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Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema
24/nov
- Volpi
- Beatriz Milhazes
- Di Cavalcanti
- Iberê Camargo
- Ivan Serpa
- Krajcberg
- Paulo Roberto leal
- Raymundo Colares
A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, abre no próximo dia 28 de novembro, às 19h, a exposição “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, marcando a inauguração de sua nova sede em prédio com projeto arquitetônico de Miguel Pinto Guimarães. Dirigida por Luiz Sève e sua filha Luciana Sève, a Galeria de Arte Ipanema passará a ocupar o andar térreo e metade do primeiro andar da construção com quatro andares e dois subsolos, que abriga ainda três unidades destinadas a escritórios empresariais. Ao longo do período de exposição será lançado o livro “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, pela Barléu, com texto do crítico Paulo Sergio Duarte, capa dura, formato de 21cm x 25cm, e 100 páginas. “Espero que um jovem que começa sua coleção, um jovem artista ou, mesmo, crítico possam ter uma ideia, embora tênue, do contexto em que nasce a Galeria de Arte Ipanema”, escreve Paulo Sergio Duarte. Para ele, o percurso de Luiz de Paula Sève no mercado de arte e de sua galeria é “coisa raríssima, para não dizer única no Brasil”.
Com atividades ininterruptas, a Galeria de Arte Ipanema volta assim ao seu tradicional endereço no número 27 da Aníbal de Mendonça, onde se instalou em 1972, e mostra nesta exposição inaugural de seu novo espaço sua íntima relação com a história da arte, e a força de seu acervo. Serão exibidas cerca de 60 obras de mais de 50 artistas de várias gerações e diferentes pesquisas, expoentes da Arte Contemporânea e do Modernismo, entre eles grandes mestres da Arte Cinética, do Concretismo e do Neoconcretismo. Junto a pesos-pesados da arte, a exposição também reunirá pinturas de artistas mais jovens, como a norte-americana Sarah Morris, conhecida por suas pinturas geométricas de cores vibrantes, inspiradas principalmente na arquitetura das grandes metrópoles – e os paulistanos Henrique Oliveira e Mariana Palma.
Em uma verdadeira festa para o olhar, a exposição se inicia com seis pinturas cinéticas da série “Physichromie” de Cruz-Diez – artista representado pela galeria -, que oferecem três diferentes conjuntos de cores de acordo com a posição do espectador: de frente, caminhando da esquerda para a direita, ou no sentido contrário. Esses trabalhos se juntam a outros grandes nomes da arte cinética, como um óleo sobre tela da década de 1970 e um móbile dos anos 1960 de Julio Le Parc; uma versão em formato de 55 cm da espetacular “Sphère Lutétia” , uma das três obras de Jesús Soto na mostra; uma pintura de mais de 1,60m da série “W” de Abraham Palatnik , entre trabalhos de outros cinéticos, como o relevo de quase três metros de largura de Luis Tomasello.
Construtivismo e Neoconcretismo
De Sérgio Camargo estarão três significativos relevos em madeira pintada, e um deles, “Relief 13-83”, participou da Bienal de Veneza em 1966, onde o artista tinha uma sala especial com 22 obras. De Waltercio Caldas, integrará a mostra a escultura “Fuga”, esmalte sobre aço inox e lã. Um núcleo da exposição é composto por uma gravura de Richard Serra, pela obra “Maquete para interior”, de Lygia Clark, uma escultura em aço pintado de Franz Weissmann, uma escultura e uma pintura de Amilcar de Castro, duas pinturas de Aluísio Carvão e dois trabalhos de Ivan Serpa. A “Pintura nº 355”, do argentino Juan Melé , também integrará a mostra.
Mais pinturas – Abstracionismo, Expressionismo, Nova Figuração
Quatro pinturas de Alfredo Volpi – uma dos anos 1960 e três da década seguinte – também estarão na exposição, bem como conjuntos das famosas séries “Ripa” e “Bambu”, dos anos 1970, de Ione Saldanha, em têmpera sobre madeira. “52 anos – Um raro percurso” mostrará óleos sobre tela dos anos 1960 e 1950 de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, dois artistas que participaram da exposição inaugural da Galeria Ipanema, em 1965. Arcangelo Ianelli, Abelardo Zaluar e Paulo Pasta também terão obras na mostra. A exposição apresentará pinturas de Iberê Camargo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Jorge Guinle e Beatriz Milhazes. Raymundo Colares, artista que fez sua primeira individual na Galeria de Arte Ipanema, estará representado pela pintura “Midnaite Rambler”, em tinta automotiva sobre madeira. Wesley Duke Lee terá na exposição três pinturas em nanquim, guache e xerox sobre papel: “Nike descansa ”, “O Alce (Sapato com fita amarrando), e “Os mascarados”. “Tô Fora SP”, de Rubens Gerchmann, e duas pinturas de Wanda Pimentel, das décadas de 1970 e 90, se somam a quatro obras de Paulo Roberto Leal, artista que também teve sua primeira individual realizada pela Galeria Ipanema. Outros grandes nomes da arte contemporânea que integrarão a mostra são Frans Krajcberg, Cildo Meireles, Nelson Félix, Antonio Manuel e Vik Muniz.
Modernismo
Luiz Sève teve um contato privilegiado com grandes artistas, entre eles sem dúvida está Di Cavalcanti, de quem serão exibidas três óleos sobre tela. Outros grandes nomes do modernismo que estarão na exposição são Portinari, com a pintura “Favela”, Djanira, com “Sala de Leitura”, e Pancetti , com “Farol de Itapoan”.
Breve história de um raro percurso
A história da Galeria Ipanema se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e seu precioso acervo é fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes que marcaram sua trajetória. Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com a exposição de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, em 1972, passou por outros endereços, como o Hotel Leme Palace e a Rua Farme de Amoedo.
Presença em São Paulo
De 1967 a 2002, Frederico Sève – irmão de Luiz – foi sócio da Galeria Ipanema, onde idealizou e dirigiu de 1972 a 1989 uma expansão em São Paulo, inicialmente na Rua Oscar Freire, em uma casa construída e especialmente projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake. A Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou, entre outros, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti , realizando as primeiras exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares. Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na criação de uma galeria de arte. Na família amante de arte, outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula, médico de Pancetti, havia sido diretor do MAM. Luiz Sève destaca que é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado qualquer pessoa pela aparência”. “Há o componente sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso. A Galeria Ipanema mantém em sua clientela colecionadores no Brasil e no exterior, e já atendeu, entre muitas outras, personalidades como o mecenas da arte David Rockefeller, Robert McNamara – Secretário de Defesa do Governo Kennedy -, e o escritor Gabriel Garcia Marquez.
Até 23 de dezembro.
No FACE Gabinete de Arte
24/ago
FACE Gabinete de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP, inaugurado no primeiro semestre de 2017, traz agora a exposição de Agostinho Batista de Freitas, reafirmando sua intenção de resgatar o olhar de Pietro M. Bardi sobre a produção artística brasileira. O espaço, ao revisitar artistas revelados ou incentivado pelo fundador do MASP, pretende compartilhar a experiência de Eugênia Gorini Esmeraldo durante décadas ao lado dele no museu, reativando, com mostras e debates, a presença desses nomes na cena contemporânea.
Conforme destaca Eugênia, torna-se difícil comentar a obra do pintor após a grande exposição realizada recentemente pelo MASP, quando também foi editado um bonito e merecido catálogo sobre o artista. Por isso, a presente mostra tem mais o significado de prestar uma homenagem ao descobridor de Agostinho, neste ano em que o MASP, instituição que ele fundou em outubro de 1947, comemora 70 anos.
Agostinho Batista de Freitas (Paulínia, SP, 1927 – São Paulo, SP, 1997) foi encontrado pelo Professor Bardi nas ruas da cidade, na praça do Correio, onde vendia as suas pinturas, no início dos anos 1950. Já em 1952 foi realizada uma individual do artista no emergente museu, na rua Sete de Abril, 230. Eram os primeiros anos da formação do espaço de arte que Bardi iria dirigir por mais de quatro décadas.
Algumas das obras reunidas nesta exposição estiveram na recente mostra do artista no MASP e, não por acaso, algumas delas passaram pelo crivo ou pertenceram a Bardi. Por volta de 1966, o fundador do museu criou a galeria Mirante das Artes, na rua Estados Unidos 1494, e ali começou a revender muitas obras de sua coleção, inclusive as de Agostinho. Era de sua propriedade e merece destaque a obra Enchente na Vila Maria, que pode ser vista nesta exposição graças ao empréstimo do acervo do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi.
Como lembra Eugênia, em 1966 Bardi, ao aceitar ser um dos comissários que indicavam artistas brasileiros para a Bienal de Veneza daquele ano, selecionou Agostinho, ao lado de Jose Antônio da Silva, Francisco Domingo Silva (Xico da Silva) e dos eruditos Arthur Luiz Piza e Wesley Duke Lee. A obra de Agostinho selecionada para a exposição em Veneza, que não esteve na retrospectiva no MASP, estará presente na mostra.
FACE Gabinete de Arte é uma iniciativa de Eugênia Gorini Esmeraldo, museóloga e historiadora de arte e do engenheiro Francisco de Assis Esmeraldo, ambos colecionares e próximos aos Bardi, seja no trabalho direto, como é o caso de Eugênia, seja nas sistemáticas conversas sobre arte que Assis mantinha com o Professor.
De 26 de agosto a 07 de outubro.
Aposta na Vanguarda
07/dez
- Aguilar
- Antônio Dias
- Antônio Henrique
- Claudio Tozzi
- Gerchman
- Glauco Rodrigues
Pop, Nova Figuração e Após
A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, através da mostra “Pop, Nova Figuração e Após”, comemora 21 anos de trabalho e o titular da casa, o marchand Ricardo Camargo, assina a curadoria da exposição que conta com a parceria da AD-Almeida e Dale. O texto no categorizado catálogo traz a apresentação assinada por Roberto Comodo.
Apresentação
Em 2015 duas megaexposições internacionais, a The World Goes Pop, da Tate Modern de Londres; e a mostra itinerante pelos Estados Unidos International Pop, promovida pelo Walker Art Center, de Minneapolis – colocaram a Pop Art no centro das artes plásticas mundiais. Obras de Antonio Dias, Wesley Duke Lee, Cláudio Tozzi, Nelson Leirner, Raimundo Colares e Glauco Rodrigues, entre outros artistas, brilharam nessas mostras.
Antecipando este movimento num gesto ousado para o mercado, a Ricardo Camargo Galeria realizou em 2007 a exposição Vanguarda Tropical, reunindo 44 trabalhos de oito artistas plásticos expoentes da arte brasileira dos anos 60. Foi também um gesto coerente deste galerista, que mantém contato contínuo há quase 50 anos com os artistas da vanguarda nacional, iniciado na galeria Art-Art – a primeira galeria de arte contemporânea de São Paulo, inaugurada em dezembro de 1966 – e em seguida na Galeria Ralph Camargo, que a sucedeu.
Agora, com a exibição de “Pop, Nova Figuração e Após”, a Ricardo Camargo Galeria, fecha um ciclo e também abre novas fronteiras. A mostra apresenta 58 obras, 18 delas inéditas, de 25 artistas de ponta da arte nacional, que transitaram entre a Pop Art e a Nova Figuração ou foram além – como Mira Schendel com o desenho “Símbolos”, de 1974, feito em caneta hidrográfica, e Ivald Granato homenageado em um emblemático óleo de 1977.
Na exposição, a contundência do inédito óleo de Antonio Henrique Amaral, “Banana grafite com cordas”, de 1973, sintetiza seu vigoroso repúdio ao regime militar e mantém diálogo com o objeto “Catraca”, de Claudio Tozzi, travada por um cadeado no ano de 1968, quando a ditadura iniciou a sua fase mais repressiva. Tozzi ainda está presente com “Multidão” (1968) e no trabalho inédito “Viet Paz”, (1966), que retrata a desigual e brutal Guerra do Vietnã, entre demais obras. Seu colega de geração, Rubens Gerchman se impõe com a majestosa tela “Mata e o arrojo de Gnosis”, em spray sobre alumínio, pintadas em Nova York nos anos 70, além da pintura e colagens Policiais identificados da chacina, da série “Registro Policial”, de 1988.
Na vertente Pop, Maurício Nogueira Lima, que foi um puro concretista, surpreende com as exuberantes telas “Bang!”, “Goool” e “Tchaf! Negativo”, todas de 1967; e no exclusivo retrato de Marilyn Monroe, feito em 1969. Já José Roberto Aguilar expande a sua novíssima figuração mágica no óleo “Destruidor de mitos”, de 1965, e “Cenas Urbanas”, sua primeira pintura com spray sobre tela, elaborada em 1966. São obras que mantém proximidade com as de Tomoshige Kusuno, autor do monumental painel de telas a óleo esticadas em estrutura de madeira, de 1970, e das delicadas obras “Vibração de Resíduos”, “Herança da perspectiva” e “Diamante nº 6”, feitas nos anos 60.
O mestre Wesley Duke Lee ressurge na mostra com a arte ambiental “Retrato de Luzia (a Santa Amarense)” ou “à respeito de Titia” – liquitex sobre tela e planta viva em um vaso – que participou da exposição Iconografia Botânica na inauguração da Galeria Ralph Camargo em 1970. Além da obra “Retrato de um amigo”, (Guido Santi, presidente da Olivetti na época), de 1967, inteiramente Pop, com sua moldura recortada; e o exemplar da Série das Ligas, de 1960, a obra mais antiga da exibição.
Ex-alunos de Wesley, Luis Paulo Baravelli mostra o raríssimo trabalho “Ceci e Peri”, de 1968, em madeira bruta pintada, azulejos e madeira balsa, enquanto Carlos Fajardo expõe o singular óleo “Santos Dumont”, pintado em 1967. Com a obra mais recente na mostra, o irônico espírito contestador de Nelson Leirner surge em “Jogos Americanos”, de 2001, nas 40 unidades de silk-screen sobre fórmica que indaga “Você tem fome de que?”, que foram expostas no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Outras preciosidades da exposição são os três trabalhos de Antonio Dias, dois deles dos anos 60 – um característico guache e um ladrilho esmaltado a fogo – além da deslumbrante xilogravura “Fósforos”, de 1978, em spray acrílico azul. Nesse mesmo patamar também estão três pinturas de Glauco Rodrigues dos anos 60, duas da série “Astronauta” – que estiveram na sua primeira individual na famosa Galeria Relevo, no Rio de Janeiro, de Jean Boghici, em 1966 – e a inusitada “Cara e careta”. Além de duas obras de Raimundo Colares de 1966 – em lápis, nanquim e aquarela – com seu vibrante grafismo inspirado nas cores dos ônibus cariocas.
A mostra da Ricardo Camargo Galeria traz ainda obras significativas de artistas importantes, mas pouco vistos, realizadas na década de 60, como Maria Helena Chartuni e Samuel Szpigel. Totalmente pop, Maria Helena exibe um “Diptíco de Roberto Carlos”, um “Tríptico do Chacrinha e seus calouros” e um exuberente “Ostentório de Marilyn Monroe”, com óleo sobre tela recortada e montada em estrutura de ferro pintado. Já Szpigel realiza uma retumbante e mordaz crítica política nas telas “Aliança para o Progresso” e “Liberdaaaade”.
Com a exposição “Pop, Nova Figuração e Após”, a Ricardo Camargo Galeria reafirma a aposta na ousadia de diferentes enfoques da vanguarda brasileira dos anos 60, que agora ganha merecido reconhecimento internacional.
Roberto Comodo
Até 23 de dezembro de 2016.
Reabre de 03 a 31 de janeiro de 2017.
Tudo Joia
08/nov
A exposição “Tudo Joia” tem por conceito apresentar um recorte da produção de artistas do século XX que, por intenções diversas, conceberam e concebem suas criações tendo o corpo como suporte do pensamento artístico. Sob a curadoria da Bergamin & Gomide, com a colaboração do antiquário Rafael Moraes, a exposição poderá ser vista até 26 de novembro, na Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP. A expografia da mostra traz a assinatura da arquiteta Marieta Ferber.
Em exibição cerca de 60 peças entre criações modernistas como as de Di Cavalvanti e Burle Marx, as contemporâneas de Antonio Dias e Roy Lichtenstein com sua exuberante Pop Art, até aqueles que estão criando pela primeira vez, exclusivamente para a mostra. Ao todo, cerca de 40 artistas participam com trabalhos em prata, ouro e outros materiais nobres. Contudo, a diversidade do elenco também trouxe peças diversas e, acima de tudo, atemporais.
Para Antonia Bergamin, à frente da galeria e uma das curadoras da mostra, essa exposição é um momento especial. “Eu queria mostrar também um lado da produção dos artistas que poucos conhecem. De uma maneira forte “Tudo Joia” é uma exposição para os curiosos. Muitos artistas que conhecemos e admiramos em algum momento se aventuraram nos desenhos de objetos usáveis e poucos ficam sabendo, pois é algo pontual e experimental. A exposição é uma oportunidade de ver essas peças reunidas e entender como elas se relacionam com o resto da produção do artista”, conclui Antonia.
Cildo Meireles, em sua pesquisa da série “Arte Física”, criou um anel em prata, terra, ônix, ametista e safira. Sônia Gomes apresenta suas joias em tecido bordado, inquietando-nos com seu barroco contemporâneo. As joias de Di Cavalcanti foram executadas em parceria com o joalheiro Lucien Finkelstein no Rio de Janeiro: um anel e um pingente feitos em ouro e esmalte.
Roberto Burle Marx introduziu seu pensamento paisagístico no desenho de joias, revolucionando a joalheria brasileira com colares, pulseiras, broches e anéis em ouro e prata, adornados com pedras em lapidação livre. Tais peças foram desenvolvidas na joalheria que pertencia aos irmãos Roberto e Haroldo Burle Marx. Nessa época, geralmente as joias eram feitas com ouro e pedras brasileiras. As que serão apresentadas na mostra, foram lapidadas seguindo as fibras naturais da própria pedra e em formatos orgânicos, presente no trabalho de paisagismo do artista. Um broche em ouro, um anel em ouro e turmalina e um conjunto de colar e brincos em ouro e turmalina, trazem à cena o joalheiro Burle Marx.
Além dos já citados, outros importantes nomes como Ron Arad, Arman, Miquel Barcelo, Anna Bella Geiger, Alighiero Boetti, Paloma Bosquê, Celio Braga, Pedro Cabrita Reis, Waltércio Caldas, Alexander Calder, Sergio Camargo, Enrico Castellani, Carlos Cruz-Diez, Alexandre da Cunha, José Damasceno, Amilcar de Castro, Michael Dean, Wesley Duke Lee, Servulo Esmeraldo, Fernanda Gomes, Jenny Holzer, Rebecca Horn, Ilya and Emilia, Kabakov, Anish Kapoor, Jannis Kounellis, Nelson Leirner, Tonico Lemos Auad, Atelier Van Lieshout, Renata Lucas, Marepe, Beatriz Milhazes, Tatsuo Miyajima, François Morellet, Mariko Mori, Ernesto Neto, Nazareth Pacheco, Artur Luiz Piza, José Resende, David Shrigley, Regina Silveira, Edgard de Souza, Tiago Tebet, Amelia Toledo, Tunga, Giorgio Vigna, Ai Weiwei, Sonia Gomes e Rubens Gerchman, entre outros, compõem a exposição.
Na Pinacoteca do Estado
03/nov
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.
A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.
“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.
A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e Credit Suisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.
Comodato
A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.
“Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.
A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.
A mostra permanece em cartaz até 26 de agosto de 2019 no 1º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 2.
Vanguarda brasileira, anos 1960
13/set
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, recebeu a exposição “Arte no Brasil: Uma história na Pinacoteca de São Paulo. Vanguarda brasileira dos anos 1960 – Coleção Roger Wright”, um recorte de 80 obras realizadas entre as décadas de 1960 e 1970 no Brasil pelos artistas mais representativos da nova figuração, do teor político e da explosão colorida do pop, como Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias, Cildo Meireles, Nelson Leirner, Raymundo Colares, Rubens Gerchman, Carlos Zilio, entre outros.
A mostra de longa duração celebra o comodato de 178 obras estabelecido em março de 2015 entre a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca e a Associação Cultural Goivos, responsável pela Coleção Roger Wright. Além disso, também dá continuidade à narrativa iniciada com a exposição “Arte no Brasil”, em cartaz no segundo andar e que apresenta os desdobramentos da história da arte no Brasil do período colonial aos primeiros anos do modernismo em 1920.
“Com esse conjunto, o museu oferece aos visitantes a possibilidade de ver e compreender processos recentes que contribuíram para a formação da visualidade brasileira. Sem contar, que a Pinacoteca se consolida como um museu nacional da história da arte no Brasil, constituído por núcleos articulados em uma narrativa extensa e representativa”, explica José Augusto Ribeiro, curador da exposição.
A exposição tem patrocínio, via leis de incentivo, de Pirelli, Klabin e CreditSuisse. Sua realização foi possível também graças ao apoio direto de amigos pessoais do colecionador Roger Wright, como Paulo S.C. Galvão Filho e José Olympio da Veiga Pereira.
Comodato
A Coleção representa a produção brasileira dos anos 1960 e possui importantes instalações produzidas a partir de 2000. Foi montada por Roger Wright e seus dois filhos desde 1996 e, após o acidente que vitimou a família em 2011, Christopher e Ellen Mouravieff-Apostol, irmão e mãe de Roger Wright, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Para isso, consultaram vários museus nacionais, buscando encontrar algum que apresentasse condições seguras e plenas de pesquisa, comunicação, salvaguarda e projeção pública.”Estou muito feliz com a perspectiva de ver em breve a coleção aberta ao público na Pinacoteca. Acima de tudo, tenho certeza que tanto o Roger como os filhos estariam orgulhosos com esse novo rumo na história da coleção que eles montaram com tanta dedicação”, disse Christopher.
A Pinacoteca tem experiência em acomodar obras de grande relevância por meio de comodatos, como a Coleção Brasiliana – Fundação Estudar, que após o período de empréstimo foram doadas ao museu e hoje compõem o seu acervo, e o comodato assinado em 2004 com a Fundação Nemirovsky com trabalhos importantes do período modernista.
Até 26 de agosto de 2019.
Para conhecer Benetazzo
06/abr
A exposição “Antonio Benetazzo, permanências do sensível”, Centro Cultural São Paulo, Piso Flávio de Carvalho, SP, reúne cerca de 90 desenhos realizados por este artista e militante político, brutalmente assassinado pelo regime militar brasileiro em 1972. Autor de uma obra desconhecida do público, que ficou por décadas guardada nas residências de seus amigos e familiares, Benetazzo ressurge em uma mostra inédita dedicada inteiramente à sua trajetória artística, na qual, além da apresentação de seus principais trabalhos, estão presentes objetos pessoais e documentos de origem biográfica. A exposição é dividida em sete partes, nas quais revelam-se eixos temáticos e variedades estilísticas de uma obra pulsante produzida entre 1963 e 1972. A curadoria é de Reinaldo Cardenuto, uma realização da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Secretaria Municipal de Cultura e Centro Cultural São Paulo com apoio do Instituto Vladimir Herzog.
Haverá ainda exibição do curta-metragem “Entre imagens (intervalos)”, filme-ensaio em torno da vida e obra de Antonio Benetazzo; lançamento de um livro com textos e reproduções dos desenhos realizados pelo artista.
Para o crítico Silas Martí que recomenda uma visitação, “Quase desconhecida, a obra deste artista italiano radicado em São Paulo e assassinado de forma brutal por agentes da ditadura militar nos anos 1970 é alvo agora de uma grande exposição no Centro Cultural São Paulo. A mostra põe em evidência a potência de um trabalho de forte carga política e ao mesmo tempo de grande ousadia formal para a época, com um diálogo poderoso com os experimentos dos artistas pop do país, como Wesley Duke Lee”.
Até 29 de maio.
Baravelli, Os Sentidos
30/mar
A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta “Os Sentidos”, exposição individual do artista Luiz Paulo Baravelli. Após exibir em 2015 uma série de exposições retrospectivas – “Objeto versus espaço, abstração versus empatia” no Instituto Figueiredo Ferraz e outras duas individuais nas unidades da galeria de São Paulo e Ribeirão Preto, o artista retorna ao espaço de São Paulo e apresenta uma terceira exposição com trabalhos produzidos nos últimos seis meses. Com esse método, a galeria cria um arco histórico que acompanha a produção do artista por um período mais estendido, tentando entender cada época e contexto. O que ficou perdido e que pode ser encontrado, o que não foi executado e pode ser encenado, o que foi descartado e que pode ser resgatado.
Na atual exposição, Baravelli não retoma o que foi produzido no começo da década de 1980 – já que a produção é um parente distante e mais novo das obras produzidas para a Bienal de Veneza de 1984 e para a individual no mesmo ano da Galeria São Paulo. O que se apresenta é um pulo de 31 anos, o que ficou para trás e o que só agora faz sentido.
As caras de Baravelli não possuem corpos, são autônomas e vivem dentro de sua lógica. Sem corpo a cabeça pode escolher a perna que bem entender, o pé que achar mais interessante, a vida que quiser seguir. Essa lógica se estende a construção das obras – materiais dos mais diversos usos – tinta acrílica, encáustica, crayon, esmalte e goma-laca. Os materiais são utilizados sobre compensado recortado, as curvas dos trabalhos sugerem as imagens que são completadas pela pintura – uma mão que é cabelo e um cabelo que também é mão.
A escala dos trabalhos é algo fundamental, um rosto sem corpo que encara o espectador impondo uma presença intimidadora – a escala é maior que o corpo humano. Tem algo aí que não segue uma lógica linear. São apresentados 8 trabalhos na dimensão de 220 x 160 cm e uma série de desenhos-estudos que serviram de apoio para a construção dos trabalhos da atual mostra.
Perguntamos a Baravelli se ele gostaria de fazer o texto de sua própria exposição – já que por muitos anos o artista escreveu de forma disciplinar – ele enviou o seguinte texto:
“Perguntei certa vez a um estudante de Filosofia: ‘Como eles tratam da questão da arte na sua faculdade?’
A resposta:
“Não tratam – na filosofia não há lugar para o sensível.”
Não sei se ele estava certo, mas na hora e desde então, fiquei com uma sensação boa de estar todos os dias funcionando além de um limite.”
Depois disso perguntamos se ele podia nos explicar melhor o contexto e o que queria de fato dizer com esse excerto, ele nos respondeu utilizando-se de uma charada.
Sabemos que o universo de Baravelli é um lugar habitado por muitos outros seres e referências: recortes de jornais, História da Arte, humor, trabalho constante, uniforme, madrugadas etc etc etc. Tudo forma uma grande cena, um mundo vivido à parte e construído pelo próprio artista. As obras atuais funcionam como um resumo desses personagens: uma mulher recém-casada, um Armênio, um rapaz azul, uma jovem senhora, um estrangeiro, um turista, um padeiro e um ser rosado de difícil identificação.
Sobre o artista
Nascido em 1942 na cidade de São Paulo, SP, onde vive e trabalha, Luiz Paulo Baravelli estudou arquitetura na FAU-USP, desenho e pintura na Fundação Armando Álvares Penteado e mais tarde, com o pintor Wesley Duke Lee, o qual exerceu grande influência em sua carreira. Sempre explorou diversos materiais e técnicas em suas obras as quais frequentemente aparecem em “suportes não-suportes” com formatos irregulares (recortes) e se transfiguram como a própria natureza humana e a natureza das coisas em geral. São imagens-objeto. Aborda um “consciente virtual” que mistura impulsos humanos, espaço, tempo e referências culturais e se torna uma representação que desafia a realidade aparente, uma mise en scène da sociedade contemporânea ao estilo do artista.
De 02 de abril a 21 de maio.
Processos criativos
23/fev
- Adriana Moreno
- Felipe Ferraro
- Leandro Muniz
O Wesley Duke Lee Art Institute, São Paulo, SP, abre na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, a exposição coletiva Proces/sos Cri/ativos – Ex/periência com 15 jovens artistas convidados a vivenciar uma experiência única: produzir a partir de uma imersão no universo de Wesley Duke Lee. Com obras em suportes diversos como pintura, colagem, fotografia, gravura, serigrafia e projeção em slide, e curadoria de Patricia Lee, concretiza-se mais um dos sonhos do artista de poder transmitir às novas gerações seu conhecimento e influências.
Por um período de dois meses, com encontros semanais, os artistas frequentaram a instituição – uma casa/museu – e tiveram acesso aos livros, textos diversos, fotografias, filmes, desenhos, livros, objetos e obras, podendo assim captar o artista em sua essência. Como comentava Wesley Duke Lee, sua casa era ele mesmo virado de dentro para fora. Muitos artistas utilizaram referências do Grupo Rex, do qual Wesley Duke Lee foi um dos fundadores, que oferecia um contraponto combativo e bem-humorado ao mercado de artes, na década de 1960. Essas referências estão agora disponíveis na biblioteca do WDLAI.
A possibilidade de imersão no universo de Wesley Duke Lee é um dos objetivos do Instituto e um dos sonhos do artista, coordenado por sua sobrinha, Patrícia Lee: fazer circular seu conteúdo cultural e informativo na sociedade. Grande parte dos materiais já está à disposição de estudantes, pesquisadores e público. “Queremos, com iniciativas como esta, provocar o pensamento artístico e criativo, reinventar a didática à maneira de Wesley Duke Lee e estimular o autoconhecimento”, diz Patrícia Lee, diretora cultural do Instituto.
“PROCES/SOS CRI/ATIVOS” é o resultado do resgate da memória de Wesley Duke Lee através das mentes jovens do nosso tempo. Artistas participantes: Adriana Moreno, Bruna Meyer, Claudia Di, Coletivo Quatro Patas, Felipe Ferraro, Gustavo Prata, Ile Sartuzi, Julia Kavazzini, Julia Milaré, Karina Ferro, Leandro Muniz, Margarita Jaime, Pedro Ermel, Wal Braz, Yuli Yamagata.
De 29 de fevereiro a 05 de março.