Dois em Curitiba

25/abr

 

Afirmando seu interesse em estabelecer contatos, propiciar confrontos, catalisar fricções, a SIM Galeria, Curitiba, Paraná, convidou dois artistas de procedências e formação bem distintas – uma alemã e um brasileiro -, para compor uma mesma exposição. Então, com apresentação assinada pelo crítico Agnaldo Farias, apresenta a exposição “25 25S 15W / 52 30N 5 56W”. Sobre o trabalho de ambos, afirma o conhecido crítico:

 

“…Não obstante as sensíveis diferenças entre suas pesquisas, Katinka Pilscheur e Tony Camargo têm em comum o mesmo desajuste em relação à definição do que seja arte. Em ambas obras a dificuldade em localizá-las; o gosto pela inquietude, experimentação e instabilidade como denominador comum.

 

O encontro começa do lado de fora, com a pintura/código de barra realizada por Katinka Pilscheur na cor aproximada daquela que um famoso produtor de esmaltes sintéticos, Colorama, chama de Garota verão. Como todo mundo sabe, códigos de barra representam algo, estão no lugar de um produto qualquer ou ao menos de seu preço. A artista, contudo, coisifica essa metáfora estampando-a na fachada, convidando o transeunte a entrar e decifrar o sentido oculto dessa cifra impressa num vermelho alaranjado aceso, gritantemente vivo. Vã ilusão. No interior da galeria, na porção reservada a sua obra, a artista cria um espaço ultra-complexo: um conjunto de densidade variável de barras verticais finas e roliças, prateadas, apoiadas no chão e no teto. Agrupamentos que chegam a entrincheirar o visitante, transformando sua visita à galeria numa deslocamento vagaroso, cuidando em não esbarrar nas barras que lhes barra os passos, percorrendo de cima a baixo suas peles reflexivas, vendo-se e vendo as outras barras multiplicarem-se.

 

A artista poderá ou não ensanduichar material colorido entre o teto e a extremidade de algumas dessas barras, objetos semelhantes as duas pinturas, uma verde e outra cinza, que ela fixará na parede da sala maior, onde restam somente três ou quatro ou cinco barras, arranjadas assimetricamente, desafiando com sua presença, assim como as pinturas, a estabilidade do ambiente proporcionado pela arquitetura.

 

A sala reservada a Tony Camargo é menor mas suficiente para que ele a preencha com as cores e ações embutidas nos novos trabalhos pertencentes às séries Planopinturas, Fotomódulos eVideomódulos. Mais que vivas, as cores empregadas, aplicadas através de instrumentos próprios a pintura industrial, amplificam-se em razão dos contrastes obtidos; cada tela cria um curioso eclipse, como um sol que, apesar de sua luz potente, evita-se irradiar pelo ambiente.

 

O intercâmbio entre fotografia e pintura proposto pelos Fotomódulos enuncia uma tensão que jamais se resolve, posto que uma linguagem jorra sobre a outra ao mesmo tempo em que se retrai. Pintura e mundo, cores eminentemente artificiais, disponíveis nas paletas oferecidas pelas empresas produtoras de tintas, encontram-se na miríade de objetos que vivem a nossa volta, incluindo cartazes, letreiros, placas, rótulos, roupas e tecidos, até mesmo na intensidade das flores que neste país tropical irrompem com força invulgar. A chegada dos Videomódulos leva o problema a um outro estatuto, posto que a periclitante pose do artista, sempre embuçado de modo a garantir que seu rosto não roube a cena, vai sendo posta em risco pelos embates com o plano de cor com que divide a tela do monitor. Como que atraída pelas cores dos objetos e dos atavios da cena que corre ao lado, o plano colorido disputa espaço com ela, plano retrátil que vai se chocando intermitentemente até desequilibrá-la.

 

Pintura, escultura e instalação; pintura, fotografia, cinema e performance, os dados que compõem as poéticas de Katinka Pilscheur e Tony Camargo reforçam a ideia, cara a esse encontro, da importância de se trabalhar sob o signo da ruptura”.

 

Até 25 de maio.

Exposição de Leda Catunda no Paraná

Leda Catunda

O Museu Oscar Niemeyer, MON, Centro Cívico, Curitiba, Paraná, inaugurou, na Sala 5, a exposição “Leda Catunda – Pinturas Recentes”. Nesta mostra individual, a conceituada artista  Leda Catunda exibe seus mais recentes trabalhos, num total de 18 obras, executados em tinta acrílica sobre tela e tecido que, segundo a artista, “…remetem à questão da identificação do sujeito com algum tipo de imagem”.
Leda Catunda é uma das mais significativas artistas nacionais da atualidade. Ela fez parte do grupo artístico de forte relevância no Brasil denominado “Geração 80”. Participou de bienais, e importantes exposições nacionais e internacionais. Suas obras constam em importantes coleções particulares, acervos de museus, fundações e centros culturais do país e  do mundo.
O curador da mostra, Jacopo Crivelli Visconti, explica o conceito da exposição: “…os logotipos, as imagens, as cores, os símbolos, os números: todo o repertório visual do esporte aparece nessas obras, cada elemento competindo com os outros, tentando sobrepor-se aos que o rodeiam, até preencher cada centímetro do espaço à disposição”.
De 25 de abril a 28 de julho.

Adriana Varejão no MALBA

09/abr

 

Chama-se “Adriana Varejão: Historia en los márgenes”, retrospectiva dos 22 anos de carreira da artista, agora no MALBA, Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina. Nascida no Rio de Janeiro, Adriana Varejão tornou-se um dos nomes mais importantes e valorizados da arte contemporânea brasileira. Foram selecionadas 40 obras especialmente para esta ocasião, oriundas do acervo da artista, coleções particulares e institucionais.

 

Suas obras encontram-se em museus como o Guggenheim, NY; Tate Modern, Londres; Fondation Cartier pour l´art Contemporain, Paris; Fundación “La Caixa”, Barcelona e Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, MG, Brasil. Participou de quase uma centena de exposições entre mostras coletivas e bienais internacionais. Entre as exposições individuais realizadas, destacam-se: Centro Cultural de Belém, Lisboa, Portugal; Hara Museum, Tóquio, Japão; Fondation Cartier, Paris, França; MAM-São Paulo, São Paulo, SP, Brasil e MAM-Rio, Rio de Janeiro, Brasil.

 

“Margem remete a mar, mas também àquilo que está fora do centro”, daí o título da mostra. Para Adiana Varejão, “a história é algo vivo, o passado não é fechado nem morto, mas está sendo constantemente recriado, e essa é uma das principais motivações do trabalho”. A exposição foi realizada pelos museus MAM-SP e MAM-Rio e a curadoria é de Adriano Pedrosa.

 

Até 10 de junho.

Sete artistas na Almacén

25/mar

A mostra coletiva “Cor Matéria”, que a Almacén Galeria de Arte, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, exibe 25 obras de diferentes cores, texturas e formatos de sete artistas exclusivos do cast da galeria. Entre os expositores, os nomes de Cássio Lázaro, Guilherme Secchin, Herton Roitman, Luiz Badia, Silvio Baptista, Wagdy Radwan e Walter Goldfarb.

 

Pretos, brancos ou coloridos os traçados e cortes impressos nas obras dos artistas da Almacén Galeria de Arte fizeram do espaço, uma grife no mercado de arte contemporânea na cidade do Rio de Janeiro exibindo a sensibilidade de pintores, escultores e fotógrafos renomados desde 1986, ano em que foi inaugurada. A exposição atual celebra a excelência de quase três décadas no segmento. Coube ao curador Alexandre Morucci a tarefa de tornar uniforme a diversidade de estilos e formas dos sete artistas selecionados para a exposição.

 

“Ao trazer um recorte de matizes cromáticos basais, ligadas à natureza primordial da composição pictórica, podemos ressaltar o coeficiente matérico da cor, como um ponto importante de ligação entre estes artistas. Ratificados sob o aspecto matéria que a cor (cor-pigmento versus cor-luz) atua em suas obras, podem reafirmar particularidades que consolidam as identidades autônomas de suas obras” diz o curador.

 

Até 20 de abril.

Na Galeria Oscar Cruz

22/mar

O artista plástico Ramon Martins realiza sua primeira exposição individual na Galeria Oscar Cruz, Itaim, São Paulo, SP. A mostra recebeu o curioso e enigmático título “Depois do Fim”. Ramon Martins exibe em suas obras, autenticidade e afinidade, compondo uma espécie de antropofagia étnica imaginaria retratadas com virtuosismo psicodélico próprios do artista: casamento arranjado, cangaceiro e calendário maia mixados, banhistas asiáticas e memórias imaginárias são alguns dos temas apresentados nesta exposição. Esta é a quinta exposição de sua carreira e apresenta oito pinturas, cinco desenhos, duas fotografias impressas em chapa de aço, soundscape e mural feito na galeria. Assim como delicada beleza do afinar de uma orquestra preambulando o espetáculo, “Depois do Fim” convida a novos questionamentos.

 

Sobre o artista

 

Ramon Martins é ex-aluno da Escola Guignard, funde a experimentação do estúdio com a energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes. Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico. Sua obra está representada em coleções institucionais brasileiras importantes, incluindo o MAM-RJ e MASP-SP. O artista já apresentou seu trabalho em murais e exposições no Brasil e na Europa.

 

Exposições recentes: “Transfer” – Pavilhão das Culturas Brasileiras, Parque do Ibirapuera – São Paulo, SP; “Mon Ra” – Solo Show at Galerie Geraldine Zberro – PAR/FR;  “De Dentro Para Fora De Fora Para Dentro”, MASP-SP & Galeria Choque Cultural, São Paulço, SP; “R.U.A Festival – mural painting “Love Spreads”, RTDM/NL; “Rotterdam Carnival” -Painting on Angola’s Allegoric Car, RTDM/NE; “A Forca da Rua” (The Strengh of the Street) – ABC Trust Auction – LDN/UK; “O Encontro”, Ano da França no Brasil, Centro de Cultura Renato Russo, BSB – DF; “Graffiti Etat Des Lieux” – Galerie du Jour/Agnès B, PAR/FR; “Morreu de Amor” – Solo Show na Galerie Geraldine Zberro, PAR/FR.

 

Até 27 de abril.

Milan/Nassar: Infiltrações

Em sua quinta mostra na Galeria Millan, Vila Madalena, São Paulo, SP, Emmanuel Nassar ocupa mais que o espaço expositivo tradicional, infiltrando-se pelas demais áreas da galeria, explorando-as de forma a esfumaçar os limites autorais entre suas obras e as dos outros artistas que ocupam tais espaços. A mostra tampouco se restringe a apresentar apenas sua produção mais recente, colocando lado a lado trabalhos de diferentes períodos e em diferentes suportes (objetos, pinturas, chapas metálicas e desenhos), prezando pela ampla gama de novos significados que podem surgir a partir dessas relações.

 

Emmanuel Nassar se torna ainda mais ousado na exploração crítica dos mecanismos que sustentam o meio das artes (modus operandi que permeia sua trajetória desde os anos 1980). “Infiltrações” traz uma ampliação do repertório de apropriações e embaralhamentos de Nassar, que cita e se deixa citar por obras de outros artistas, criando uma espécie de jogo para o visitante e questionando o conceito de espaço individual, coletivo e autoral.

 

Procedimento que compartilha com uma série de artistas de sua geração, a apropriação de imagens pré-existentes, o esvaziamento de seu significado prévio e sua ressignificação (em geral como invólucro formal aberto a uma multiplicidade de significados, nenhum mais correto que o outro) são marcas do trabalho de Nassar. O artista paraense construiu seu universo poético a partir da contaminação entre a tradição erudita (especialmente a construtiva) e a imagética popular do norte do Brasil, aproximando ambas as linguagens, ao mesmo tempo em que permite que se questionem mutuamente, em espécie de eterno procedimento dialético.

 

Se, como foi dito pelo crítico Tadeu Chiarelli, Nassar esgarça “até o limite as bordas entre arte e antiarte, testando, nesse processo, a cumplicidade dos outros componentes do circuito e a complacência do espectador comum”, é justo dizer que, em “Infiltrações”, Nassar descobre novos limites tanto para essa fronteira quanto às relações que a envolvem.

 

Até 20 de abril.

Ricardo Camargo exibe Edo Rocha

O artista plástico e arquiteto Edo Rocha apresenta na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, a exposição “O Passado Presente”, uma síntese da sua produção artística de 1967 a 2013, período em que expressou sua emoção e pensamento por meio de diversos tipos de materiais e técnicas. Essas duas vertentes do seu trabalho podem ser identificadas entre as 22 obras selecionadas, entre telas, esculturas, aquarelas e transparências. Merece destaque uma série de sete relevos em papel sobre papel produzidos em 2012, nos quais mescla sinais de impulsividade, delicadeza e movimento.

 

Há dez anos Edo Rocha não fazia uma exposição em São Paulo. Sua última mostra foi Arquitetura e Arte. Mesmo com pouco tempo para dedicar ao ofício, ele nunca deixou de manifestar sua expressão artística desde quando começou a pintar aos 13 anos de idade. Edo Rocha aproveita o momento para dedicar a mostra a seus amigos e gurus Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, que interferiram de maneira definitiva em seu trabalho.

 

A palavra do artista

 

É incomum um artista falar sobre sua obra. Na verdade, quando ele quer comunicar sua emoção, ele faz a obra e não a explica. Comecei a pintar aos 13 anos e com 17 estava na IX Bienal de São Paulo. Ser um artista e arquiteto não é fácil, pois a arquitetura toma muito tempo e dedicação. Em 50 anos, pintei mais de 600 quadros e em 40 anos de arquitetura, mais de 900 projetos e mais de 10.000.000 de m² projetados, enfim, bastante trabalho. Esta exposição, “O Passado Presente”, tenta mostrar a releitura dos dois lados do meu trabalho, relacionado com o pensamento e a emoção.

 

Durante minha trajetória tive 2 W, amigos & gurus que interferiram de forma positiva no meu trabalho. O Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, coincidentemente os dois começavam com W e os 2 eram o extremo. Wesley, a emoção, provocação, irreverente e inusitado, o Willys, o concreto, racional, previsível e coerente.

 

Demorou algum tempo para que estas duas forças, aparentemente antagônicas, se harmonizassem em um único pensamento. Esta exposição junta o pensamento, a emoção, o sentimento e a sensação, de forma a permitir enxergar melhor o futuro.

 

Sobre o artista

 

Edo Rocha. Arquiteto, urbanista, artista plástico e fotógrafo. Formado pela FAU, é presidente da Edo Rocha Arquiteturas. Com uma trajetória artística de mais 50 anos, participou da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967 e 1969, realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. É, desde 1980, membro do Conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP e ainda faz parte do Conselho da Associação dos Escritórios de Arquitetura, ASBEA.

 

Até 23 de março.

Arte urbana

20/mar

 

O artista urbano Zezão abraça o Rio através de exposição individual na Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, “Lembranças de um passado Adormecido”, obedece a curadoria de Vanda Klabin. Composta de 12 obras em técnicas diversas como assemblage (colagem), em madeira (cabeceiras de camas) e pinturas. Ele explica que a cabeceira é o lugar onde as pessoas avaliam os papéis exercidos, um resgate das coisas esquecidas, dispensadas e deixadas de lado. Além de lembrar a casa, que, na psicanálise, representa a mãe. Esses objetos guardam as memórias das pessoas, por isso Zezão quis fazer intervenções nesses materiais.

 

Hoje, pode-se afirmar que a produção do artista urbano Zezão, que veio da periferia de São Paulo, está conquistando o mundo através de sua arte. Primeiro, Zezão conquistou o underground, em tampas de bueiro, escombros, prédios abandonados, becos e viadutos. Ao deixar ali seu flop, ou seja, sua marca registrada, uma assinatura em azul, chamou a atenção para um mundo urbano que muitos não querem ver.

 

Zezão já ganhou a admiração nacional e internacional: Em abril participa da Bienal do Livro em Frankfurt, onde foi convidado junto aos principais grafiteiros do Brasil (Os Gêmeos, Nunca, Speto, Onesto, Tinho e Alexandre Orion). A Bienal movimenta uma série de eventos na cidade, e como o grafite está em foco, sobretudo na Alemanha, pólo mundial de arte contemporânea, Zezão e os outros artistas farão uma grande exposição no Instituto Schirn-Kunsthalle Frankfurt e, além disso, assinarão intervenções pela cidade. Em maio Zezão vai pintar os canais de Londres, foi convidado pelo ex-curador da Tate Modern, Cedar Lewisohn, que já produziu uma série de livros sobre arte urbana, que incluem o trabalho de Zezão (Os Gêmeos na capa e Zezão na contra capa). Em junho participa do Hamburgo Wash Festival, evento de música arte, onde ano passado também foi prestigiado. Também em 2012 teve suas obras dentro de uma coletiva na Opera Gallery, em Londres e na Art Rio. Há dois anos ele foi convidado pelos galeristas Eduardo e Filipe Masini, da Athena Contemporânea, para ter seus trabalhos representados por eles.Vale lembrar que os trabalhos de Zezão, mesmo para galerias, são todos feitos com materiais como pedaços de carros velhos, bueiros abandonados, pedaços de barracos queimados e etc.

 

Até 27 de abril.

Individual de Maria Lynch

19/mar

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição da artista carioca Maria Lynch, uma das mais destacadas artistas de sua geração. Primeira individual da artista na galeria, a mostra, que ocupará todo o espaço expositivo, terá doze obras inéditas, produzidas especialmente para esta exposição. Serão dez pinturas em grandes dimensões, duas em formato menor, uma instalação e um vídeo.

 

No grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados, estarão oito pinturas em grande formato, em tintas óleo e acrílica sobre tela, com tamanhos que chegam a 1,80m x 2,25m. Na sala menor, também no térreo, estarão as pinturas “Espelho 1” e “Espelho 2”, feitas com a mesma técnica e medindo 1,40m x 1m.

 

Nas pinturas, com as cores fortes que são marca do trabalho da artista, há a silhueta de uma ou mais mulheres, todas brancas, que parecem estar se movimentando no meio da tela colorida.

 

“O meu trabalho gira em torno do universo lúdico e feminino, do erótico e de uma sublimação da realidade. Essas mulheres são projeções minhas e uma forma de anular o mundo pela ausência de sua identidade. Recrio uma ficção, uma alegoria de um excesso e ansiedade, junto a fragmentos do imaginário. A partir daí construí um repertório dessas formas e elementos que vão se metamorfoseando em sua morfologia, onde uma mídia contamina outra. Entre o gozo e a culpa, um paradoxo e uma ambigüidade”, explica a artista.

 

No terceiro andar da galeria, estará uma instalação, também inédita, feita em acrilon e tecido. Formada por tecidos coloridos, em tamanhos diferentes, as partes de encaixam formando uma espécie de centopéia. São três esculturas, que ocupam todo o espaço, de uma parede a outra.

 

No contêiner, que fica no terceiro andar da galeria, estará o vídeo “Um bosque chamado solidão”, produzido este ano especialmente para a exposição. “O vídeo é uma extensão do trabalho que retrato o corpo no processo de fragmentação, que vai de encontro com as lembranças da infância”, conta a artista.

 

Sobre a artista

 

Maria Lynch nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1981, onde vive e trabalha. Maria é formada pela Chelsea College of Art & Design, Londres, onde concluiu pós-graduação e mestrado, em 2008. Dentre suas principais exposições individuais estão: “Ocupação Macia”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e a performance “Incorporáveis”, no MAM Rio, ambas em 2012; a mostra “Retalhos”, na Galeria Candido Mendes Ipanema, também no Rio de Janeiro, em 2006, entre outras.  As principais exposições coletivas da quais participou encontram-se a “6ª Bienal de Curitiba”, em 2011; “Presente Futuro Vol III”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2010; “Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça”, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro e Performance “Incorporáveis”, no Oi Futuro, no Rio de Janeiro, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2008 e 2009; “Jerwood Drawing Prize”, no Jerwood Space, em Londres, em 2008, entre outras. Suas obras estão em importantes coleções públicas do Brasil, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Centro Cultural Candido Mendes, a Coleção BGA, e a coleção do Ministério das Relações Exteriores – Palácio do Itamaraty, Brasília.

 

Até 20 de abril.

 

Instalação na Caixa Cultural-Rio

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Lágrimas de São Pedro”, uma instalação composta por 6 mil lágrimas, formadas por bulbos de lâmpadas incandescentes cheios d’água presos ao teto em diferentes alturas e iluminação especial, simulando chuva.

 

A instalação, idealizada pelo artista baiano Vinícius S.A, expressa a relação lúdica entre o morador da zona rural e a chuva, e a fé do sertanejo manifestada na novena de São José, na qual cantigas e orações são oferecidas ao santo em pedido de chuva, que quando vem, é motivo de festa. O público percorrerá o caminho da instalação perpassando as 6 mil gotas, tendo as lágrimas acima da cabeça.

 

“Proponho com esse trabalho a criação de um ambiente onde o espectador penetra, envolvendo-se espacialmente na obra, possibilitando a interação entre arte e fruidor de maneira mais abrangente. Neste caso, é como se tivéssemos o poder de pausar a chuva, uma chuva de gotas grandes, limpas, transparentes, leves e com isso poder contemplar sua beleza, seu poder, seu símbolo, sua necessidade”, explica o artista Vinícius S.A.

 

Sobre o artista

 

Vinícius Silva de Almeida nasceu em 5 de setembro de 1983, em Salvador, onde vive e trabalha. Estuda Artes Visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, UFBA. Em 2005, fez sua primeira exposição instalação “Lágrimas de São Pedro – Acalento ao Sertão Nordestino”, que recebeu menção especial no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia em Feira de Santana, BA. Em 2006 participou de exposições coletivas, o Salão Regional de Artes Visuais da Bahia e a VIII Bienal do Recôncavo, com as instalações “Um minuto e meio” e “O pulso da Bienal”. Foi premiado nas duas ocasiões. Em 2008, a instalação intitulada “Sorria, você está sendo filmado!” foi premiada no Salão Regional de Artes Visuais da Bahia e integrou também a exposição Salões Baianos, na galeria Solar Ferrão em Salvador.  Em dezembro de 2008, participou com a instalação “Objeto Óptico #02” do conceituado 15º Salão da Bahia, sendo premiado com uma residência internacional em Haia, na Holanda. Em 2010, foi convidado a participar do livro “30 contemporâneos brasileiros”, do crítico Enock Sacramento.

 

Até 05 de maio.