Sete artistas na Almacén

25/mar

A mostra coletiva “Cor Matéria”, que a Almacén Galeria de Arte, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, exibe 25 obras de diferentes cores, texturas e formatos de sete artistas exclusivos do cast da galeria. Entre os expositores, os nomes de Cássio Lázaro, Guilherme Secchin, Herton Roitman, Luiz Badia, Silvio Baptista, Wagdy Radwan e Walter Goldfarb.

 

Pretos, brancos ou coloridos os traçados e cortes impressos nas obras dos artistas da Almacén Galeria de Arte fizeram do espaço, uma grife no mercado de arte contemporânea na cidade do Rio de Janeiro exibindo a sensibilidade de pintores, escultores e fotógrafos renomados desde 1986, ano em que foi inaugurada. A exposição atual celebra a excelência de quase três décadas no segmento. Coube ao curador Alexandre Morucci a tarefa de tornar uniforme a diversidade de estilos e formas dos sete artistas selecionados para a exposição.

 

“Ao trazer um recorte de matizes cromáticos basais, ligadas à natureza primordial da composição pictórica, podemos ressaltar o coeficiente matérico da cor, como um ponto importante de ligação entre estes artistas. Ratificados sob o aspecto matéria que a cor (cor-pigmento versus cor-luz) atua em suas obras, podem reafirmar particularidades que consolidam as identidades autônomas de suas obras” diz o curador.

 

Até 20 de abril.

Rubem Grilo no MNBA

24/mar

Uma síntese da carreira de um dos maiores gravadores vivos do Brasil poderá ser vista, em rara oportunidade, na exposição “Rubem Grilo –  a trajetória do artista – aquisição de 500 obras, Prêmio de Artes Plásticas Marcoantonio Vilaça”, em exibição no Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Nada menos do que 123 obras, de diferentes datas e formatos, em xilogravuras, exibidos na sala Clarival Valadares, o conjunto representa um resumo da produção do artista abrangendo 43 anos de atividade profissional, entre 1971 a 2012.

 

Entre as obras, temos as primeiras xilogravuras do início da década de 70. São anos de formação, que servem como referências. Com o tempo a produção se adensa, na identidade e na experiência. As mudanças que acontecem, num jogo natural de uma busca criativa, permanecem refletidas, no fluxo, a coerência deste percurso, avaliado pelo conjunto exposto. A exposição simboliza o coroamento de uma das trajetórias mais sólidas e criativas da gravura nacional. A mostra se insere na etapa conclusiva do projeto premiado, cujo compromisso consiste na transferência de 500 obras para o Gabinete de Gravura do MNBA.

 

A aquisição atual, decorrente da premiação, soma-se à doação ao MNBA feita anteriormente pelo artista de aproximadamente 900 obras. Segundo o colecionador George Kornis, que escreve o texto crítico da exposição, “Ao construir, ao longo de 5 décadas, uma obra que está inscrita na história da arte e em particular na história da gravura no Brasil, Rubem Grilo se credencia para apresentar uma síntese dessa produção; não satisfeito em ser apenas um grande artista ele agora, em uma ação exemplar, expande a presença da sua obra no acervo do Gabinete de Gravura do M NBA tornando-a amplamente acessível ao publico”.

 

Sobre o artista

 

Mineiro de Pouso Alegre, MG, nascido em 1946, mas há muito radicado no Rio de Janeiro, Rubem Grilo realizou as primeiras xilogravuras em 1971. Ilustrou diversos jornais de 1973 a 1985, como Opinião, Movimento, Folhetim (Folha de São Paulo, Pasquim , Retrato do Brasil, entre outros. Criou as vinhetas do Segundo Caderno na reforma gráfica do jornal O Globo, em 1995. Atualmente, é colaborador semanal da Ilustrada (Folha de São Paulo). Rubem Grilo conta mais de 60 exposições individuais no Brasil e no exterior. Como reconhecimento ao conjunto de sua obra recebeu prêmios como o Golfinho de Ouro, do Conselho Estadual de Cultura do Rio de Janeiro, em 2002; 2º Prêmio da Xylon Internacional, Suíça, em 1990; Prêmio de viagem ao exterior- 1984,no Salão Nacional de Artes Plásticas; 1ª Bienal Internacional Del Grabado, Montevidéu, Uruguai – 1983. Em 2011, foi contemplado pelo Prêmio de Artes Plásticas  Marcantônio Vilaça, projeto inscrito pelo Edital de Concurso Público 2- Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais 2010- Funarte- MinC. Trabalhos de Rubem Grilo ilustram as revistas Graphis e Who’s Who in Art Graphic, Suíça; Novum Gerbrauchasgrafik, Alemanha; Print, Estados Unidos; Idea, Japão; Bicephale,  França; Gráfica,  Brasil, entre outras.

 

Até 05 de maio

Em Ribeirão Preto

23/mar

A galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP, agora em novo endereço, inaugurou as exposições de Tomie Ohtake, Alice Shintani e Acervo Aberto #1. Após sete anos mantendo suas atividades na Rua São José, a galeria passa agora a ocupar um novo edifício na Rua Nélio Guimarães, 1290. O espaço foi ampliado visando uma maior flexibilidade expositiva, o que permitirá a realização de projetos simultâneos e a possibilidade de exibir parte do acervo.

 

A abertura contou a exposição terceira individual de Tomie Ohtake na galeria. A exposição é formada por pinturas, esculturas e gravuras de décadas distintas e a mostra é parte integrante das comemorações do centenário da artista. Tomie mantém grande vitalidade em seu processo de produção, realizando trabalhos em diversos suportes e escalas. Seus gestos são livres e com referenciais orgânicos. Desde os anos 60 há uma linha coerente e potente nas obras da artista. Em Ribeirão Preto podemos ver um de seus projetos no Teatro Pedro II, para o qual a artista desenhou a cúpula para a reinauguração da casa nos anos 90.

 

Sobre a artista

 

Tomie Ohtake vive e trabalha em São Paulo, SP. Nasceu em Kyoto, no Japão, em 1913. Veio ao Brasil na década de 30, radicando-se em São Paulo. Em 1968 naturaliza-se brasileira. Começa sua produção apenas com 40 anos de idade e a partir disso desenvolve um caminho coerente que perpassa seis décadas ininterruptas. Tomie Ohtake participou de diversas bienais internacionais como as de São Paulo, Veneza, Bienal Latino-Americana de Havana e diversas outras. Em suas exposições recentes destaca: Pinturas Cegas, na Fundação Iberê Camargo – Porto Alegre; Mulheres, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói; A Poética da Forma, Museu Oscar Niemeyer – Curitiba, dentre outras.

 

Alice Shintani / O cru e o cozido

 

Alice Shintani vem trabalhando a partir de uma idéia expandida de pintura que abrange do suporte tradicional sobre tela a intervenções pictóricas e ambientes imersivos. “Procuro criar situações que embaralhem de alguma forma esse jeito de olhar dos nossos tempos, de rotular e descartar imediatamente. A idéia é propor uma experiência que seja um tanto irreprodutível através das imagens, isto é, que você possa criar as suas próprias conexões com o trabalho ali ao vivo (e com as pessoas, com o mundo), que isso ainda valha a pena nesses nossos dias tão midiáticos.”

 

Para a inauguração da nova Galeria Marcelo Guarnieri, a artista apresenta uma série inédita de pinturas. “O Cru e o Cozido”, título que ilustra a mostra, homenageia a obra homônima do antropólogo Claude Lévi-Strauss, célebre por uma análise cuidadosa de centenas de mitos ameríndios, a partir da qual apresenta um olhar afetivo e pleno de alteridade sobre as múltiplas culturas desse Outro e, por consequência, sobre o modo como percebemos a cultura ocidental e a nós mesmos. Referências à parte, a mostra é proposta como uma experiência silenciosa e aberta ao observador participante, convidando-o a movimentar o seu próprio repertório de ideias e a sua imaginação particular.

 

Sobre a artista

 

Alice Shintani vive e trabalha em São Paulo, SP. Neta de imigrantes japoneses, Alice Shintani é formada em Engenharia de Computação pela UNICAMP. Realizou diversas exposições individuais entre elas “Hanafuda”, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, RJ, 2012; “Bakemono”, Casa Triângulo, São Paulo, SP, 2011; “Sinopse”, Galeria Mercedes Viegas, Rio de Janeiro, RJ, 2010; “Éter”, Galeria Virgilio, São paulo, SP, 2009; Galeria Marcelo Guarnieri, Campinas, São Paulo, SP, 2008; “Quimera”, Galeria Virgílio, São Paulo, SP, 2007, entre outras. Principais mostras coletivas: “Além da Forma: plano, matéria, espaço e tempo” e “O Colecionador de Sonhos”, Instituto Figueiredo Ferraz, 2012-2013; “Técnicas de Desaparecimento”, Cuba, 2012; “Rumos Artes Visuais”, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, SP; Espaço Ecco,  Brasília, DF e Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, 2009; “Nova Arte Nova”, CCBB RJ e SP, 2008; “Oriente, Ocidente”, Centro Cultural São Paulo, 2008; “Temporada de Projetos”, Paço das Artes, São Paulo, SP, 2007. Em 2012 recebeu premiação no “II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea”, através de júri formado por grupo de curadores internacionais.

 

Até 27 de abril.

Na Galeria Oscar Cruz

22/mar

O artista plástico Ramon Martins realiza sua primeira exposição individual na Galeria Oscar Cruz, Itaim, São Paulo, SP. A mostra recebeu o curioso e enigmático título “Depois do Fim”. Ramon Martins exibe em suas obras, autenticidade e afinidade, compondo uma espécie de antropofagia étnica imaginaria retratadas com virtuosismo psicodélico próprios do artista: casamento arranjado, cangaceiro e calendário maia mixados, banhistas asiáticas e memórias imaginárias são alguns dos temas apresentados nesta exposição. Esta é a quinta exposição de sua carreira e apresenta oito pinturas, cinco desenhos, duas fotografias impressas em chapa de aço, soundscape e mural feito na galeria. Assim como delicada beleza do afinar de uma orquestra preambulando o espetáculo, “Depois do Fim” convida a novos questionamentos.

 

Sobre o artista

 

Ramon Martins é ex-aluno da Escola Guignard, funde a experimentação do estúdio com a energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes. Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico. Sua obra está representada em coleções institucionais brasileiras importantes, incluindo o MAM-RJ e MASP-SP. O artista já apresentou seu trabalho em murais e exposições no Brasil e na Europa.

 

Exposições recentes: “Transfer” – Pavilhão das Culturas Brasileiras, Parque do Ibirapuera – São Paulo, SP; “Mon Ra” – Solo Show at Galerie Geraldine Zberro – PAR/FR;  “De Dentro Para Fora De Fora Para Dentro”, MASP-SP & Galeria Choque Cultural, São Paulço, SP; “R.U.A Festival – mural painting “Love Spreads”, RTDM/NL; “Rotterdam Carnival” -Painting on Angola’s Allegoric Car, RTDM/NE; “A Forca da Rua” (The Strengh of the Street) – ABC Trust Auction – LDN/UK; “O Encontro”, Ano da França no Brasil, Centro de Cultura Renato Russo, BSB – DF; “Graffiti Etat Des Lieux” – Galerie du Jour/Agnès B, PAR/FR; “Morreu de Amor” – Solo Show na Galerie Geraldine Zberro, PAR/FR.

 

Até 27 de abril.

Milan/Nassar: Infiltrações

Em sua quinta mostra na Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, Emmanuel Nassar ocupa mais que o espaço expositivo tradicional, infiltrando-se pelas demais áreas da galeria, explorando-as de forma a esfumaçar os limites autorais entre suas obras e as dos outros artistas que ocupam tais espaços. A mostra tampouco se restringe a apresentar apenas sua produção mais recente, colocando lado a lado trabalhos de diferentes períodos e em diferentes suportes (objetos, pinturas, chapas metálicas e desenhos), prezando pela ampla gama de novos significados que podem surgir a partir dessas relações.

 

Emmanuel Nassar se torna ainda mais ousado na exploração crítica dos mecanismos que sustentam o meio das artes (modus operandi que permeia sua trajetória desde os anos 1980). “Infiltrações” traz uma ampliação do repertório de apropriações e embaralhamentos de Nassar, que cita e se deixa citar por obras de outros artistas, criando uma espécie de jogo para o visitante e questionando o conceito de espaço individual, coletivo e autoral.

 

Procedimento que compartilha com uma série de artistas de sua geração, a apropriação de imagens pré-existentes, o esvaziamento de seu significado prévio e sua ressignificação (em geral como invólucro formal aberto a uma multiplicidade de significados, nenhum mais correto que o outro) são marcas do trabalho de Nassar. O artista paraense construiu seu universo poético a partir da contaminação entre a tradição erudita (especialmente a construtiva) e a imagética popular do norte do Brasil, aproximando ambas as linguagens, ao mesmo tempo em que permite que se questionem mutuamente, em espécie de eterno procedimento dialético.

 

Se, como foi dito pelo crítico Tadeu Chiarelli, Nassar esgarça “até o limite as bordas entre arte e antiarte, testando, nesse processo, a cumplicidade dos outros componentes do circuito e a complacência do espectador comum”, é justo dizer que, em “Infiltrações”, Nassar descobre novos limites tanto para essa fronteira quanto às relações que a envolvem.

 

Até 20 de abril.

Ricardo Camargo exibe Edo Rocha

O artista plástico e arquiteto Edo Rocha apresenta na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, a exposição “O Passado Presente”, uma síntese da sua produção artística de 1967 a 2013, período em que expressou sua emoção e pensamento por meio de diversos tipos de materiais e técnicas. Essas duas vertentes do seu trabalho podem ser identificadas entre as 22 obras selecionadas, entre telas, esculturas, aquarelas e transparências. Merece destaque uma série de sete relevos em papel sobre papel produzidos em 2012, nos quais mescla sinais de impulsividade, delicadeza e movimento.

 

Há dez anos Edo Rocha não fazia uma exposição em São Paulo. Sua última mostra foi Arquitetura e Arte. Mesmo com pouco tempo para dedicar ao ofício, ele nunca deixou de manifestar sua expressão artística desde quando começou a pintar aos 13 anos de idade. Edo Rocha aproveita o momento para dedicar a mostra a seus amigos e gurus Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, que interferiram de maneira definitiva em seu trabalho.

 

A palavra do artista

 

É incomum um artista falar sobre sua obra. Na verdade, quando ele quer comunicar sua emoção, ele faz a obra e não a explica. Comecei a pintar aos 13 anos e com 17 estava na IX Bienal de São Paulo. Ser um artista e arquiteto não é fácil, pois a arquitetura toma muito tempo e dedicação. Em 50 anos, pintei mais de 600 quadros e em 40 anos de arquitetura, mais de 900 projetos e mais de 10.000.000 de m² projetados, enfim, bastante trabalho. Esta exposição, “O Passado Presente”, tenta mostrar a releitura dos dois lados do meu trabalho, relacionado com o pensamento e a emoção.

 

Durante minha trajetória tive 2 W, amigos & gurus que interferiram de forma positiva no meu trabalho. O Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, coincidentemente os dois começavam com W e os 2 eram o extremo. Wesley, a emoção, provocação, irreverente e inusitado, o Willys, o concreto, racional, previsível e coerente.

 

Demorou algum tempo para que estas duas forças, aparentemente antagônicas, se harmonizassem em um único pensamento. Esta exposição junta o pensamento, a emoção, o sentimento e a sensação, de forma a permitir enxergar melhor o futuro.

 

Sobre o artista

 

Edo Rocha. Arquiteto, urbanista, artista plástico e fotógrafo. Formado pela FAU, é presidente da Edo Rocha Arquiteturas. Com uma trajetória artística de mais 50 anos, participou da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967 e 1969, realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. É, desde 1980, membro do Conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP e ainda faz parte do Conselho da Associação dos Escritórios de Arquitetura, ASBEA.

 

Até 23 de março.

William Kentridge na FIC

 

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugurou sua primeira exposição temporária de 2013. O artista escolhido foi o sul-africano William Kentridge. A mostra, com curadoria de Lilian Tone e em parceria com Instituto Moreira Salles e Pinacoteca do Estado de São Paulo, ocupa dois andares e o átrio da Fundação. A exposição “William Kentridge: fortuna”, faz uma reflexão sobre a trajetória e contribuição do artista através da escolha de obras que destacam o seu processo de criação pouco convencional, mostrando ao público a variedade e a força da sua atividade multifacetada. Ao todo, serão mostradas 31 esculturas, 32 desenhos, 26 filmes e animações, 115 gravuras e dois vídeo instalações.

 

A partir da série de curtas-metragens “Drawings for Projection”, Kentridge tornou-se conhecido internacionalmente. Iniciado em 1989, esse trabalho é composto por dez filmes e continua sendo desenvolvido pelo artista, que finalizou a filmagem mais recente, “Other Faces”, em 2011. Esta será a primeira vez que os dez vídeos serão mostrados em conjunto, acompanhados por 23 desenhos criados especialmente para a série.

 

A mostra conta também com o vídeo e “flipbook” – livro de artista animado – “De Como não Fui Ministro d’Estado”, feitos para a exposição brasileira. A obra é uma intervenção de Kentridge, que desenhou sobre as páginas de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. A partir do dia 29 de agosto, a mostra será exibida na Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP.

 

Sobre o artista

 

Kentridge nasceu em 1955, em Johannesburgo. Estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo antes de entrar na Johannesburg Art Foundation e se voltar para as artes visuais. Durante esse período, dedicou-se intensamente ao teatro, concebendo e atuando em diversas montagens. Seu interesse pelo teatro e pela ópera perpassa toda sua trajetória e indica o caráter dramático e narrativo de sua produção artística, assim como o seu interesse em sintetizar o desenho, a escultura e o filme em uma única linguagem. Após ter influenciado artistas na África do Sul por mais de dez anos, Kentridge ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1990. Desde então, seu trabalho tem sido incluído em exposições e performances em museus, galerias e teatros em todo o mundo, como a mostra Documenta, em Kassel, na Alemanha, 1997, 2003, 2012, a Bienal de Veneza, 1993, 1999, 2005, exposições individuais no MoMA, de Nova York, 1998, 2010, no Museu Albertina, em Viena, 2010, no Jeu de Paume, em Paris, 2011, no Louvre, em Paris, 2010, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, 2005, e performances no Metropolitan Opera, em Nova York, 2010, e no La Scala, em Milão, 2011. Em 2011, Kentridge recebeu o prestigioso Kyoto Prize, em reconhecimento a suas contribuições no campo das artes visuais e da filosofia. Em 2011, foi escolhido como Membro Honorário da American Academy of Arts and Letters e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da University of London. Em 2012, apresentou as Charles Eliot Norton Lectures, na Universidade de Harvard, em Cambridge, tornou-se membro da American Philosophical Society, da American Academy of Arts and Sciences, foi nomeado para o Dan David Prize, da Tel Aviv University, e recebeu o título de Commandeur dans l’Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura e Comunicação da França.

 

Até 26 de maio.

Arte urbana

20/mar

 

O artista urbano Zezão abraça o Rio através de exposição individual na Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, “Lembranças de um passado Adormecido”, obedece a curadoria de Vanda Klabin. Composta de 12 obras em técnicas diversas como assemblage (colagem), em madeira (cabeceiras de camas) e pinturas. Ele explica que a cabeceira é o lugar onde as pessoas avaliam os papéis exercidos, um resgate das coisas esquecidas, dispensadas e deixadas de lado. Além de lembrar a casa, que, na psicanálise, representa a mãe. Esses objetos guardam as memórias das pessoas, por isso Zezão quis fazer intervenções nesses materiais.

 

Hoje, pode-se afirmar que a produção do artista urbano Zezão, que veio da periferia de São Paulo, está conquistando o mundo através de sua arte. Primeiro, Zezão conquistou o underground, em tampas de bueiro, escombros, prédios abandonados, becos e viadutos. Ao deixar ali seu flop, ou seja, sua marca registrada, uma assinatura em azul, chamou a atenção para um mundo urbano que muitos não querem ver.

 

Zezão já ganhou a admiração nacional e internacional: Em abril participa da Bienal do Livro em Frankfurt, onde foi convidado junto aos principais grafiteiros do Brasil (Os Gêmeos, Nunca, Speto, Onesto, Tinho e Alexandre Orion). A Bienal movimenta uma série de eventos na cidade, e como o grafite está em foco, sobretudo na Alemanha, pólo mundial de arte contemporânea, Zezão e os outros artistas farão uma grande exposição no Instituto Schirn-Kunsthalle Frankfurt e, além disso, assinarão intervenções pela cidade. Em maio Zezão vai pintar os canais de Londres, foi convidado pelo ex-curador da Tate Modern, Cedar Lewisohn, que já produziu uma série de livros sobre arte urbana, que incluem o trabalho de Zezão (Os Gêmeos na capa e Zezão na contra capa). Em junho participa do Hamburgo Wash Festival, evento de música arte, onde ano passado também foi prestigiado. Também em 2012 teve suas obras dentro de uma coletiva na Opera Gallery, em Londres e na Art Rio. Há dois anos ele foi convidado pelos galeristas Eduardo e Filipe Masini, da Athena Contemporânea, para ter seus trabalhos representados por eles.Vale lembrar que os trabalhos de Zezão, mesmo para galerias, são todos feitos com materiais como pedaços de carros velhos, bueiros abandonados, pedaços de barracos queimados e etc.

 

Até 27 de abril.

Lasar Segall no Rio

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Lasar Segall – Percursos no papel”, com 61 obras do artista, distribuídas entre desenhos, guaches, aquarelas e gravuras. Segall é considerado um dos nomes mais importantes do Modernismo brasileiro. O acervo, pertencente ao Museu Lasar Segall de São Paulo, inclui a série dedicada à prostituição no Mangue carioca da primeira metade do século XX. Com curadoria de Adrienne Firmo, a exposição reúne trabalhos realizados sobre papel diversas técnicas, dentre elas, a gravura, explorada pelo artista em diversas modalidades como xilogravura, ponta-seca, água-forte e litogravura. A montagem foi dividida em quatro blocos temáticos, escolhidos entre os tantos que preocuparam o artista: retratos, migração, dor e regozijo, além da série dedicada à prostituição.

 

“As aquarelas e guaches, de paleta e assuntos inúmeros, retratam desde o gado do interior paulista às cenas de guerra, em grande variância colorística, como, por exemplo, as figuras obscuras da morte da série “Visões de Guerra” ou as coloridas maternidades”, explica Adrienne Firmo.

 

Desenhista e gravador incansável, Lasar Segall deixou, em sua produção sobre papel, um legado pelo qual verificam-se os trajetos do artista e de sua obra. A exposição pretende trazer os caminhos percorridos por ele, ressaltar a singularide dos aspectos formais e estilísticos, no tratamento dos temas que lhe são caros, e permitir o contato do público com sua produção de sensível humanidade e singular solução formal.

 

Sobre o artista

 

Lasar Segall nasceu em Vilna, capital da Lituânia, em 21 de julho de 1891, e morreu em São Paulo, como cidadão brasileiro, em 2 de agosto de 1957. Foi pintor, escultor e gravador. Os temas mais significativos de sua obra são as representações pictóricas do sofrimento humano, como a guerra, a perseguição aos judeus e a prostituição, com influências do impressionismo, expressionismo e modernismo.

 

Segall realizou suas primeiras exposições em São Paulo e Campinas, em 1913. O artista é considerado um dos mais representativos na história do modernismo nacional, tanto pelo assunto de suas obras de intenso cunho político e social, focadas nas questões humanas e no choque entre a solidão do indivíduo e as hostilidades do mundo exterior, quanto por sua plasticidade vigorosa e resistente, que não se deixa subjugar por seus temas, repletos de sentimentos.

 

Até 28 de abril.

Individual de Maria Lynch

19/mar

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição da artista carioca Maria Lynch, uma das mais destacadas artistas de sua geração. Primeira individual da artista na galeria, a mostra, que ocupará todo o espaço expositivo, terá doze obras inéditas, produzidas especialmente para esta exposição. Serão dez pinturas em grandes dimensões, duas em formato menor, uma instalação e um vídeo.

 

No grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados, estarão oito pinturas em grande formato, em tintas óleo e acrílica sobre tela, com tamanhos que chegam a 1,80m x 2,25m. Na sala menor, também no térreo, estarão as pinturas “Espelho 1” e “Espelho 2”, feitas com a mesma técnica e medindo 1,40m x 1m.

 

Nas pinturas, com as cores fortes que são marca do trabalho da artista, há a silhueta de uma ou mais mulheres, todas brancas, que parecem estar se movimentando no meio da tela colorida.

 

“O meu trabalho gira em torno do universo lúdico e feminino, do erótico e de uma sublimação da realidade. Essas mulheres são projeções minhas e uma forma de anular o mundo pela ausência de sua identidade. Recrio uma ficção, uma alegoria de um excesso e ansiedade, junto a fragmentos do imaginário. A partir daí construí um repertório dessas formas e elementos que vão se metamorfoseando em sua morfologia, onde uma mídia contamina outra. Entre o gozo e a culpa, um paradoxo e uma ambigüidade”, explica a artista.

 

No terceiro andar da galeria, estará uma instalação, também inédita, feita em acrilon e tecido. Formada por tecidos coloridos, em tamanhos diferentes, as partes de encaixam formando uma espécie de centopéia. São três esculturas, que ocupam todo o espaço, de uma parede a outra.

 

No contêiner, que fica no terceiro andar da galeria, estará o vídeo “Um bosque chamado solidão”, produzido este ano especialmente para a exposição. “O vídeo é uma extensão do trabalho que retrato o corpo no processo de fragmentação, que vai de encontro com as lembranças da infância”, conta a artista.

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, onde vive e trabalha. Maria é formada pela Chelsea College of Art & Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado, em 2008. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio, ambas em 2012; a mostra “Retalhos”, na Galeria Candido Mendes Ipanema, também no Rio de Janeiro, em 2006, entre outras.  As principais exposições coletivas da quais participou encontram-se a “6ª Bienal de Curitiba”, em 2011; “Presente Futuro Vol III”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010; “Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro e Performance “Incorporáveis”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2008 e 2009; “Jerwood Drawing Prize”, no Jerwood Space, em Londres, em 2008, entre outras. Suas obras estão em importantes coleções públicas do Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Centro Cultural Candido Mendes, a Coleção BGA, e a coleção do Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, Brasília.

 

Até 20 de abril.