GELEIA DA ROCINHA PRENDE OS BICHOS

12/jun

O pintor Geleia da Rocinha exibe na galeria Cela, no andar térreo do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “É o bicho na cabeca”. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. Concebida em 2008, a ideia partiu da lista dos vinte e cinco animais do jogo que, apesar de existir na sombra da ilegalidade, segue mobilizando a cultura popular. Cada uma das telas em acrílica, retrata um bicho com o respectivo número, trazendo para o presente a habilidade do pintor letrista que se projetou no circuito das artes. José Jaime Costa, Geléia (como assina em seus trabalhos), elabora um trabalho autobiográfico, em que retrata a sua realidade e a do meio em que vive. Com a exposição “É o bicho na cabeça”, não poderia ser diferente. De acordo com o curador da mostra, “seus animais fogem de qualquer  convenção estabelecida nos livros de Zoologia, uma vez que são constituídos de traços humanos, figurinos e padronagens multicoloridas, ou ainda, adquirem uma morfologia híbrida de outros animais. Exibir este conjunto de obras na galeria Cela, do Centro Cultural Justiça Federal é a oportunidade que o artista encontrou para subverter a ordem do Jogo do Bicho”.

 

Até  15 de julho.

LEILA DANZIGER NA COSMOCOPA

11/jun

Convite exposição

A exposição “Todos os nomes da melancolia”, de Leila Danziger é a primeira individual da artista na Cosmocopa Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Leila faz parte do elenco da galeria de Alvaro e Maice Figueiredo desde setembro do ano passado e tem mostrado uma altíssima coerência, apuro, sensibilidade e qualidade nos trabalhos que vem apresentando. A exposição apresenta uma escritura da melancolia, realizada a partir de objetos de arquivos pessoais e signos apropriados da História da Arte. O livro “Banzo”, de Coelho Netto, publicado originalmente em 1912, ganha uma terceira edição ao ser apagado seletivamente pela artista, dando origem a uma pequena instalação. Representações da melancolia retiradas de obras de Debret, De Chirico, Domenico Fetti e Tarsila do Amaral são transformadas em carimbos, e assim passeiam por diversos tempos e espaços, como, por exemplo, as páginas do jornal francês “Libération”, da década de 1980, que tratam o tema da memória e do esquecimento, assunto recorrente no trabalho da artista. A mostra reúne duas séries fotográficas, “Vanitas” e “Leituras da melancolia”, uma instalação de mesa, “Banzo, 3ª. Edição”, um vídeo, “Vanitas” e dois objetos de parede, “Balangandãs” e “Amarelinha”. Na mesma ocasião, a Cosmocopa inaugura oficialmente seu novo Acervo Transparente.

 

De 14 de junho a 16 de julho.

CONVERSA COM O PÚBLICO

Regina de Paula

A artista Regina de Paula e a psicanalista Tania Rivera recebem o público na Sala de Leitura para uma conversa sobre a exposição “Miragens”. A exposição encontra-se em cartaz no Cofre da Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, RJ. “Miragens” remete ao efeito ótico que ocorre nas paisagens desérticas e dá a falsa impressão da visão de um lençol d’água onde os objetos se acham refletidos. Alude também à visão fantástica e enganosa.

 

Regina de Paula ocupa o Cofre da Casa França Brasil com uma imensa quantidade de areia, contida por uma placa de acrílico, com a altura de 1,45m, que acompanha o movimento de abertura da porta para o interior do cofre. Ao adentrar a ocupação da artista neste espaço confinado, que possibilita a contemplação a apenas uma pessoa por vez, o espectador se depara com uma superfície quase plana de areia, limitada por paredes que quase podemos tocar. Em lugar do efeito ótico, a obra se abre à imaginação. A matéria (areia) integra a poética da artista ao fazer referência à paisagem da cidade, mais especificamente ao bairro de Copacabana, onde Regina de Paula vive desde a infância. É a partir de sua experiência nos lugares que a artista elabora seus trabalhos – que se desdobram em fotografias, vídeos, desenhos e instalações.

 

Data e local: 13 de junho, às 18h30 – Sala de Leitura, Casa França-Brasil.

KERTESZ EM SÃO PAULO

05/jun

O Museu da Imagem e do Som, Jardim Europa, São Paulo, SP, apresenta uma extensa mostra do artista húngaro André Kertesz, organizada pela Galerie du Jeu de Paume, Paris. Esse evento – “ANDRÉ KERTESZ, Uma vida em dobro” – é uma restrospectiva da vida de um dos mais importantes fotógrafos do século passado mostrando um grande número de imagens, que traduz o processo criativo de Kertesz, desde o início da sua carreira na Hungria, onde nasceu em 1912, e em Paris, onde foi um dos principais nomes da fotografia « avant-garde » e em Nova York, onde morou por quase 50 anos entre os anos de 1936 e 1985.

 

Até 21 de junho.

SELF SERVICE PAJÉ NO CCBB RIO

A Sala A Contemporânea, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro, Rio de Janeiro inaugura a exposição do coletivo carioca OPAVIVARÁ!, intitulada “Self Service Pajé”, um objeto-performance, que mistura duas práticas tipicamente brasileiras: o ritual popular tradicional das pajelanças, encanterias, curanderias, e a prática contemporânea dos buffets self-service e restaurantes a quilo, inserindo essa colagem no contexto das artes contemporâneas.

 

O conceito de coletividade é evocado, destacando-se ligações que acontecem na feitura do trabalho entre os artistas e o público. O objeto possui um display com 60 ervas medicinais, cardápio-bula com todas as indicações e contraindicações, garrafas térmicas, sachês, copos de vidro e pessoas. O público participa ativamente da intervenção, selecionando, no cardápio, as ervas mais apropriadas para o momento, criando sua própria mistura de chás. Cada um se torna o pajé de si mesmo, buscando transmutar problemas e dores em prazeres e curas, através de um ritual artístico, popular, ancestral e xamânico. A instalação terá redes, esteiras, iluminação baixa e cardápio de ervas impresso na parede, para dar um clima de interior de uma oca, uma tenda de xamã que trata seus pacientes, ambiente acolhedor, tranquilo.

 

A consultoria fitoterápica e xamanística é assinada por Daniela Serruya Kohn. “Em nossas experiências, buscamos deslocar todos os participantes de suas funções institucionais (artista, autor, crítico, curador, galerista, público, espectador etc.), transportando-os para o campo experimental das relações poéticas”, explica o grupo, que não identifica seus participantes individualmente. O coletivo desenvolve ações interativo-imperativas em espaços envolventes, onde o público não é apenas convidado a interagir, mas a ação depende da participação dele para acontecer: “Tiramos o espectador de seu lugar comum e o colocamos no lugar do artista, gerando alterações das ordens perceptiva e política sobre todo o nosso universo de relações, desencadeando um questionamento reflexivo sobre nossas experiências cotidianas”, diz OPAVIVARÁ! sobre sua produção em geral.

 

De 11 de junho a 15 de julho.

NOVO LIVRO DE GONÇALO IVO

02/jun

Escrito em português, francês e inglês, sai com o selo da Contracapa Editora, o novo livro sobre a produção pictórica de Gonçalo Ivo. Reúne aproximadamente 170 óleos, têmperas e aquarelas, subdivididos em “Oratórios”, “Acordes”, “Fugas” e “Lamentos”, “…abordados por quatro textos críticos, cuja ênfase recai sobre temas avessos ao que predomina no discurso artístico contemporâneo: a intuição própria à criação, a inconsciência imaginativa ativada pelas mãos, a presença do espiritual na arte e o uso sensual de impulsos atávicos desconectados de intervenções ou instalações em instituições sociais”.

 

Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos afirma que o livro “…nasceu de uma provocação, no sentido de trazer à voz uma fala que, entre outras coisas, guarda valor religioso e se encanta no que passa à frente da vida cotidiana. Sobre o fundo de silêncio atemporal evocado pela pintura, entendida, de maneira ampla, como a arte e a técnica de revestir, dar nova veste e, portanto, aparência ou exterioridade a determinada superfície, há nessa provocação diversas camadas de assertivas e interrogações, depositadas pela frequentação de amigos, admiradores, colecionadores, críticos e companheiros de ofício aos seus ateliês de Vargem Grande, em Teresópolis, e de Paris….”.

MIGUEL RIO BRANCO NA SILVIA CINTRA + BOX4

29/mai

Miguel Rio Branco escolheu quinze trabalhos de diferentes períodos em sua carreira para a mostra “La Mécanique des Femmes”, na galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, o artista volta – novamente – para a mulher, desta vez, de forma mais suave. A condição paradoxal da mulher contemporânea, do oriente ao ocidente, e temas atemporais como mistério, poder, submissão e sensualidade, aparecem nos trabalhos de forma nada óbvia ou literal. “La Mécanique des Femmes é poesia, e poesia não se explica”, diz o artista.

 

Miguel, que desde 2007 mora em Araras, região serrana do Rio de Janeiro, tem se dedicado a montar labirintos de árvores, pedras e outros materiais. “O feminino na sociedade ocidental perdeu muito de sua função terra, do momento em que a mulher atual também assume características predadoras como as dos homens”, diz ele. E este paradoxo aparece em “Casamento Cigano”, tirada na Bahia, em 1984 e “Diálogo Romano”, em 2008. Miguel se volta novamente à experiência no Japão no imenso painel que dá o nome à exposição e que tomará conta de um lado a outro de uma das paredes da galeria. “Tetas de Santiago”, “Maria Leôncia”, esta última feita na ocasião que percorreu os caminhos de Simon Bolivar, resgatam o ácido olhar do fotógrafo. Para ele é curioso lembrar que as primeiras fotos de mulheres que teve contato na vida foram aquelas que estão ao alcance de todos. A modelo de editoriais de moda, os nus literais das revistas masculinas. As mesmas revistas que o levaram depois de seu começo com pintura à fotografia como expressão artística.

 

Nascido em 1946, filho de diplomata, bisneto do barão do Rio Branco e neto do caricaturista J. Carlos, Miguel Rio Branco ganhou em 2010, um pavilhão no centro de arte contemporânea de Inhotim (MG). Espaço que considera a mais instigante proposta de comunhão arte e natureza.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

PAULO PASTA NA GALERIA MILLAN

Em sua segunda exposição individual na Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, o pintor Paulo Pasta apresenta oito pinturas a óleo sobre tela em grandes formatos. Todas as obras em exposição foram reaizadas entre 2011 e 2012. A presente exibição do artista pode ser considerada uma espécie de desdobramento da individual realizada no Centro Universitário Maria Antonia em 2011. O pintor segue com as mesmas indagações em tema e cor: a indeterminação do espaço como centro de seus trabalhos e a criação dos mesmos a partir de áreas de cor que infiltram-se umas dentro das outras, “…sem deixar claro o que envolve e o que é envolvido”.

 

De 31 de maio a 30 de junho.

REFLEXOS NA ÁGUA

28/mai

Paulo Gouvêa Vieira

O fotógrafo Paulo Gouvêa Vieira apresenta a exposição “Olhar sobre a Água do Jardim de Alah”. O local escolhido é o tradicional point do Garden, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A exposição é uma homenagem ao Jardim de Alah. Paulo Gouvêa Vieira registrou todo o cenário ao redor do canal visto através do reflexo na água. Para registrar as 63 imagens que compõem a série, Paulo usou apenas a câmera digital, sem nenhum outro equipamento de luz, e não fez retoques nas imagens. O que vemos são exatamente os reflexos captados do espelho d’água. Paulo Gouvêa Vieira, com sua forma peculiar de ver e interpretar o mundo, registrou no reflexo da água do Jardim de Alah, prédios, árvores, pessoas, postes, carros no trânsito. O resultado é um Jardim de Alah único e surpreendente. As imagens são fiéis ao que podemos ver refletido no espelho d’água. Paulo selecionou 22 das 63 imagens que registrou. A escolha do Garden, para abrigar a exposição, se deu justamente por ser um ponto tradicional na região e representar o clima do entorno do Jardim.

 

De 29 de maio a 30 de setembro.

VENTURA NA SERGIO GONÇALVES GALERIA

25/mai

O pintor Eduardo Ventura, exibe série inédita de pinturas em sua exposição individual “realidade re-velada – a linha do tempo”, em cartaz na Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria tem a assinatura – e texto – da crítica de arte Renata Gesomino que assim manifesta-se sobre o trabalho do artista: “…Analisando algumas obras presentes na mostra individual de Ventura, nota-se facilmente que o artista opta por representar figuras humanas quase sempre em flagrantes displicentes, quase sempre isoladas umas das outras numa espécie de alheamento irreversível. Essa capacidade de reconhecer momentos fugidios de solidão em meio à correria da vida urbana e dos excessivos elementos visuais que a preenchem, talvez tenha surgido no fato do artista possuir uma vivência concentrada em ambientes opostos: cidades pequenas, áreas bucólicas, cenários ao ar livre. Como parte desse processo singular, o artista reproduz em suas telas não o mero retrato de figuras anônimas, mas, suas respectivas solidões….De um ponto de vista plástico, o artista inicia uma série de pinturas em que o fundo e a figura se enamoram abraçados em camadas superfinas, revelando nuances de transparências quase infinitas. De um ponto de vista filosófico o artista acelera a sensação do passar do tempo indagando não mais sobre o tempo em si, que é físico e mensurável, e seu galgar incontornável, mas, sobre a duração que é metafísica, portanto, incomensurável. Seria o tempo o que nós duramos? E, sem respostas imediatas somos convidados a sentar junto à figura de um homem anônimo. Fixado em sua cadeira ele fita um horizonte particular, meditação para sempre congelada na apreensão do instante”.

 

Até 07 de julho.