Individual de Luiz Hermano

28/mar

A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, inaugura a mostra “Geometria Invertida”, primeira exposição individual do artista plástico Luiz Hermano em seu espaço, com 16 obras da série homônima, inédita e sob a curadoria de Paulo Kassab Jr., onde “o artista analisa a geometria na arte, invertendo seus conceitos e percepções”, define o curador. Trabalhos com formas mais limpas, desprovidos de intervenções pictóricas, iniciam a fase “branca”, onde a inexistência da cor o branco influi na questão ótica.

 

Com base em cálculos matemáticos precisos e uma extensa pesquisa visual, o artista simula sensações reais de movimento e profundidade através de um jogo geométrico. “Um cubo se contorce e transforma-se em distintas formas, mantendo sempre uma proporção harmônica que explora os efeitos visuais por meio dos movimentos do espectador”, declara Paulo Kassab Jr.

 

No início da carreira, o artista trabalhou objetos e esculturas em materiais filiformes, depois disso a figura do cubo passa a merecer destaque em sua obra. Nela, a lógica associada a esse formato geométrico é subvertida pela fragilidade construtiva. Com as estruturas vazadas, enredadas no espaço, suas séries exploram questões ligadas ao equilíbrio e desequilíbrio, discutindo temas ligados a religião, consumismo e tecnologia, de forma delicada, não explícita, onde os temas são entrelaçados nos fios de arame, no aço e no alumínio.

 

Com articulação metódica, Luiz Hermano impressiona pela habilidade manual para exercer a conexão entre objetos pré-existentes no mundo, que ele coleta para agregar ao seu trabalho. A fragilidade aparente das obras advém tanto dos materiais utilizados como do processo de construção. Segundo Paulo Kassab Jr, “o artista busca nas diferentes culturas, as estruturas para suas composições intrincadas, forjadas à mão, pensando as tramas com diferentes materiais”. A criatividade de Luiz Hermano busca, e encontra a transcendência no próprio cotidiano. Coordenação: Felipe Hegg e Victoria Zuffo.

 

 

De 05 de abril a 06 de maio.

Giovani Caramello, obras inéditas

24/mar

Após um ano recluso, em processo produtivo, Giovani Caramello está de volta apresentando ao público e convidados somente obras inéditas, na OMA | Galeria, Centro, São Bernardo do Campo, São Paulo, SP. A exposição é um marco, pois apesar de ter participado de outras mostras coletivas, esta é a primeira individual do artista no espaço que o representa. Segundo Thomaz Pacheco, galerista da OMA, nesta oportunidade vai ser possível conhecer uma outra nuance de seu trabalho. “A grandeza dele vai além de detalhes que denotam a quase perfeição. Vai ser interessante mostrar este novo momento de sua carreira, muito mais maduro e consciente da sua produção”, comenta.

 

Aos 25 anos e inserido no circuito de artes há cerca de três, Giovani Caramello, escultor hiper realista brasileiro, vem assumindo pouco a pouco a sua identidade, que será possível ver nessa mostra. Além disso, ele que é tímido, de poucas palavras, mas com um olhar muito observador, ao longo de sua carreira vem encantando colecionadores com suas obras carregadas de sentimentos universais, como a introspecção que cria um canal afetivo direto com o público. Para Giovani Caramello, nesta nova exposição, os seus admiradores poderão conhecer muito além da técnica que rendeu elogios para sua poética, que se encontra cada vez mais evidente. “Creio que as novas peças representam meu amadurecimento e da minha forma de esculpir. E, apesar de possuírem uma temática muito pessoal, sempre busco apresentar uma poética de fácil identificação. É justamente isso que as pessoas vão ver na mostra e espero que a receptividade seja positiva”, comenta.

 

O texto curatorial é assinado pela crítica de arte e curadora, Ananda Carvalho.  Para ela, “ao contrário das esculturas tradicionais que congelam um fragmento do tempo, os trabalhos do Giovani, expandem esse tempo, ele esculpe algo que todos reconhecem: as emoções”, adianta.

 

 

De 01 de abril a 25 de maio.

Na Silvia Cintra + Box 4

Para a exposição “Forgotten Mantras”, sua segunda individual na galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, Ana Maria Tavares recorre a todas as expressões e termos que foram usados desde 1997, uma alusão ao tempo que nos faz esquecer o passado, sendo preciso retornar aos mantras para que eles permaneçam em nós.

 

Ana Maria Tavares começou a inserir palavras em seu trabalho em 1997, mas foi com a série “Cityscape”, feita especialmente para a Bienal 50 anos de São Paulo, em 2001, que os mantras ganharam força em sua obra. Na época, Ana usou 8 palavras e expressões impressas em placas de aço inox polido que juntas formavam um imenso painel que refletia o Parque do Ibirapuera.

 

Segundo a artista “Os mantras são como sínteses da atualidade, funcionam como senhas para navegar no mundo contemporâneo” e é exatamente por essa razão que agora eles se tornaram ainda mais complexo, em várias línguas, marcando a homogeneização e a repetição de uma cultura para a outra, todas contaminadas pela cópia.

 

Além dos quatro trabalhos da série “Forgotten Mantras” faz parte ainda uma instalação com pequenos trabalhos que trazem mantras como desire, delight, stillnox, lexotan, sexo; que podem ser montados de diversas formas. Todas essas obras são feitas em aço inox polido.

 

Para quebrar a rigidez da malha quadriculada e da retícula modernista presente nas obras em inox, Ana Maria Tavares incluiu na exposição a obra “Desire”, que é uma impressão em papel com mantras sobrepostos em diversas direções, numa alusão ao caos. 

 

Em novembro de 2016 Ana Maria Tavares inaugura uma grande exposição retrospectiva na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

 

Sobre a artista

 

Ana Maria Tavares, nasceu em Belo Horizonte, em 1958. Reside em São Paulo, SP. em São Paulo. Estudou na FAAP, fez mestrado em escultura na School of the Art Institute of Chicago e curso de Desenvolvimento de Projeto no Oxbow Art Center (Michigan, EUA). Defendeu tese de doutorado em 2000 na Escola de Comunicações e Artes. Sua primeira exposição individual foi na Pinacoteca do Estado em 1982. Participou  da Bienal de São Paulo em 1983, 1987, 1991 e da edição especial de 1994, Bienal Brasil Século XX. Entre as mostras coletivas no exterior destacam-se: “Modernité” no Museu de Arte Moderna de Paris em 1987, e “Ultramodern” no National Museum for Women in the Arts, Washington, EUA, em 1993.  Entre 2002 e 2003, foi bolsista da John Simon Guggenheim Foundation, em Nova Iorque.  Em 2006, realiza a instalação “Enigmas de uma Noite” com Midnight Daydreams, no Instituto Tomie Othake, e na Bienal de Cingapura. Dentre as várias exposições individuais dos últimos anos, merecem destaque – “Ana Maria Tavares: Desviating Utopias”, no Centro de Artes Visuais de Nashville, Estado Unidos em 2013; “Atlântica Moderna: Puros e Negros” no Museu do Vale, Vila Velha em 2014; e “Cárceres duas vozes: Piranesi e Ana Maria Tavares”, no Museu Lasar Segall, São Paulo em 2015.

 

 

De 29 de março a 30 de abril.

Subject Matters II

A Dream Box, creative lab sediado no Brooklyn, NY, com curadoria de Juliana Leandra e produção de Juliana Moura, realiza a exposição pop up de fotografia “Subject Matters II” no Double 6 Studio, em Greenpoint/ Brooklyn, com 25 registros de diferentes olhares.

 

A segunda edição do projeto, fiel ao formato original com quatro edições previstas para o ano, convida 6 fotógrafos que atuam em cidades diferentes do mundo, a registrar perspectivas, estéticas e temas distintos em seus trabalhos. Felipe Morozini, Mari Juliano, Mariana Maltoni, Shannon Wolf, Tekla Evelina Severin e William Baglione respondem, com criações autorais, a questão apresentada: “Why subject matters?” (“Por que a temática é importante para você?”).

 

Trajetórias e influências únicas fazem com que os artistas, que atuam em diversos segmentos, tais como moda, fotojornalismo, abstrato e outros utilizem estilos e técnicas diferenciadas oferecendo resultado harmônico, mas imprevisível. A abordagem de cada criador à temática de suas obras é documentada em um zine, com design do diretor de arte Paulo Sabatini. Cópias do zine serão distribuídas durante o período da exposição. Após o encerramento, estarão disponíveis no site do Dream Box.

 

Subject Matters II vem consolidar a proposta da Dream Box em solidificar a conexão das cenas artística e cultural entre Brasil e Nova York, “conectando comunidades de artistas e criativos daí e daqui”, como definem as sócias Juliana Leandra e Juliana Moura.

 

A procura pelo próprio elemento, várias interpretações e temáticas individuais são o destaque em mostra “Pop Up” de fotografia

 

Quando:  Local – Double 6 Studio, 66 Green Street – Greenpoint, Brooklyn, NY – 11222 – US/Coquetel – sábado, 26 de março, das 17:00 – 21:00

Manfredo 40 anos de arte

23/mar

Artista ganha livro publicado pela Réptil Editora e duas exposições em sua homenagem: Paço Imperial e Galeria Patricia Costa

 

 

Nascido na pequena Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, o artista Manfredo de Souzanetto ganhou o mundo ainda jovem. Morou em Paris, expôs nos Estados Unidos, em vários países da Europa, e conquistou reconhecimento internacional por seu trabalho. Ao completar 40 anos de carreira, o mineiro recebe merecida homenagem, com livro e duas exposições no Rio de Janeiro.

 

 

No dia 12 de abril será lançado o livro “Manfredo de Souzanetto – Paisagem Ainda Que”, pela Réptil Editora, com 240 páginas, na Galeria Patricia Costa, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com toda a trajetória do artista que tem o dom de tornar o improvável concebível e de produzir obras ao mesmo tempo simples e complexas, evidentes e enigmáticas.

 

 

O livro conta com textos dos críticos Julio Castañon Guimarães, Anne-Marie Lugan Dardigna e biografia de Clarisse Meireles. A obra, trilingue (português, inglês e francês), reúne mais de 150 imagens de trabalhos do artista.

 

 

Ainda na Galeria Patricia Costa o público poderá conferir, de 12 a 30 de abril, obras mais recentes de Manfredo. Serão expostas sete pinturas inéditas, com dimensões variadas, produzidas entre 2015 e 2016. “O meu método de trabalho passa sempre por um projeto, por um desenho e às vezes por um protótipo a partir do qual construo a obra”, explica o artista.

 

Manfredo também está em cartaz no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeriro, RJ, até 29 de maio, com a mostra “Paisagem ainda Que”. A exposição, com curadoria de Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos, reúne 32 obras, distribuídas em quatro salas, com trabalhos produzidos pelo artista de 1976 até os dias de hoje. A primeira tem 13 pinturas, feitas em Paris, na década de 70, das quais algumas nunca foram expostas. Na segunda e terceira salas estão obras produzidas de 1980 a 2015 e, na quarta, são apresentadas documentações fotográficas de trabalhos com intervenções pictóricas na natureza. A série Na Mina de Caulim, produzida em Juiz de Fora, após sua volta de Paris recebeu o prêmio de melhor conjunto de obras no IV Salão Nacional da Funarte em 1980.

 

 

Em 1974, Manfredo já denunciava a destruição da paisagem em sua primeira exposição individual, “Memória das Coisas Que Ainda Existem”, em Belo Horizonte. Na época lançou também o adesivo com a inscrição “Olhe Bem As montanhas”. A mostra inspirou uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, que mais tarde faria também um poema com este nome.

 

 

É na natureza também que Manfredo busca a matéria-prima para suas obras. O artista produz os pigmentos, tirados de minérios das Minas Gerais, responsáveis por seus únicos e incontestáveis tons de rosas, ocres, vermelhos, amarelos e cinzas. “Comemorar quatro décadas de trabalho tem sido muito interessante para mim. É uma oportunidade de revisitar o meu trabalho e preencher as lacunas deixadas”, diz.

 

 

O projeto “Manfredo de Souzanetto 40 anos de Arte” tem produção de Paulo Branquinho Escritório de Arte e coordenação geral da Galeria Patricia Costa.

 

 

 

Sobre o artista

 

Pintor, desenhista e escultor, Manfredo de Souzanetto começou a estudar desenho aos 16 anos. Em 1967, mudou-se para Belo Horizonte e ingressou na Escola Guignard em 1969. Estudou arquitetura na Universidade Federal de Minas Gerais de 1972 a 1975. Em 1975, expôs no 5° Salão de Arte Universitária, em Belo Horizonte, e recebeu como prêmio uma bolsa para estudar na França. Morou em Paris até 1979, onde frequentou a École Nationale Louis Lumière e a École Nationale Supérieure des Beaux Arts. Retornou ao Brasil em 1980 e reside no Rio de Janeiro. No ano seguinte, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de gravura. Em 1985, foi contemplado com o prêmio de viagem ao exterior no 8° Salão Nacional de Artes Plásticas, promovido pela Fundação Nacional de Arte – Funarte, no Rio de Janeiro. Durante seis meses, entre 1999 e 2000, foi artista residente na École Nationale Supérieure d’Art Décoratif de Limoges-Aubusson, na França. Em sua carreira, já participou de mais de 50 exposições, entre elas a 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na década de 70, coletivas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, na década de 80, e individuais no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 2010 e na Fundação Brasilea em Basel, Suíça, em 2013.

 

 

 

 

No Museu Correios, Brasília

17/mar

Até dia 03 de abril, o público pode conferir a exposição “Elifas Andreato, 50 Anos” no Museu Correios Brasília, Setor Comercial Sul

 

Quadra 04, Bloco A, 256, Brasília, DF. A mostra comemora meio século de carreira do artista paranaense e traz obras que marcaram a fase áurea da música popular brasileira, a luta contra a ditadura e o teatro brasileiro.

 

Os visitantes têm oportunidade de conferir capas e cartazes feitos para os principais nomes da MPB, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Martinho da Vila, Tom Zé, Chico Buarque, Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes, entre outros. Um dos destaques é a releitura da histórica capa do disco ‘Ópera do Malandro’, de Chico Buarque – uma das mais caras produções de arte para a indústria fonográfica.

 

O universo infantil está representado através da reprodução em grande escala da arca e dos bichinhos que compõem a capa do inesquecível ‘Arca de Noé’, de Vinicius de Moraes. Crianças e adultos podem se colocar dentro da capa, em uma proposta expográfica que desdobra os planos da obra, quase como em um livro pop-up.

 

A contribuição de Elifas Andreato para o teatro ganha espaço com cartazes de peças como ‘A Morte de Um Caixeiro Viajante’, de Arthur Miller, com direção de Flávio Rangel; ‘Mortos Sem Sepultura’, de Jean-Paul Sartre, dirigida por Fernando Peixoto; e ‘Murro em Ponta de Faca’, de Augusto Boal, com direção de Paulo José.

 

A atuação política, sobretudo durante o regime militar, é representada através das cópias de alguns dos trabalhos que ilustraram a resistência à Ditadura, como capas para publicações alternativas que fundou e dirigiu: os jornais ‘Opinião’ e ‘Movimento’ e a revista ‘Argumento’.    Como denúncia dos crimes cometidos pelo regime, estão ‘25 de Outubro’ (1981), onde Elifas escancarou em tela o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-CODI, e o majestoso painel ‘A Verdade Ainda que Tardia’ (2012), encomendado pela Comissão da Verdade da Câmara, presidida pela deputada federal Luiza Erundina. A mostra traz ainda um raro exemplar do Livro Negro da Ditadura Militar, com capa assinada pelo artista, além de outras reproduções e objetos valiosos que ajudam a recontar a trajetória de Elifas Andreato e seu compromisso com a cultura e a história do País.

 

Depois de Brasília, a exposição ocupará o Centro Cultural Correios, em São Paulo, de 16 de abril até 07 de junho.

Beuys em São Paulo

15/mar

A Galeria Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, anuncia exposição de caráter panorâmico da obra de Joseph BEUYS, artista alemão que produziu em diversos meios e técnicas, incluindo fluxus, escultura, happeningperformancevídeo instalação

 

 

Sobre o artista

 

Joseph Heinrich Beuys nasceu em Krefeld1921 e faleceu em Düsseldorf1986, considerado um dos mais influentes artistas alemães da segunda metade do século XX.

 

Cresceu em duas pequenas localidades da região, Kleve e Rindern. Travou algum contato com a arte na juventude, tendo visitado o ateliê de Achilles Moorgat em diversas ocasiões, mas decidiu seguir carreira em Medicina. Entretanto, com a explosão da Segunda Guerra Mundial, alistou-se na Força Aérea Alemã (Luftwaffe). Costuma-se dizer que a predominância de feltro e gordura na obra de Beuys é devida a um incidente ocorrido na guerra. Beuys foi alvejado e o seu avião caiu durante uma missão na Criméia onde acabou por ser resgatado por tártaros. Ele teria sido salvo ao ter sido tratado com ervas e recoberto por feltro e gordura. Não se sabe se essa história é verdadeira, mas agora ela já faz parte do mito que cerca a figura de Beuys.

 

Depois da guerra, Beuys concentrou-se na arte e estudou na Escola de Arte de Düsseldorf de 1946 a 1951. Nos anos 1950, dedica-se principalmente ao desenho. Em 1961, tornou-se  professor de escultura na academia, mas acabou sendo demitido de seu posto em 1972, depois que insistiu em que suas aulas deveriam ser abertas a qualquer interessado. Seus alunos protestaram, e ele pôde manter seu ateliê na escola, mas não recuperou as aulas.

 

Em 1962, Beuys conheceu o movimento Fluxus, e as performances e trabalhos multidisciplinares do grupo – que reuniam artes visuais, música e literatura – inspiraram-no a seguir uma direção nova também voltada para a happening e performance. Sua obra tornou-se cada vez mais motivada pela crença de que a arte deve desempenhar um papel ativo na sociedade. Em 1979, uma grande retrospectiva da obra do artista foi exibida no Museu Guggenhein de Nova York. Beuys morreu de insuficiência cardíaca, em 1986.

 

 

De 17 de março a  30 de abril.

Planopinturas na SIM

A SIM Galeria, Curitiba, Paraná, realiza exposição individual de nova série de trabalhos assinados por Tony Camargo. O artista recebeu texto de apresentação de Arthur do Carmo e a obras obedecem a titulação geral de “Planopinturas”, o mesmo título da mostra.

 

 

A Arquitetura Originária das Coisas

 

Como se constroem abrigos físicos para as ideias? Como tornar matérias invisíveis em algo palpável, sem se restringir à representação, mantendo suas complexas dinâmicas espaciais e temporais? O trabalho de Tony Camargo sempre envolveu a construção de aparelhos que de alguma maneira desvendam o funcionamento do mundo, apreendendo essas descobertas de real num espaço determinado, entre linhas e planos. O seu laboratório de fenômenos se constitui pelos próprios materiais e conceitos envolvidos. Ao lidar com a pintura, entretanto, surgem problemas incalculáveis, como criar um abrigo físico para a cor, em sua energética ambivalente de onda e partícula.

 

Seu trabalho nos mostra o quanto ainda somos primitivos, mesmo em nossos mais avançados processos tecnológicos. Os poucos elementos formais que temos à disposição são combinados infinitas vezes por projetistas, produzindo todas as coisas de nossa paisagem humana. Olhe ao redor: verá execuções de círculos ovais em maçanetas e sistemas de portas, quadrados, retângulos e suas metades triangulares nas paredes e nos telhados, distâncias formadas por linhas nas ruas, nos mapas e tantas outras formas que estruturam nossa sociedade. Diferentes materiais formando todos os sistemas artificias da vida. Por desbravar os interiores das máquinas, em seus funcionamentos e matérias, como tintas automotivas, conhecidas como laca nitrocelulose, além de verniz poliuretano e outras sobre pesadas chapas de MDF, Tony Camargo alcança um poder de síntese estrutural sobre os recursos que temos disponíveis, assim como já havia alcançado outras sínteses em trabalhos anteriores, reduzindo imagens de massa plenamente virtuais e midiáticas com suas Planopinturas Iconográficas.

 

As suas Novas Planopinturas operam por uma matemática sideral, paisagens formadas por elementos reduzidos a suas formas originárias de conceito – quadrados, retângulos, círculos, semicírculos ovais, indicativos de movimentos, obtendo um cálculo capaz de suspender o fenômeno pintura em pleno acontecimento. Tony faz uma redução do mundo, e põe seu funcionamento em estado de inércia, vibrátil e estático. As atmosferas conquistadas por esses trabalhos mantém um corpo que vibra sem cessar. Como se campos de cor ganhassem um corpo para se presentificar diante do nosso olhar. Ao invés de movimentos efêmeros, a cor tomada por um estado de inércia, permanente em seu movimento.

 

Arthur do Carmo, fev. 2016

 

 

De 16 de março a 30 de abril.

Festa underground/CCBB, Rio

Com a proposta de oferecer ao público uma autêntica noite underground berlinense, “Zeitgeist: a Festa” completa a exposição “Zeitgeist”, que encontra-se em cartaz até 04 de abril no CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

O evento, marcado para o dia 19 de março, promete causar: o artista plástico Maurício Ianês e o perfomer Maikon K dão a largada com suas performances, às 22h. Logo após, a música eletrônica irá tomar conta do espaço, com DJs renomados tocando o melhor da música eletrônica.

 

Durante o evento, na performance “nãoNão”, Maurício Ianês irá induzir o público a participar de um diálogo silencioso com ele, numa troca de ações e vivências. Ianês estará sentado ao lado de uma mesa com uma cadeira à frente para quem se dispuser a participar do “jogo”.

 

Já Maikon K passará por uma metamorfose em DNA de DAN. Como uma serpente ancestral africana, o performer ficará imóvel enquanto uma substância líquida seca sobre seu corpo. Após cerca de 2 horas, essa substância forma uma segunda pele, que se rasga e serve de alimento para o artista.

 

À frente do coletivo DOMINA estarão os DJs Marcelo Mudou e Kinkid, responsáveis pela música e pela decoração da festa, com projeções e instalações luminosas. E à meia-noite o carioca Gustavo Tatá, um dos mais renomados e atuantes DJs cariocas, ocupará a mesa. Com 19 anos de carreira, ele flutua pelo House, Deep House, Tech House e tem influências de Disco, RNB, Dub, Reggae e Hip Hop.

 

Por último, “Finalmente”, o movimento de resistência a favor da música eletrônica – com origem em três países. Formado por Susana Guardado, Portugal, Michael Jozef, Estados Unidos, ViniciusAlves, ValentinaHomem e YasminZyngier, do Brasil, o grupo convidará  o público a deixar de lado gêneros, dogmas e estereótipos para conhecer o que há de mais novo na cena contemporânea, na música e na dança, tendo a pista como base de ação.

 

Horário de funcionamento no dia 19/03 (sábado) de 9 h às 21h, reabrindo às 22h para a festa. 

 

Sujeito à lotação do espaço

 

Entrada permitida para maiores de 18 anos

 

Não é permitida a entrada com armas de fogo, objetos cortantes e/ou pontiagudos, latas, garrafas ou qualquer recipiente de vidro, alimentos e bebidas, objetos que ocultem a face. 

 

 

 

 

Sobre a mostra “Zeitgeist”

 

 

Com curadoria de Alfons Hug, a exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim” reúne pela primeira vez, no Brasil, um panorama consistente da produção da respeitada comunidade artística que se concentra na cidade num movimento que começou com o fim da Guerra Fria.

 

Pintura, fotografia, videoarte, performance, instalações e a cultura dos famosos clubs berlinenses, na visão de 29 artistas dentre os mais destacados da arte contemporânea, compõem o mosaico da exposição Zeitgeist, que aproximará o público brasileiro da realidade artística e cultural de uma Berlim contraditória e fascinante, plural e diversa,  que desconhece limites quando se trata de pensar e viver a arte e se reinventar.

 

 

Até 04 de abril. 

 

 

Individual de Alex Ferro

A exposição “O Vale dos Reis”, de Alex Ferro, com curadoria de Marco Antonio Teobaldo, entra em cartaz no Gabinete de Fotografias do Centro Cultural da Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O acervo de vinte obras apresentado na mostra é o resultado de quatro anos de incursões em cerimônias de Candomblé, realizadas pelo artista e o curador.

 

Em agosto de 2012, o fotógrafo teve a oportunidade de realizar o seu primeiro ensaio sobre as celebrações realizadas em um dos terreiros de Candomblé mais tradicionais do Rio de Janeiro, situado em Santa Cruz da Serra. O Ilé Asè Atará Magbá Iyá Omindarewá foi criado em 1973 pela Iyalorixá Gisèle Cossard Binon, nascida no Marrocos e criada na França, com título de doutora em Antropologia pela Universidade Sorbonne.

 

Alex Ferro vem registrando, desde então, diversas celebrações e cultos sagrados e experimentando técnicas e equipamentos capazes de traduzir tamanha riqueza que se colocava diante de seus olhos. Recentemente, suas obras da série “Santo Forte” foram exibidas no Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, IPN, na Região Portuária do Rio de Janeiro, e posteriormente na Firehouse Plaza Art Gallery, em Nova York.

 

Em “O Vale dos Reis”, algumas imagens são ampliadas de modo que estes personagens ganham aspectos de verdadeiras divindades ostentadas pelas grandes dimensões que são apresentadas. Ao passo que outros registros, são dispostos em formatos menores (100 X 80 cm e 80 X 60 cm), convidando o visitante a aproximar-se fisicamente das obras. O recorte curatorial escolhido para esta exposição é sobre as celebrações protagonizadas pelo orixá Xangô, em dois momentos diferentes: na Fogueira Xangô e na Saída de Yawô, por isso, estão agrupadas e dispostas em ambientes distintos. Enquanto na Fogueira encontramos a celebração noturna, em que os orixás demonstram o seu domínio sobre o fogo, na Saída de Yawô a luz do dia revela parte dos bastidores da cerimônia, e a iniciação de uma criança de 3 anos de idade.

 

Flavio Lazarino, artista visual e sonoro foi convido a criar uma instalação com gravações recentes de mensagens de bênçãos enviadas por aplicativo de telefone celular, do terreiro para o grupo de seus filhos, remixadas com sons da natureza e canções em Yorubá.

 

De acordo com o curador, Marco Antonio Teobaldo, este trabalho reverencia a cultura brasileira e suas raízes, a partir da visão do artista sobre uma das manifestações populares mais expressivas no Brasil, no contexto da fé e respeito à ancestralidade, que adquire um impacto ainda maior dentro do Centro Cultural da Justiça Federal. Trata-se também da bravura e a força de um povo, que ainda luta contra o preconceito, a intolerância religiosa e reivindica o direito de exercer livremente a sua fé. E ainda, apresenta-se como a primeira grande homenagem a Iyálorixá Gisèle Cossard Binon, falecida recentemente.

 

Kawó Kabiesielé!!! É a saudação feita a Xangô e significa: venha ver o Rei descer sobre a Terra!

 

 

De 16 de março a 24 de abril.