Rubens Gerchman na Casa Daros

28/nov

A exposição “Rubens Gerchamn – Com a demissão no bolso”, na Casa Daros, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta documentos e trabalhos de um dos mais importantes artistas plásticos do Brasil que, em plena ditadura militar, fundou e assumiu a diretoria da “Escola de Artes Visuais do Parque Lage”, função que exerceu entre 1975 a 1979, possibilitando uma área de livre criação pois além de alunos matriculados nos diversos cursos, Rubens Gerchman permitia que qualquer pessoa frequentasse a escola e seus cursos, mesmo sem estar matriculado.

 

Foi criada para esta mostra uma linha do tempo para que toda a trajetória do artista fosse apreciada. Gerchman foi figura ativa e participante dos movimentos artísticos dos anos 60 como a Tropicália e a Arte Conceitual, num período fervilhante da cultura nacional onde as diversas correntes fluíam, fosse música, cinema e artes plásticas,  revelando nomes como Caetano Veloso e Tom Zé, mas também trazendo à cena nas artes visuais Ligia Pape, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Lygia Clark e Barrio.

 

Rubens Gerchman reformulou a Escola e escolheu colaboradores como Celeida Tostes, Helio Eichbauer, Lina Bo Bardi, Ligia Pape, Marcos Flaksman e Xico Chaves. A mostra conta com importantes vídeos com depoimentos de artistas que conviveram  e trabalharam com ele na Escola de Artes Visuais do Parque Lage: Roberto Magalhães, Luiz Ernesto e Cildo Meireles entre outros.

 

 

Até 08 de fevereiro de 2015.

Leilão

10/set

O jantar beneficente da abertura da ArtRio 2014 será realizado no dia 10 de setembro às 20h no Museu de Arte Moderna (MAM), seguido de um Leilão de Arte. Os recursos arrecadados com a venda dos convites e das obras de arte serão destinados ao Hospital Pro Criança – Jutta Batista. idealizado pela Dra. Rosa Celia e integralmente construído com a generosidade da sociedade e com apoio Governamental.

 

O Hospital está localizado na Rua Dona Mariana 220 em Botafogo, tem equipamentos de última geração, uma equipe altamente qualificada, 3 centros cirúrgicos e conta com 70 leitos para atender a todas as especialidades médicas pediátricas, dos quais 21 serão dedicados a crianças cardíacas carentes.

 

Obras de Adriana Varejão, Albano Afonso, Afonso Tostes, Alexandre Mazza, Ana Holck, Angelo Venoza, Antonio Dias, Beth Jobim, Bonadei, Bruno Miguel, Cabelo, Carlito Carvalhosa, Carlos Vergara, Daniel Senise, Ding Musa, Eduardo Coimbra, Enrica Bernardelli, Ernesto Neto,  Fernando de La Rocque, Gabriela Machado, Galvão, Gonçalo Ivo, José Bechara, Luisa Baldan, Marcelo Solá, Marcos Chaves, Maria Carmen Perlingeiro, Maria Klabin, Maria Laet, Nazareno, Nina Pandolfo, Nunca, Otávio Schipper, Raul Mourão, Rubens Gerchman, Sandra Cinto, Tatiana Grinberg, Vicente de Mello, Walmor Corrêa, Vik Muniz e Volpi.

 

Você pode ajudar o Hospital Pro Criança adquirindo convites a R$ 500 (individual) e obras de artistas brasileiros consagrados durante o leilão. Caso seja de seu interesse adquirir convites, pedimos que encaminhe seu nome, endereço e CPF para o e-mail:
leilaoprocrianca@gmail.com

Data: 10/09/14 às 20h

 

Local: Museu de Arte Moderna – MAM – RJ – Av. Infante Dom Henrique 85 – Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ

Preço do convite individual: R$ 500,00

 

Dados para depósito:
Pro Criança Cardíaca
Banco Bradesco – 237
Agência 0227-5
cc 115.500-8
CNPJ 10.489.487/0001-71

 

Agradecemos antecipadamente o seu inestimável apoio.

 

Exposições:

 

De 03 a 05 de setembro – Das 11:00 às 19:00  na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro
Rua Prudente de Moraes, 326 – Ipanema – f: (21) 25221544

 

 

De 10 a 14  de Setembro – ArtRio
Leiloeiro: Walter Rezende

Novas Aquisições Gilberto Chateaubriand

03/set

O MAM-RIO, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, e a Bradesco Seguros, Petrobras, Light e a Organização Techint apresentam, a exposição “Novas Aquisições 2012/2014 – Coleção Gilberto Chateaubriand”, realizada a cada dois anos no MAM-Rio, com as obras recém-adquiridas pelo colecionador Gilberto Chateaubriand, cuja coleção se encontra em regime de comodato com o Museu. A mostra terá cerca de 100 obras de artistas brasileiros incorporadas recentemente à coleção, entre março de 2012 e setembro de 2014.

 

Organizadas periodicamente pelo MAM-Rio, as exposições das aquisições feitas por Gilberto Chateaubriand revelam não somente as mais recentes produções da arte brasileira, como o olhar e o vigor do colecionador na busca de novos artistas nas diversas regiões do país.

 

Fazem parte da atual mostra obras de artistas como Alexandre Mury, Anna Bella Geiger, Antonio Bokel, José Bechara, Katia Maciel, Marcos Cardoso e Roberto Burle Marx (Rio de Janeiro), Ivan Grilo, Raquel Fayad e Vicente de Mello (São Paulo), Marcelo Solá e Rodrigo Godá (Goiás), Carlos Henrique Magalhães e Ramonn Vieitez (Pernambuco), Tony Admond (Alagoas), Pablo Menezes e Vauluizo Bezerra (Sergipe), Íris Helena (Paraíba), Camila Soato e Fernanda Quinderé (Distrito Federal), Marga Puntel e Tiago Rivaldo (Rio Grande do Sul) e Alexandre Mazza (Paraná).

 

 

A palavra dos curadores

 

“A Coleção Gilberto Chateaubriand sempre teve como foco o estímulo a jovens artistas. Muitos deles, ainda sem galeria e sem inserção no circuito, ganham aqui sua primeira exposição institucional. Outra marca da Coleção é sua natureza enciclopédica que não exige recorte temático ou conceitual”, explicam Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre, curadores da exposição.

 

“Cabe frisar que, apesar da natural concentração de artistas cariocas, há uma presença expressiva de artistas de fora do eixo Rio-São Paulo que fazem desta exposição um termômetro da cena contemporânea brasileira. É raro um colecionador com tanto faro para descobrir nomes emergentes nas regiões menos visitadas por curadores e menos em voga no circuito”, contam os curadores.

 

Os curadores ressaltam a importância da exposição: “Muitos dos artistas hoje canônicos foram em outro momento, no começo da própria coleção, parte de novas aquisições. Além disso, de forma cada vez mais rápida, o artista contemporâneo é legitimado institucionalmente e faz parte das coleções dos museus. Ao refletir tal aceleração e o caráter de termômetro do circuito desta coleção, realizar uma exposição assim periodicamente é uma maneira de fazer do MAM um espaço vivo em que os caminhos da história da arte começam a se definir”.

 

 

Sobre a Coleção Gilberto Chateaubriand

 

Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto Chateaubriand, internacionalmente conhecida como um dos mais completos conjuntos de arte moderna e contemporânea brasileira, e que as cerca de sete mil peças compõem um impressionante painel do período, em um mesmo museu. A coleção tem trabalhos pioneiros da década de 1910, como os de Anita Malfatti, e prossegue a partir do modernismo de Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 1950 entre geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova Figuração dos anos 1960 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur Barrio, Antonio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados. Renovada através de aquisições que o colecionador faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do Museu, mas também em exposições itinerantes dentro e fora do País.

 

 

Até 16 de novembro.

Bechara na Simões de Assis

25/jul

O artista plástico José Bechara inaugurou exposição individual de seus trabalhos na Simões de Assis Galeria, conceituado espaço situado no Batel, Curitiba, PR. A mostra recebeu edição de um esmerado catálogo com reproduções das atuais criações do importante artista contemporâneo. O texto de apresentação traz a assinatura do crítico de arte e curador Felipe Scovino.

 

 

Pintura contaminada pela poeira do mundo

Texto de Felipe Scovino

 

No Brasil, o legado das tendências construtivas, ao longo da segunda metade do século XX, foi uma constante com algumas variáveis. A geração que se estabeleceu logo após o fim do neoconcretismo teve influências tanto da Pop quanto da arte conceituai, ainda que tenha criado uma linguagem muito própria e inventiva, sem abdicar em maior ou menor grau do abstracionismo geométrico, como foram os casos, por exemplo, de Antonio Dias, Carlos Vergara, Cildo Meireles, José Resende, Rubens Gerchman e Roberto Magalhães. Outras pesquisas estéticas, tais como as de Mira Schendel, Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares, tiveram uma aproximação maior com as tendências construtivas e, sem dúvida, arquitetaram uma condição nova e abrangente para essa pesquisa. As obras desses três artistas, por exemplo, criaram uma superfície pictórica orgânica e fluída.

 

 

Era um novo entendimento sobre como o construtivismo tendia cada vez mais a um discurso sobre o sensorial. José Bechara e uma determinada parcela da geração em que está incluído — como Carlos Bevilacqua, (as primeiras obras de) Ernesto Neto e Raul Mourão — estendem essa vertente ao trabalharem de uma forma harmônica e orgânica com o metal – seja o aço, o ferro ou o cobre — como material para esculturas ou, especialmente no caso de Bechara, como matéria pictórica. Um primeiro ponto que sempre me chamou a atenção em sua obra foi o fato de substituir a tela branca por uma superfície suja, poeirenta, impregnada de história, que são as lonas usadas de caminhões. Esse é o primeiro passo para entendermos o aspecto orgânico — expressão clichê, mas que, aqui, perde efetivamente sua impotência para ganhar outra validade — de sua obra e como a forma cria mais uma variável para esse acento geométrico na arte brasileira. O artista sobrepõe camadas de tempo ao fazer uso de processos de oxidação daquele material. Bechara incorpora a morosidade da oxidação como condição para a aparição do aleatório. As modificações que ocorrem — marcas, texturas e manchas — tecem uma sobreposição de volumes, cor e textura. Em outros momentos, ele divide a lona entre uma parte marcada por esse processo de oxidação e outra, pelas marcas que foram adquiridas por aquele material ao longo de seu uso na estrada. São linhas construídas ao acaso, signos de memória, que passam em um gesto poético a serem incorporados como pintura.

 

 

Ademais, o artista faz uso da grade, elemento simbólico da gênese da pintura construtiva (vide os construtivistas russos e Mondrian) que, no pós-guerra, ganha distintas leituras (de Robert Ryman a Agnes Martin, passando por Gerhard Richter e Lygia Pape), como uma possibilidade real e precisa de criar uma perspectiva ilusória. Segundo Dan Cameron, “a grade lentamente se desenvolveu de um dispositivo usado para ajudar a criar uma ilusão espacial para um sistema que se impôs sobre o espaço propriamente dito.” A grade declarou a modernidade da arte ao ajudá-la a conquistar sua autonomia e, “em parte”, a dar as costas à natureza. Para Sennet, “a convicção de que as pessoas podem expandir os espaços infinitamente — através de um traçado em grade — é o primeiro passo, geograficamente, de neutralizar o valor de qualquer espaço específico.” Em Bechara, a grade aparece como um ato transformador. Antes de tudo, porque as linhas que a delimitam são tortas, sujas e erradas, assim como toda a superfície da lona. Há uma outra ordem para essa composição geométrica, minimalista e precisa. Suas obras são sobrevoadas por uma atmosfera ruidosa, poluída, violenta, urbana, na qual caos e ordem estão misturados. E é exatamente por isso que sua obra é extremamente real e viva. De alguma forma, a velocidade e a dinâmica que fizeram parte da história daquelas lonas são transferidas para as composições criadas pelo artista. E, ainda, a grade em determinados momentos parece avançar sobre o espectador, e em outros recua como se o que interessasse fosse tornar visível as figuras que são construídas aleatoriamente pelo processo de oxidação e por suas próprias linhas, tortas e precárias. E esse grito de defeito, de que algo deu errado que faz as obras de Bechara serem demasiadamente humanas. Ao aproveitar o que já vem dado pela lona — riscos e manchas —, o artista cria um novo repertório de traços e linhas que magistralmente equilibra passado (história e memória) e presente (a ressignificação da pintura — e por que não do desenho? — e da própria ideia de gestualidade).

 

 

Em sua série mais recente, Bechara intensifica a aparição da grade, pois sua composição se torna mais fechada e apresenta sucessivas camadas que, ao se sobreporem, “apagam” a “pele” da lona. Todavia, o plano se torna ainda mais dramático — como se a um olhar leigo fosse possível criar drama apenas e tão somente pelo cruzamento de linhas verticais e horizontais, e é aqui que a deflagração poética transforma a banalidade e o ordinário em um acontecimento mágico e encantador — com a incapacidade em denotarmos o que é figura ou fundo, pois a perspectiva se transforma amplamente em uma experiência ilusória. A oxidação, porém, continua presente e cria zonas gráficas e de interferência cromática que continuam transformando essas obras em uma espécie de canteiro de obras. E um processo sucessivo de decantamento (ao aplicar a emulsão sobre a lona, a oxidação derivada desse processo precisa de um repouso para a sua ação) e encantamento. Bechara é um artista incansável, pois estão lá gravados, na lona, sua força, sua participação, sua investigação de materiais e técnicas; como uma experiência biológica, assistimos ao jogo de forças e presença que a emulsão de cobre ou aço, o uso da palha de aço e a corrosão derivada desse processo realizam sobre a superfície da lona.

 

 

Suas esculturas não constituem uma outra fase de produção em relação às pinturas, pois são diálogos pertinentes e imbricados. Sua mais recente série de obras, denominada Enxame ou estudos para uma aproximação de suspensos (2013-14), torna clara essa aproximação. Ela possui um papel intermediário nessa aproximação entre a bidimensionalidade e o ar. São caixas de madeira cujo interior é formado pela sobreposição, com pequenos intervalos, de placas de vidro. Sobre as placas, há a aplicação de tinta spray de distintas cores que, como um pincel, imprime um preciso e livre jogo de formas geométricas. No fundo de algumas dessas caixas, placas de madeira cortadas, que acentuam não só o legado construtivo na obra de Bechara mas também a pesquisa sobre cor e planaridade que tanto interessa a sua produção. Na construção de uma relação óptica e ilusória, essas obras parecem lançar ao espaço as linhas e campos de cor, fazendo que com que elas bailem por entre os vidros.

 

 

E essa constituição de um desenho no espaço que cria o diálogo entre suas pinturas e esculturas. Especialmente na série Esculturas gráficas, a tridimensionalidade pertence mais ao ar do que à terra. E essa imagem advém principalmente pelo fato de Bechara equilibrar cheio e vazio, o dentro e o fora. Seus volumes preenchidos de ar nos fazem ver aquelas formas como estruturas gráficas suspensas do papel e tendo o espaço como seu habitat. Mesmo sendo esculturas, ficam na fronteira entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade. E mais um fator que nos ajuda a compreender essa fronteira borrada é como o artista continua a investigar a cor. Esses monocromos tridimensionais elevam a cor que estava no plano do papel ou da lona para a superfície. Criam formas gráficas suspensas que se equilibram minimamente, transmitindo uma sensação de precariedade e instabilidade, entre o balanço de preenchidos de vazio e outro com grande carga cromática. Não me parecem que ocupam o espaço de uma forma vigorosa e pesada, mas pousam sobre ele. Há uma sensação de que o peso foi retirado daquelas estruturas, e elas simples e decisivamente ganharam leveza e um ritmo que as leva a ocuparem e se infiltrarem naquela área de uma maneira cadenciada. Por outro lado, a série Open House traz uma velocidade caótica e desorganizada. E importante relatar que, nesse percurso de experimentação acerca do espaço, a casa é um arquétipo freqüente na obra do artista. Entretanto, é uma casa que procura ser esvaziada, como presenciamos na série em questão, pois, ao mesmo tempo que parece desejar ser ocupada pelo vazio, expulsa o que contém ou que estava sendo mantido em âmbito privado. As duas séries de esculturas se situam em uma zona de conflito, porque, nessa imagem dionisíaca e hostil de uma escultura que se faz no turbilhão do caos, o artista quer demonstrar que “o vazio tem solidez, é uma matéria.” E um vazio que se coloca como personagem de um enredo trágico.

 

 

 

Desde 24 de julho.

Homenagem mural

07/jul

Registro de instalação da pintura “Lou Tarsimona”, mural de Ozi para o novo muro do Instituto Rubens Gerchman, Barra da Tiuca, Rio de Janeiro, RJ. O artista realizou uma fusão de imagens icônicas dos artistas Rubens Gerchman (Mona Lou) e Tarsila do Amaral (A Negra). Clara Gerchman (filha do pintor Rubens Gerchman) e o curador Marco Antonio Teobaldo estiveram na coordenação do projeto.

ARTEFUTEBOLARTE

13/mai

Uma viagem pela história do futebol é a proposta da exposição “ARTEFUTEBOLARTE”, que o Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, apresenta no período quase concomitante ao que o Brasil abriga o rito supremo desse esporte, a Copa do Mundo. Com curadoria de Hélio Campos Mello, fotógrafo e diretor editorial da Brasileiros Editora, a mostra exalta o nosso país como o inventor do “Futebol Arte”, a qualidade da produção fotográfica dedicada ao esporte e traça um paralelo, histórico e contemporâneo, com as artes plásticas.

 

Com expografia assinada por Martin Corullon, da Metro Arquitetos, “Artefutebolarte” dividi-se em três núcleos. No primeiro, que ocupa o grande hall do Instituto, criou-se um espaço retangular que remete a arquibancadas de estádio, onde são apresentadas obras dos premiados fotógrafos Jorge Araújo (Folha de S. Paulo), Ricardo Stuckert e Paulo Pinto (Agência Fotos Públicas). A excelência dos trabalhos, que revelam momentos em campo de jogadores como Neymar, Ronaldo e Ronaldinho, deixa claro que além de craques da bola, o Brasil também é celeiro de grandes fotógrafos.

 

O segundo núcleo trata da relação entre a arte e o futebol no Brasil. Uma seleção de fotografias – que mostra desde os primórdios do futebol no final do século XIX até os dias de hoje – é intercalada por imagens de obras de arte correspondentes aos períodos ilustrados pelos feitos do esporte. Pinturas de Almeida Junior, Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Rubens Gerchman, Aguillar, Cildo Meirelles e expoentes do cenário artístico atual são exibidas  ao lado de fotografias de Pelé, Garrincha, Tostão, Zico, Romário, Ronaldo, entre outros, com destaque para os anos de 1958, 62, 70, 94 e 2002.

 

Para completar a exposição, uma sala recebe obras do artista plástico Lula Wanderley, em uma espécie de reinvenção do futebol. Jogadas antológicas de Maradona, Pelé, Zidane e Romário são retrabalhadas em três vídeos que registram estes ícones em seus momentos sublimes, mas sem a bola – retirada pela arte de Wanderley.

 

 

De 15 a 25 de junho.

Novo museu no Rio

06/mar

Tarsila do Amaral – Sol Poente, 1929

O Museu de Arte do Rio, MAR, Zona Portuária, Rio de Janeiro, RJ, abriu suas portas ao público. Após quase três anos em obra e com uma reforma com custo estimado em mais de 76 milhões de reais, o complexo na Zona Portuária do Rio de Janeiro soma 15 000 metros quadrados, divididos por dois edifícios: o Palacete Dom João VI, de estilo eclético, que exibirá todas as exposições de seu calendário, e o prédio modernista – onde funcionou um terminal rodoviário – abrigará o programa educativo da novíssima instituição. O curador do espaço é o experiente crítico de arte Paulo Herkenhoff.

 

Foram inauguradas quatro exposições com a abertura do museu. No térreo se encontra “O Abrigo e o Terreno – Arte de Sociedade no Brasil I”, um projeto que deve se estender pelos próximos cinco anos e que investiga questões ligadas à ocupação do espaço público e à dinâmica da sociedade. Entre os artistas reunidos estão Antônio Dias, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Waltercio Caldas, Lygia Pape e Raul Mourão. A outra mostra “Rio de Imagens: uma Paisagem em Construção”, aborda a evolução da cidade ao longo de 400 anos. Com cerca de 400 peças, o acervo exibe nomes importantes da cena nacional como Lasar Segall e Ismael Nery. As outras duas mostras foram idealizadas a partir de acervos de colecionadores particulares. O marchand Jean Boghici cedeu 140 obras de artistas como Tarsila, Di Cavalcanti, Brecheret, Rubens Gerchman, Kandinsky e Morandi. Outro colecionador que cedeu obras foi Sérgio Fadel com mais de 200 obras de estilo concretista, assinadas por Amílcar de Castro, Willys de Castro, Barsotti, Carvão, entre outros.

 

Até 07 de julho – Vontade Construtiva na Coleção Fadel

Até 14 de julho – O Abrigo e o Terreno – Arte de Sociedade no Brasil I

Até 28 de julho – Rio de Imagens: uma Paisagem em Construção

Até 01 de setembro – O Colecionador: Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici

REUNIÃO DE CONCRETOS E POP

30/abr

A Galeria Berenice Arvani, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura a exposição coletiva temática sob o título “Do Concretismo ao Pop – anos 50, 60 e 70″ organizada por Celso Fioravante. A mostra passa em revista, de maneira informal, três décadas que são referência para diferentes matrizes da arte brasileira, os anos 1950, 60 e 70, reunindo pinturas em acrílica e óleo, serigrafia, guaches, aquarelas, fotografias e desenhos. A mostra apresenta trabalhos assinados por Arnaldo Ferrari, Alberto Teixeira, Antonio Maluf, Danilo Di Prete, German Lorca, Hércules Barsotti, Günter Schroeder, Hermelindo Fiaminghi, Irmgard Longman, Ivan Serpa, João José Costa, Judith Lauand, Lothar Charoux, Lygia Pape, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto, Raymundo Colares, Rubem Ludolf, Rubem Valentim e Rubens Gerchman. “Essa reunião de obras evidencia não somente as tendências do período, mas suas rupturas internas e continuidades também observadas na produção das gerações seguintes”, enfatiza o curador Fioravante. A realização dessa mostra na Galeria Berenice Arvani se inscreve no trabalho contínuo de promoção e também de resgate de diferentes produções de matriz construtiva de artistas brasileiros. Desde 2006, a galeria vem sistematicamente trabalhando artistas de importante expressão como Alberto Ferrari, Antonio Maluf, João José da Costa, Judith Lauand e Rubem Ludolf através de mostras individuais, coletivas e também em feiras nacionais e internacionais.

De 06 de maio a 08 de junho.