Exposição-relâmpago no centenário de Franco Terranova

14/mar

 

Será comemorado com uma grande exposição-relâmpago o centenário do lendário marchand e poeta Franco Terranova (1923-2013), que esteve à frente da Petite Galerie, inovador e fundamental espaço de arte carioca que movimentou o circuito brasileiro entre 1954 a 1988, lançando nomes hoje consagrados, incentivando artistas, e criando salões e prêmios. “Uma Visão da Arte – Centenário de Franco Terranova e o legado da Petite Galerie” ficará em cartaz na Danielian Galeria, na Gávea, Rio de Janeiro, entre 04 a 18 de março.  A curadoria é de Paola Terranova – a filha caçula dos quatro filhos de Franco e Rossella Terranova, a bailarina e coreógrafa com quem ele foi casado de 1962 até sua morte – que está à frente do acervo da Petite Galerie, em um espaço na Lapa. Ela conta que para esta exposição comemorativa foram restaurados mais de 80 trabalhos. “Franco Terranova era antes de tudo amigo dos artistas, um apaixonado pela arte, e pretendemos fazer uma exposição que retrate seu olhar ao mesmo tempo afiado e afetuoso”, diz. Além dos artistas, era constante a presença na Petite Galerie de intelectuais como Ferreira Gullar, Mario Pedrosa, Millôr Fernandes e Rubem Braga.  A exposição comemorativa terá mais de 150 obras, entre desenhos, gravuras, pinturas e esculturas, de mais de 70 artistas que participaram da programação da Petite Galerie. Franco Terranova completaria 100 anos, em 09 de março próximo.

 

No dia 16 de março, às 19h, será realizado um leilão em prol da manutenção do legado de Franco Terranova, apregoado por Walter Rezende, com apoio da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, no site Iarremate –  https://www.iarremate.com.

 

Os artistas com obras na exposição comemorativa na Danielian Galeria são: Abelardo Zaluar (1924-1987), Adriano de Aquino (1946), Alexandre Dacosta (1959), Alfredo Volpi (1896-1988), Amélia Toledo (1926-2017), Angelo de Aquino (1945-2007), Angelo Hodick (1945), Anna Maria Maiolino (1942), Antenor Lago (1950), Antonio Henrique Amaral (1935-2015), Antonio Manuel (1947), Arthur Barrio (1945), Avatar Moraes (1933-2011), Carlos Scliar (1920-2001), Carlos Vergara (1941), Cristina Salgado (1957), Darel (1924-2017), Dileny Campos (1942), Dionísio del Santo (1925-1999), Edival Ramosa (1940- 2015), Eduardo Paolozzi (1924 – 2005), Emeric Marcier (1916-1990), Enéas Valle (1951), Enrico Baj (1924-2003), François Morellet (1926-2016), Frank Stella (1936), Frans Frajcberg  (1921-2017), Franz Weissmann (1911-2005), Gastão Manoel Henrique (1933), Glauco Rodrigues (1929- 2004), Iberê Camargo (1914-1994), Ivan Freitas (1932-2006), Hércules Barsotti (1914-2010), Jac Leirner (1961), José Resende (1945), Larry Rivers (1923-2002), Leda Catunda (1961), Lothar Charoux (1912-1987), Lucio Del Pezzo (1933-2020), Luiz Alphonsus (1948), Luiz Áquila (1943), Luiz Paulo Baravelli (1942), Luiz Pizarro (1958), Marcia Barrozo do Amaral,  Maria do Carmo Secco (1933-2013), Maria Leontina (1917-1984), Mestre Vitalino (1909-1963), Milton Dacosta (1915-1988), Mira Schendel (1919-2018), Mô (Moacyr)  Toledo (1953),  Monica Barki (1956), Myra Landau (1926-2018), Roberto Magalhães (1940), Roberto Moriconi (1932-1993), Roy Lichtenstein (1923-1997), Rubens Gerchman (1942-2008), Sepp Baendereck (1920-1988), Sérgio Camargo (1930-1990), Sérgio Romagnolo (1957), Serpa Coutinho, Tarsila do Amaral (1886-1973), Tino Stefanoni (1937-3017), Tuneu (1948), Victor Vasarely (1905-1997), Waldemar Cordeiro (1925-1973), Waltercio Caldas (1946), Wanda Pimentel (1943-2019), Willys de Castro (1926-1988), Yara Tupynambá (1932) e Yvaral (Jean Pierre Vasarely- 1934-2002).

Publicação de Waltercio Caldas

29/nov

 

Material impresso faz parte da exposição “Livro Espelhos Consequências” em cartaz na galeria do Leblon até 02 de dezembro. Além de fotos dos trabalhos, a publicação inédita traz anotações do artista, surgidas no decorrer do processo de criação. Lançado pela Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon, o material impresso faz parte da mostra “Livros Espelhos Consequências”. Além de fotos das 14 obras inéditas, a publicação traz anotações de Waltercio Caldas, retiradas de sua caderneta de trabalho. A publicação é gratuita e está disponível para todos que visitarem a exposição.

A exposição na Mul.ti.plo traz a assinatura poética do artista, de relacionar objetos que à sua visão pertencem à mesma família, entre eles os livros e os espelhos. As consequências ficam por conta da reverberação da mostra em outras atitudes, como na publicação, por exemplo. É a terceira vez que o artista expõe na galeria carioca – a primeira foi em 2012, com múltiplos; e a outra em 2017, com desenhos.

Waltercio Caldas trabalha a partir do conhecimento poético dos objetos e das coisas. Na mostra, ele chega a formas extremamente rigorosas e precisas, carregadas de sugestões impossíveis de serem traduzidas em outras linguagens. “A obra de arte entra em nossa vida de forma transversa, como algo que não conhecemos, inaugurando sua própria presença. Me interessa esse aparecimento, essa perplexidade inicial”, diz ele, que prioriza em sua prática artística a tridimensionalidade. “Por enfatizar novos aspectos da gravidade, do peso e das matérias, as obras surgem pondo entre parêntesis sua inserção no mundo”, afirma.

O reconhecimento da obra de Waltercio Caldas não encontra fronteiras. Sua arte é tanto poética quanto precisa. Segundo texto do crítico e professor Paulo Sérgio Duarte, “não existe arte contemporânea que não seja experimental. Sabemos disso desde Adorno e sua Teoria Estética. Mas existe algo em Waltercio Caldas além do experimentalismo: um ascetismo que não se confunde com aquele da Minimal Art. Trata-se de uma economia que não é avessa ao campo semântico, à polissemia dos significados. Isso estimula a experiência da obra”.

 

 

 

Múltiplos encontros de arte

19/out

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Baixo Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta encontros na exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”, Yolanda Freire, Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua, Rosana Palazyan, Evangelina Seiler, Lilian Zaremba e Pedro Lago, entre outros convidados, estarão na programação gratuita de conversas, performances e filmes de artistas, entre 27 de outubro e 17 de novembro, sempre às quintas-feiras, às 19h.

Do dia 27 de outubro a 17 de novembro, participarão da programação Yolanda Freire, Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua, Rosana Palazyan – artistas que têm obras na exposição -, Evangelina Seiler, Lilian Zaremba e Pedro Lago, entre outros convidados.

No dia 17 de novembro, será realizado um recital de poesia concreta com Pedro Lago e convidados em homenagem à publicação “Poetamenos” (1953), um conjunto de poemas de Augusto de Campos (1931), considerado um dos precursores do Concretismo no Brasil. Pedro Lago, poeta, editor e performer é presença confirmada para dar voz às poesias de autores desde Augusto de Campos e seu irmão Haroldo de Campos, até Arnaldo Antunes, passando por Décio Pignatari, Wlademir Dias-Pino, Ferreira Gullar e Paulo Leminski.

“Poetamenos” – que pode ser vista na galeria – é a obra que fundamenta a exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres”,com a apropriação feita por Augusto de Campos do conceito da técnica musical inaugurada por Arnold Schoenberg (1874-1951) em 1911, em que a coloração, a tessitura orquestral (os diversos timbres dos instrumentos) são usadas para compor uma linha melódica, horizontal, serial, vazada de silêncios e intervalos, e não mais sobreposta dentro de uma harmonia, rompendo assim com o sistema tonal vigente. No início da década de 1950, Augusto de Campos visitou o conceito da “Klangfarbenmelodie” de Schoenberg, e cria uma transcrição intersemiótica, inaugurando novas relações e procedimentos na construção e apresentação da poesia. Ao propor uma leitura de múltiplas vozes e cores, Campos cria o “Poetamenos”, publicação que em 2023 completará 70 anos. A exposição “Klangfarbenmelodie: melodia de timbres” apresenta obras de Lenora de Barros, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt, Antonio Manuel, Rosana Palazyan e Paulo Vivacqua.

De 27 de outubro até 19 de novembro.

 

A programação:

27 de outubro – Conversa com a artista Yolanda Freyre e a projeção de seu filme “A Hortência e a Galinha: luto e vida”;

03 de novembro – Conversa entre os artistas Waltercio Caldas, Paulo Vivacqua e a roteirista, artista e pesquisadora radiofônica Lilian Zaremba;

10 de novembro – Conversa da curadora e consultora de arte Evangelina Seiler com a artista Rosana Palazyan sobre seu trabalho;

17 de novembro – Recital de poesia concreta com Pedro Lago e convidados.

Recomenda-se a inscrição prévia pelo telefone 21.2274.3873.

 

 

Livros Espelho Consequências

13/out

 

A Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, apresenta até 02 de dezembro uma exposição de Waltercio Caldas, um dos maiores nomes da cena de arte contemporânea brasileira. Para a mostra, Waltercio preparou, durante dois anos, 14 obras inéditas que trazem a sua assinatura poética de relacionar objetos que à sua visão pertencem à mesma família, entre eles os livros e os espelhos. Ao todo serão apresentados nove objetos e cinco desenhos tridimensionais, além de um catálogo com notas de sua caderneta de trabalho. A exposição pode ser visitada até o dia 02 de dezembro.

O reconhecimento da obra de Waltercio Caldas não encontra fronteiras. Sua arte é tanto poética quanto precisa. Segundo texto do crítico e professor Paulo Sérgio Duarte, “não existe arte contemporânea que não seja experimental. Sabemos disso desde Adorno e sua Teoria Estética. Mas existe algo em Waltercio Caldas além do experimentalismo: um ascetismo que não se confunde com aquele da Minimal Art. Trata-se de uma economia que não é avessa ao campo semântico, à polissemia dos significados. Isso estimula a experiência da obra”.

Nessa exposição, Waltercio Caldas trabalha a partir do conhecimento poético dos objetos e das coisas. “A passagem de uma ideia abstrata para um objeto real é o que permite o aparecimento da obra de arte. Ela entra em nossa vida de forma transversa, como algo que não conhecemos, inaugurando sua própria presença. Me interessa esse aparecimento, essa perplexidade inicial”, diz ele, que prioriza em sua prática artística a tridimensionalidade. “Por enfatizar novos aspectos da gravidade, do peso e das matérias, as obras surgem pondo entre parêntesis sua inserção no mundo”, afirma. Nesses objetos inéditos, Waltercio chega a formas extremamente rigorosas e precisas, carregadas de sugestões impossíveis de serem traduzidas em outras linguagens.

Não por acaso, na exposição da Mul.ti.plo, Waltercio Caldas acrescentou um catálogo com anotações que surgiram no decorrer do processo de criação desses trabalhos, e as chamou de “Consequências”. Escrever sobre as questões relacionadas ao processo criativo dos trabalhos reverbera o conteúdo da exposição em outra atitude. Procurar entender o funcionamento dos espelhos e dos livros é enfrentar mais uma vez o que ainda não sabemos”, diz o artista, que realiza a sua terceira exposição na galeria – a primeira foi em 2012, com múltiplos; e, a outra, em 2017, com desenhos.

 

Sobre o artista

Waltercio Caldas nasceu no Rio de Janeiro, em 1946. Realizou sua primeira exposição individual em 1973, no Museu de Arte Moderna (MAM) da mesma cidade, quando recebeu o Prêmio Anual de Viagem ao Exterior, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte. Desde então, tem participado de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Em 1998, recebeu o prêmio Johnnie Walker de Artes Plásticas e, em 2002, o prêmio Mario Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte, ambos pelo conjunto de sua obra. Representou o Brasil nas Bienais de São Paulo de 1983, 1987 e 1996; na Documenta IX de Kassel, em1992; e na XLVII Bienal de Veneza, em 1997. Em 2005 recebeu o “City Light Award”, o grande prêmio da Bienal da Coreia. Em 2007 foi artista convidado para o pavilhão Itália da LII Bienal de Veneza. Em 2008 realizou exposições Centro Galego de Arte Contemporânea (Espanha) e Fundação Calouste Gulbenkian )Portugal). Em 2012 exibiu uma retrospectiva de suas obras na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, que, em 2013, foi para a Pinacoteca de São Paulo e para o Blanton Museum no Texas, EUA. Em 2018 foi artista curador convidado na XXXIII Bienal Internacional de São Paulo. O artista possui esculturas públicas nas cidades de Punta del Este (1982), São Paulo (1989 e 1997), Leirfjord, Noruega (1994), Rio de Janeiro (1997 e 2014), na fronteira do Brasil com Argentina (2000) e em Porto Alegre (2006). A escultura “O Modo Azul” foi instalada permanentemente no Museu do Açude em 2018, no Rio. Seus desenhos, esculturas e livros de artista fazem parte de diversas coleções particulares do Brasil e do exterior, além de museus como o MAM RJ, MAM SP, Museu de Artes de Brasília, Phoenix Art Museum, Neue Galerie Staatliche Museen, Alemanha; Daros Foundation, Zurique; e Centre Pompidou, Paris; Museu Reina Sofia, Madri; entre outros. Em 2001 foi realizada uma retrospectiva parcial de sua obra no CCBB do Rio de Janeiro e de Brasília. O Museum of Modern Art de Nova York adquiriu, em 2006, mais duas de suas obras. No mesmo ano, o artista lançou Notas, ( ) etc., livro que reúne uma seleção de seus textos sobre o trabalho. Em 2007 participou como artista convidado da 52a Bienal de Veneza e, em 2008, realizou mostras na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; e no Centro Galego de Arte Contemporânea de Santiago de Compostela, Espanha. Em 2010 expôs no Museu Vale e no MAM RJ. Em 2011, nas galerias Elvira Gonzalez, em Madri e Raquel Arnaud, em São Paulo, e na mostra Art/Unlimited em Basel, Suíça. No mesmo ano, recebeu o grande prêmio da Bienal de Cuenca. Em 2017 expôs na Galeria Xippas, de Paris. Sobre sua obra já foram publicados uma dezena de livros, com textos dos mais renomados críticos de arte do país.

 

Sobre a Mul.Ti.Plo

Mais do que uma galeria onde as obras ficam expostas para a apreciação do público, a Mul.ti.plo Espaço Arte apresenta-se como um ambiente de encontro com a arte contemporânea. Aqui, artistas consagrados e novos talentos oferecem o melhor de sua produção em múltiplos e obras em papel, objetos e pinturas, além de projetos especiais. A ideia é que o espaço crie as condições para que os olhares do público encontrem formas singulares de se relacionar com a arte. Além de comercializar obras selecionadas a partir de critérios estéticos de extraordinária densidade artística, a Mul.ti.plo realiza permanente trabalho de pesquisa no sentido de identificar e divulgar novos trabalhos. Por seu engajamento na circulação da arte e pela recusa em tomá-la como produto, a galeria vem se consolidando como um espaço que investe no lançamento de edições exclusivas, um lugar que cultiva preciosidades. Com os múltiplos e as obras em outros formatos de grandes artistas brasileiros e estrangeiros, a Mul.ti.plo trabalha no sentido de renovar a reflexão e a fruição estética, atrair não especialistas, despertar novos colecionadores e enriquecer coleções já estruturadas.

 

 

Acervo em Araraquara

03/out

 

A mostra “Ausente Manifesto” é uma parceria do Museu de Arte Moderna de São Paulo e o Sesc São Paulo, Araraquara, São Paulo, SP, permanecerá em cartaz até 11 de dezembro e reúne obras do acervo do MAM-SP e de seu clube de colecionadores. As obras escolhidas inspiram a premissa da ausência percebida, evidenciam o que não está presente ao espectador, remontando ao que está invisível e que pode ser imaginado, ganhando concretude a partir do olhar do público.

“Ausente Manifesto”, com curadoria de Cauê Alves – curador do MAM, e Pedro Nery – museólogo da instituição, traz o trabalho de artistas contemporâneos que transpõem as divisões sedimentadas das linguagens artísticas, trazendo à tona um jogo entre desenho e instalações, vídeo e imagem, fotografia e representação.

Os trabalhos selecionados ganham concretude a partir do olhar do público, como no caso da obra de Regina Silveira, que projeta uma sombra de um móbile de Alexander Calder esparramando pela parede, distorcendo a peça que está ausente; ou Mácula, de Nuno Ramos, que mostra uma foto tirada diretamente para o sol e que revela um halo de luz, com inscrições em braile, criando visualidade de uma experiência primordial de significação. No jogo irônico da obra Working Class Hero, da série The Illustration of Art, de Antonio Dias, o artista se filma comendo um prato de arroz e feijão e depois lava a louça usada, colocando em questão a idealização simbólica da produção artística e do museu. “Assim, é das próprias obras que temos a experiência de espectadores da produção simbólica, e de seu questionamento”, dizem os curadores. O telhado de Marepe faz uma miragem de uma casa completa, com janelas, paredes e portas, e na obra de Damasceno é possível ver um homem que olha um quadro feito do instrumento que permite desenhar, dessa forma, o olhar do público é que confirma e atribui essas condições.

Na exposição, sente-se a ausência do objeto e, ao mesmo tempo, é possível imaginá-lo pendurado ali. Esse preenchimento é justamente o universo simbólico pretendido. “Falar do que não está presente é, na verdade, o tema central do museu. Os objetos expostos, guardados e preservados, estão lá por seus valores simbólicos, por exemplo, um simples lápis quando entra para a coleção de um museu, deixa de servir à escrita e passa apenas a atender ao olhar do visitante”, comentam os curadores.

A exposição reforça um caráter inusitado e, por vezes irônico, da arte contemporânea em deturpar a lógica de representação dos objetos que são reconhecidos por suas utilidades, estabelecendo, dessa forma, uma ordem diferente entre o que é representar e criar. A arte é produtora do simbólico de nascença, ou seja, quando criada ela não tem uma utilidade prática.

Artistas que integram a mostra: Adriana Varejão, Angela Detanico, Anna Bella Geiger, Antonio Dias, Cao Guimarães, Carlito Carvalhosa, Cinthia Marcelle, Coletivo Garapa, Dora Longo Bahia, Ernesto Neto, Fabiano Marques, Fabrício Lopez, Gabriel Acevedo Velarde, Gilvan Barreto, Jonathas de Andrade, José Damasceno, José Patrício, Lenora de Barros, Lucia Koch, Marcius Galan, Marepe, Matheus Rocha Pitta, Mídia Ninja, Milton Machado, Milton Marques, Nelson Leirner, Nuno Ramos, Rafael Lain, Regina Silveira, Rivane Neuenschwander, Romy Pocztaruk, Sara Ramo, Tadeu Jungle, Thiago Bortolozzo, Thiago Honório e Waltercio Caldas.

 

Novos sentidos e sonoridades

05/set

 

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 06 de setembro a exposição “Klangfarbenmelodie – Melodia de timbres”, com obras de Lenora de Barros, Rosana Palazyan, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Paulo Vivacqua, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt e Antonio Manuel.

 

Os trabalhos gravitam em torno da ideia de melodia de timbres criada em 1911 pelo gênio Arnold Schoenberg (1874-1951), autor da revolução que introduziu um novo campo na música, a música atonal, que rompe com o sistema verticalizado da harmonia, e cria a música horizontal, serial. A melodia passeia entre os vários timbres dos instrumentos, e cada nota passa a ter igual valor no espaço e no tempo, como pontos que flutuam. A mostra antecipa a celebração de 70 anos de “Poetamenos” (1953), de Augusto de Campos, com poemas desenvolvidos a partir da ideia de Schoenberg, e que é apontada como obra precursora do concretismo brasileiro.

 

A exposição reúne trabalhos de artistas que pesquisam, em variadas formas, as poéticas da ressonância como lugar de encontro, seja na intimidade do próprio ser ou no desejo de encontro com o outro. As obras manifestam um espaço para que as vibrações, em suas múltiplas potências, possam se somar entre si, ecoando novas palavras, sentidos e sonoridades.

 

Duas exposições na Marcelo Guarnieri SP

14/jul

 

 

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP,  apresenta, de 16 de julho a 13 de agosto, na sede de São Paulo, “Guima”, exposição individual do artista paulista e “Gabinete”, exibição coletiva com obras de Alfredo Volpi, Alice Shintani, Antonio Lizárraga, Elisa Bracher, Eleonore Koch, Flávio de Carvalho, Gerty Saruê, Helena Carvalhosa, Iberê Camargo, Ismael Nery, Ivan Serpa, LIUBA, Luiz Paulo Baravelli, Marcello Grassmann, Maria Leontina, Mira Schendel, Niobe Xandó, Paola Junqueira, Pedro Correia de Araújo, Roberto Magalhães, Tarsila do Amaral e Waltercio Caldas. Na Sala 1 serão apresentadas pinturas do taubateano GUIMA (1927-1993) produzidas durante as décadas de 1960 e 1970 e na Sala 2 serão apresentados desenhos, sejam eles obras ou estudos preparatórios, produzidos entre os anos de 1920 e 2020 por artistas brasileiros de diversas gerações.

 

Sobre o artista

 

GUIMA é Luis Moreira Castro Toledo de Souza Guimarães. Nascido em Taubaté em 1927 e formado como artista no Rio de Janeiro em tradicionais centros de estudos de artes como o MAM RJ e a Escola do Povo (fundada por Portinari, Oscar Niemeyer e Quirino Campofiorito), dedicou-se à gravura, ao desenho e à pintura de marinhas e paisagens rurais desertas, muitas vezes habitadas por seres fantásticos e monstruosos. Tais figuras – peixes alados, dragões e outros híbridos gigantes – surgem de influências diversas, tais como o Apocalipse bíblico, as imagens do inconsciente exploradas pelos Surrealistas e o bestiário de Marcello Grassmann, artista que foi também seu professor de gravura. As pinturas de GUIMA variam entre a calmaria silenciosa dos verdes campos do Vale do Paraíba, os ambientes soturnos de pesadelos madrugais e o sentimento trágico das tempestades em alto mar. GUIMA participou da IX Bienal de São Paulo (1967), da coletiva “O Monstro na Arte Moderna” (1967), das 17ª, 18ª, 19ª e 22ª edições do Salão Nacional de Arte Moderna (1968, 1969, 1970, 1973), do 25º Salão Paranaense (1968) e da 16ª Arte e Pensamento Ecológico (1978), dentre outras.

 

A coletiva

 

“Gabinete” reúne obras em desenho produzidas por vinte e dois artistas em diferentes momentos da história da arte brasileira em um período de cem anos. O conjunto de trabalhos permite observar modos distintos com os quais os artistas exploraram o rastro do atrito sobre o papel, seja através das modalidades clássicas da linguagem como o desenho de observação – modelo vivo, paisagem, natureza-morta -, seja através da investigação de seus elementos plásticos e estruturais – o traço e a geometria, por exemplo – ou mesmo através de seu uso como ferramenta para estudos e projetos.

 

 

Carlito Carvalhosa, um tributo

15/jun

 

 

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, apresenta até o dia 10 de setembro a exposição “Linhas do Espaço Tempo: Carlito Carvalhosa” resultando em um verdadeiro tributo ao artista – e obra – através de um conjunto de expressivos trabalhos do consagrado multiartista contemporâneo. A curadoria traz a assinatura de Daniel Rangel.

 

Caminhos circulares

 

Linhas do Espaço Tempo reúne fragmentos cronológicos da trajetória artística de Carlito Carvalhosa. Pinturas, esculturas e instalações que remontam a mais de trinta e cinco anos de produção marcados por elaboradas conexões plásticas, históricas, mentais e sensitivas. A mostra é a primeira no Brasil desde que o artista nos deixou em maio de 2021, motivo central do enfoque retrospectivo e prospectivo. Estruturada por obras-símbolos de diferentes fases, a exposição abarca um recorte compacto, que demonstra a coerência da pesquisa do artista. Registros do seu processo de criação, de reflexões e de memórias marcantes de sua trajetória, além de uma inédita instalação site-specific com postes de madeira, desenhada em um de seus caderninhos para um espaço imaginado com características arquitetônicas similares às da galeria do Instituto Ling. Passado pensado para o futuro, realizado no presente. Pensar, refletir e observar por meio de traços, rabiscos, desenhos, anotações, escritos e achados – em sua maioria guardados em cadernos de bolso – era uma prática comum no dia a dia de Carlito. Um processo típico de pesquisador, mas que, no caso dele, estava conectado a uma personalidade efusivamente curiosa e naturalmente disciplinada. Era um sedento pelo conhecimento; aprendia e ensinava com a mesma generosidade, recorrendo à sensibilidade e à formação privilegiadas para estabelecer profundos intercâmbios com entornos díspares – uma prática que foi marcada por conscientes (des)conexões com a historicidade da arte, sobretudo relacionada a uma constante pesquisa de materiais e suportes. Carlito não seguia um caminho reto e linear; preferia o trânsito circular entre espaços e tempos, suportes e materiais, o branco e as cores, o erudito e o popular, ciências e religiões. Opostos atraíam o artista, que explorava com frequência relações entre transparência, opacidade e reflexividade, criando uma espécie de “trialética” que viria a caracterizar sua produção. Tudo junto e, ao mesmo tempo, separado; uma amálgama de elementos díspares que se encontravam por meio do gesto do artista, tornando o diálogo quase eterno, assim como sua obra, assim como ele.

 

Daniel Rangel

 

Curador

 

Sobre o artista

 

Carlito Carvalhosa, (1961 – 2021). A obra de Carlito Carvalhosa envolve predominantemente as linguagens da instalação, pintura e escultura. Nos anos 1980, integrou o Grupo Casa 7, em São Paulo, do qual faziam parte também Rodrigo Andrade, Fábio Miguez, Nuno Ramos e Paulo Monteiro. As tendências do neoexpressionismo eram visíveis na produção desses artistas, sobretudo a utilização de superfícies de grandes dimensões e a ênfase no gesto pictórico. No fim dessa década, após a dissolução do grupo e alguns experimentos com encáustica, Carvalhosa concebeu quadros com cera pura ou misturada a pigmentos. Nos anos 1990, dedicou-se à produção de esculturas de aparência orgânica e maleável, utilizando materiais diversos, caso das “ceras perdidas”. Ainda em meados dessa década, fez também esculturas em porcelana. Carvalhosa atribui profunda eloquência à materialidade do suporte, mas a transcende e aborda questões mais amplas, relativas às transformações do espaço e do tempo. Deparamo-nos, em sua prática, com a tensão entre forma e matéria, explicitada na disjunção entre o visível e o tátil. Aquilo que vemos não é o que tocamos, assim como o que se toca não é o que se vê. A partir do início dos anos 2000, o artista começou a realizar pinturas sobre superfícies espelhadas que, nas palavras do curador Paulo Venâncio Filho, “colocam nossa presença dentro delas”. Não raro, Carvalhosa realizou instalações em que, além de técnicas usuais, faz uso de materiais como tecidos e lâmpadas.

 

Sobre o curador

 

Daniel Rangel é curador, produtor e gestor cultural. Mestre e Doutorando em Poéticas Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP, graduado em comunicação social em Salvador, Bahia. Atualmente é curador geral do Museu de Arte Moderna da Bahia. Foi diretor-artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) em São Paulo (2011-16), diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado (2008 a 2011) e atuou como assessor de direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) na gestão de Solange Farkas (2007-08). Em curadoria, dentre os principais projetos realizados, destacam-se a mostra REVER_Augusto de Campos, (2016); Ready Made in Brasil (2017); Quiet in the Land (2000), uma parceria entre o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, o MAM-BA e o Projeto Axé, em Salvador. Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba, Brasil (2015), a 16ª Bienal de Cerveira, Portugal (2013) e a II Trienal de Luanda, Angola (2010). Realizou ainda curadorias de mostras individuais de importantes artistas brasileiros, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga, e Arnaldo Antunes, e com este último recebeu pela mostra “Palavra em Movimento” o prêmio APCA 2015, de Melhor Exposição de Artes Gráficas. É pesquisador associado do Fórum Permanente do IEA-USP.

 

Esta programação é uma realização do Instituto Ling e Ministério do Turismo/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens e Fitesa.

 

 

Waltercio Caldas, exposição na Raquel Arnaud, SP

12/mai

 

 

A Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta até o dia 18 de junho a exposição “O estado das coisas”, individual de Waltercio Caldas com apresentação do crítico de arte Paulo Sergio Duarte.

 

 

Arte política e política da arte

 

 

Na época que vivemos, e não por acaso, a política contamina a arte mais do que qualquer variante do vírus durante a pandemia. Não faltam razões para isso: razões étnicas, de gênero, fascismo pelo mundo afora e tantas outras. A história da arte está carregada de grandes exemplos de arte política. A morte de Marat, 1793, de David; A Liberdade conduzindo o povo, 1830, de Delacroix; e, antes desta, A jangada da Medusa, 1818-1819, de Géricault; pela primeira vez, um bando de personagens anônimos, marinheiros náufragos, foram retratados em alto-mar numa tela cuja escala estava reservada para grandes eventos históricos, batalhas, coroações de monarcas e outros. Ela mede 491 por 716 centímetros. O artista tomou conhecimento do naufrágio por uma notícia de jornal dois anos antes, um fait divers. Quando os sobreviventes chegaram à terra, contaram suas agruras – até se alimentaram da carne do corpo de companheiros mortos –, e Géricault se motivou. Guernica, 1937, de Picasso, fica como o momento mais elevado da arte política do século XX. Mas nenhuma dessas obras estaria na história da arte pelas suas motivações políticas externas; estão lá porque, cada uma a seu modo, contribuíram para modificar a linguagem da arte de seu tempo: esta, a política da arte.

 

 

Na exposição O Estado das Coisas, de Waltercio Caldas, temos inúmeros exemplos da experiência política em obras com experimentos inéditos na longa trajetória do artista. E não são poucas as surpresas. O modo como conjuga pintura e escultura numa mesma peça é uma delas. Há um jogo e este é dado pela linguagem, a única política estritamente artística passível de ser praticada no interior da obra de arte: a transformação da linguagem, aquela política que não está presente em praças ou manifestações, mas que clama por novas experiências de percepção.

 

 

Examine-se três dessas demonstrações.

 

 

Observe-se Mondrian em casa. Duas reproduções de Mondrian sobre papel estão dispostas diante de nossos olhos, de dimensões diferentes. Dependendo da distância que tomamos, exige um certo estrabismo, a distância que os separa dilata o espaço pela simples presença. A intervenção do elástico esticado traz uma sutil ironia. Sabe-se que no final de 1919, início de 1920, Mondrian começou suas grades, sempre ortogonais; o elástico traça uma diagonal, além de projetar-se em volume para sustentar um copo que se apoia num simulacro de mesa; ao se estender para o copo, soma três diagonais. Além da curva que contorna o volume do copo. Essas transgressões e transformações em relação à obra que se encontra presente no título, sempre sutis e rigorosas, nos ensinam: não há política da arte sem experiências de linguagem.

 

 

Não existe arte contemporânea que não seja experimental. Sabemos disso desde Adorno e sua Teoria Estética. Mas existe algo em Waltercio Caldas, além do experimentalismo: um ascetismo que não se confunde com aquele da Minimal Art, trata-se de uma economia que não é avessa ao campo semântico, à polissemia. Isso estimula a experiência da obra.

 

 

Em Acústica II, o exercício sobre o negro domina a cena, apesar da presença sutil do vermelho e do amarelo. De novo, para quem tem memória, a história da arte se infiltra. Como não lembrar o Quadrado negro, 1916, de Malevich, os anos de pinturas negras de Ad Reinhardt e, pela tela à esquerda, Soulages. Nesta, como em todas as obras desta exposição, é preciso não ver alegorias no sentido tradicional do termo. Não há imagens substituindo narrativas. Existe, sim, associação de ideias, mas não aquela freudiana, a associação livre da situação psicanalítica. Aqui as associações de ideias são induzidas pelas obras com a possibilidade da multiplicação de sentidos na apreensão subjetiva de seus significados.

 

 

Caravaggio pode servir de síntese de tudo que acima foi dito. Não existe referência à vida atribulada do artista que dá título ao trabalho. Sabemos de seus duelos, de suas múltiplas prisões, de seu exílio, de sua vida curta – morreu aos 38 anos, em morte controversa. Nada disso está presente no Caravaggio desta exposição, certamente não é uma alegoria. O que interessa é que o artista pioneiro do que viria a ser o Barroco ficou na história da arte não por esses fatos, mas por ter dominado o chiaroscuro como nenhum outro havia feito anteriormente. E é esse que está presente, com seu nome grafado escultoricamente, na pintura-escultura de Waltercio Caldas. Os exercícios nas duas pinturas, a maior verde-escura e a menor vermelho-escura, apesar das diferentes dimensões, são similares: enunciam duas regiões separadas por uma curva. As regiões se distinguem habilmente, o vermelho e o verde mais escuros seguem em direção a apenas um pouco, apenas um pouco mesmo, mais claro. Observem que a verde, maior, é pintada sobre uma tela bem menos espessa que a menor, vermelha. Mas as pinturas estão conversando com outros elementos escultóricos. São elementos dourados que interferem sobre a visão da pintura verde e deixam a vermelha livre, e ao mesmo tempo constroem uma profundidade. Estabelecem um limite físico de aproximação. Vamos rever Caravaggio de outro modo de agora em diante. Temos entre nós um Caravaggio nosso contemporâneo.

 

 

Essa é a política da arte, diferente da arte política.

Paulo Sergio Duarte, abril de 2022.

 

 

Livro de Afonso Tostes na Mul.ti.plo

02/mai

 

 

Afonso Tostes lança o primeiro livro sobre sua obra, na Galeria Mul.ti.plo, Leblon, Rio de Janeiro, RJ. “Entre a cidade e a natureza” revê a trajetória do artista a partir de imagens de sua obra e relatos sobre o processo de trabalho, desde o início de sua produção até os dias de hoje.

 

Lançamento ocorre no dia 03 de maio, às 18h, em meio à exposição “As coisas que ainda existem”, onde ele apresenta trabalhos inéditos em carvão.

 

Editado pela Cobogó, “Entre a cidade e a natureza” revê a trajetória do artista a partir de imagens de suas obras e relatos sobre o seu processo de trabalho, desde o início de sua produção até os dias de hoje.

 

Sobre o organizador

 

Daniel Rangel é mestre e doutorando em Poéticas Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP, graduado em comunicação social em Salvador, Bahia. Foi diretor-artístico e curador do Instituto de Cultura Contemporânea (ICCo) em São Paulo, diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, da Secretaria de Cultura do Governo do Estado e atuou como assessor de direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Desenvolveu projetos curatoriais para a 8ª Bienal de Curitiba, Brasil (2015), a 16ª Bienal de Cerveira, Portugal (2013) e a 2ª Trienal de Luanda, Angola (2010). Realizou ainda curadorias de mostras individuais de importantes artistas brasileiros, como Tunga, Waltercio Caldas, José Resende, Ana Maria Tavares, Carlito Carvalhosa, Eder Santos, Marcos Chaves, Marcelo Silveira, Rodrigo Braga e Arnaldo Antunes, e com este último recebeu, pela mostra “Palavra em Movimento”, o prêmio APCA 2015, de Melhor Exposição de Artes Gráfica.

 

Sobre o artista

 

Afonso Tostes nasceu em 1965, em Belo Horizonte. No final dos anos 1980, mudou-se para o Rio e iniciou os estudos na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Laje, onde foi aluno de Daniel Senise, Charles Watson, entre outros. Começou sua trajetória com a investigação de formas orgânicas, inicialmente tendo como suporte a pintura e, mais tarde, voltando-se para a escultura. Sua primeira individual foi feita em 1996, no Centro Cultural São Paulo, onde mostrou suas pinturas. Em 2000, expôs telas de grandes dimensões no Paço Imperial, no Rio. Foi em 2001 que mostrou suas esculturas, na galeria carioca Paulo Fernandes. Desde então, mostra os desdobramentos de sua pesquisa escultórica em exposições como a Bienal do Mercosul (2005), a individual Baque Virado (MAM-RJ, 2011), entre outras. Atualmente vive e trabalha em São Paulo.