Revelando riqueza artística e densidade simbólica.

16/dez

 

O Museu de Imagens do Inconsciente, Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, RJ, convida para a abertura, em 20 de dezembro, às 10h, da exposição “Riquezas do mundo interno – coleções e leituras”, que reúne mais de 60 obras produzidas por pacientes psiquiátricos, oriundas de quatro museus: o próprio MII, o Museu Arthur Bispo do Rosário – ambos no Rio de Janeiro -, o Museu de Arte Osório Cesar, em Franco da Rocha, São Paulo, e o Museu da Oficina de Criatividade, em Porto Alegre.

A curadoria é de Luiz Carlos Mello, diretor do Museu de Imagens do Inconsciente, criado pela Dra. Nise da Silveira (1905-1999) em 1952. O ponto de partida para a mostra – que será de longa duração, e estará no edifício -sede do MII – foi o livro “Do asilo ao museu – Nise da Silveira e as coleções da loucura” (2024, Hólos Consultoria), de Eurípedes Gomes Cruz Jr., músico e museólogo que trabalhou por 25 anos junto com a Dra. Nise, em que analisa a formação, ao longo do último século, das coleções criadas em vários países com as obras produzidas por pacientes psiquiátricos.

Esta é a primeira vez que o Museu de Imagens do Inconsciente apresenta obras de outros museus, e haverá ainda um segmento com reproduções em papel de algodão fine-art, em tamanhos variados, de coleções similares localizadas na Europa, como a Coleção Prinzhorn, na Alemanha, Arte Bruta, em Lausanne, Suíça, Coleção Adamson, na Wellcome Library, em Londres. As obras – pinturas e esculturas – não estarão dispostas em ordem cronológica, mas agrupadas em aproximações poéticas.

A exposição “Riquezas do mundo interno – coleções e leituras” faz parte das comemorações dos 50 anos da Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, atualmente presidida pela Dra. Margareth Dalcolmo, e foi possível graças à emenda parlamentar da deputada federal Jandira Feghalli e o patrocínio, via Lei Rouanet, do Itaú Cultural.

“As mais de 60 obras expostas revelam riqueza artística e densidade simbólica, trazendo universos onde a fantasia e a imaginação alcançam dimensões inusitadas. As riquezas trazidas à superfície por pessoas que experimentaram semelhantes mergulhos estão representadas na exposição. O público será impactado pelas imagens”, afirma o curador Luiz Carlos de Mello.

No dia da abertura da exposição será feito o lançamento das novas edições revistas e ampliadas de dois livros: “Nise da Silveira, Caminhos de uma psiquiatra rebelde”, de Luiz Carlos Mello, como parte das comemorações dos 50 anos da Sociedade Amigos do Museu de Imagens do Inconsciente, com edição da Hólos Consultoria e Automática; e “Nise da Silveira – afeto, liberdade e criatividade”, de Walter Melo, editado pelo Conselho Federal de Psicologia.

Cecília Maraújos no Ateliê 31.

15/dez

Em Autoficções, Cecília Maraújos apresenta um conjunto de pinturas que atravessam corpo, memória e maternidade, articulando autorretratos, referências fotográficas e experiências do cotidiano. A exposição está em cartaz no Ateliê 31, com curadoria de Martha Werneck. Na mostra, Cecília Maraújos reúne um conjunto de cerca de 25 pinturas, em diversos formatos, que atravessam corpo, memória e cotidiano como campos de elaboração pictórica, articulando experiências autobiográficas e investigações sobre a representação do feminino na cultura.

Cecília Maraújos apresenta um conjunto de pinturas desenvolvidas a partir de referências fotográficas, estudos e montagens digitais que acompanham seu processo. A artista articula documentação, pesquisa teórica e o uso contínuo do caderno de artista como parte de um método que transforma experiências pessoais em matéria pictórica, fazendo do processo um campo de investigação tão importante quanto a própria imagem final.

A partir de fotografias e registros espontâneos da rotina com Serena, sua filha de um ano, Cecília Maraújos elabora pinturas que tomam a casa como figura central dessa maternagem crítica – um espaço onde corpo, afeto, memória e cuidado se entrelaçam, e onde o ambiente doméstico assume o mesmo peso que as figuras humanas, revelando camadas simbólicas do dia a dia. “Nesses trabalhos, a noite parece ser cenário e metáfora: espaço temporal em que o cuidado e a criação se confundem. A pintura traz à tona o gesto repetido, a insônia, o contato, a dúvida”, descreve a curadora Martha Werneck.

“Em suas telas, a pintura é também gesto de resistência, forma de pensar o mundo desde o íntimo. Assim, a artista nos convida a permanecer na penumbra: onde a vida cotidiana se acende em fogo lento e silencioso, transformando o que seria doméstico em potência poética e política”, conclui a curadora.  

Sobre a artista.

Cecília Maraújos (1999, Fortaleza, CE. Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ) cursou graduação de Pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ. Estuda artes de maneira autodidata desde a infância e hoje enfatiza em seu trabalho a prática da pintura e do desenho, intercruzando sua plasticidade com fotografia, escultura, escrita, performance e colagem. Questiona e observa estruturas sistemáticas histórico-sócio-culturais que influenciaram na elaboração da sua autoimagem, utilizando experiências autobiográficas do dia-a-dia para elaborar um entendimento identitário e comunitário a partir de conceitos como interseccionalidade, maternidade e poética para guiar suas especulações. 

Até 08 de janeiro de 2026. 

Arte Brasileira no Canadá.

12/dez

A maior exposição de arte brasileira já apresentada no Canadá, “Tropi-X” está em cartaz no Museum London, ON, reúne até 19 de abril de 2026 mais de 70 obras de 44 artistas para explorar expressões ousadas e em transformação de identidade, cultura e diáspora no Canadá. A exposição é curada por Alena Robin & Rodrigo D’Alcântara.

No centro da mostra está uma coleção rara de obras dos anos 1970 doadas pelo casal de visionários John e Elizabeth Moore: pinturas vibrantes, esculturas e trabalhos têxteis enraizados no folclore, na religião sincrética, na cultura popular e na experimentação modernista. Doada em 1985 e em grande parte invisível por mais de três décadas, essa seleção histórica reflete um momento decisivo na história da arte brasileira – moldado pela diversidade regional e pela transformação modernista.

Essas obras dialogam de forma dinâmica com trabalhos contemporâneos de 20 artistas brasileiro-canadenses que vivem em diferentes regiões do país, conectando passado e presente. Os artistas contemporâneos de “Tropi-X” desafiam narrativas herdadas e oferecem novas perspectivas sobre pertencimento e memória cultural. Organizada em três núcleos temáticos – Folclore Remix, Trópicos em Loop e Fantasmas Sincréticos – “Tropi-X” propõe uma reflexão urgente sobre a complexidade da arte brasileira e sua presença em transformação no panorama cultural canadense. 

“Tropi-X” apresenta obras de: Adelita Pandini, Alexandre Filho, Aline Setton, Antonio Maia, Bruno Capinan, Bruno Smoky, Bruno Tausz, César G. Villela, Christiano de Araujo, Elenir de Oliveira Teixeira, Eloisa de Aquino, Enrico Bianco, Farnese de Andrade, Felipe Fittipaldi, Fernando V. da Silva, Francisco da Silva (Chico), Genaro de Carvalho, Gilda Azeredo de Azevedo, Giorgia Volpe, Glauco Rodrigues, Hélio Basto, Hélio Eudoro, Hélio Rôla, Ian Indiano, Ivan Moraes, Jorge Maia, José Sabóia, Ludmila Steckelberg (VahMirè), Lucas Peixe, Luciano Mauricio, Luiza Albertini, Manoel Chatel, Marcio Melo, Mariana Marcassa, Marina FAW, Nakitta Hannah Correa, Napoleon Poty Lazzarotto, Raquel Trindade (Kambinda), Renina Katz, Richelli Fransozo, Sebastião Januário, Tarcisio Cataldi, Vinicius de Aguiar Sanchez (O Vico) e Ziltamir Soares de Maria (Manxa).

Pesquisas autorais no espaço Z42 Arte.

11/dez

Reunindo 64 obras inéditas, será inaugurada neste sábado, dia 13 de dezembro, a exposição “Coletiva Z”, que apresentará a mais recente produção dos artistas Benoit Fournier, Cláudia Lyrio, Fernanda Leme, Ilana Zisman, Kakati de Paiva, Laura Fragoso, Marcio Atherino e Maria Raeder, na Z42 Arte, no Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ. A mostra apresentará pinturas, esculturas, instalação e fotografias, que pensam o eu, o outro, a sociedade e a natureza, e mostram ao público, de maneira acessível, um pouco das pesquisas autorais que os artistas vêm desenvolvendo. Em comum, todos os artistas possuem ateliê no espaço Z42 Arte.

“A Coletiva Z nasce do desejo de reunir vozes singulares que investigam identidades, relações e paisagens. Cada artista apresenta um recorte único de sua pesquisa, construindo um panorama acessível e potente da produção contemporânea. É uma oportunidade especial de revelar ao público a riqueza da criação dos artistas da casa, cujas poéticas, em diálogo, se encontram e se complementam”, diz Zyan Zein, diretora da Z42 Arte.

Sobre a Z42 Arte.

A Z42 é um espaço de arte que integra ateliês, salões expositivos, workshops e performances, fomentando à produção e à circulação da arte contemporânea na cidade do Rio de Janeiro. Localizada em um casarão histórico da década de 1930, o espaço possui arquitetura eclética e generosos salões expositivos.

Em cartaz até 21 de dezembro.

 

Paço Imperial exibe Gilberto Salvador.

10/dez

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Geometria Visceral”, com um panorama da mais recente produção de Gilberto Salvador. Com curadoria de Denise Mattar, serão apresentadas cerca de 40 obras, entre pinturas, esculturas e vídeos, que ocuparão todos os três salões do segundo pavimento do Paço Imperial. Há 17 anos sem expor no Rio de Janeiro, o artista tem uma forte relação com a cidade, tendo criado, inclusive, obras que retratam a paisagem carioca. Preocupado com a acessibilidade, o artista, que tem dificuldade de locomoção devido à paralisia infantil que teve aos 9 meses de vida, criou duas esculturas táteis, que poderão ser tocadas pelos visitantes. “Eu acho fundamental o público ter essa experiência”, afirma o artista.

A exposição será uma oportunidade para o público carioca ter contato com a obra deste importante artista, que tem mais de 60 anos de trajetória e nunca deixou de trabalhar, mesmo diante de tantas adversidades. “Vale observar que a obra de Salvador, integrante essencial da cena artística paulista, é hoje pouco conhecida no Rio de Janeiro, em grande parte devido às dificuldades de locomoção do artista, cadeirante, pouco afeito a evocar suas limitações físicas, e, exatamente por isso, um exemplo de resiliência e coragem. Com isso, a exposição reveste-se também de um caráter de ineditismo, oferecendo ao público carioca a oportunidade rara de descobrir um artista, na madura plenitude de sua produção”, afirma a curadora Denise Mattar.

Os recortes nas obras, destacando as formas, também são outra característica marcante do trabalho do artista, assim como as cores fortes e vibrantes, que fazem referência à brasilidade. “Quando eu era criança uma das coisas que mais me impressionava eram os cartazes que havia na porta dos cinemas, com uma cena pintada na madeira e recortada como se ela estivesse ganhando vida. Esse fator se repetiu durante todo um percurso da minha obra e, ao mesmo tempo, ganhou um elemento de pintura muito forte que é o cromatismo, que são cores vibrantes, que tem a ver com a nossa questão tropical. O Brasil tropical é colorido, a nossa flora é colorida”, diz o artista, que trabalhou muito tempo com paisagismo. “Linhas geométricas, volumes fragmentados e composições calculadas evocam a sua formação como arquiteto e sua capacidade de construir mundos visuais nos quais o rigor formal é permeado por uma inquietação subjetiva. Por vezes seu trabalho se apropria de elementos da fauna, da mitologia indígena e do imaginário popular para compor um léxico visual brasileiro que propõe uma síntese entre memória coletiva e fabulação individual, explodindo em cor, ritmo e densidade simbólica”, ressalta a curadora.

O nome da exposição tem a ver com o fazer artístico de Gilberto Salvador. “O que mais me chama a atenção no trabalho dele, e por isso eu dei este título de Geometria Visceral, é que todo o construtivismo, a geometria, são absolutamente permanentes na obra do Gilberto, mesmo nas primeiras obras, que tem mais o espírito da Pop Arte, há a presença marcante da geometria. Mas sempre há um contraponto de uma forma orgânica presente em toda a obra dele”, diz Denise Mattar.

 Sobre o artista.

Gilberto Salvador (São Paulo, 1946) é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU/USP). Dentre suas principais exposições individuais, destacam-se “Água + Forte”, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas Jose Pancetti (MACC), em Campinas – SP; “Dois momentos”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo; “Gênesis”, no Museu da Casa Brasileira (MCB), em São Paulo, SP; “Reflexões Visuais”, na Galeria de Arte do SESI, no Espaço Cultural da FIESP, em São Paulo, SP; “O Reino Interior”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em São Paulo, SP, e no Museu Alfredo Andersen, em Curitiba, PR; “30 Anos de Pintura”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP); “História natural do Homem Segundo Gilberto Salvador”, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em São Paulo, SP.  

Em cartaz até 1º de março de 2026.

Uma exposição híbrida.

08/dez

Em um ambiente de penumbra, o visitante se encontra experimentando o universo ficcional, fantástico e sombrio de duas personagens femininas que inventam mundos e sugerem viagens tanto espaciais quanto temporais. É dentro dessa atmosfera que as artistas e cineastas Darks Miranda e Mariana Kaufman apresentam “A gruta, a ilha”, exposição de audiovisual expandido que ficará em exibição a partir do dia 20 de dezembro, na galeria de arte do Sesc Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria da artista e professora Anna Costa e Silva. Tendo como base a produção em vídeo das duas artistas, “A gruta, a ilha” conta também com esculturas, objetos e instalações que, juntamente com as projeções audiovisuais, compõem o universo da exposição. Até 22 de fevereiro de 2026, enquanto estiver em cartaz, a exposição contará com uma agenda de conversas com alguns convidados de diferentes áreas, sempre aos sábados, no final de tarde. 

“A gruta, a ilha” surge de alguns pontos de contato entre as obras das artistas. Para além de exercerem uma prática artística híbrida, em diferentes mídias, Mariana Kaufman e Darks Miranda, que acaba de ganhar o Prêmio Pipa 2025, têm trabalhado em torno das ideias de imaginação e fantasia como propulsoras da invenção de outros tempos e espaços, a partir da força criadora da arte. 

Darks Miranda e Mariana Kaufman estudaram juntas no curso de cinema da UFF, em Niterói. Anos depois, se encontraram nas formações da EAV Parque Lage e na pós-graduação em Literatura e Artes Visuais, quando começaram a pesquisar artistas e pensadoras como Hito Steyerl, Tacita Dean, Wislawa Szymborska, Donna Haraway, Mary Shelley, Claire Denis e Yoko Ono e a desenvolver os trabalhos apresentados.

Diferentes gerações da arte latino-americana.

04/dez

A Galatea e a Isla Flotante têm a alegria de participar em parceria da Art Basel Miami Beach 2025. Ocupando o estande F26 no setor Galleries, o projeto é concebido como um território de diálogo entre diferentes gerações da arte latino-americana.

A apresentação articula uma série de afinidades transversais entre práticas modernas e contemporâneas que compõem os programas das duas galerias. Os legados construtivos de Lygia Clark e Abraham Palatnik reverberam nas operações materiais de Mariela Scafati, Pablo Accinelli, Valentín Demarco e Allan Weber; a sensibilidade textual e minuciosa de Mira Schendel ressoa nas investigações pictóricas e espirituais de Rosario Zorraquín; e as figurações visionárias de Chico da Silva, Heitor dos Prazeres e Jaider Esbell reinventam as noções de narrativa, comunidade e cosmologia. Reunidas, essas obras propõem uma constelação do Sul ao Sul que imagina novas formas de pensar a modernidade, o corpo, a memória e a coletividade. O estande representa o encontro de duas jovens galerias latino-americanos com programas comprometidos com a experimentação e o diálogo. Galatea e Isla Flotante propõem uma visão da arte como uma rede de múltiplas afinidades, para além de fronteiras nacionais ou geracionais.

Com Abraham Palatnik, Adriana Varejão, Allan Weber, Ana Prata, Antonio Dias, Arthur Palhano, Carolina Cordeiro, Chico da Silva, Dani Cavalier, Dalton Paula, Frans Krajcberg, Gabriel Branco, Gabriella Marinho, Heitor dos Prazeres, Ione Saldanha, Isay Weinfeld, Ivan Serpa, Jaider Esbell, Joaquim Tenreiro, José Adário dos Santos, Lygia Clark, Lygia Pape, Mariela Scafati, Mira Schendel, Mucki Botkay, Pablo Accinelli, Rosario Zorraquín, Rubem Valentim, Tifo Terapia, Tobias Dirty, Tunga e Valentín Demarco.

Luz e espiritualidade na obra de Leo Battistelli.

26/nov

A Galatea apresenta Leo Battistelli: água viva, individual do artista argentino radicado no Rio de Janeiro, a ser inaugurada no dia 26 de novembro em sua unidade da rua Padre João Manuel, São Paulo, SP. A exposição conta com texto crítico do jornalista e curador Leonel Kaz e reúne esculturas e painéis que entrelaçam cerâmica, porcelana, vidro, metais e minerais, explorando a ligação entre matéria, luz e espiritualidade.

Vivendo e trabalhando em seu ateliê na Floresta da Tijuca, no coração da Mata Atlântica, Battistelli transforma elementos da natureza em peças que evocam organismos híbridos, como líquens, sementes, constelações e formas aquáticas, vinculando o gesto humano à continuidade do ciclo vital. Trabalhando com argilas da Patagônia, terras brasileiras e quartzos andinos, o artista recria processos ancestrais em composições que respiram, filtram e irradiam luz.

Entre as obras apresentadas estão Iemanjá (2025), feita de contas de cristal soprado; Sobrenatural (2015), inspirada em mitos amazônicos; Pôr do Sol (2025), painel de sete metros em cerâmica e cobre; Pepita (2022/2025), semente-luz em porcelana e prata; Respiro (2025), Hexagonoro (2019/2025), Coluna (2025), Orvalho (2025) e as séries de Líquens, em diferentes ligas e escalas.

“Leo é um ser aquático mergulhado, da água ao fogo, nos fazeres da cerâmica”, escreve Leonel Kaz. “Suas obras são vivências, não conceitos abstratos.”.

Até 17 de janeiro de 2026.

O legado de Emanoel Araújo.

21/nov

 

O Farol Santander São Paulo apresenta a exposição Emanoel Araújo – Embates Construtivos, em cartaz até 22 de fevereiro de 2026. A mostra reúne mais de 70 obras entre xilogravuras, esculturas, serigrafias e cartazes, incluindo criações inéditas que evidenciam a pluralidade e o rigor estético do artista baiano.

Com curadoria de Fábio Magalhães, a exposição ocupa o 24º andar do centro cultural e propõe uma imersão no universo visual de Emanoel Araújo, marcado por formas geométricas, ancestralidade africana e cores intensas. As obras revelam o diálogo entre tradição e modernidade, reafirmando a importância do artista como referência na arte contemporânea brasileira.

Fundador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo deixou um legado que celebra identidade, resistência e liberdade. A mostra é um tributo à sua trajetória e à potência da arte afro-brasileira no cenário nacional.

Relevos e gravuras de João Carlos Galvão.

19/nov

“A geometria poética de João Carlos Galvão é luminosa e musical”, como bem define Fabio Magalhães no texto que acompanha a nova exposição do artista, que em 2026 comemora 85 anos. Prestes a ser inaugurada na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, no dia 27 de novembro, “A cor no espaço bailarino” apresentará dez relevos em acrílica sobre madeira e dez gravuras em metal, produzidos entre 2024 e 2025. A mostra permanecerá em exibição até 13 de dezembro.

A poética do papel em branco

Quadrados e círculos articulam-se em relevo na superfície do papel. O artista nos propõe uma dinâmica visual de ritmo pulsante, com sutis vibrações de luz decorrentes da delicada volumetria impressa sobre o branco do papel. João Carlos Galvão é um artista de ampla trajetória e reconhecimento internacional, companheiro de Sérgio Camargo, Victor Vasarely e Jean Pierre Yvaral, todos eles artistas da vertente construtiva. Há em sua geometria uma poética de nítida preocupação pela síntese, mesmo assim, Galvão obtém extraordinária riqueza e diversidade expressiva na sua plástica. Notamos nestes trabalhos certa desordem vivaz na acumulação das formas que se organizam no espaço e uma imprevisibilidade rítmica na formação dos conjuntos. O artista estabelece uma tensão entre ordem/desordem para criar cinesia nos seus conjuntos geométricos. A percepção de movimento nos conduz a uma sensação sonora. Melhor dizendo, a articulação dos relevos sugere acordes musicais. Portanto, acrescentam emoção à racionalidade. O poeta Paul Claudel citava a música como sendo a alma da geometria. As diferentes angulações dos quadrados e dos círculos alterando a face plana do papel (técnica de relevo seco) provocam variações de luz sobre a superfície. Desse modo, o artista procura controlar onde a luz é refletida ou absorvida. Vale ressaltar que a poética da luz é a expressão predominante na obra de João Carlos Galvão; as formas tornam-se perceptíveis pela gradação de sombra e luz. As sombras sublinham as geometrias, fortalecem os contornos e acrescentam tênues variações de cinza. De outro modo, nas zonas brilhantes, de maior presença de luz, notamos o surgimento de reflexos de cor no branco do papel (suaves tonalidades de azuis, de vermelhos) como resultado do espectro de luz, fenômeno, também, conhecido como dispersão da luz. É notável como o artista obtém múltiplos efeitos luminosos e cromáticos usando apenas variações de planos na superfície do “papel em branco”.

Fabio Magalhães, Outubro de 2025.

Sobre o artsita.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1941, João Carlos Galvão iniciou seus estudos em pintura aos dez anos de idade, em 1951. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil entre 1964 e 1966 e se mudou para Paris em 1967, onde cursou Sociologia da Arte com Jean Cassou, na Sorbonne, frequentou os ateliês de Sergio Camargo, Victor Vasarely e Jean-Pierre Yvaral e conheceu o pintor português Nadir Afonso. Participou de salões, bienais, feiras, exposições individuais e coletivas desde 1966 no Brasil e no exterior, como a Bienal de Arte de São Paulo, SP-Arte, ArtRio e os salões de Paris. Desde 1974, executou vinte e sete obras de grande escala, incluindo murais e painéis em diferentes materiais. Com mais de 50 anos de trajetória artística, ele atualmente mantém uma rotina de produção constante no ateliê em Nova Friburgo, RJ.