Sérvulo Esmeraldo na Paulo Darzé Galeria

02/dez

Natural de Crato, Ceará, em 1929, o artista plástico Sérvulo Esmeraldo encerra o calendário da temporada de 2014 da Paulo Darzé Galeria de Arte, Corredor da Vitória, Salvador, Bahia. O rigor geométrico-construtivo dos trabalhos de Sérvulo Esmeraldo projetou o nome do artista em destaque a partir da década de 1950. Após longa residência no exterior (Paris) e ter adquirido renome internacional, o artista atua pela divulgação da arte nordestina e pela renovação artística do seu estado. Sua obra está representada em grandes museus do mundo e em coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

Sérvulo Esmeraldo confere delicada fluidez a esculturas de sólidos geométricos, que dão sequência à sua pesquisa cinética e concretista. Enunciadas por seus contornos, de metal esmaltado em branco e preto, as formas vazadas parecem desafiar a gravidade e brincam com o olhar do espectador nas perspectivas que ganham outras dimensões por meio do jogo de luz e sombra.

 

 
De 04 de dezembro a 10 de janeiro de 2015.

Lothar Charoux no IAC

18/set

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, com “Lothar Charoux – Razão e Sensibilidade” segue seu programa de exposições que, por meio de seu acervo – arquivo pessoal de artistas entre os quais Amilcar de Castro, Sergio Camargo, Sérvulo Esmeraldo, Willys de Castro -, cria novas proposições acerca de importantes produções.

 

“Lothar Charoux – Razão e Sensibilidade”, com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet, reúne cerca de 75 obras, algumas inéditas. Dos desenhos em nanquim e guache da década de 1950 a pinturas de 1980, passando pelos projetos para painéis de 1960, alguns executados de 1970, bem como as serigrafias e os trabalhos em acrílica sobre papel do mesmo período, a exposição traz ainda esculturas, objetos, azulejos e até cartões de natal que compuseram o pensamento e o processo artístico de Lothar Charoux.

 

Com foco na linha, forma e cor e fiel aos questionamentos concretistas, o artista dedicou-se à exploração dos efeitos visuais, criando espaços nos quais as formas interagiam constantemente com o olhar do público. “Asséptico nos recursos empregados, tudo o que criava vinha da paixão pela exploração das possibilidades da linha sobre o plano”, ressalta Maria Alice Milliet.

 

Integrante do grupo concretista Ruptura – liderado pelo artista Waldemar Cordeiro, que além de estudar o abstracionismo, discutia os novos caminhos da arte, da arquitetura e do design – Charoux fez parte da primeira exposição do movimento no MAM-SP em 1952, quando o grupo lançava o manifesto contra toda e qualquer forma de pintura naturalista, propondo a renovação de valores essenciais da arte visual e em cujo verso vinha escrito em vermelho: “a obra de arte não contém uma ideia, é ela mesma uma ideia.”

 

Segundo a curadora, esse postulado, ao negar a arte-cópia da realidade em favor da arte concreta, produz um corte radical em relação à tradição figurativa. “Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constitui uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias nos produtos gráficos tais como jornais, revistas, cartazes, livros etc. e no design de móveis, luminárias e objetos em geral.”

 

 

Sobre o artista

 

Iniciando-se nas artes com seu tio, o escultor Siegfried Charoux, Lothar Charoux (Viena, 1923 – São Paulo, 1987) emigrou para o Brasil em 1928. Fixou-se em São Paulo e estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Conheceu Waldemar Cordeiro, com quem estudou pintura na década de 1940. Foi professor de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai, realizando sua primeira individual em 1947. Junto com Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Anatol Wladyslaw e outros artistas, foi um dos fundadores do Grupo Ruptura, em 1952. Em 1963 criou a Associação de Artes Visuais Novas Tendências, com Fiaminghi e Sacilotto. Foi eleito pela Associação Paulista dos Críticos de Arte o melhor desenhista de 1972. No ano seguinte, integrou a sala especial Arte Construída, na Bienal Internacional de São Paulo.

 

 

Sobre o IAC

 

O Instituto de Arte Contemporânea – IAC, entidade cultural sem fins lucrativos, foi criado com a finalidade principal de preservar documentos e difundir a obra de artistas brasileiros de tendência construtiva. Os arquivos destes artistas, entre eles Willys de Castro, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro (em parceria com o Instituto Amilcar de Castro) e mais recentemente o de Sérvulo Esmeraldo, têm na instituição um espaço próprio para a exposição e pesquisa com documentação arquivística, bibliográfica e museológica, armazenada em banco de dados específico. Os acervos têm finalidade de pesquisa e divulgação da obra do artista por meio do trabalho com seus documentos preparatórios (cartas, agendas, esboços etc..). Assim, podem ser usados em exposições internas ou cedidos a outras instituições, em publicações, em estudos acadêmicos e quaisquer outros usos de caráter cultural e/ou acadêmico. O IAC pesquisa, busca, organiza e disponibiliza quaisquer fontes de informação sobre os artistas relacionados em seu acervo e, através de uma interface online, permite que pesquisadores de qualquer parte do mundo acessem seu banco de dados. Promover ações educativas e intercâmbios culturais com museus e instituições com a mesma linguagem em outros países também estão entre os objetivos da instituição. Desde julho de 2011, o IAC funciona no primeiro andar do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, na Vila Mariana.

 

 

De 24 de setembro a 06 de dezembro.

Arquivo vivo

13/mai

O IAC – Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, apresenta a exposição “O arquivo Vivo de Sérvulo Esmeraldo”, primeira mostra que a instituição realiza após receber em comodato parte do arquivo documental e acervo deste artista cearense com uma das trajetórias mais originais da arte brasileira. Com curadoria do crítico Ricardo Resende, a exposição conta com cerca de 150 itens, entre estudos, gravuras, desenhos, relevos, matrizes, maquetes etc. A seleção reúne um panorama da produção deste artista que flertou com quase todas as formas de representação artística ao longo de mais de quatro décadas e que se encontra em plena atividade.

 

O arquivo agora no IAC ficou guardado intacto por cerca de 40 anos no ateliê do artista e amigo argentino Júlio Le Parc, em Paris, cidade onde Sérvulo viveu e trabalhou por mais de vinte anos, depois de sair do Brasil em 1957. Nessa fase em solo europeu Esmeraldo esteve junto de artistas como Vicente do Rego Monteiro, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Franz Krajcberg, Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró e Rossini Perez. O convívio com seus pares foi de enorme importância para definir sua formação intelectual e artística.

 

Destaque na exposição para as diversas matrizes de gravuras em chapa de metal que formam a base de estudos do artista no campo da arte geométrica e também abstracionista. Para o curador, “os recortes dessas placas de metal despertam interesse especial, pois é possível lhes conferir uma autonomia escultórica depois de terem transportado as imagens para o papel”. Alguns projetos de livro objeto realizados no início da década de 70 e que formam os estudos para os célebres livros objetos do artista também estão na mostra. Segundo o curador, esse conjunto de estudos inéditos agora apresentados ao público, “mostra-nos o seu caminho, que parte da observação de uma folha, de uma planta, de uma semente ou de um pé de milho, para chegar a formas geométricas puras”.

 

 

 

Sobre o artista

 

Cearense do Crato, Sérvulo Esmeraldo nasceu em 1929. O escultor, gravador, ilustrador e pintor, a partir de 1947, frequenta a Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP e mantém contato com Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Em 1951 vem para São Paulo, trabalha na montagem da 1ª Bienal Internacional e no Correio Paulistano, como ilustrador e gravador.

 

Sua primeira individual na capital paulista acontece em 1957, no MAM/SP. Após a mostra, viaja para a Europa com bolsa do governo francês, onde estuda técnicas da gravura em metal e litografia. Nos anos 60, ainda na França, integra o movimento da arte cinética, quando realiza a série dos “Excitáveis”. Retorna ao Brasil em 1978, trabalhando em projetos de arte pública, principalmente esculturas de grande porte que ornamentam a paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde vive e trabalha desde 1980.

 

Sérvulo Esmeraldo participou de diversas exposições, entre elas: 6º Salão Paulista de Arte Moderna (1957), 5ª, 6ª, 7ª e 19ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1959, 1961, 1963, 1987), 14ª Trienal de Milão, 1967 – Itália, Exposição Internacional de Gravura 1970 – Cracóvia – Polônia, Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, 1974, São Paulo – SP, Um Século de Escultura no Brasil, no Masp, 1982 – São Paulo – SP, Brasil + 500 Anos: Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, 2000 – São Paulo – SP, além da grande retrospectiva realizada pela Pinacoteca de São Paulo, em 2011. Sua obra está representada nos principais museus do País e em outras coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

 

 

De 17 de maio até 23 de agosto.

Sérvulo Esmeraldo no Rio

20/ago

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Sérvulo Esmeraldo – Pinturas, desenhos, gravuras, objetos, esculturas e excitáveis”, que reúne 70 obras, tanto históricas como inéditas e recentes, do artista cinético nascido no Crato, Ceará, em 1929, e que solidificou sua trajetória em Paris, onde residiu de 1957 a 1980. O artista participou recentemente da monumental exposição “Dynamo – A century of light and motion in art, 1913-2013” realizada de abril a julho último no Grand Palais, em Paris e ao lado de 150 artistas como, dentre outros, Le Parc, Morellet, Soto, Dan Flavin, Duchamp, Hans Richter, Calder, Rodtchenko e Anish Kapoor. A mostra na Pinakotheke ganha maior relevância pelo fato de nunca ter sido realizada na cidade uma grande antologia da obra do artista, e também por ter passado mais de 20 anos de suas individuais na cidade. A mostra também apresentará maquetes de esculturas inéditas do artista, além de vídeos, fotos, livros e documentos. A exposição, que tem curadoria de Max Perlingeiro, vem sendo planejada há mais de uma década. Sérvulo Esmeraldo tem sido homenageado em importantes museus no Brasil e no exterior.

 

 

Produção inédita

 

Aos 84 anos, Sérvulo Esmeraldo continua ativo. “Seguindo a velha tradição dos grandes escultores, produziu ao longo do tempo centenas de maquetes de esculturas que, um dia, seriam executadas. A partir de 1976 suas esculturas monumentais saem do ateliê para o espaço urbano. De volta ao Brasil, fixa residência em Fortaleza em 1980 e lá permanece, até hoje, produzindo, com o mesmo vigor da juventude, suas novas esculturas e objetos, obstinado pela “invenção” e pelo desenho”, conta o curador Max Perlingeiro.

 

 

Texto do curador

 

A trajetória do artista Sérvulo Esmeraldo seguiu um padrão adotado pela maioria dos grandes artistas que têm a sua origem fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Do Ceará, a partir da primeira metade do século XX, vieram: o pintor e professor Raimundo Cela (1890-1954), prêmio de viagem à Europa no Salão Nacional de Belas Artes em 1917 e introdutor do ensino da gravura em metal no Brasil; o paisagista Vicente Leite (1900-1941) – o melhor amigo de Candido Portinari na Escola Nacional de Belas Artes -, também prêmio de viagem à Europa em 1940, porém não usufruído devido à guerra; e Antonio Bandeira (1922-1967), que vem para o Rio de Janeiro e, logo em seguida, em 1946, vai residir em Paris, como bolsista do governo francês, lá permanecendo até a sua morte, em 1967. Naquela época Paris era o centro das atenções dos artistas e intelectuais. Nas décadas de 1950 e 1960, a arte brasileira passa por grandes transformações. Nesse período, os artistas saem do Brasil em busca de formação e vivência em um novo ambiente. A maioria tem como seu destino final a capital francesa, e alguns, Nova York. Por questões políticas ou artísticas, estavam em Paris, nesse período: Lygia Clark (1920-1988), Sergio Camargo (1930-1990), Flavio-Shiró (1928), Rossini Perez (1932), Arthur Luiz Piza (1928) e Sérvulo Esmeraldo (1929), entre outros. Sérvulo, após uma breve experiência no meio artístico em São Paulo (1951-1956), viaja para Paris em 1957, como bolsista do governo francês, e lá reside até 1980, sempre participando ativamente da vida artística no Brasil. Exímio gravador, participa de inúmeras exposições individuais e coletivas, em instituições públicas e privadas. Participa também da V Bienal Internacional de São Paulo com grande destaque. Em 1976 é editado por Guy Schraenen o manual Método prático e ilustrado para construir um excitável, volume 8 da Série ColleXion, hoje objeto de desejo dos grandes colecionadores. Em 2010 é convidado para uma grande exposição, Les Excitables, apresentada na Maison Européenne de La Photographie com texto de Matthieu Poirier. Seguindo a velha tradição dos grandes escultores, produziu ao longo do tempo centenas de maquetes de esculturas que, um dia, seriam executadas. A partir de 1976 suas esculturas monumentais saem do ateliê para o espaço urbano. Em 1980 fixa residência em Fortaleza e lá permanece, até hoje, produzindo, com o mesmo vigor da juventude, suas novas esculturas e objetos, obstinado pela “invenção” e pelo desenho.

 

Esta exposição, planejada por mais de uma década para ser apresentada no Rio de Janeiro, tem caráter retrospectivo, mas não pretende esgotar o assunto. Complementam a exposição maquetes de esculturas inéditas, livros de artista, os originais para a publicação Suíte Catalana/Courbes, variações sobre uma curva, com texto-poema de Jean-Clarence Lambert, além de imagens e documentos sobre a sua vida artística. Vídeos e fotografias, executadas entre os anos 1960 a 2011, cabendo destacar a série de fotos, algumas inéditas, feitas em Paris por Alécio de Andrade (1938-2003), e o vídeo Excitable, de autoria de André Parente e Katia Maciel.

 

 

Sobre o artista

 

Sérvulo Esmeraldo já recebeu homenagens em espaços como a prestigiosa Maison Européenne de la Photographie, em Paris, em 2010, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2011. Possui obras em importantes coleções privadas e públicas do Brasil e do exterior, como Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Fundación Cisneros, Caracas, Venezuela; Maison Européenne de la Photographie, Paris, França; MAC-USP, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza, CE; MAM-RIO; MASP, SP; MAM, Bahia; Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba; Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras. O artista também possui diversas obras públicas, principalmente no Ceará.

 

 

De 04 de setembro a 13 de novembro.

 

Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

ESMERALDO – SIMPLES COMO O TRIÂNGULO

20/jun

Com umas das trajetórias mais originais da arte brasileira, o artista plástico Sérvulo Esmeraldo, após a retrospectiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 2011, apresenta um recorte de sua produção na mostra “Simples como o triângulo”, na Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP. Com cerca de 70 trabalhos, entre esculturas, pinturas, relevos e objetos, a seleção traça um panorama que reúne obras históricas até atuais e inéditas.

 

Com exceção das gravuras realizadas no início de sua carreira, onde já se percebia o interesse do artista pela abstração geométrica, as demais fases encontram-se representadas nessa exposição. Destaque para a célebre série “Excitáveis”, realizada na década de 60, durante o período em que o artista viveu na França. Este trabalho, um experimento com a eletricidade estática que leva em conta a interação entre o corpo e o objeto, destacou-o no movimento de arte cinética internacional.

 

Escultor de excelência com alto rigor construtivo, Sérvulo apresenta também a série “Sólidos Geométricos”, que impressiona pela coerência e leveza, apesar da existência de um movimento potencial que quase se impõe à imobilidade do objeto. Fiel estudioso das leis da física, Esmeraldo apresenta ainda os seus “Teoremas”, que são mais do que simples evocações poéticas de demonstrações matemáticas. “São apropriações de diagramas de teoremas matemáticos da antiguidade e da modernidade que, despojados de suas referencias algébricas, tornam-se imagens sensíveis de ideias abstratas”, como aponta o crítico de arte Fernando Cocchiarale.

 

Sobre o artista

 

Escultor, gravador, ilustrador e pintor. Crato, CE, 1929. A partir de 1947, frequenta a Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP onde manteve contato com os artistas Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Em 1951 segue para São Paulo, trabalha na montagem da 1ª Bienal Internacional e no Correio Paulistano, como ilustrador e gravador.

 

Sua primeira individual na capital paulista aconteceu em 1957, no MAM/SP. Após a mostra, viaja para a Europa com bolsa do governo francês, onde estuda técnicas da gravura em metal e litografia. Nos anos 60, ainda na França, integra o movimento de arte cinética, quando realiza a série dos “Excitáveis”. Retorna ao Brasil em 1978, trabalhando em projetos de arte pública, principalmente esculturas de grande porte que ornamentam a paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde vive e trabalha desde 1980.

 

Sérvulo Esmeraldo participou de diversas exposições, entre elas: 6º Salão Paulista de Arte Moderna (1957), 5ª, 6ª, 7ª e 19ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1959, 1961, 1963, 1987), 14ª Trienal de Milão, 1967 – Itália, Exposição Internacional de Gravura 1970 – Cracóvia – Polônia, Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, 1974, São Paulo – SP, Um Século de Escultura no Brasil, no Masp, 1982 – São Paulo – SP, Brasil + 500 Anos: Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, 2000 – São Paulo – SP, além da grande retrospectiva realizada pela Pinacoteca de São Paulo, em 2011. Sua obra está representada nos principais museus do País e em outras coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

 

De 21 de junho a 18 de agosto.