Vanguarda brasileira, anos 1960

13/set

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, recebeu a exposição “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.

 

A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.

 

“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para a formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.

 

A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e CreditSuisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.

 

 

 

Comodato

 

A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.”Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.

 

A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.

 

 

Até 26 de agosto de 2019.

Destaques/Seleção Olímpica

09/ago

A Galeria de Arte Ipanema, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, realiza a mostra “Destaques do acervo – Seleção olímpica”, com cerca de 40 obras de artistas como Cildo Meireles, Carlos Cruz-Diez, Rubens Gerchman, Franz Weissmann, Henrique Oliveira, Olimpíada e Paralimpíada, Jesus Soto, Raymundo Colares, Beatriz Milhazes, Amilcar de Castro, Frans Krajcberg, José Resende, Waltercio Caldas, Sarah Morris, Lygia Clark, Lygia Pape, Sergio Camargo, Djanira, Di Cavalcanti, Alberto Guignard, Alfredo Volpi, Djanira, Julio Le Parc, Manabu Mabe, Wanda Pimentel, Maria Leontina, Victor Vasarely, Luis Tomasello, Juan Mele, Tomie Ohtake, Aluisio Carvão, Mira Schendel.

 

Dentre as pérolas do acervo da histórica galeria sediada na Rua Aníbal de Mendonça, Ipanema, está o conjunto de oito desenhos “Descala”, feitos em 2003 por Cildo Meireles, gravados quimicamente em chapas de aço carbono. De Carlos Cruz-Diez, um dos pioneiros da arte cinética, estará exposta a obra “Physichromie nº 1848” (2013), que se transforma à medida que o espectador olha enquanto caminha a sua frente. O raro trabalho “Tô Fora SP” (1968), de Rubens Gerchman, pintura com tinta acrílica sobre cartão, também está na exposição. Do escultor Franz Weissmann, a galeria mostrará “Coluna”  (1989), em ferro pintado, com 81 cm de altura. O paulista Henrique Oliveira, que já frequentava o circuito internacional da arte ganhou ainda mais notoriedade ao integrar a 29ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2010. Dele, será mostrada a pintura com acrílica sobre tela, também de 2010.

 

 

Breve histórico

 

Fundada por Luiz Sève, aos 24 anos, que cursava o último ano de engenharia na PUC, e sua tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro, a Galeria de Arte Ipanema teve como terceiro sócio Luiz Eduardo Guinle, e se instalou em 1965 em um dos salões do Copacabana Palace, passando depois para o térreo do Hotel, na Avenida Atlântica, onde permaneceu até 1973. Em 1968, Frederico Sève, irmão mais moço de Luiz Sève, entrou na sociedade no lugar de Luiz Eduardo Guinle. Com direção de Frederico Sève, a Galeria de Arte Ipanema manteve também um espaço em São Paulo, entre 1972 e 1989, na Rua Oscar Freire, em uma casa projetada por Ruy Ohtake especialmente para este fim, e depois na Rua da Consolação. Frederico permaneceu na sociedade até 2002.

 

Atualmente, Luiz Sève dirige a galeria ao lado de sua filha Luciana, no número 173 da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, até finalizar a construção do espaço que tem projeto arquitetônico assinado por Miguel Pinto Guimarães, previsto para 2017, na quadra da praia da mesma rua, no endereço original que ocupou desde 1972 (ano compartilhado com o espaço no Hotel Copacabana Palace).

 

 

Até 24 de setembro.

Coleções do MAM RIO

27/jul

Neste sábado, dia 30 de julho, o MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a grande exposição “Em polvorosa – Um panorama das coleções do MAM Rio”, com destaques de seu acervo, com obras de mais de 100 artistas, brasileiros e estrangeiros, selecionadas pelos curadores Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. A mostra vai ocupar todo o segundo andar do Museu, incluindo o Salão Monumental, em uma área de quase 2.500 metros quadrados O curador quis mostrar para o público a joia arquitetônica que é o prédio do MAM, projetado em 1958 por Affonso Reidy, e retirou divisórias, permitindo ao público uma rara perspectiva do amplo espaço do segundo andar. De um extremo a outro do espaço, há 123 metros de extensão.

 

A primeira preocupação do curador foi a de escolher obras de qualidade inegável, as quais chama de highlights, como as de Pollock, Keith Hering, Brancusi, Giacometti, Lucio Fontana, Henri Moore, Rodin, Calder, Joseph Albers, Barry Flanagan, VittoAcconti, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Ivens Machado, Waltercio Caldas, Antonio Manuel, José Damasceno, Artur Barrio, Regina Silveira, Willys de Castro, Hércules Barsotti, Lygia Clark e Hélio Oiticica.

 

E, também, privilegiar artistas “muito conhecidos, mas pouco mostrados”, como Anita Malfatti, que “tem desenhos a carvão lindos, pouco vistos”. As obras serão articuladas por aproximações estéticas e por épocas, com alas dedicadas aos anos 1920, com o modernismo, aos anos 1950/60, com o abstracionismo, o concretismo, o neoconcretismo, a nova figuração, e à arte contemporânea.

 

Na entrada do segundo andar do museu, estará um texto sobre a mostra e uma homenagem ao artista Tunga, falecido recentemente, junto ao trabalho que dá título à exposição, da série “Desenhos em polvorosa”, de 1996, em pastel seco sobre papel, pertencente à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio. Um dos destaques da exposição é o conjunto reunido pela primeira vez de importantes instalações de artistas brasileiros: “Poeta/Pornógrafo”, de 1973, de Antonio Dias; “Alegria”, de 1999, de Adriana Varejão, “Cerimônia em três tempos”, de 1973, de Ivens Machado; “Ping-ping, a construção do abismo no piscar dos cegos”, de 1980, de Waltercio Caldas; “Fantasma”, de 1994, de Antonio Manuel (em sua versão original, montada em 2001; “Motim II”, de 1998, de José Damasceno; “Marulho”, de 1991, de Cildo Meireles, não vista no Rio de Janeiro desde sua primeira apresentação, no MAM, em 2002 e “Graphos 2” de 1996, de Regina Silveira. Serão apresentados, ainda; “De dentro para fora”, de 1970, de Artur Barrio; “Lute”, de 1967, de Rubens Gerchman.

 

Ao invés de textos explicativos, Fernando Cocchiarale optou por dar o contexto histórico do Brasil, para as obras de arte, por meio de fotografias dispostas em nove vitrines, de 1,70m cada, distribuídas pelo espaço expositivo. São registros do Brasil imperial, com nobres, escravos, etnográficos, do cotidiano, da vida política, ou ainda de grupos como garimpeiros, candangos e índios, de mais de 20 fotógrafos, de Franz Keller, Marc Ferrez, Jorge Henrique Papf, Martín Chambi, Alberto Ferreira Lima, Luis Humberto, Walter Firmo, Luis Brito, Milton Guran, Orlando Azevedo, Orlando Brito, Leopoldo Plentz, Duda Bentes, Carlos Terrana, André Dusek, Nino Rezendee AntonioDorgivan, entre outros.

 

“O território onde a imagem e a palavra se encontram é o fotojornalismo. É de sua natureza uma proximidade muito grande com a notícia, que é verbal. A foto é uma sobrenotícia. As coleções do MAM têm maravilhosas obras que podem ser consideradas fotojornalismo. Franz Keller mostra em 1870 índios cobertos artificialmente, porque eles não poderiam aparecer com ‘suas vergonhas’ à mostra, como disse Pero Vaz de Caminha, e foram adaptados à moral vitoriana. Papff tem umas fotografias incríveis de cafezais”, destaca.

 

Dentre as mais de 100 obras, estarão também as dos artistas Brecheret, Bruno Giorgi, Lygia Clark, Regina Vater, Diane Airbus, Marcia X(com “A cadeira careca”, seu último trabalho, feito em 2004 com Ricardo Ventura), Luiz Pizarro, Jorge Duarte, Carlos Vergara, Guilherme Vaz, Marcelo Moscheta e Jonathas de Andrade.

 

“Não acho que a arte tem que estar a serviço de nenhum discurso. Não há continuidade entre a experiência visual e discurso. Se eu e Fernanda Lopes “editarmos” bem, podemos criar um certo fluxo semântico com a exposição”, complementa Fernando Cocchiarale.

 

 

Até 06 de novembro.

 

 

EAV Parque Lage/ livro 40 anos

17/nov

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage promove dia 18 de novembro de 2015, às 19h, o lançamento do livro “O que é uma escola livre?” (Oca Lage e Editora Cobogó, 2015), uma compilação de mais de cem depoimentos escritos especialmente a convite da diretora da instituição, Lisette Lagnado. A publicação reúne mais de cem depoimentos de artistas, críticos, poetas, pensadores, professores, estudantes, curadores e dirigentes de instituições no Brasil e no exterior, que responderam à pergunta: “O que é uma escola livre?” Na noite de lançamento haverá leitura de trechos do livro, projeções no Palacete de imagens históricas, a cargo da artista Tina Velho e seus alunos do Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV, em sincronia com obra sonora de Franz Manata e Saulo Laudares.  

 

“Como celebrar os quarenta anos de uma das instituições mais cultuadas da cidade por seu compromisso com a redemocratização do país e a emergência de novos valores?”, indaga Lisette Lagnado no texto de apresentação. “Este modesto livro se propõe a interrogar o futuro de uma escola de arte consagrada por uns e outros como ‘lugar anárquico’ ou espaço para trocas, ‘jardim da oposição’ e invenção de percursos, espaço mítico de experiência e formação de plateias”, explica. “Longe de pretender ser exaustivo, procurou-se dar voz às múltiplas e contraditórias expectativas em torno da missão de uma escola de arte no século 21”. Lisette Lagnado conta que os depoimentos poderiam ter até trezentas palavras, serem “uma única frase, ou ainda virem na forma de uma imagem”. “A publicação contemplou professores fundadores e atuais, ex-diretores, ex-alunos e estudantes em vias de formação, além de artistas e figuras públicas que tenham passado pela EAV ou se dediquem à difusão da arte e da cultura”, destaca.

 

Marcio Botner, presidente da Oca Lage, organização social que administra a Escola, instituição pertencente à Secretaria Estadual de Cultura, diz que a EAV Parque Lage “é o Taj Mahal da cultura”. “Foi um presente de amor de Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni”, e que seria “importante conhecermos o passado e entendermos o presente para darmos um salto para o futuro. Isto é que é liberdade!”. Para a elaboração do livro, Lisette Lagnado coordenou uma comissão editorial integrada por Fernando Cocchiarale, Helio Eichbauer e Roberto Conduru (que formam a Comissão de Ensino da Escola), Marcio Botner, e Marcelo Campos, coordenador do Memória Lage, projeto selecionado pelo Edital Petrobras 2012, que reuniu, catalogou e digitalizou cinco mil documentos do acervo da EAV Parque Lage. “O que é uma escola livre?” integra uma série de atividades em torno das comemorações dos 40 anos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

 

 

Sobre a EAV Parque Lage

 

Fundada em 1975 pelo artista  Rubens Gerchman (1942-2008), que a dirigiu até 1979, a EAV Parque Lage é uma referência no país pela liberdade criativa e seu caráter pluridisciplinar, e também está intimamente ligada à cidade do Rio de Janeiro, por suas atividades artísticas e culturais. Foi cenário de emblemáticos filmes do Cinema Novo, como “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, e “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, e ainda de “O homem do Rio” (1964), de Philippe de Broca, com Jean-Paul Belmondo e Ariane Mnouchkine. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage ocupa uma área de cerca de 175 mil metros quadrados, à beira da Floresta da Tijuca, e aos pés do Corcovado, e tanto sua área verde, com variedade de espécies da Mata Atlântica, como seu conjunto arquitetônico, são tombados como patrimônio paisagístico, ambiental e cultural pelo IPHAN. Seu Palacete-sede foi construído em 1924 pelo empresário Henrique Lage para sua mulher, a cantora lírica Gabriella Besanzoni (Roma, 1888-1962), e o casal se notabilizou pelas festas e saraus que ofereciam à sociedade da época.

 

 

Sobre a Cpobog

 

Criada em 2008, a Editora Cobogó é especializada na publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Entre os diversos títulos lançados estão livros de Andy Warhol (A filosofia de Andy Warhol  e Popismo), Hans Ulrich Obrist (Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6, Caminhos da Curadoria); Ariane Mnouchkine (A arte do presente);  John Cage (De segunda a um ano);  Merce Cunningham (O dançarino e a dança), além das coleções Dramaturgia, com importantes textos do teatro contemporâneo brasileiro e internacional, e O Livro do Disco, que mergulha no universo de álbuns emblemáticos da história da música brasileira e internacional. Em artes visuais, o catálogo da editora inclui as monografias bilíngues dos artistas brasileiros contemporâneos Adriana Varejão, Erika Verzutti, Nuno Ramos, Efrain Almeida, Rivane Neuenschwander, Paulo Nazareth, Laura Lima, Rodrigo Andrade, Luiz Braga, Alexandre da Cunha e Paulo Monteiro, entre outros. Além disso, também foram publicados os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI, Desdobramentos da Pintura Brasileira séc. XXI, Fotografia na Arte Brasileira séc. XXI e Outras Fotografias na Arte Brasileira séc. XXI.

 

Casa Cidade Mundo

09/out

Pensar os graves problemas de habitação, desenvolvimento urbano e crescimento das cidades sob o prisma da arte, e relatar/imaginar propostas e soluções para a realidade brasileira é o tema central de “CASA CIDADE MUNDO”, primeiro módulo do projeto “A Beleza Possível”, que o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abriga atualmente.  Com realização do Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura e curadoria de Evandro Salles, a exposição propõe “a arte como geradora de identidade, a cultura como convergência de arquitetura, cidadania e arte”, diz o curador.

 

CASA CIDADE MUNDO apresenta cerca  de 100 obras de artistas plásticos, arquitetos, artistas e pensadores que tratam do tema em suas obras ou que produziram trabalhos especialmente para a mostra [lista de participantes abaixo]. Poderão ser vistas desde obras referenciais na história da arte brasileira, como duas maquetes de casa de Lygia Clark feitas nos anos 1960, até desenhos, maquetes, fotografias, registros de ideias, textos e outras formas de elaboração visual e textual em torno da CASA como signo fundamental da cultura.

 

A exposição foi idealizada pelo Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura (instituição criada no Rio de Janeiro em 2013 com vistas à promoção das relações entre arte e arquitetura em torno da habitação popular), em parceria com o Museu de Arte do Rio –  MAR (que sediará seus dois outros módulos durante 2016) e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através do edital de Fomento à Cultura Carioca, com o apoio de diversos centros culturais e instituições.

 

As obras dessa mostra foram criadas especialmente para o evento, ou foram colhidas em importantes acervos e instituições:  Museu de Arte do Rio, Museu de Arte de Brasília,  Museu Bispo do Rosário, Coleção Sérgio Carvalho– Brasília, e com diversos colecionadores particulares e coleções dos artistas.

 

 

Arquitetura e arte realinhadas

 

Núcleo de referência espacial e familiar, signo cultural, marco e identidade, interseção entre o público e o privado, a casa, desde o surgimento das comunidades sedentárias, é o “espaço de troca entre o dentro e o fora, entre a cultura e o sujeito”, como diz o curador.  “É o lugar que aqui propomos tomar politicamente para pensar a arte, a arquitetura, a cidade e o mundo, hoje”, Salles sugere.

 

A mostra pretende abrir uma reflexão coletiva, polifônica e propositiva – a partir do campo da arte e do livre pensamento – sobre novas configurações em torno da relação entre arte e arquitetura no âmbito da cultura brasileira e sobre a questão da habitação social e do desenvolvimento urbano.

 

Os trabalhos inéditos – encomendados no leque “ideia– proposta– projeto– sonho– utopia– ou– realidade de habitação”–  provocam, sugerem e se projetam em uma das mais importantes linhas de atuação do Instituto CASA: o “realinhamento da arte e arquitetura no âmbito da cultura” no Brasil, corrigindo a separação dessas disciplinas, estabelecida no país no período da ditadura militar. Os fundamentos dessa reintegração têm “base tanto da arquitetura moderna como das arquiteturas com fortes raízes culturais”, ressalta ainda o curador.

 

 

Participantes

 

Adalgisa Campos  |  Adolfo Montejo Navas  |  Antoni Muntadas  |  Antonio Risério  |  ARCHE/ Elsa Buguiere  |  Armando Queirós  |  Artur Casas  |  Augusto de Campos  |  Bárbara Nascimento da Rosa  |  Carla Guagliardi  |  Carla Juaçaba  |  Chico Amaral  |  Cildo Meireles  |  Daniel Murgel  |  Daniel Senise  |  Demetris Anastassakis  |  Eduardo Coimbra  |  Eduardo Frota  |  Elizabeth de Portzamparc  |  Ernesto Neto/Laura Taves  |  Fund. Bento Rubião |  Gil Vicente  |  Gustavo Speridião  |  Guy Veloso  |  Hélio Oiticica  |  Jacobsen Arquitetura  |  João Castilho |   Jorge Mario Jauregui  |  José Bechara  |  José Damasceno  |  Lucia Koch  |  Luiza Baldan  |  Lygia Clark  |  Marcelo Silveira |  Marcos Bonisson  |  Milton Hatoum  |  Milton Machado  |  Montez Magno  |  Pablo Benetti  |  Patricia Osses  |  Paula Trope  |  Paulo Bruscky  |  Paulo Climachauska  |  Pedro da Luz  |  Pedro David  |  Pedro Rivera/Pedro Evora  |  Regina Vater  |  Rainer Hehl  |  Rodrigo Braga  |  Rodrigo Zeferino  |  Rubens Gerchman  |  Rubens Mano  |  Umberto Costa Barros  | Walter Firmo  |  Waltercio Caldas  |  Wlademir Dias-Pino  |  Yana Tamayo

 

Mostra é o primeiro módulo do projeto A BELEZA POSSÍVEL

 

A exposição inaugura um projeto ambicioso, “A BELEZA POSSÍVEL – arte e cultura para uma arquitetura social no Brasil”, que em 2016 se desdobrará em mais dois segmentos – um seminário e uma mostra, avançando para debates e criações propositivas.  O espaço da habitação, da residência, “núcleo estruturador da cidade”, que pertence tanto à esfera individual quanto à coletiva –  “não como fronteira que separa, mas como intercessão que integra”, ressalta o curador – , serve aqui de pilar para a discussão do “entrelaçamento fundamental” entre a arte e a arquitetura.

 

O conjunto de intenções de “A BELEZA POSSÍVEL” parte da reflexão sobre a arquitetura praticada hoje no Brasil e busca sugestões de novos modelos habitacionais “que associem custo compatível, qualidade de projeto, qualidade de vida, inserção urbana, sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico”. A intenção é a de reunir grandes arquitetos brasileiros e estrangeiros para projetar casas de baixo custo e alta qualidade técnica e estética, numa proposta de democratização do direito de moradia, discutindo soluções técnicas e a sustentabilidade sem perder de vista o apuro estético.

 

 

Instituto Casa

 

O Instituto CASA – Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura é uma instituição civil sem fins lucrativos, criada em 2013, que trabalha com a interação entre os campos da arte e da arquitetura, objetivando o bem-estar social e o desenvolvimento da cultura em amplos setores da sociedade.

 

O campo de atividades do Instituto CASA se abre com a proposição de projetos de arte e arquitetura voltados para a moradia popular, que fomentem o diálogo permanente entre arquitetos, artistas, urbanistas, ativistas, sociólogos, economistas, educadores e pensadores.

 

Os programas e projetos desenvolvidos integram, a partir de sua abordagem colaborativa e abrangente, diversos saberes, olhares e manifestações. Desse ponto de vista, o Instituto acredita que pensar a casa como espaço primordial do indivíduo é pensar a cultura, a educação, a arte, a arquitetura, a economia como instrumentos do desenvolvimento social. Pensar a casa é pensar o mundo, e pensar a casa através da arte é pensar eticamente um novo mundo para o sujeito social.

 

 

Até 14 de novembro.

“Opinião 65 – 50 anos depois”, no MAM Rio

14/set

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo,  inaugura, no próximo dia 19 de setembro de 2015, a exposição “Opinião 65 – 50 anos depois”, com 57 obras de artistas brasileiros que participaram da emblemática exposição em 1965, organizada por Ceres Franco e Jean Boghici (1928-2015), no MAM Rio. Dessas obras, três participaram da exposição original: as pinturas “Miss Brasil” (1965), de Rubens Gerchman, e “O artista chorando assina…” (1964), de Wesley Duke Lee, e um “Parangolé” de Hélio Oiticica, que apresentou seus Parangolés pela primeira vez ao público na exposição de 1965.

 
Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a mostra terá ainda uma série de cartazes de filmes que estavam em exibição no período da exposição em agosto/setembro de 1965, documentos de época, críticas de jornal, uma série de fotografias dos artistas e da exposição em 1965, um vídeo de 1967, intitulado “Arte Pública”, e um novo feito para a exposição. A ideia é reconstituir a atmosfera do período e mostrar o quanto a exposição foi um momento importante de resistir ao golpe militar, juntando artistas de uma mesma geração que atualizavam o vocabulário plástico da arte brasileira pondo-a em contato com a energia da visualidade popular. A mostra é uma parceria com a Pinakotheke Cultural, que irá inaugurar na mesma data, em seu espaço em Botafogo, uma exposição com cerca de 70 obras, em que todos os trinta artistas participantes da montagem original estarão representados. Destas, todas foram produzidas na época, e várias integraram a mostra no MAM.

 
Os artistas que terão obras na exposição do MAM são: Adriano de Aquino,  Angelo de Aquino, Antonio Berni, Antonio Dias, Carlos Vergara, Flávio Império, Gastão Manoel Henrique, Hélio Oiticica, Ivan Freitas, Ivan Serpa, José Roberto Aguilar, Pedro Geraldo Escosteguy, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, Tomoshige Kusuno, Vilma Pasqualini e Wesley Duke Lee.

 

 

A palavra do curador

 

“A exposição Opinião 65 está no inconsciente coletivo da história cultural recente. Tentando recontar este capítulo de nossa história para as gerações mais novas, ao mesmo tempo em que homenageamos os curadores e artistas que fizeram parte daquele momento, o MAM Rio – palco dos acontecimentos – e a Pinakotheke Cultural resolveram juntar seus esforços nesta empreitada. Aqui no MAM, daremos foco aos artistas brasileiros que participaram da exposição, além de mostrar material de arquivo referente à mostra – críticas, iconografia, filmes e entrevistas”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio.

 

 

De  19 de setembro a 28 de fevereiro de 2016.

Presença de Jean Boghici

09/jun

Nome fundamental do mercado de arte brasileiro, Jean Boghici, nascido em 1928, na Romênia, chegou ao Brasil em 1948 fugindo da Segunda Guerra na Europa, clandestino em um navio francês, após em anos em fuga ao lado de amigos judeus.  Iniciou suas atividades nos anos 1960, quando abriu, no Rio de Janeiro, a galeria Relevo. Jean Boghici, foi um dos maiores colecionadores de arte do país e pioneiro no mercado de arte brasileiro. Ao longo do tempo colecionou obras de artistas como Volpi, Guignard e Di Cavalcanti, mas também investiu em nomes como Antonio Dias, Ivan Serpa, Vegara e Rubens Gerchman. À frente da galeria que leva seu nome, em Ipanema, Boghici tinha um rico acervo, com trabalhos de Modigliani, Lucio Fontana, Rodin, Alexander Calder e Maria Martins, entre outros. Ajudou a formar duas das maiores coleções de arte brasileira, como as de Gilberto Chateaubriand e Sergio Fadel, e trouxe ao país obras de artistas internacionais como Corneille. O MAR, Museu de Arte do Rio, homenageou-o com a exposição intitulada “O Colecionador”, com quadros representativos do modernismo, do surrealismo, da pintura primitiva, da abstração informal, da abstração construtiva, da nova figuração e da pintura russa; sendo estes os maiores interesses de Boghici em termos de movimentos artísticos. Com 136 obras, de nomes como Tarsila, Lygia Clark, Di Cavalcanti, Brecheret, Kandinsky e Rodin, entre outros grandes artistas dos últimos séculos, a mostra recebeu 258 mil pessoas de março a setembro de 2013.

Sergio Gonçalves na SP- Arte

07/abr

A Sergio Gonçalves Galeria, Rio de Janeiro, RJ, participa pelo quarto ano consecutivo da SP-Arte, Feira Internacional de Arte de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP. A galeria de arte carioca ocupará o stand A 02 e levará um projeto inédito: a “Nonada!”, uma instalação feita com obras de Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, artistas cujas obras e trajetórias dialogam, uma vez que ambos viveram, conhecem e traduzem como poucos o rico universo da cultura popular. Jorge inicia o trajeto a partir de um amontoado de livros esculpidos em madeira de várias espécies. São centenas de livros que aparecem “desassossegados” em estantes e mesas caindo pelo chão. Em certo momento começam a formar um turbilhão, cujo interior começa a brotar seres, objetos e fragmentos.

 

Também será apresentada a instalação “Pode entrar, fique à vontade, a casa é sua”, onde tudo que fará parte da obra será assinado por algum artista plástico e estará à venda, desde as cadeiras e a mesa de atendimento até estante, banco, tapete, livros, etc. Jorge Fonseca e Raimundo Rodriguez, – artistas unidos pelos sertões brasileiros e cada um deles com uma linguagem bem peculiar -,  desenvolveram a instalação especialmente para a SP-Arte 2015.

 

Além disso, também serão apresentadas obras de Rosana Ricalde, Felipe Barbosa (que assina alguns móveis), Carlos Vergara (e seu famoso banco feijão), Eduardo Ventura, Ana Durães, Bernard Pras, Carlos Aires, Andrea Facchini, Nelson Leiner, Cildo Meirelles, Iole de Freitas, Regina Silveira, Daniel Senise, Rubens Gerchman, entre outros.

 

Este é o mais importante evento do mercado de artes do hemisfério sul e contará com um texto da crítica de arte Renata Gesomino sobre as instalações.

 

 

Sobre a SP-Arte

 

A mostra reúne mais de 100 galerias de arte de nove estados do Brasil e 16 outros países e apresenta uma oportunidade única para se travar contato com obras, artistas, curadores e outros profissionais do sistema das artes. A feira é enriquecida, ainda, por atividades culturais, como o Programa Educativo de palestras e encontros e o Núcleo Editorial, com a presença de revistas, editoras de livros de artista, lançamentos de livros e uma exposição especial dedicada ao tema. O reflexo da realização desse evento pode ser visto em toda a cidade, com a programação dos museus, centros culturais, galerias e visitas especiais a essas instituições, coleções privadas e ateliês de artistas.

Domingo no Parque Lage

27/fev

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, lança no próximo 1º de março sua campanha comemorativa de 40 anos de fundação, idealizada pelo artista Rubens Gerchman, em 1975. Profundamente integrada à vida da cidade, a EAV escolheu a data em que o Rio de Janeiro completa 450 anos para dar a partida no ano de comemorações, e o evento Domingo no Parque integra a programação oficial da cidade.

 

Para celebrar junto com o público o espaço nascido sob o signo da liberdade e experimentação, em pleno regime militar, serão apresentadas diversas atividades, para todos os públicos. Arte, música, oficinas para crianças, lançamento de catálogo e uma espetacular exibição de balões solares, sem uso do fogo, estão na programação.

 

Durante o evento, será lançado um selo especial comemorativo que acompanhará todas as ações da instituição ao longo do ano. A campanha comemorativa abrange ainda slogans poéticos, com frases criadas pelos poetas Pedro Rocha e Domingos Guimaraens, e também pesquisadas em cartazes e outros documentos do Memória Lage – projeto contemplado pelo edital de 2012 do programa Petrobras Cultural que vem catalogando e digitalizando o acervo de mais de doze mil documentos da instituição. Os slogans estarão em banners ao longo do muro do Parque, e também em cartazes, impressos na oficina gráfica da EAV, em suas prensas históricas. A área verde do Parque Lage terá uma sinalização também poética, ilustrada como os balões de pensamento das histórias em quadrinhos.

 

O Domingo no Parque se estenderá mensalmente até setembro, com uma programação de música, poesia, performances, espetáculos teatrais, atividades educativas, instalações sonoras, lançamentos de publicações, entre outras ações. Em setembro, haverá uma grande celebração de encerramento das festividades dos 40 anos da EAV Parque Lage.

 
PERFORMANCE “LARGADA AO CÉU”, COM BALÕES SOLARES

 
Um dos destaques do Domingo no Parque será a performance “Largada ao céu”, com balões solares, que reunirá cinco esculturas infláveis de papel de seda de cores escuras, de até doze metros de altura, infladas pelo ar quente produzido por pequenas ventoinhas e o calor do sol.  A partir das 8h da manhã ao meio-dia, cada um dos balões será lançado ao ar, de hora em hora, no terraço do Palacete, com coordenação do mestre baloeiro Luciano Britto e da Sociedade de Amigos do Balão (SAB). O encontro de infláveis trará ao Parque Lage o ritual das Zonas Norte e Oeste do Rio em torno dessa prática, e cada balão levará uma bandeira de papel de seda com as logomarcas comemorativas dos 40 anos da EAV Parque Lage e dos 450 anos do Rio de Janeiro, e uma imagem da instituição. A performance será também uma homenagem a João Grijó (1949-2003), professor da EAV, que pesquisou os balões de papel e seu universo lúdico-tecnológico. Um júri formado pelos artistas Ernesto Neto e Paulo Paes, e o gerente de eventos da Oca Lage, Marcus Wagner, determinará a ordem de largada dos balões solares, que estará sujeita às condições meteorológicas. O balão solar usa o mesmo princípio do balão de fogo para subir: aquece o ar que guarda no seu bojo. Mas faz isso sem a utilização de fogo, e sim com o uso de ventoinhas, e  assim concentram calor com sua superfície escura exposta ao sol quente. Este tipo de balão vem sendo utilizado por baloeiros que desejam contornar os riscos incendiários dos balões tradicionais, sem que pra isso tenham que abandonar sua arte. Esses balões são biodegradáveis e seguem as determinações da lei municipal número 5.511, de 2012, que regulamenta a soltura do balão sem fogo no Rio de janeiro.

 

CHUVEIROS SONOROS

 

Será instalado na área verde do Parque o trabalho “Chuveiros sonoros”, do artista carioca Romano (1969), em que três chuveiros de banho em aço inoxidável, dispostos em cima de uma estrutura com azulejos, que acionados pelo espectador começam a “cantar”. O áudio de pessoas cantando e falando, colhido pelo artista, pode ser ouvido em caixas de som posicionadas na parte interna dos chuveiros, e o público pode regular o volume dos sons, mexendo nas torneiras dos chuveiros.

 

GRUPO DE CHORO PIXIN BODEGA

 

O grupo de choro Pixin Bodega, criado no final de 2010 na Praça General Glicério, em Laranjeiras, fará duas apresentações: com rabeca, das 10h às 12h, no Pátio da Piscina, no Palacete, das 13h às 15h, no Parquinho. O grupo, que tem o nome em homenagem a Pixinguinha e a Zé Bodega, saxofonista irmão do maestro Severino Araújo, é formado por sete músicos empenhados em manter a tradição dominical do choro na General Glicério, que passou a integrar a comemoração oficial dos 450 anos do Rio. Os músicos são Pedro Silva (clarineta e Saxofone), Jorge Mendes (violão de 7 cordas), Vinicius Santos (bandolim), Sérgio Zoroastro (cavaquinho), Luis Carlos Souza (percussão), Almir Bacana (percussão), e Lauro Mesquita (percussão).

 

POESIA SEM RABO PRESO

 

Os poetas Domingos Guimaraens, Pedro Rocha e o artista Cabelo farão a performance “Poesia sem rabo preso”, em que puxarão um carrinho tipo “burro sem rabo”, declamando poesias e convidando o público a participar.

 

CLINÂMEN – A BANDA DE UM DIA

 

A partir das 16h, e até as 21h, se apresentará na Gruta o grupo Clinâmen ou a Banda de um dia, formada pelos artistas plásticos, escritores, videastas, músicos e performers André Parente, Frederico Benevides, Jonnata Doll, Júlio Parente, Lucas Parente, Luísa Nóbrega, Solon Ribeiro, Uirá dos Reis e Yuri Firmeza, vindos de várias cidades, e que vão se reunir especialmente para o evento. Clinâmen é o “desvio de átomos em queda que se encontram no espaço para formar novas matérias”, explicam. “É o entrechoque em um espetáculo estrondoso que nos leva da exaustão (do excesso de barulho, imagem e duração) ao transe absoluto. Imagem e ruído se fundem atravessando a caverna artificial numa onda de espectros que desfaz todo limite entre mundos contíguos. Como dizia o poeta suicida e sem nação Ghérasim Luca (1913-1994), devemos abrir a palavra e a matéria como num acidente automobilístico, liberando o fluxo vital do seu casulo”.

 

JARDS MACALÉ

 

Em um espetáculo no Lago dos Patos, às 17h, Jards Macalé celebrará no Domingo no Parque seus 72 anos de intensa atividade de vida, junto com os 40 anos da EAV Parque Lage e os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. Compositor, intérprete, violonista, produtor e diretor musical, orquestrador e ator, Jards Macalé transita nas várias formas da arte, do cinema ao teatro, literatura e artes visuais. Um pouco da sua história está presente na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.  No período de 1975 a 1979, na gestão inaugural de Rubens Gerchman, Macalé foi protagonista fundamental do evento Verão a 1000, idealizado e produzido por Xico Chaves, onde músicos atuavam ao lado de poetas e artistas. Aliado às novas gerações, Macalé está na música popular como na música erudita, do folclore à vanguarda.

 

XICO CHAVES E A POROMINA-MINARE, A INCORPORAÇÃO DE TIDO-MACUMBÊBÊ

 

O artista visual e poeta Xico Chaves fará, às 15h, na Piscina, a “performance poética antiantropofágica” referenciada no mito de Poromina-Minare, que tem origem na região amazônica do Uaupês, e em outras influências da Alquimia, Magia Branca e Candomblé. Xico Chaves teve atuação marcante na gestão de Rubens Gerchman, de 1975 a 1979.

 

OUTRAS ATIVIDADES

 

O Domingo no Parque terá ainda durante a manhã oficina para crianças com as professoras da EAV, percurso com mediadores pela mata, no Salão Nobre, às 16, haverá o lançamento do catálogo da exposição “Quinta Mostra EAV Parque Lage”, com a presença dos curadores-professores Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Marcelo Campos, e dos artistas participantes Ana Freitas, Ana Hortides, Bruno Drolshagen, Daniel Albuquerque, Felipe Abdala, Gustavo Torres, Jonas Arrabal, José Alejandro Lópes, Lin Lima, Louise Botkay, Lucio Salvatore, Mariana Smith, Maya Dikstein, Priscila Piantanida, Raquel Versieux, Rodrigo Martins, Sergio Arbusà, Thomas Jeferson e Tiago Cadete.

 

Serviço: Domingo no Parque – Dia festivo de lançamento dos 40 anos da EAV Parque Lage e comemoração dos 450 anos da cidade

 

Dia: 1º de março de 2015, das 8h às 21h

Os portões do parque fecham às 20h

No MAM/Rio

18/dez

O MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ,  inaugura duas exposições: “Operação Condor”, com 113 fotografias do fotógrafo português João Pina, que mostram o que foi a Operação Condor – aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul – e as ditaduras militares nos países latino-americanos nos anos 1970, e “Imagens da escuridão e da resistência, com cerca de 50 obras de artistas e ativistas brasileiros que fizeram de seus trabalhos um instrumento de luta política, tanto na época da ditadura militar quanto nos dias atuais.

 

O trabalho de João Pina foi realizado ao longo de nove anos e resultou na exposição e no livro “Condor” (Editora Tinta da China), com 246 páginas, prefácio do jornalista Jon Lee Anderson e posfácio do juiz Baltasar Garzón.

 

No dia da abertura da exposição no MAM Rio será realizado o lançamento do livro e uma mesa-redonda, às 18h, com a participação do fotógrafo João Pina, do curador do MAM Rio Luiz Camillo Osorio e do jornalista Chico Otavio.

 

Com curadoria de Diógenes Moura, a mostra apresenta fotos em preto e branco das séries “Brasileiros”, “Retratos”, “Paisagens”, “Laboratório”, “Prisões”, “Julgamentos”, “Salas de Tortura” e “Arquivos”. A exposição terá, ainda, uma instalação composta por várias imagens de antigos presos políticos paraguaios, tratadas como cartazes típicos de rua que eram usados para procurar pessoas durante as ditaduras. Por meio destas fotografias, Pina investiga e documenta as histórias de brasileiros e outros sul-americanos que foram diretamente afetados pelas ditaduras militares em geral, e, em particular, pela Operação Condor.

 

Paralelamente à exposição, será realizada a mostra “Imagens da escuridão e da resistência”, com curadoria de Luiz Camillo Osório, que selecionou obras de Antonio Manuel, Augusto Malta, Carlos Zilio, Evandro Teixeira, Hélio Oiticica, Hugo Denizart, Rosângela Rennó e Rubens Gerchman, pertencentes à coleção do MAM Rio e à coleção Gilberto Chateaubriand, em comodato com o Museu.

 

A mostra terá, ainda, a Cosmococa “CC9 Cocaoculta Renô Gone”, projeto que Hélio Oiticica enviou para Carlos Vergara em 1974, que será realizado e apresentado pela primeira vez. Completam a exposição um vídeo do coletivo Atelier de Dissidências Criativas, cartazes lambe-lambe dos artistas Joana Traub Csekö, Isabel Ferreira, Fábio Araújo e Icaro dos Santos, e fotografias do projeto Imagens do Povo, realizado pelo Observatório das Favelas, que alia a fotografia às questões sociais.

 

 

Até 22 de fevereiro de 2015.