A série “Platteland”, publicada em livro em 1994, ano em que Nelson Mandela seria eleito presidente, atraiu a ira dos setores conservadores da África do Sul, fazendo com que Ballen chegasse a ser preso diversas vezes, e a sofrer ameaças de morte por seu trabalho. A partir de 1995, Ballen começa a ter reconhecimento internacional. Abandona a prática da fotografia documental e começa a desenvolver, a partir da série “Outland”, uma nova linguagem, fundamentada nas teorias junguianas. Essa fotografia repleta de ambiguidades e criadora de uma estética do grotesco culmina em “Shadow Chamber” e “Boarding House”. Ballen continua trabalhando com uma Rolleiflex – mesma câmera analógica empregada em “Dorps” há 30 anos –  e se mantém, até o momento, distante das manipulações digitais. As fotos são todas em preto e branco.

 

Com curadoria de Daniella Géo, brasileira radicada na Bélgica, a exposição cobre desde os primeiros anos da trajetória de Ballen até o seu projeto mais recente. São oito séries fotográficas e mais de cem obras, que abrangem a produção do artista, apresentadas em um espaço labiríntico, projetado pelo arquiteto belga Koen Van Synghel, ganhador do Leão de ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2004.  Daniella Géo é doutoranda em artes visuais pela Université de la Sorbonne Nouvelle, Paris.

 

“Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” terá um catálogo bilíngue, com textos de Luiz Camillo Osorio, Philippe Dubois, Koen Van Synghel e uma conversa entre a curadora e o artista. O design é da Mameluco.

 

Sobre o artista

 

Nascido em Nova York, em 1950, vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul. Roger Ballen expôs individual e coletivamente em diversas instituições internacionais, tais como George Eastman House, Rochester, exposição retrospectiva nomeada finalista na categoria de melhor exposição de 2010 do Lucie Awards, considerado o Oscar da Fotografia; Gagosian Gallery, NY, uma das diversas galerias de arte que o representa; Sala Rekalde, Bilbao; Berlin Biennial; Wurttembergischer Kunstverein, Stuttgart; Sydney Biennale, Australia; National Library of Australia; PhotoEspana, Madri, onde recebeu o prêmio de melhor livro monográfico em 2001; Iziko South African National Gallery, Cidade do Cabo; State Museum of Russia, São Petersburgo; Bozar, Brussels; Hasselblad Center, Gutenberg; Kunsthaus, Zürich; Triennale, Milan; Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Festival de la Photographie d’Arles, onde foi selecionado como fotógrafo do ano de 2002; Biblioteque Nationale, Paris; Noordelicht, Amsterdã; Kunstal Museum, Rotterdã; BIP 2010, Biennale internationale de la Photographie, Liège, Haus der Kulturen der Welt, Berlin; Victoria and Albert Museum, Londres; Zacheta National Gallery, Varsóvia; New Museum, MoMA-NY etc. Suas exposições individuais figuraram entre as Top 10 Exhibitions da ArtForum, nos anos 2002 e 2004.

 

As fotografias de Roger Ballen fazem parte das coleções: MoMA, NY; Brooklyn Museum, NY; Museum of Fine Arts, Houston; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Maison Européenne de la Photogrpahie e Musée Nicephore Niepce, França; Fotomuseum, Munique, Alemanha; Victoria & Albert Museum, Londres, Inglaterra; Stedelijk Museum, Amsterdã, Holanda; Hasselblad Center, Gothenburg, Suécia, entre outros.

 

 

Exposição: De 03 de outubro a 02 de dezembro.

 

Palestra: No dia 04 de outubro, às 19h30, haverá uma palestra de Roger Ballen, no Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

Ponto Cego/Miguel Rio Branco

27/set

Carro-doce

“Ponto Cego”, individual de Miguel Rio Branco, é uma das principais exposições de artes visuais realizadas pelo Santander Cultural, Porto Alegre, RS, em 2012. São 110 criações que representam a multiplicidade do artista, possuidor de um domínio no emprego de cores, fato de reconhecimento internacional como uma das maiores manifestações poéticas da arte contemporânea.

 

O recorte de obras produzidas entre 1986 e 2012 atesta o vigor da expressão criativa de Miguel Rio Branco. Trata-se de quase cinco décadas de criação do artista que nasceu na Espanha, em 1946, uma diversida poética da imagem e da fotografia que permitem refletir sobre o seu trabalho.

 

Paulo Herkenhoff, crítico de arte e curador da exposição, selecionou obras que traduzem a extensa produção fotográfica, pictórica, fílmica, de livros e projetos do artista. A disposição dos trabalhos não obedece ordem cronológica ou temática e muito menos por técnicas. A montagem é organizada para propiciar ao público um contato com o esforço vital do artista na elaboração de sua expressão.

 

Sobre o artista

 

Brasileiro nascido por acaso nas Ilhas Canárias, na Espanha (é filho de um diplomata, além de neto do gênio carioca das artes gráficas Jota Carlos), Miguel Rio Branco é frequentemente descrito como o único fotógrafo do país a integrar a agência Magnum. As fotos de Miguel Rio Branco são frequentemente mostradas em exposições e revistas internacionais e estão documentadas em 4 livros: “Dulce Sudor Amargo ” (85, México), “Nakta”, com poema de Louis Calaferte (96-Paraná), “Miguel Rio Branco” com ensaio de Davi Levi Strauss (ed. Apertur/ Cia das Letras) e “Silent Book” (ed. Cosac Naify) em 98.

 

Como pintor, realizou duas exposições, em 1964 na Galeria Alikerkeller, Berna, Suiça e em 1989, na Galeria Saramenha, Rio de janeiro, RJ. O artista já dirigiu 14 curtas-metragens e fotografou 8 longas, muitos deles premiados. No Brasil, Miguel Rio Branco participou de mostras em várias cidades, participando inclusive da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967, 1983 e 1998;  de exposições no MAM/RJ e na Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, PR, em 1996; mostra de arte no MAM/RJ na Eco -92. No ano 2000, realizou exposições na Grécia, França, Espanha, Bélgica e Estados Unidos e participou do módulo de Arte Contemporânea do evento “Brasil+500″. Em 2010 foi inaugurado o pavilhão Miguel Rio Branco em Inhotim, MG.

 

Até 11 de novembro.

A nudez por Luiz Garrido

31/ago

A Galeria Tempo, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Nudes”, exposição individual de fotografias de Luiz Garrido. O artista ganhou notoriedade fotografando moda e publicidade, atividade a que se dedicou assiduamente a partir dos anos 70.

 

Realizou, nos últimos anos, um ensaio de nus femininos, clicando modelos em seu estúdio. O resultado dessa série é o que ele apresenta nesta mostra: 10 obras – exibidas pela primeira vez em uma galeria – imagens individuais, dípticos e trípticos, sempre em preto e branco, marca registrada do fotógrafo. Garrido é um profissional de expressão na cidade do Rio devido a tudo que vivenciou e construiu em sua carreira.

 

Ao longo do tempo, reuniu uma galeria de retratos de personalidades, que ele intitula “Heróis”, exibida em diversas ocasiões na cidade do Rio de Janeiro e no livro “Retratos – técnica, composição e direção“ , lançado pela editora iPhoto em 2011, com personalidades nacionais como Tom Jobim, Oscar Niemeyer, Cauby Peixoto, Maitê Proença, Rogéria e Betinho, são alguns dos “heróis” retratados por ele de forma criativa e inusitada.

 

“O trabalho de Garrido reflete o seu temperamento irreverente. A série de nus alia simplicidade e sofisticação, sensualidade e delicadeza; tudo feito com inquestionável domínio técnico. A precisão dos gestos e do enquadramento resulta em imagens de corpos ora esculpidos ora desenhados pela luz, feitas pelo  olhar experiente de um artista que transita com naturalidade no estúdio fotográfico” , comenta Marcia Mello, que assina a curadoria da exposição.

 

Até 27 de outubro.

A poética das ruas

22/ago

Devotionalia 1

Os premiados artistas contemporâneos Dias & Riedweg inspiraram-se em João do Rio e levaram ao Centro de Artes Hélio Oiticica os caminhos videopoéticos do Rio em que vivem. “Até que a rua nos separe”, é a exposição que reúne alguns dos mais expressivos trabalhos da dupla no Centro de Artes Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exibição foi qualificada pelos autores como uma ode a João do Rio, considerado o maior cronista das doçuras e mazelas cariocas entre o final do século 19 e o início do século 20.

 

Assim como João do Rio, o autor de “A alma encantadora das ruas”, os dois artistas se identificam com os movimentos, sentidos e sensações que a cidade inspira. Como cronistas ampliados pela tecnologia de seu tempo, Dias e Riedweg compõem retratos fiéis das várias realidades cariocas com som, imagem e movimento. A exposição compõem-se de nove instalações em vídeo e outras obras que envolvem fotografia, desenhos e música, sem abrir mão do movimento e do pulso da vida na cidade.

 

 

Sobre os artistas

 

Maurício Dias nasceu no Rio de Janeiro, 1964, e Walter Riedweg em Lucerna, Suíça, 1955. Trabalham juntos desde 1993 e participaram de algumas das mais importantes exposições de arte contemporânea internacionais, como a 12ª Documenta de Kassel 2007, Bienal de Veneza, 1999, e outras bienais, como as de São Paulo, Havana, Mercosul, Liverpool, Xangai, Gwanjú e Tenerife.

 

Com individuais de grande formato realizadas no CCBB do Rio de Janeiro, no MACBA de Barcelona, no Kiasma em Helsinki, no Le Plateau de Paris, no MUAC da Cidade do México e no Americas Society de Nova Iorque, a dupla se consolidou no cenário de arte contemporânea internacional por seu trabalho pioneiro, que mistura projetos participativos de arte pública e videoinstalação.

 

Dias & Riedweg tornaram-se conhecidos do público carioca a partir da primeira exibição de “Devotionalia”, no Museu de Arte Moderna. O trabalho, que teve grande ressonância crítica e popular, é hoje parte do acervo do Museu Nacional de Belas-Artes. Convidados pelo curador Paulo Herkenhoff para a 24ª Bienal de São Paulo em 1998, tiveram participação marcante com a videoinstalação “Os Raimundos, Severinos e Franciscos”. Logo a seguir fizeram outra videoinstalação, “Belo é também tudo aquilo que não foi visto”, com um grupo de pessoas cegas do Instituto Benjamim Constant (exibida na 25ª Bienal de São Paulo) e “Mera Vista Point”, um projeto de arte no mercado informal paulistano, criado para o Arte Cidade 4, em São Paulo.

 

Os artistas consolidaram sua trajetória em 2002, com a grande individual “O Outro começa onde nossos sentidos encontram o mundo”, curada por Catherine David (Documenta X), no CCBB do Rio de Janeiro.

 

 

Até 30 de setembro.

PRIMEIRA INDIVIDUAL DE ANDRÉ ANDRADE

31/jul

O artista plástico André Andrade costuma ficar durante horas em frente à tv aguardando, ansiosamente, por interferências, ou seja, falhas de transmissão. O curioso é que o artista transforma isso em arte e irá mostrar essa série inédita em sua primeira exposição individual na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Nessa exibição, com curadoria de Vanda Klabin, o artista expõe 10 quadros de alumínio relatando o que vem pesquisando e trabalhando: imagens que sofreram algum tipo de interferência, seja ela por corpo hídrico, por falhas na transmissão de tv a cabo, ou mesmo por interferência de vidraças de prédios. O artista fotografa essas interferências e depois trabalha esse material através da pintura automotiva sobre alumínio. Essa pesquisa, iniciada há dois anos, gerou duas séries de pinturas e uma de fotografia. O nome da mostra “Por que você não me contou sobre você?” nasceu a partir de duas imagens desconstruídas, de programas de tv diferentes, que se encontram no trabalho de André.

 

“Aonde a imagem se interrompe, a pintura se inicia. Ele vai se apropriar de imagens que,  por sua natureza,  são efêmeras e transitórias,  dos lapsos que criam desconexões , uma estabilidade fragmentária que cria uma interface com o seu fazer artístico” explica a curadora Vanda Klabin.

 

A palavra do artista

 

“Tenho deixado que uma certa contaminação externa faça parte do meu processo de trabalho. Processos randômicos que nos levam para lugares e escolhas que não teríamos por decisões próprias. Isso acaba por nos surpreender no dia a dia do atelier. Acho bom tirar o “EU” do trabalho.”

 

“Quando ganhamos algo (tipo um brinquedo) e queremos entender como ele funciona, desmontamos. Acho que o que faço é tentar entender a formação de uma imagem através de uma desconstrução causada por algum tipo de interferência, como se fosse um brinquedo que eu pudesse desmontar, só que no caso da imagem isso não é possível.  A pintura nos dá a possibilidade de construir uma imagem com matéria, e isso sempre me fascinou. Quando me deparo com uma imagem que sofreu uma interferência, acho muito instigante. Me desloca para um lugar não habitado, não comum, onde só a arte pode estar. Talvez o que eu queira mesmo é ser deslocado e também deslocar.”

 

Sobre o artista

 

Andre Andrade é carioca, engenheiro e migrou para as artes plásticas em 2003.  Viveu entre 2004 e 2005 na Noruega onde teve seu atelier na USF VERFTET, instituição multidiciplinar que reúne artistas de diversas áreas. Nesse período participou de exposições e ministrou workshops de pintura no Drammen Summer Festival e na Escola de Arte Asker Kunstfagskole. Desde 2006 vem participando de cursos como os ministrados por João Magalhães, Frans Manata  e Charles Watson no Parque Lage. Entre 2009 e 2011, participou do grupo de estudos de Charles Watson no atelier Mundo Novo. Ainda em 2011 foi um dos artistas selecionados para o Arte Pará com curadoria de Paulo Herkenhoff e participou da mostra de pintura “Pincelada“ na galeria Baró em São Paulo. Atualmente é um dos artistas selecionados para o curso “Projeto de pesquisa / A imagem em questão”, ministrados por Glória Ferreira e Luis Ernesto no Parque Lage. Em 2012, participou da SP – ARTE. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 02 de agosto a 01 de setembro.

ADRIANA BARRETO

30/jul

A galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição individual “Em preto e branco” de Adriana Barreto. Nesta mostra Adriana Barreto apresenta pinturas da série “Notações” além de esculturas, fotografias e um vídeo. A predominância das cores preto e branco nas suas pinturas e esculturas revela uma estética reducionista que caracteriza toda a sua produção.  As obras da artista conciliam meios diversos como a dança, o cinema ou as artes visuais. O confronto entre a matéria e as linhas destas pinturas sugere corpos em movimento numa dança contínua. Em suas esculturas, a organicidade das formas estão submetidas a um rigoroso exercício de equilíbrio. Tais como corpos, mantêm-se de pé pelo equilíbrio e pela gravidade. Noutros casos, tombam, mantendo-se totalmente ao chão. Transitando também pelos meios tecnológicos, Adriana apresenta a série fotográfica “No côncavo da mão” além do vídeo “O menor espaço para o corpo”. Em suas fotografias a mão é apresentada como um lugar-espaço orgânico capaz de moldar (e agregar) tudo que é matéria; no vídeo, uma bailarina caminha nas pontas dos pés lutando pelo equilíbrio e revelando lugares ao marcar cada passo.

 

Até 24 de agosto