Desver a Arte

14/mai

A palavra de ordem é diversificar. É com este espírito que a Emmathomas Galeria, Jardins, São Paulo, SP, exibe “Desver a Arte”.  Sob a gestão do artista, colecionador e empresário Marcos Amaro e direção artística do curador Ricardo Resende, a galeria voltou ao mercado de arte com uma proposta mais ousada e inovadora, rompendo amarras e apresentando ao público um corpo de artistas diverso.

 

A exposição “Desver a Arte” marca essa reabertura da Emma, com os 16 artistas representados: ao lado do já consolidado pintor e escultor Gilberto Salvador, por exemplo, Mundano, um dos grafiteiros mais atuantes da cidade de São Paulo. Às delicadas esculturas e cerâmicas da japonesa Kimi Nii, somam-se os objetos imbuídos de narrativa surrealista do paulistano Hugo Curti. Os ambientes e as pinturas realistas em três dimensões de Alan Fontes, contrapõe-se às telas de atmosfera fantástica de Sani Guerra.

 

“De gerações diferentes, de diversas linhagens, vertentes e suportes, são artistas com interesses também incomuns. A galeria ousa mostrar essas diferenças experimentais plásticas e poéticas de cada um dessa família artística, características que se faz visível na diversidade do que é visto na arte contemporânea”, afirma o curador Ricardo Resende.

 

Além dos artistas já citados, comparecem Alex Flemming, Armando Prado, Carl Emanuel Wolff, Carlos Mélo, Francisco Klinger Carvalho, Isabelle Borges, Jens Hausmann, Katia Salvany, Marcia Grostein e Paula Klien.

 

 

Última semana, até 19 de maio.

Obras de Sérvulo Esmeraldo

05/dez

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “PulsationsPulsações – Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo”, do artista cearense falecido em fevereiro deste ano, pouco antes de completar 88 anos. A exposição mostra uma das trajetórias mais originais da arte brasileira: conhecido por seu rigor geométrico-construtivo. O artista incursionou por técnicas diversas como escultura, gravura, ilustração e pintura. Sérvulo Esmeraldo é um dos pioneiros da arte cinética e autor de obras de geometria e luminosidade singulares.

 

A mostra, com curadoria de Ricardo Resende, traz 84 peças – entre gravuras, matrizes, desenhos, estudos, relevos, maquetes, instalações, documentos e fotografias – que fazem parte do arquivo do IAC – Instituto de Arte Contemporânea, São Paulo, SP. Organizada a partir do arquivo de Sérvulo Esmeraldo – atualmente sob a guarda do IAC, a exposição compreende a fase em que o artista viveu na França entre os anos de 1957 e 1980.

 

“PulsationsPulsações” joga uma luz sobre o rico processo criativo do artista em seus primeiros anos na França, uma fase de aprendizado, de iniciação nas técnicas da gravura em metal e litografia. Contempla os desenhos e as gravuras em metal que compõem esse período europeu, sob a influência do abstracionismo lírico que vigorava na capital francesa naquele momento, que seria uma resposta à action painting nova-iorquina. É acompanhada, ainda, de uma seleção de esculturas e de duas pinturas posteriores a essa fase, quando explorou a topologia das coisas e formas.

 

 

A palavra do curador

 

São trabalhos definitivos para a compreensão da importância de sua contribuição para a arte brasileira. O que se vê no arquivo agora exposto é esse mesmo olhar e os mesmos gestos divagantes, que passam por todas as formas de representação artística, principalmente daquelas que não conhecemos. Manchas, ranhuras, rabiscos e linhas, pulsações das quais saem novas formas sobre o papel e sobre o espaço.

 

Sobre o artista

 

Sérvulo Esmeraldo nasceu em 27 de fevereiro de 1929 no Crato, Ceará. Na infância morou no Engenho Bebida Nova, propriedade rural da família, produtora de açúcar mascavo, aguardente e rapadura. Ainda criança, fez incursões pela modelagem em barro e pequenos trabalhos tridimensionais em madeira de casca de cajá, onde reproduzia paisagens rurais. Aos 13 anos, criou sua primeira xilogravura, “Homem trabalhando com enxada”, impressa na tipografia do jornal A Ação, órgão da diocese. Na década de 60, ganhou uma bolsa de estudos do governo francês para estudar em Paris, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Nessa época, passou a morar em Neuilly-Plaisance – onde viveu por quase 20 anos – e conheceu artistas como o argentino Julio Le Parc e o venezuelano Jesús Rafael Soto, que então davam os primeiros passos na chamada Arte cinética. Deixou de se dedicar exclusivamente à gravura e passou a experimentar outras linguagens como o tridimensional e, claro, a arte cinética. Sua série mais conhecida do período é “Excitáveis” – objetos feitos de acrílico, que reagem ao toque do espectador – trabalho que o destacou no cenário da arte cinética internacional. Entre muitas exposições realizadas com sua obra nos últimos anos, destacam-se a retrospectiva “Sérvulo Esmeraldo”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2011, e a individual “Arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo”, no Instituto de Arte Contemporânea, SP, em 2014, exposição que deu origem à mostra no Instituto Ling, em Porto Alegre. Sérvulo Esmeraldo faleceu em fevereiro de 2017, em Fortaleza. Criou até o seu último momento de vida, pouco antes de completar 88 anos de idade, deixando um legado dos mais inquietantes da arte brasileira dos séculos XX e XXI.

 

Organização: Instituto Ling e Instituto de Arte Contemporânea de São Paulo / Realização: Ministério da Cultura / Governo Federal / Patrocínio: Crown Embalagens

 

 

Até 31 de março de 2018.

Leonilson: arquivo e memória vivos

08/mar

A Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, CE, apresenta, a exposição “Leonilson: arquivo e memória vivos”, no Espaço Cultural Unifor. Organizada pelo Projeto Leonilson, mantido por familiares e amigos do artista cearense, e pela Fundação Edson Queiroz, a mostra, de cerca de 120 obras de José Leonilson Bezerra Dias, conta com generosa seleção de trabalhos do artista, incluindo obras inéditas. A curadoria é de Ricardo Resende, atual curador do Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, do Rio de Janeiro, e a produção executiva da Base7 Projetos Culturais, de São Paulo, que tem reconhecida expertise na área museológica.

 

“A exposição “Leonilson: arquivo e memória vivos” tem o diferencial de apresentar um grande número de obras inéditas e de traçar uma retrospectiva do artista, reforçando o caráter pedagógico e de formação de público para as artes das mostras realizadas na Universidade de Fortaleza. Esta exposição vai ao encontro da publicação do catálogo raisonné de Leonilson, também realizada pela Fundação Edson Queiroz, no ano em que celebraríamos 60 anos do nascimento desse grande artista cearense”, destaca o vice-reitor de Extensão da Unifor, professor Randal Pompeu.

 

Além do ineditismo de várias obras, a exposição vai inaugurar a ampliação do Espaço Cultural Unifor, que terá sua área acrescida em 539 m2, e terá ainda como atrativo especial o lançamento do catálogo raisonné de Leonilson, patrocinado pela Fundação Edson Queiroz e fruto de 24 anos de pesquisa. Editor do catálogo, Ricardo Resende informa que a publicação, de cerca de 1.000 páginas, distribuídas em três livros, reúne todas as obras de Leonilson, divididas em cerca de 3.500 registros catalográficos, constituindo-se no primeiro catálogo raisonné de artista contemporâneo do Brasil. “Por todos esses motivos, acredito que a exposição será um grande sucesso”, ressalta Ricardo Resende.

 

A exposição tem caráter retrospectivo. Segundo o curador Ricardo Resende, “a mostra não poderia deixar de trazer de forma generosa para o público os trabalhos inéditos e as ‘chaves’ para o que se considera a composição dessa obra expressa por meio dos signos que representam as emoções humanas, dos fragmentos da condição humana e dos dilemas do homem comum, traduzidos em palavras e números”.

 

Para esta exposição, a curadoria indicou obras de acervos de diversas instituições do Rio de Janeiro, São Paulo e Ceará, como a Fundação Edson Queiroz e o Museu de Arte Contemporânea (MAC), do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, de Fortaleza, além de coleções de colecionadores particulares.

 

 

 

Sobre o artista

 

O pintor, desenhista e escultor José Leonilson Bezerra Dias nasceu em Fortaleza, em 1957, e faleceu em São Paulo, em 1993. Em 1961, mudou-se com a família para São Paulo e logo cedo começou a demonstrar o seu interesse pela arte. Fez cursos livres na Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, deixando-o incompleto, para iniciar sua trajetória composta de muitas viagens e se tornar um dos grandes expoentes da arte brasileira contemporânea. Na década de 1980, fez parte do grupo de artistas que lidera a retomada do “prazer” da pintura, conhecido como Geração 80. Participou de diversas mostras no Brasil e no exterior, incluindo Bienais em São Paulo e Paris. Foi nos primeiros anos da década de 1990 que o artista firmou-se como um dos destaques no panorama cultural brasileiro, com uma obra singular e autobiográfica. O artista faleceu jovem, deixando cerca de 4.000 obras, além de múltiplo acervo documental. Sua produção é considerada por críticos brasileiros e internacionais de grande valor conceitual para a História da Arte no Brasil, sendo o retrato autêntico e incansável de uma geração e, que por abordar questões cruciais inerentes à subjetividade humana, se faz capaz de gerar identificação e diálogo universal.

 

 

Visitação: De 14 de março a 09 de julho.

Noções de gênero

07/fev

A exposição “Almofadinhas”, na galeria GTO, Sesc Palladium, Centro, Belo Horizonte, MG, abriga três jovens artistas contemporâneos. Aexibição nasceu do encontro de três artistas homens (Fábio Carvalho, RJ, Rick Rodrigues, ES e Rodrigo Mogiz, MG) de gerações diferentes e localidades e estados de origem também distintos,que se dedicam a trabalhos no território do sensível e do delicado, tendo o bordado – mesmo que não exclusivamente – como um dos meios de suas produções artísticas.

 

A curadoria é de Ricardo Resende, especialmente convidado para se juntar aos “Almofadinhas”. Resende, que foi diretor geral do Centro Cultural São Paulo, atualmente está no Museu do Bispo do Rosário no Rio de Janeiro, além de já ter realizado inúmeras e importantes curadorias e ter passado por outras instituições como o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC-USP;Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM-SP; Funarte; e Centro Dragão do Mar, em Fortaleza, CE. Trabalhou também com o “Projeto Leonilson”, que como Bispo do Rosário é outro expoente e importante artista ligado às questões do bordado na arte contemporânea brasileira.

 

Os três artistas se apresentam pela primeira vez juntos depois de muitas conversas à distância, por meio das redes sociais, sobre as afinidades conceituais e imagéticas de suas obras e como poderiam fazer algo coletivamente. A partir daí nasce o termo “Almofadinhas”, por meio da descoberta de um texto que relata a origem da expressão, que comumente ficou conhecida para designar pejorativamente homens ricos, sofisticados e muito bem vestidos. Ocorreu em 1919, no auge da Primeira República, em Petrópolis, RJ,uma reunião de “rapazes elegantes e efeminados” para definir quem era o melhor na arte de bordar e pintar almofadas trazidas da Europa especialmente para a ocasião. Tal episódio criou tanto alvoroço que acabou sendo criado este termo para designar, talvez com um certo grau de “revolta”, o ócio e ousadia desses rapazes.

 

Os “Almofadinhas” deixaram para trás a praxe que determinava que os homens trajassem roupas escuras, ostentassem barbas e bigodes espessos, destacando sua virilidade, competência e um espírito de liderança nato, optando por roupas mais leves e de cores mais claras, personificando um novo homem do pós‐guerra, em harmonia com um crescente sentimento de “viver a vida intensamente” daquele período.

 

É a partir daí que nasce em Fabio Carvalho, Rick Rodrigues e Rodrigo Mogiz o conceito “Almofadinhas” ou como melhor eles definem, a entidade “Almofadinhas”, que parte desta (ainda) surpresa de se ver homens que bordam, mas que se pesquisarmos mais a fundo, descobriremos que muitos homens estão ligados a esta atividade, que acabou sendo associada em nossa cultura ocidental patriarcal, ao trabalho artesanal feminino e doméstico. Dessa forma os três artistas provocam a tradição, trazendo o bordado uma vez mais para o campo da arte contemporânea, ampliando as discussões sobre questões de gênero, afetividade e sexualidade.

 

Os artistas apresentam cerca de 15 conjuntos de obras de diferentes momentos de suas trajetórias, além de trabalhos inéditos feitos especialmente para o projeto, que vão desde almofadas bordadas a trabalhos suspensos e de parede onde o têxtil está sempre presente em diversos formatos, apresentando figuras masculinas, pássaros, flores, armas de fogo, dentre outras iconografias.

 

No período final da exposição estão previstos o lançamento do catálogo da exposição “Almofadinhas”, com um bate papo com os artistas e o curador, no dia 22 de março, às 19hs, além de uma oficina de bordado só com homens, no dia 24 de março, a partir de 15hs.

 

 

De 16 de fevereiro até 26 de março.

Caverna Kitsch na Caixa Rio

21/out

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, na Galeria 1, a exposição “Caverna Kitsch”, do artista visual paulistano Gabriel Centurion. A mostra apresenta uma pintura-mural, que se estende pelas paredes da galeria, conjugada com 10 pinturas sobre tela em grandes dimensões, mobiliário pessoal do artista e um vídeo, formando um ambiente lúdico e fantástico.

 

Com curadoria de Ricardo Resende, a exposição reúne a produção mais recente do artista visual, que reflete seu apelo ao exagero e a situações estranhas do cotidiano. A obra de Gabriel Centurion celebra o universo kitsch, que é caracterizado por objetos de valor estético exagerado ou de “gosto duvidoso”.

 

O ponto de partida no processo criativo do artista é o que se caracteriza como uma pintura intencionalmente mal feita, que se assemelha à produção de artistas dos anos 80. O universo retratado nas pinturas de Gabriel Centurion, em geral, são imagens virtuais acessadas na internet e projetadas para a tela ou direto para as paredes. O artista cria situações inusitadas e de figuração distorcida. O resultado são pinturas que retratam situações irreais, fantásticas e impensáveis no dia a dia.

 

“É como se a pintura saísse da parede para o espaço da exposição, tornando-se tridimensional e levando o público a fazer parte dela”, explica o curador.

 

 

Sobre o artista

 

Gabriel Centurion é formado pelo Instituto de Artes da UNICAMP e participante do Ateliê Fidalga – grupo de pesquisa em arte contemporânea que vem expondo os trabalhos dos seus integrantes em diversos locais do Brasil. Recebeu vários prêmios como Salão de Arte Contemporânea Luis Sacilloto,  Santo  André (SP); a Bienal do Sesc e o Salão Victor Meirelles, Florianópolis (SC).

 

 

Sobre o curador

 

Curador do Museu Bispo do Rosário, no Rio de Janeiro, Ricardo Resende é mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Tem carreira centrada na área museológica. Organizou a mostra Leonilson: Sob o Peso dos Meus Amores, em 2012 e dirigiu o Centro Cultural São Paulo.

 

 

De 30 de outubro a 21 de dezembro

Arquivo vivo

13/mai

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, apresenta a exposição “O arquivo Vivo de Sérvulo Esmeraldo”, primeira mostra que a instituição realiza após receber em comodato parte do arquivo documental e acervo deste artista cearense com uma das trajetórias mais originais da arte brasileira. Com curadoria do crítico Ricardo Resende, a exposição conta com cerca de 150 itens, entre estudos, gravuras, desenhos, relevos, matrizes, maquetes etc. A seleção reúne um panorama da produção deste artista que flertou com quase todas as formas de representação artística ao longo de mais de quatro décadas e que se encontra em plena atividade.

 

O arquivo agora no IAC ficou guardado intacto por cerca de 40 anos no ateliê do artista e amigo argentino Júlio Le Parc, em Paris, cidade onde Sérvulo viveu e trabalhou por mais de vinte anos, depois de sair do Brasil em 1957. Nessa fase em solo europeu Esmeraldo esteve junto de artistas como Vicente do Rego Monteiro, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Franz Krajcberg, Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró e Rossini Perez. O convívio com seus pares foi de enorme importância para definir sua formação intelectual e artística.

 

Destaque na exposição para as diversas matrizes de gravuras em chapa de metal que formam a base de estudos do artista no campo da arte geométrica e também abstracionista. Para o curador, “os recortes dessas placas de metal despertam interesse especial, pois é possível lhes conferir uma autonomia escultórica depois de terem transportado as imagens para o papel”. Alguns projetos de livro objeto realizados no início da década de 70 e que formam os estudos para os célebres livros objetos do artista também estão na mostra. Segundo o curador, esse conjunto de estudos inéditos agora apresentados ao público, “mostra-nos o seu caminho, que parte da observação de uma folha, de uma planta, de uma semente ou de um pé de milho, para chegar a formas geométricas puras”.

 

 

 

Sobre o artista

 

Cearense do Crato, Sérvulo Esmeraldo nasceu em 1929. O escultor, gravador, ilustrador e pintor, a partir de 1947, frequenta a Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP e mantém contato com Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Em 1951 vem para São Paulo, trabalha na montagem da 1ª Bienal Internacional e no Correio Paulistano, como ilustrador e gravador.

 

Sua primeira individual na capital paulista acontece em 1957, no MAM/SP. Após a mostra, viaja para a Europa com bolsa do governo francês, onde estuda técnicas da gravura em metal e litografia. Nos anos 60, ainda na França, integra o movimento da arte cinética, quando realiza a série dos “Excitáveis”. Retorna ao Brasil em 1978, trabalhando em projetos de arte pública, principalmente esculturas de grande porte que ornamentam a paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde vive e trabalha desde 1980.

 

Sérvulo Esmeraldo participou de diversas exposições, entre elas: 6º Salão Paulista de Arte Moderna (1957), 5ª, 6ª, 7ª e 19ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1959, 1961, 1963, 1987), 14ª Trienal de Milão, 1967 – Itália, Exposição Internacional de Gravura 1970 – Cracóvia – Polônia, Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, 1974, São Paulo – SP, Um Século de Escultura no Brasil, no Masp, 1982 – São Paulo – SP, Brasil + 500 Anos: Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, 2000 – São Paulo – SP, além da grande retrospectiva realizada pela Pinacoteca de São Paulo, em 2011. Sua obra está representada nos principais museus do País e em outras coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

 

 

De 17 de maio até 23 de agosto.

Individual de Bruno Moreschi

25/abr

A Funarte São Paulo, Campos Elíseos, São Paulo, SP, apresenta até 27 de abril a exposição “Sem Título – Técnica Mista, Dimensões Variáveis”, primeira individual do artista paranaense radicado em São Paulo Bruno Moreschi. Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra é composta por quatro séries de trabalhos que discutem o funcionamento do sistema das artes visuais e da representação. Questões como originalidade, autenticidade, cópia, autoria e mercado são palavras-chaves para entender a produção do artista.

 

“ART BOOK”, série mais recente do artista é o ponto central da exposição. Baseando-se em conhecidas enciclopédias de artistas, Bruno Moreschi criou uma luxuosa publicação em português, inglês e espanhol que se assemelha a livros encontrados em bibliotecas e livrarias, com biografias, reproduções de obras, comentários de artistas e textos de curadores nacionais e internacionais. Entretanto, diferente das demais, todo o conteúdo desse livro/obra é inteiramente ficcional. Foram cerca de 3 anos criando estereótipos de 50 artistas internacionais e suas mais de 300 obras, entre pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e performances (com atores dirigidos pelo artista), feitas em tamanho real. No centro do espaço expositivo, exemplares da enciclopédia estarão dispostas em mesas e poderão ser folheadas pelo público. A obra, que fez parte do mestrado que o artista realizou no Instituto de Artes Visuais da Unicamp, sob orientação da prof. Lygia Arcuri Eluf, recebeu diversos apoios institucionais para se tornar uma realidade: foi parcialmente financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), foi contemplada em uma residência artística da AUIP (Asociación Universitaria Iberoamericana de Postgrado) para realizar parte da enciclopédia na Universidade de Coimbra, Portugal, e apoios da Funarte, com a Bolsa de Estímulos em Artes Visuais 2013 e Prêmio Funarte de Arte Contemporânea.

 

O curador Paulo Myiada fez da exposição uma espécie de coletiva de artistas, na qual Bruno Moreschi apresenta outras séries de trabalhos como artista convidado: “Procura-se”, “Bruno Moreschi, Autor de Pierre Menard, Autor de D. Quixote” e “Pedras”.

 

Na série “Procura-se”, realizada em coautoria com Camila Regis, o artista localizou os únicos 15 retratistas de polícia que ainda fazem retrato falado a mão no Brasil. Camila foi ao encontro desses profissionais nas mais diversas cidades brasileiras e descreveu o rosto do artista. O discurso apresentado aos retratistas foi sempre o mesmo. O resultado integra a exposição.

 

A série “Bruno Moreschi, Autor de Pierre Menard, Autor de D. Quixote” é uma instalação com com desenhos que simulam as páginas do conto “Pierre Menard, Autor de D. Quixote”, escrito por Jorge Luis Borges (1899-1986). Nesse conto, Borges conta a história de um suposto escritor chamado Pierre Menard disposto a rescrever o “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes (1547- 1616). Trata-se, portanto, de um conto, que discute questões relacionadas a reescrita, copia e autoria. Diante disso, o artista Bruno Moreschi refez a mão com nanquim o conto escrito por Borges. Foram quase quatro meses de tentativas para refazer de maneira mais precisa possível a tipologia e todos os outros elementos visuais/textuais presentes no conto de uma determinada edição. O resultado é uma instalação com pequenos bancos em que as pessoas podem subir e se aproximar das obras enquadradas na parede e, dessa maneira, repararem que não se trata de páginas impressas, mas sim, desenhadas com nanquim.

 

Na série “Pedras”, Bruno Moreschi convidou 8 fotógrafos especializados em registrar obras de arte para fotografarem um mesmo objeto : uma pedra de pequeno porte, espécie escultura primitiva. O artista apenas indicou qual seria a base da pedra e deixou que os fotógrafos fotografassem o objeto seguindo o estilo de fotografia relacionado ao registro de obras de arte. O resultado é um jogo de comparação que discute a fotografia da obra de arte, e mostra como, na maioria das vezes, estudamos arte não a partir do objeto de arte, mas sim, a partir de seu registro fotógrafo. Em outras palavras, a História da Arte é muitas vezes a História da fotografia do objeto de arte.

 

Um catálogo com textos de Paulo Miyada, Victor da Rosa, Camila Regis e Bruno Moreschi, foi lançado dia 05 de abril, seguido de mesa-redonda com presença de artistas, curadores e críticos que já trabalharam questões relacionadas a autoria no campo das artes visuais: Ricardo Resende, Marilá Dardot, Matheus Rocha Pitta, Victor Rosa e Bruno Moreschi.