NO MUSEU LASAR SEGALL

16/abr

Fabio Magalhães é o curador da exposição “Poéticas do Mangue”, cartaz do Museu Lasar Segall, Vila Mariana, São Paulo, SP. A mostra aborda a atração que o Mangue, com seus prostíbulos, bares e cabarés, exerceu sobre diversos artistas: Lasar Segall lançou o álbum “Mangue” em 1944, com reproduções de desenhos realizados entre os anos 1925 e 1943. Nessas obras sobre a prostituição, Segall volta-se, sobretudo, para questões sociais, preocupando-se com a situação de solidão e miséria. Di Cavalcanti, ao contrário de Segall, frequentou o Mangue como artista e para se divertir em grandes noitadas. Di evitava ser um observador distante. Alguns contemporâneos de Segall, como Otto Dix, George Grosz, Otto Lange e Jacob Walter, foram incluídos nesta exposição, por terem exercido influência sobre toda uma geração de artistas brasileiros, inclusive sobre desenhos de Di Cavalcanti, realizados nos anos 1930. Entre os muitos artistas que frequentaram o Mangue, foram reunidas obras de Cícero Dias, Antonio Gomide, Manoel Martins, Poty Lazzaroto, Guido Viaro e Maciej Babinski.

Até 17 de junho.

ZARAGOZA INAUGURA A CANVAS-SP

A exposição de inauguração da Canvas-SP Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP,  reúne cerca de 30 trabalhos do artista plástico José Zaragoza, sob a curadoria de Emanuel Araujo. São obras inéditas da série “Windows”, que refletem a passagem do furacão “Glória” por Nova York em setembro de 1985. De seu apartamento na cidade, Zaragoza decidiu pintar o que via, em um exercício de voyer, amedrontado, mas também curioso. Desse movimento nasceu a série “Windows”, de traços quadriculados, sombrios, realistas. Quanto mais soavam os alarmes, mais trabalhavam as mãos e os olhos, mais se ampliava a série.  “A série Windows foi inspirada pelo medo que tomou conta dos novaiorquinos naquele verão de 1985. Na época eu mantinha um apartamento em Tribeca. Por causa desse medo, todos protegiam os vidros das janelas grudando fita crepe em forma de X para que não estourassem. Foi um pavor que dominou a todos durante um dia e uma noite, período em que ninguém conseguiu dormir, nem eu. E, afinal, o furacão Glória não deu as caras, mas eu continuei trabalhando nas obras”, revela Zaragoza. Natural de Alicante, Espanha, Zaragoza completa em 2012 sessenta anos de Brasil. Apaixonado pelo desenho desde a adolescência, desenvolveu sua técnica por meio da teoria, como em sua formação pela Escola de Belas Artes de Barcelona, e principalmente da prática. Zaragoza participou de três Bienais de São Paulo 1963, 1965 e 1967, da 2ª Bienal de Havana, em Cuba, 1986, além de ter feito a mostra “Não Matarás”, no MASP, 1986. Expôs em Paris, Nova York, Barcelona, Madri, Roma, Lisboa, Londres, Haia, Ludwigshafen e Tóquio, assim como nas mais importantes cidades brasileiras. Realizou, em 2005, um panorama de seus 50 anos de carreira como artista plástico.

Até 03 de maio.

JAILDO MARINHO EM PARIS

14/abr

A exposição “Le Vide Oblique – O Vazio Oblíquo”, do artista plástico brasileiro Jaildo Marinho, é o atual cartaz na Casa da América Latina, Paris, França. Jaildo reside na França desde o início dos anos 90, e agora exibe suas formas  geométricas em mármore branco e negro, nas quais intercala cores vivas, fortes e reluzentes e quadros em técnicas combinadas. A mostra tem coordenação de Jacques Leenhardt e Max Perlingeiro e foi dividida em dois momentos, um “bidimensional”, com quadros, e outro “tridimensional”, com esculturas. Nascido em Santa Maria da Boa Vista, Pernambuco, o artista viu despertar sua vocação desde a infância. Sua pesquisa, além de obter uma  linguagem pessoal, abrange uma “…interação com herdeiros do Groupe Madi, o conjunto de criadores de arte abstrata do qual fizeram parte gente do peso de Mondrian e Kandisnsky”. Afirma o artista: “- No meu trabalho há virtudes geométricas industriais, sim…São meios que encontro para transformar o quadrado em um objeto artístico leve”. Nos últimos dez anos, Jaildo Marinho expôs em diversos países  como Estados Unidos, Itália, Espanha, Eslováquia e Hungria. Um dos trabalhos de repercussão do artista em Paris, foi a instalação na fachada da Bibliothèque Historique de la Ville de Paris. A Edições Pinakotheke, Rio de Janeiro, lançou caprichado volume sobre a obra de Jaildo Marinho com textos assinador por Lêdo Ivo, Mario Helio Gomes e Jacques Leenhardt que afirma “…essa capacidade peculiar – às formas de se agrupar sublinha a conivência entre o trabalho de Jaildo e a arquitetura, que, por sua vez, respalda seu engenho na arte de combinar o maciço com o vazio.”

Até 16 de junho.

UM RECORTE NO ACERVO

12/abr

A “Sala dos Pomares”, da Fundação Vera Chaves Barcellos, Av. Sen Salgado F°, 8450, Viamão, RS, apresenta a exposição “DES/ESTUTURAS”, um novo recorte sobre o acervo da instituição apresentando  série de gravuras, desenhos, fotografias, pinturas, esculturas e instalações cuja proposta da curadoria de Neiva Bohns e Vera Chaves Barcellos, inicialmente propõe diálogos entre obras de dois tipos: as que partem de um projeto específico e claro e outras que dão mais lugar à intuição e ao momento do fazer e ao próprio processo. Cobrindo um longo período de produção, desde os anos sessenta do século passado aos dias atuais, a mostra contrapõe o gestualismo de Emilio Vedova ao rigor de Joseph Albers e apresenta obras de Ione Saldanha, Lili Hwa, Maristela Salvatori, Eduardo Frota, Iole de Freitas, Lucia Koch, Maria Lucia Cattani, Anna Maria Maiolino, Nelson Wiegert, Nick Rands, Pic Adrian, Riera i Aragò e Vera Chaves Barcellos entre outros artistas. Um dos destaques da mostra é a escultura de Lygia Clark, “LC3, da série “Bichos”, editada pela Limited Edition, de Londres, nos anos 1960, escultura transformável em múltiplas esculturas distintas e que será exibida pela primeira vez.

De 14 de abril a 28 de julho.

CRUZ-DIEZ NA RAQUEL ARNAUD – SP

11/abr

A Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Circunstâncias e ambiguidades da cor”, obras inéditas no Brasil do consagrado artista venezuelano radicado em Paris, Carlos Cruz-Diez, um dos nomes seminais e notáveis da arte cinética internacional, na qual exibe suas recentes experiências com a cor, “Duchas de Indução Cromática”, que vai ocupar o andar térreo da galeria ao lado de outros trabalhos bidimensionais –, o espectador literalmente tomará um banho de cor. Segundo o artista, seu trabalho busca o limite da visão normal, mas não para gerar efeitos. “Pretendo colocar em evidência circunstâncias inéditas, mas reais, da visão, com o propósito de estabelecer outra relação de conhecimento”, afirma Cruz-Diez. No piso superior, uma de suas “obras efêmeras”. Estas “obras efêmeras” são posteriormente registradas e impressas em painéis de grandes formatos, na medida de murais. Como são feitas para um determinado espaço, dependem de encomenda. Medindo quatro metros, a obra que faz parte desta exposição, foi impressa no ateliê da Galeria Raquel Arnaud;  trabalhos selecionados pelo artista ocupam também o andar térreo da galeria. Estreitamente relacionadas ao fenômeno da pós-imagem ou da persistência da retina, as “Induções Cromáticas” possibilitam itam captar a cor complementar, ou cor induzida. Segundo o Cruz-Diez, essas obras e as chamadas “Cores Aditivas”, também na exposição, diferentemente da pintura tradicional, sinônimo de permanência e eternidade, propõem outra solução que integra a noção de tempo e espaço reais ao plano estático. Entre as obras bidimensionais estão as “Fisiocromias”, em grandes dimensões, estruturas que revelam diferentes comportamentos e qualidades da cor. Modificam-se segundo a intensidade da luz ao redor e do deslocamento do espectador, projetando a cor no espaço e criando uma envolvente situação de aumento, reflexo e subtração da cor. Completam a mostra, painéis que mostram algumas das obras de Cruz-Diez integradas à Arquitetura.

De 11 de abril a 02 de junho.

JOSÉ DAMASCENO EM SÃO PAULO

Chama-se “Storyboard” a exposição que José Damasceno apresenta no Centro Cultural São Paulo, Piso Caio Graco – Sala Tarsila do Amaral,  Paraíso, São Paulo, SP. Foram reunidos cerca de 20 trabalhos do artista, distribuídos em técnicas diversas como fotografias, desenhos e objetos tridimensionais realizados de 1989 a 2011. A seleção constitui uma visão “…inédita e abrangente do desenvolvimento dessa obra a fim de ressaltar os modos como o artista sugere uma ação ou um acontecimento, em processos de repetição e acumulação de materiais e formas”. A mostra é a segunda do ciclo Monográficas, dedicadas a pensar a produção de arte no Brasil nos últimos 30 anos. Destacam-se os trabalhos “Cinemagma”, “Parábola”, “Organograma” e “Cartograma”, obra exposta na edição de 2007 da Bienal Internacional de Veneza. A curadoria é de José Augusto Ribeiro.

Até 27 de maio.

NOVAS FOTOS DE RENAN CEPEDA

No conjunto de 16 fotografias de diversos formatos na exposição individual que apresenta na Galeria Tramas, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, o fotógrafo Renan Cepeda traz novos pontos de vista da paisagem carioca. Em “Daqui se vê”, ele traduz em imagens que parecem ter a intenção de deixar velada a época em que foram realizadas, conferindo uma atmosfera de sonho e de atemporalidade, efeitos do filme infravermelho. O artista acredita que vive em uma cidade feia encravada num lugar naturalmente maravilhoso, que nunca vai se deixar dominar. A beleza vencendo o caos, um fenômeno que pretende provar ser possível. Renan Cepeda fotografou o Rio nesta última década com sua técnica especial. Seu trabalho não é demarcado por “fases”, ou seja, sempre que desenvolve uma técnica utiliza sua invenção para sempre. Assim é com as fotografias noturnas em light painting, material super premiado, que hoje é finalista do “World Photography Award 2012″.

De 12 de abril a 02 de maio.

O SILÊNCIO EM STELLA

10/abr

A exposição “… e quem te escuta é o silêncio”, de Stella Da Poian, artista bastante singular e de carreira consistente, entra em cartaz na Galeria de Arte Maria de Lourdes Mendes de Almeida, Universidade Cândido Mendes, Ipanema, a convite do curador Paulo Sérgio Duarte, um admirador de sua trajetória. A artista apresenta 15 trabalhos a óleo, alguns de grandes dimensões, marcados por uma técnica expressiva e recorrente em sua obra:  recorte da tela pronta, colagem e intervenções posteriores.

O título da exposição – releitura autorizada de um verso de Rogério Luz, em seu livro “Escritas”– trata de uma questão importante para Stella. – Toda obra de arte requer um “silêncio” interior, um momento de reflexão essencial para se apreender a extensão do que se está vendo. É justamente esse silêncio que faz com que cada pessoa perceba a obra de uma forma absolutamente única e particular – diz a artista.

O crítico de arte Paulo Sérgio Duarte, curador do espaço, destaca dois aspectos principais de sua obra: – O trabalho de Stella reafirma a persistência da pintura como expressão da arte contemporânea brasileira. A produção brasileira contemporânea sempre foi muito forte na pintura em si, e sua obra é uma evidência disso – explica. – Mas uma das características mais específicas da arte de Stella Da Poian é a capacidade de explorar a delicadeza, mesmo dentro de uma obra potente e forte. Toda a sua produção é envolta em delicadeza – declara. Stella Da Poian vive e trabalha no Rio de Janeiro e começou a exibir suas pinturas em 1991.

Até 19 de abril.

SÍMBOLO DE JOANA CESAR NA ATHENA

A galeria Athena Contemporânea, expõe pela primeira vez em uma individual em galeria os trabalhos de Joana Cesar. Identificada como a autora de misteriosas pinturas de símbolos indecifráveis espalhadas pelos muros da Zona Sul do Rio de Janeiro, Joana Cesar contou ao mundo, em um alfabeto particular, seus segredos que na adolescência eram escritos em uma agenda, entre relatos de desejos, angústias e frustrações.  Para essa exposição, intitulada de “fuga>lenta”, Joana Cesar irá apresentar onze placas de aço galvanizadas, de tamanhos variados, que já trazem camadas sucessivas dos resíduos naturais do caos urbano. Esse será o suporte principal para receber as suas intervenções, com diversos tipos de materiais como spray, pigmentos, colagens e  caligrafias feitas com pincel oriental & nanquin. Além disso, a artista vai realizar um trabalho site specific, uma interferência diretamente em umas das paredes no espaço interior da galeria: um painel com cerca de 300x 250cm. A parceria de Joana com a Athena Contemporânea teve início através da expert Vanda Klabin, que foi convidada para assinar a curadoria de uma exposição na galeria e escolheu os trabalhos de Joana para realizar a mostra. “O fazer artístico de Joana Cesar envolve todo um sistema de signos cifrados que ganham cores e formas nessa exposição, e fazem parte de sua mitologia pessoal. Eles são utilizados como uma espécie de dispositivo do cotidiano,  como uma forma de equivalência poética para expressar a sua linguagem plástica” diz a curadora.

Até 05 de maio.

INÉDITOS DE MANFREDO

Manfredo de Souzanetto, artista mineiro de Jacinto, faz sua estreia na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Na mostra batizada de “Organometros” ele apresenta séries inéditas de pigmentos sobre tela e desenho, totalizando 12 trabalhos, onde expõe claramente o desenvolvimento em suas obras da paisagem mineira à geometria. Segundo o artista, as linhas, feitas com bastão de óleo que ele importa de Paris, onde já residiu,  introduzem um diálogo com a geometria e criam uma relação dinâmica com a superfície. Manfredo de Souzanetto é, certamente, um dos mais pertinentes e criativos artistas brasileiros contemporâneos. Desenvolveu uma linguagem específica e personalizada e é considerado um dos mais promissores de sua geração, tendo um amplo transito no Brasil onde vem construindo expressivo currículo, e na Europa, onde nos últimos anos tem exposto com regularidade. Nos últimos dois anos fez uma série de exposições no circuito do Instituto Moreira Salles;  uma panorâmica de sua obra no Centro Cultural Correios – Rio de Janeiro, na Caixa Cultural em Brasília; uma exposição individual no Kulturtorget em Stavanger, Noruega; em 2009 fez uma grande exposição de suas obras no Centro de Arte l’Espal em Le Mans na França, e na Galeria Pascal Gabert em Paris; e em 2010 realizou a exposição “Litoral” no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro com sua produção mais recente: pinturas e esculturas em madeira.

De 12 de abril a 12 de maio.