A Suíte Tropical de Di Cavalacanti.

13/nov

A Galeria Mayer Mizrahi, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura exposição marcando o lançamento da série Suíte Tropical, uma seleção de dez obras de Di Cavalcanti realizadas em serigrafias certificadas pela filha do artista Elisabeth di Cavalcanti, reunidas com o propósito de ampliar o acesso à visualidade intensa e calorosa de um dos grandes nomes da arte brasileira. O conjunto se organiza em torno de temas recorrentes na obra de Di Cavalcanti: o corpo, a festa, o cotidiano, as mulheres, os ritmos da cor e da vida. O título suíte é uma referência à forma musical que evoca uma sequência de movimentos harmônicos, mas também uma expressão que dialoga com a tradição de grandes séries gráficas da arte.

Além de apresentar as serigrafias, a exposição, com curadoria de Denise Mattar, traz textos do artista, uma cronologia ilustrada, vídeo e legendas comentadas que contextualizam as obras selecionadas. Assim o que se oferece ao espectador é uma suíte brasileira, ou melhor, tropical, na qual cada imagem carrega a pulsação de um país reinventado por traço e cor.  Suas figuras não são apenas personagens: são paisagens humanas, sínteses do trópico em sua plenitude sensual e simbólica. A curadora destaca que a exposição proporciona uma experiência de leitura sensível, revelando dimensões da obra do artista ainda pouco acessíveis ao grande público.

Até 13 de dezembro.

 

Dinâmicas do Invisível em Bernardo Mora.

12/nov

Com texto da curadora Denise Mattar, a exposição individual do artista Bernardo Mora será inaugurada na Sergio Gonçalves Galeria, Jardim América, São Paulo, no dia 18 de novembro e permanecerá em cartaz até 06 de dezembro. 

Legitimando a arte óptica e cinética no DNA de sua trajetória como artista visual, Bernardo Mora apresenta um recorte com obras de produção recente, na Sergio Gonçalves Galeria. Suas abstrações rompem com as relações conservadoras existentes e criam novas perspectivas através de texturas, estados ópticos e movimentos, uma exploração da abstração através de ensaios permanentes de movimentos visuais de cor, padrões geométricos, progressões cromáticas, musicalidade rítmica e contrastes.

Arquiteto colombiano formado pela École d’Architecture Paris Val-de-Marne, Bernardo Mora vive e trabalha em Curitiba. Após anos na Europa, retomou a produção artística no Brasil, onde desenvolveu um extenso acervo. Suas experiências em cidades como Caracas, Nova York, Paris e Barcelona ajudaram a aguçar seu olhar. Desde 2015, dedica-se integralmente à arte. A mostra reúne cerca de 15 trabalhos em acrílica sobre tela, sendo alguns polípticos, entre médios e grandes formatos. 

O texto curatorial é assinado por Denise Mattar:

A obra de Bernardo Mora insere-se numa linhagem que pulsa com o desejo de expandir a visão – não apenas como ato de ver, mas como vivência sensível, ativa e transformadora. Formado em Arquitetura pela École d’Architecture Paris Val-de-Marne, Mora migra do projeto construtivo para uma arquitetura de sensações, onde a tela se transforma em campo vibrátil, pulsante, inquieto. Seu vocabulário é marcado por aquilo que ele denomina “abstractocromia lírica”, uma síntese entre racionalidade geométrica e expressão sensível da cor em movimento. Sua poética encontra ressonância na Op-Art, que emergiu com força nas décadas de 1950 e 60, com artistas como Le Parc, Vasarely, Agam e Bridget Riley. O movimento, ao contrário das tradições pictóricas anteriores, que exigiam contemplação passiva, era um convite à participação do espectador, através do uso de  deslocamentos rítmicos, tensões entre figura e fundo e efeitos visuais. Mora herda esse ímpeto de envolver o público, mas vai além: ele musicaliza a geometria, cromatiza o ritmo e oferece à visão uma dança em múltiplas direções. As composições mais recentes do artista, datadas de 2025, como “Geometrias em mutação”, “Tessituras acústicas” e “Vibrações atemporais”, trazem à tona uma maturidade de linguagem e uma pulsação quase transcendentes. A cor não é preenchimento, mas substância viva; a linha não limita, mas vibra; a estrutura não se fecha, mas sugere abertura. São paisagens interiores que se desdobram diante do olhar, como partituras óticas que convocam a uma sinfonia visual. Bernardo Mora, portanto, não apenas habita o território da arte ótica – ele o ressignifica com lirismo, emoção e arquitetura sensorial. Suas obras pedem tempo, presença e entrega. Não se revelam de imediato, mas seduzem pela maestria. Como espelhos do invisível, propõem uma experiência na qual o olho vê, mas também sente. Onde a cor vibra, mas também fala. E onde a geometria deixa de ser cálculo para tornar-se poesia.

 

Composições visuais de Geraldo de Barros.

A Luciana Brito Galeria, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta – até 20 de dezembro – “Jogo da Memória”, mostra inédita de Geraldo de Barros (1923-1998), organizada pelo Arquivo Geraldo de Barros (Fabiana de Barros e Michel Favre). A exposição reúne, pela primeira vez na história, a coleção completa da série Sobras (1996-1998/2024), a derradeira pesquisa do artista brasileiro, considerada um marco experimental em sua trajetória. O conjunto completo abrange 281 peças, cuja disposição no espaço expositivo convida a uma leitura expandida da complexidade da prática fotográfica de Geraldo de Barros.

Geraldo de Barros é figura fundamental para a compreensão da história contemporânea da arte brasileira. Foi o responsável pela ruptura que aproximou a técnica da fotografia à linguagem artística, por meio da série Fotoformas (1948-1953), quando introduziu intervenções abstratas e geométricas nos registros fotográficos. Essa incursão experimental o posiciona como o pioneiro dessa prática como uma linguagem visual autônoma, descortinando para as possibilidades que alicerçam o cenário atual e, mesmo décadas mais tarde, servindo de base também para as Sobras, sua pesquisa de maior impacto poético. 

A série Sobras, última realizada por Geraldo de Barros antes do seu falecimento, em 1998, com 75 anos, traz a impressão gestual e urgente do artista, que a essa altura já demonstrava grande dificuldade motora devido às isquemias cerebrais. Trata-se, sobretudo, de uma investigação que representa o auge da maturidade sensível, criativa e poética do artista, ou seja, um testamento artístico que resgata suas memórias, além de condensar os principais aspectos da sua obra, como racionalidade construtiva e subjetividade, fotografia documental e criatividade visual, por meio do experimentalismo.

Essa dimensão múltipla da série é realçada em Jogo da Memória, apresentação inédita concebida como uma linha do tempo construída a partir de relações temáticas, formais e estéticas. O percurso expositivo propõe um diálogo à distância com as etapas originais de sua realização, permitindo ao visitante mergulhar na riqueza e na vitalidade da obra de Geraldo de Barros e revelando a continuidade de seu pensamento visual.

As Sobras foram produzidas entre os anos de 1996 e 1998 por Geraldo de Barros, que recorreu aos negativos de diferentes períodos de sua vida – entre eles, registros de viagens em família, imagens dos anos 1940 e outras encontradas em gavetas e envelopes guardados ao longo dos anos. Com a ajuda, em momentos distintos, de uma assistente e da filha, a artista Fabiana de Barros, ele recortou e recombinou esses negativos em 249 composições visuais, coladas em lâminas de vidro. Nesse processo, o artista dá corpo a uma ideia que havia formulado anos antes de realizar as Sobras: “Um negativo achado, todo riscado e empoeirado, se fornecer um bom resultado fotográfico, a fotografia é de quem a realiza e não de quem expôs o negativo.”.

Quase três décadas mais tarde, essa concepção ganha nova dimensão na exposição Jogo da Memória, que apresenta pela primeira vez o conjunto completo da série. A mostra decorre de um projeto que foi estruturado a partir de uma iniciativa conjunta entre a família do artista e o Instituto Moreira Salles (IMS), que tem sob sua guarda as composições visuais originais da série Sobras e, por meio de sua área de Fotografia e de seu Laboratório especializado em impressões fotográficas analógicas, coordenado por Ailton Silva, realizou um meticuloso trabalho de recuperação e produção das impressões, respeitando integralmente as instruções deixadas pelo artista. O resultado desse intenso trabalho de releitura do processo fotográfico é este conjunto de ampliações, agora em exposição, realizadas no formato originalmente desejado por Geraldo de Barros, preservando uma ampla borda branca como parte da obra. Uma das séries agora produzidas integra o acervo do IMS.

No pavilhão da galeria, sob a direção do Arquivo Geraldo de Barros, organizado por Fabiana de Barros e pelo cineasta suíço Michel Favre, a instalação de Jogo da Memória convida o visitante a uma viagem pela prática do artista, projetando novas relações entre as Sobras, os vazios dos recortes e as múltiplas camadas de tempo e lembrança que atravessam sua obra. O jogo proposto é também um convite à imaginação – um exercício de reconstrução em que o olhar do público se torna parte ativa do processo criativo, prolongando a vida das imagens e, com elas, a memória do próprio artista.

 

Exibição em três exposições simultâneas.

11/nov

Gabriel Haddad e Leonardo Bora participam de três exposições simultâneas em importantes instituições do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde apresentam obras de naturezas diversas, todas atravessadas pelo Carnaval. No Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, eles integram a recém-inaugurada “Manguezal”, com curadoria de Marcelo Campos. No Paço Imperial, participam da mostra que apresenta os premiados da 16ª edição do PIPA, um dos mais importantes prêmios da arte contemporânea brasileira, sendo os primeiros artistas do carnaval a vencerem o prêmio. Em São Paulo, desenhos da dupla compõem a exposição “Trabalho de Carnaval”, com curadoria de Ana Maria Maia e Renato Menezes. Paralelamente às exposições, eles assinam o projeto artístico da Unidos de Vila Isabel para o desfile de 2026, com enredo sobre o sambista e multiartista Heitor dos Prazeres, intitulado “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África.”.

Sobre os artistas.

Gabriel Haddad e Leonardo Bora são multiartistas e professores que encontram nas linguagens das escolas de samba a sua principal encruzilhada criativa. Enquanto carnavalescos, desenvolveram narrativas escritas e visuais para agremiações como Mocidade Unida do Santa Marta, Acadêmicos do Sossego, Acadêmicos do Cubango, Acadêmicos do Grande Rio e Unidos de Vila Isabel. Na Grande Rio, merece destaque o cortejo de 2022, “Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu”, campeão do Grupo Especial carioca ao celebrar as potências de Exu. Misturando vozes e materialidades, expuseram trabalhos em instituições como o Museu de Arte do Rio, o CCBB-RJ, o Centre National du Costume (Moulins), o Grand Palais (Paris), o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, o SESC Pinheiros, o Museu do Samba e o MUHCAB. Os enredos que desfiam em palavras, fantasias e alegorias propõem reflexões acerca de temas como religiosidade, fantasmagoria, metalinguagem e memória.

 

Laura Teixeira na Galeria Contempo.

A relação entre experimentação gráfica e modulação do espaço tridimensional orientam a produção de Laura Teixeira, que inaugura a exposição individual “De uma vez por todas”, no dia 13 de novembro na Galeria Contempo, Jardim América, São Paulo, SP. Esmalte de unhas, apliques de cabelos, pérolas falsas, entre outros elementos inusitados, compõem os trabalhos apresentados pela artista, que desenvolve sua prática através da acumulação de fragmentos, lembranças e outras experiências significativas do cotidiano em um desenrolar de formatos desenvolvidos internamente na rotina do ateliê. 

A mostra conta com curadoria de Gabriel San Martin, reúne trabalhos inéditos com vista a uma leitura que integra desenho, espaço e pintura na sua produção. Colocando em xeque a lógica moderna de divisão específica de cada médium artístico. “Laura integra esses elementos em uma sacada só, juntando pintura e desenho, modelação espacial e formação da linha na mesma coisa”, afirma o curador.

“De uma vez por todas” traz mais de uma dezena de obras de Laura Teixeira e reforça o compromisso da artista em testar os limites dos suportes artísticos, possibilitando diálogos entre geometria, tridimensionalidade e percepção. 

A exposição permanecerá em cartaz até o dia 02 de dezembro.

 

Itaú Cultural homenageia Paulo Herkenhoff.

10/nov

Mostra celebra a trajetória de um dos mais importantes críticos de arte da atualidade e a trajetória de um pesquisador das artes no Brasil, o curador, o gestor cultural, o crítico de arte e o artista Paulo Herkenhoff.

Em cartaz até 23 de novembro – com curadoria de Leno Veras e da equipe do Itaú Cultural – apresenta documentos, fotografias, livros, obras de arte e diversos de seus cadernos de anotações para se debruçar sobre três aspectos fundamentais do trabalho de Paulo Herkenhoff: o colecionismo, a curadoria de exposições e a edição de publicações de arte.

Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 8 de janeiro de 1949, é bacharel em Direito, formado pela PUC-Rio em 1973 e mestre em Direito Comparado pela New York University. O homenageado tem um trabalho marcado pela investigação profunda da História da Arte, da Cultura e de seus protagonistas; pela tessitura de redes de saber e pelas ações estruturantes em museus e organizações nas quais atua, sempre preocupado com o fortalecimento das bases que sustentam as instituições culturais, garantindo sua perenidade e permanência. Como gestor e crítico, se engaja na construção de coleções e análises críticas que olhem e representem, de fato, a multiplicidade que constitui o país, e a transmissão de seus saberes inerentes.

Na juventude, ainda em Cachoeiro de Itapemirim, Paulo Herkenhoff cresceu imerso em uma escola criada e gerida por sua família. Foi nela onde começou a trabalhar na biblioteca aos 10 anos, ministrou aulas aos 14 e montou sua primeira curadoria, uma mostra dedicada ao estado da Paraíba, aos 6 anos. Frequentou a Escolinha de Arte de Cachoeiro de Itapemirim, fundada por Isabel Braga em 1950 e, na década de 1970, foi aluno de Ivan Serpa e como aluno de Serpa começou a carreira artística. Sua receptividade foi imediata, sendo premiado no Salão Universitário da PUC-Rio, no Salão de Verão, na exposição Valores Novos e na VII Jovem Arte Contemporânea. Nessa mesma década participou da Bienal de Veneza e da Bienal de Paris.

Foi Curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), Diretor Cultural do Museu de Arte do Rio (MAR), também com passagens pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), pelo Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) e outras organizações dentro e fora do Brasil. Foi responsável por curadorias que ficaram para a história da arte brasileira, como a 24ª Bienal Internacional de São Paulo, conhecida como a “Bienal da Antropofagia”; o Pavilhão brasileiro da 47ª Bienal de Veneza (Itália), o Salão Arte Pará, em dezenas de edições; o Tempo, no MoMA (Nova Iorque); Vontade Construtiva na Coleção Fadel, no MAM-RJ; entre outras. No Itaú Cultural, foi curador das mostras Investigações: o trabalho do artista (2000), Trajetória da Luz na Arte Brasileira (2001), Caos e Efeito (2011), Modos de Ver o Brasil: 30 anos do Itaú Cultural (2017) e Sandra Cinto: das Ideias na Cabeça aos Olhos no Céu (2020).

Itaú Cultural, Ocupação Paulo Herkenhoff, Mostra celebra a trajetória de um dos mais importantes críticos de arte da atualidade e a trajetória de um pesquisador das artes no Brasil, o curador, o gestor cultural, o crítico de arte e o artista Paulo Herkenhoff, Em cartaz até 23 de novembro – com curadoria de Leno Veras e da equipe do Itaú Cultural – apresenta documentos, fotografias, livros, obras de arte e diversos de seus cadernos de anotações para se debruçar sobre três aspectos fundamentais do trabalho de Paulo Herkenhoff: o colecionismo, a curadoria de exposições e a edição de publicações de arte, Nascido em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 8 de janeiro de 1949, é bacharel em Direito, formado pela PUC-Rio em 1973 e mestre em Direito Comparado pela New York University. 

 

A pintura de Taro Kaneko.

O Instituto Memorial de Arte Adélio Sarro, Vinhedo, São Paulo, SP, apresenta até o dia 13 de dezembro, o artista Taro Kaneko, reafirmando seu compromisso com a valorização da estética nipo-brasileira e a difusão da arte contemporânea.

Taro Kaneko: Onde paira a cor

A exposição reúne mais de vinte obras de diferentes períodos da trajetória de Taro Kaneko, revelando a amplitude e a pluralidade de sua produção artística. Paisagens, abstrações, composições figurativas e pinturas que oscilam entre o figurativo e o abstrato compõem um conjunto no qual a cor assume o protagonismo.

Taro Kaneko (Gália, SP, 1953) é pintor e arquiteto. Formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) em 1978. Premiado no Brasil, Japão e França, o artista acumulou mais de sessenta exposições individuais e coletivas ao longo de sua carreira.

A obra de Kaneko insere-se no campo expandido do Abstracionismo Nipo-Brasileiro, vertente artística que, no Brasil, a partir da década de 1950, consolidou-se pela fusão entre a liberdade gestual e cromática da arte abstrata ocidental e a estética japonesa, marcada pela atenção ao vazio, à caligrafia e à sutileza do traço. Dessa interação resulta uma pintura gestual, expressiva e de grande profundidade. 

Sobre o artista.

Nas telas de Taro, notável colorista, a frescura, força e também a naturalidade da sua pintura nos dão uma ideia bem-acabada de uma arte pessoal que tem sabido expressar-se em uma simbiose realmente feliz entre maneiras de sentir tão diferentes como o Oriente e o Ocidente.

Lívio Abramo. 

Pintura séria e autêntica, suas obras possuem alma, sim alma, condição indispensável para que um trabalho se torne uma verdadeira obra de arte. Alma, sentimento, poesia, técnica, beleza, tudo está presente nas obras de Taro.

Yutaka Sanematsu Marchand /colecionador.

Montanha, Céu, Mar

Todos sabem quem foi Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, autor de músicas, letra, arranjos da Bossa Nova, que tinha como centro de suas composições a montanha, o sol, o mar, além da mulher. Taro Kaneko, em suas pinturas, aborda o mesmo universo de Tom Jobim: a montanha, o céu, o mar. Apenas com uma diferença seus temas são retratados com cor, em vez de som.

Franscisco de Assis Esmeraldo, Marchand/colecionador. 

 

Quarenta anos de atividades profissionais.

07/nov

A Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP,  apresenta entre 19 de novembro e 17 de janeiro de 2026, a primeira parte da série de exposições “Galeria: 40 anos”. A mostra, que foi exibida em na unidade de Ribeirão Preto durante os meses de setembro e outubro, integra o programa de comemorações dos quarenta anos de atividades profissionais.

Esta primeira parte da exposição apresenta um recorte que se inicia em 1912, com pinturas de Eliseu Visconti, e se expande até o ano de 1966, com uma obra de Wesley Duke Lee que atua como elo conceitual com a segunda parte da exposição inaugurada em Ribeirão Preto no dia 12 de novembro. Dentre outros, em exibição, uma seleta de obras assinadas por Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Mira Schendel, Lygia Clark, Guignard, Flávio Shiró, Carlos Fajardo, Brecheret, Tunga, Niobe Xandó, Bruno Giorgi, Amélia Toledo, Liuba, Flávio de Carvalho e Eliseu Visconti.

As obras presentes na mostra pertencem à coleção da galeria, aos artistas atualmente representados por ela ou àqueles que participaram de exposições ao longo dessas quatro décadas de atividades. Parte dessas obras retorna agora ao espaço expositivo da galeria após anos integrando coleções privadas.

 

Casa com Vida na Casa Europa.

Exposição de Arte, Design, Moda e Arquitetura.

A Casa Europa, Jardim Europa, São Paulo, SP, abre suas portas para “Casa com Vida”, projeto de ocupação artística sob a curadoria geral de Juliana Mônaco, que propõe uma nova leitura do habitar contemporâneo. A mostra transforma o espaço em um território sensorial, onde pinturas, esculturas, fotografias e objetos de design autoral se entrelaçam à arquitetura, à luz e às texturas, criando ambientes que respiram identidade, coerência e afeto.

Com cerca de 45 artistas participantes – entre jovens nomes e autores reconhecidos – a exposição convida o visitante a experimentar a arte integrada ao cotidiano. Cada ambiente, da sala de estar à cozinha, do quarto de bebê ao closet, foi pensado como parte de uma narrativa de vida, em que arte e design se tornam extensão do modo de existir. As obras de Adriana Aggio, Ana Daniela, Ana Libório, Barbara D’Avila, Bella Folha, Bianca Fugante, Bruna Fernandes, Carlos Sulian, Carol Gallardo, Carolina Bastos, Carol Poci, Ceramica Nezmah Atelier, Crys Rios, CURIOSA, Didi Art, Duo Atthiê: Alegria Patricia & Annemie Wilcke, Emanuel Nunes, Érica Nogueira, Erika Martins, Flavio Ardito, Fernanda da Matta, Germano, Hermes Santos, Joana Pacheco, Junior Aydar, Leticiaà Legat, Lidiane Macedo, Luh Abrão, Luiza Whitaker, Lola Albonico, Maria Fernanda Gevaerd, Maria Figueiredo, Maurizio Catalucci, Michelle Bonato, Milena Mota, Monica Deliberato, Paula Fratin, Raissa Motta K, Rita Constantine, Sara Bordin, Suzy Fukushima, Tomaz Favilla e Violeta Vilas Boas dialogam entre si e com os elementos arquitetônicos, criando composições que equilibram contemplação, provocação e acolhimento.

A curadoria de Juliana Mônaco mantém seu foco em revelar jovens talentos, oferecendo novas oportunidades para artistas em início de trajetória e incentivando a formação de portfólios sólidos e autorais.

Até 17 de janeiro de 2026.

 

A cor como experiência sensorial.

06/nov

Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, anuncia o lançamento de um programa anual de residência artística em parceria com a CHANEL, dedicado a fortalecer e impulsionar as trajetórias criativas de mulheres artistas.

Essa nova iniciativa estreou com a aclamada artista visual Juliana dos Santos (1987, São Paulo, Brasil), cujo trabalho inovador estabelece pontes entre arte e educação. Sua primeira exposição individual em uma instituição, intitulada “Temporã”, foi inaugurada na Galeria Praça, localizada no edifício da Pina Contemporânea, Luz, São Paulo, SP. Anualmente, a residência selecionará uma artista mulher de destaque – atuando em qualquer disciplina ou linguagem -, oferecendo mentoria especializada por meio da rede CHANEL Art Partners e uma plataforma para o desenvolvimento de sua prática artística. O programa inclui também uma exposição individual na Pinacoteca, promovendo visibilidade e apoio fundamentais às vozes criativas femininas.

A prática artística de Juliana dos Santos é marcada pela pesquisa do pigmento azul extraído da flor Clitoria ternatea, que a artista utiliza como lente poética para explorar a cor como experiência sensorial. Sua pesquisa transita entre arte, história e educação, com foco especial nas estratégias desenvolvidas por artistas negras para transpor os limites tradicionais da representação. Para sua exposição na Pinacoteca, Juliana dos Santos amplia sua investigação a outros pigmentos naturais, como a catuaba, a erva-mate e o pau-brasil, criando pinturas vibrantes e fluidas que convidam o público a experimentar a cor de maneira renovada.

“Juliana dos Santos explora os limites da abstração e do tempo. A partir do azul da flor, a artista ancora sua obra na impermanência: o pigmento natural oxida com o tempo, transformando-se diante dos olhos do público. Sua obra é, assim, dinâmica e performativa: ela semeia a cor sobre a superfície pictórica, que então segue seu próprio caminho imprevisível, como um rio que corre e deságua em um oceano de possibilidades”, explica a curadora Lorraine Mendes.

Este programa de residência reflete o compromisso compartilhado entre a Pinacoteca e a CHANEL em fomentar a expressão criativa e amplificar as vozes de mulheres artistas, no Brasil e além.

Até 08 de fevereiro de 2026.