Planos de expansão

25/nov

A  Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Planos de expansão”, exposição coletiva com 13 artistas do time da galeria: Armando Andrade Tudela, Cerith Wyn Evans, Franz Ackermann, Gabriel Lima, Iran do Espírito Santo, Julião Sarmento, Los Carpinteros, Luiz Zerbini, Marine Hugonnier, Mauro Restiffe, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus e Sarah Morris.  A mostra se estrutura em dois eixos principais; arquitetura e urbanidade que ora se confrontam e ora se sobrepõem à abstração e geometria.

 

 

As obras de Franz Ackermann, Luiz Zerbini e Sarah Morris desconstroem elementos da arquitetura. Na pintura “Torrada”, de Luiz Zerbini, volumes são sobrepostos, um jogo de encaixes que forma um grande ponto de fuga. A superfície da tela é ativada por lacunas brancas que emprestam a imagem uma natureza virtual. Na tela de Ackermann podem-se ver detalhes de prédios fragmentados em uma composição acêntrica e acelerada. Em “Praça da Apoteose”, de Sarah Morris, o título revela a referência a Niemeyer, que de outra forma seria discreta e abstrata. A relação entre abstração e história está no centro da produção da artista e fica evidente na colagem “Black Tie”, onde as mesmas formas de Niemeyer se sobrepõem ao pôster americano do filme “Eles não usam black-tie”, de Leon Hirszman.

 

 

Armando Andrade Tudela apresenta uma escultura que sugere uma construção rígida onde materiais de natureza coorporativa, como acrílico, se misturam à juta. Esta obra, assim como o vídeo de Rodrigo Cass, faz referência ao neoconcretismo brasileiro e aos pavilhões de Hélio Oiticica, construídos através de planos de cor. Já a pintura de Gabriel Lima, “Leste”, – onde uma bandeira branca é sobreposta ao plano branco do painel -, transita entre a abstração e a significação nos obrigando a tomar um ponto de vista. Os trabalhos “Forma” de Rodrigo Matheus e “Les Actualités” de Marine Hugonnier traçam um diálogo explícito entre urbe e abstração. Marine contrapõe uma foto do World Trade Center à uma escultura abstrata, enquanto Matheus usa o título do trabalho para reforçar a abstração geométrica presente na arquitetura de edifícios. A cidade como cenário, tema, ponto de partida, plano em expansão é o fio condutor da mostra.

 

 

Até 24 de janeiro de 2014.

Exposição-Homenagem

17/dez

A conhecida arquiteta, artista e galerista cariosa Anna Maria Niemeyer, falecida em junho deste ano, ganha exposição-homenagem, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Lauro Cavalcanti, diretor do Paço.

 

A exposição “Anna Maria Niemeyer, um caminho” ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estarão cerca de 300 ítens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado por AMN em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e o pai da homenageada, Oscar Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea e|ou os que tiveram contato mais estreito com Anna Maria.

 

Os trabalhos reunidos nessa exposição pertenceram, em sua maioria, à coleção pessoal da galerista, outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios artistas. Esta é a única oportunidade de apreciar o caminho visual de AMN em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos.

 

Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estarão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a ítens documentais da história da galerista.

 

Obras de Oscar Niemeyer (falecido em 06 de dezembro) abrem o segundo andar, que termina com a instalação de Fatima Villarin. Esse trabalho teria sido exibido, caso o funcionamento da galeria não tivesse sido interrompido.

 

Sobre Anna Maria Niemeyer

 

Como conselheira de programação do Paço, Anna Maria Niemeyer concebeu e realizou a mostra  “A caminho de Niterói”, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi essencial na mudança de patamar do centro cultural no início dos anos noventa, e para alavancar o processo de construção do MAC-Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

 

Entre outros projetos realizados, está o de consolidar Oscar Niemeyer também como artista plástico: Anna Maria editou séries de serigrafias, desenvolveu e mostrou suas peças de mobiliário, algumas assinadas por pai e filha, e também realizou os projetos e exibição de esculturas e de desenhos não arquitetônicos de ON. Junto com a filha mais velha, Ana Lucia Niemeyer, a galerista criou a Fundação Oscar Niemeyer para preservar obra e pensamentos do arquiteto.

 

Autores de obras da exposição: Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes, Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João Magalhães, Jorge Duarte, Jorge Guinle, José Patrício, Katie Van Scherpenberg, Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo, Mauricio Bentes, Monica Barki, Mônica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota e Victor Arruda.

 

O curador contou com a consultoria de Helio Portocarrero e Leonor Azevedo, assessora de longa data da galerista, para este evento.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

Zerbini no MAM-Rio

23/out

Chama-se “Amor” a exposição individual de Luiz Zerbini, atual cartaz do MAM-RIO, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Composta de pinturas, desenhos, colagens e uma instalação, esta é a maior mostra já realizada, em número de trabalhos, na carreira do artista pois reúne mais de sessenta obras. Zerbini é um dos nomes pontuais da “Geração 80″.

 

O artista conta que o nome da exposição nasceu após ter recebido a visita de uma amiga em seu atelier e que a mesma teria feito a seguinte observação: “Nossa, é muito amor”.

 

As obras ocupão o segundo andar do museu e uma grande parede, com 8 metros de altura e 32 de comprimento, é quase integralmente preenchida por pinturas, com detalhes minuciosos e cores vibrantes. Além disso, o acervo conta com uma série de trabalhos em tinta acrílica sobre papel e outra feita de slides do próprio Zerbini e de seus amigos,nos quais ele evoca questões ligadas à memória. No centro do espaço, uma mesa de madeira vai reunir elementos de referência utilizados pelo artista, como projetos, recortes de jornal, plantas e até insetos.

 

Até 09 de dezembro.