Andy Warhol: Photographs

22/mai

 

Bergamin & Gomide

 

Abrimos hoje, 21 de maio, Andy Warhol: Photographs na plataforma Artsy.net. Exclusivamente online, a exposição apresenta 37 raras fotografias do pai da arte pop, entre 1973 a 1986. O projeto é uma parceria com a Act. Art Consulting Tool.

 

Das primeiras Polaroids às impressões em gelatina de prata em preto e branco, as obras apresentam retratos dos amigos de Warhol: ícones da cultura efervescente da época, incluindo Arnold Schwarzenegger, Grace Jones, Jean-Michel Basquiat, John Lennon, Mick Jagger, Steven Spielberg, Tina Turner, e também autorretratos do artista. Além dos retratos, poderão ser vistas fotografias que representam objetos do cotidiano, entre outros.

 

Em paralelo à exposição, foi lançado o #AndyWarholChallenge, no Instagram. A proposta é aproveitar o período de quarentena para colocar em prática a criatividade e recriar em casa as icônicas fotografias Polaroid de Andy Warhol. O desafio vai até o dia 27 de maio e as três melhores fotos serão premiadas. A ação é promovida pela galeria em parceria com a Act., SP-Arte e NARS Cosmetics.

 

Saiba mais sobre o #AndyWarholChallenge neste link.

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Arte, colecionismo

13/mai

Descrição do evento

 

O pesquisador Nei Vargas convida Brenda Valansi (ArtRio) e os colecionadores Lucas Viamey e Paulo Sartori para um bate-papo sobre: “Arte, colecionismo e plataformas de negócios no mundo em transe”.

 

O Happy Aura desta sexta-feira, 15/05, conversa sobre novas possibilidades de conectar afetos, visões de mundo e realidades sociais. Quais caminhos o colecionismo e as plataformas de negócios de arte podem indicar? Como estas duas forças do sistema de arte nos ajudam a reescrever certezas perdidas e futuros incertos?

 

Data: 15 de maio (sexta-feira)

Horário: 18h – 19h30

 

O Happy Aura é uma sala on-line de acesso livre pela Plataforma Zoom.

Os acessos são limitados, inscreva-se para receber o link.

Acesso a partir das 17h55.

Arte em Sintonia

05/mai

A  multiartista Liana Timm, Porto Alegre, RS, criou o “Arte em Sintonia”, um canal de comunicação para informar, comentar, debater e divulgar aspectos das diversas modalidades de arte.

 

Sobre a artista

 

Arquiteta, desenhista, pintora, artista digital, escritora, atriz e singerwoman de larga experiência no setor artístico, Liana Timm  já realizou exposições e performances na França e nos Estados Unidos, além de considerável número de exposições individuais em espaços públicos e privados, perfazendo mais de quatro décadas de atividades ininterruptas.

 

Martin Kippenberger | Live sexta às 16h

30/abr

Martin Kippenberger | Live sexta às 16h com Thiago Gomide e Heinrich zu Hohenlohe

 

Esperamos que você e sua família estejam bem.

 

Dando seguimento à série de lives que estamos realizando semanalmente em nosso perfil no Instagram, na próxima sexta-feira, dia 1º de maio, às 16h (horário de Brasília), o sócio-diretor da galeria Thiago Gomide convida o galerista alemão Heinrich zu Hohenlohe para uma conversa sobre um dos artistas mais plurais do pós-guerra, enfant terrible da cena punk alemã, Martin Kippenberger.

 

Para conhecer um pouco mais sobre o artista, compartilhamos três vídeos: no primeiro, nosso convidado explica a importância dos quase 200 cartazes criados por Kippenberger ao longo de sua vida, preparado para a exposição que a Dickinson Londres fez em 2015. Dois anos depois, a Bergamin & Gomide, em parceria com a galeria, trouxe a exposição para o Brasil e é possível assistir à entrevista que Gomide deu ao site Amarello. Destacamos também um vídeo produzido pelo MoMA para a retrospectiva de Kippenberger em 2009.

 

Sobre o artista

 

Kippenberger nasceu em Dortmund, Alemanha em 1953 e morreu prematuramente de cirrose aos 44 anos, em 1997, em Viena. Viveu somente para a sua arte, tendo Joseph Beuys e Andy Warhol como alguns de seus modelos mais influentes. Criador onívoro, Kippenberger fez centenas de desenhos em papelaria de hotel, conjunto de obra que se traduz quase como um diário de viagem. Os artigos de papelaria se tornaram, como muitas coisas que ele encontrou, um material pronto para sua arte. Enquanto desenhos e esboços geralmente permitem que os artistas explorem idéias ou se preparem para uma pintura ou escultura maior, muitos dos desenhos de Kippenberger têm uma qualidade compulsiva, dando a impressão de que foram feitos por um sonhador que planeja e planeja, mas não consegue concluir um projeto. De fato, ele costumava fazer esses esboços depois ou no meio de uma pintura, escultura ou projeto maior, e cada obra é uma obra de arte independente e um fragmento ou extensão de uma narrativa em andamento. Os desenhos fazem parte da estratégia de Kippenberger de criar uma integração contínua entre sua vida e obra.

 

Sobre Heinrich zu Hohenlohe

 

Mestre em História da Arte pela University College London e trabalhou para a Christie’s, em Londres, onde chefiou o departamento de obras em papel e as vendas na Alemanha e Áustria. Ele deixou a casa de leilão para se juntar ao time da Dickinson, onde se tornou diretor regional da Alemanha. Em Berlim, foi responsável por diversas vendas de artistas expressionistas e do pós-guerra, como Gerhard Richter e Martin Kippenberger. Também foi curador e co-curador de exposições de artistas brasileiros dos grupos Concreto e Neoconcreto, auxiliando também na primeira exposição de Ivan Serpa em Nova York. Após 16 anos dedicados à Dickinson, monta seu próprio escritório de arte na capital alemã, cujo foco é pinturas, esculturas e obras em papel dos principais artistas europeus, americanos e latino-americanos dos séculos XX e XXI. Heinrich zu Hohenlohe fala seis idiomas e tem um cinturão verde no Jiu Jitsu.

Através deste link, você pode encontrar uma seleção de obras de Martin Kippenberger.

 

Para mais informações, entre em contato conosco.

Obrigado e até breve,

Equipe Bergamin & Gomide

 

MARTIN KIPPENBERGER VIDEOS
Martin Kippenberger: The Problem Perspective, on view at MoMA Martin Kippenberger: The Problem Perspective, on view at MoMA Martin Kippenberger: The Problem Perspective, on view at MoMA AMARELLO Visita: 

Dupla no Pérez Art Museum

12/fev

Encontra-se em exibição até 29 de março no Pérez Art Museum Miami, Florida, USA, o vídeo de 2016 “You Are Seeing Things” (Está vendo coisas) da dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

 

Sobre a projeção

 

Os artistas Bárbara Wagner, nascida em 1980, em Brasília; mora em Recife, PE, e Benjamin de Burca, nascido em 1975, em Munique; que também vive em Recife, concentram sua prática no “corpo popular” e suas estratégias de visibilidade e subversão entre os campos da cultura pop e da tradição. Seu vídeo de 2016 “Estás vendo coisas” (You Are Seeing Things) retrata a subcultura da música brega – uma combinação de melodias românticas fundidas com hip hop americano, techno brasileiro e reggaeton caribenho que surgiu no Nordeste do Brasil. No cenário social e profissional deste gênero, os videoclipes são o catalisador de um futuro imaginado pontuado por um poderoso apetite pelo sucesso como incentivado pelo capitalismo. Com o acesso fácil de hoje à tecnologia, o estilo brega incorporou métodos sofisticados de produção e distribuição, dando conta da visibilidade de uma sociedade de classe média que sai das favelas do Brasil.

Roteirizada e interpretada por membros reais da cena brega, a “Estás vendo coisas” segue dois personagens principais enquanto traçam seu curso desde seu cotidiano até o ambiente de palco, submergindo em um mundo onde a autorregulação e a gestão de imagens desempenham um rumo crucial do papel na construção de voz, status e identidade de toda uma nova geração de artistas populares. Diferente das abordagens que muitas vezes satirizam o tema ampliando seus aspectos carnavalescos, o filme adota um tom psicológico e mais melancólico, refletindo como os julgamentos estéticos herdados diferem entre as classes sociais nas economias em desenvolvimento.

GEGO no Brasil

08/jan

O MASP, Museu de Arte de São Paulo, Paulista, São Paulo, SP, exibe até 01 de março a mostra retrospectiva “Gego: a linha emancipada”, a primeira exposição de obras de Gego (Gertrud Goldschmidt) no Brasil.

 

Sobre a artista e a exposição

 

Gego (Gertrud Goldschmidt, Hamburgo, Alemanha, 1912 –Caracas, Venezuela, 1994) estudou Arquitetura e Engenharia em Stuttgart. Enfrentando o crescente antissemitismo no seu país de origem, migrou para a Venezuela em 1939, onde trabalhou como arquiteta. Não foi até ao início dos anos 50 que ela começou a sua carreira como artista, trabalhando primeiro em aquarelas, monotipias e xilogravuras, antes de passar para estruturas metálicas tridimensionais.

 

Trabalhando ao lado de um grupo de colegas que incluía Carlos Cruz Diez, Alejandro Otero e Jesús Soto, Gego tornou-se uma artista proeminente em abstração geométrica e arte cinética, movimentos alinhados com as vanguardas europeias do pré-guerra, que floresceram na Venezuela e América Latina, entre o final das décadas de 1940 e 1960. Ao longo da sua vida, preocupou-se em investigar três formas de sistemas: linhas paralelas, nós lineares e o efeito de paralaxe – pelo qual a forma de um objeto estático muda devido ao movimento da posição de observação do espectador. Explorou a relação entre linha, espaço e volume numa variedade de radicais esculturas sistemáticas em arame. Além disso, suas formas orgânicas, estruturas lineares e abstrações modulares abordavam metodicamente noções de transparência, energia, tensão, relação espacial e movimento óptico.

 

Esta exposição oferece um panorama cronológico e temático da obra da artista, do início dos anos 1950 ao início dos anos 1990, e inclui aproximadamente 150 trabalhos, que vão da escultura, aos desenhos, gravuras e têxteis. A exposição mostra a evolução da abordagem distintiva de Gego à abstração e destaca sua prática de desenho e gravura em diálogo com suas extraordinárias séries tridimensionais, incluindo esculturas vibracionais e cinéticas das décadas de 1950 e 1960. A exposição evidencia as significativas contribuições formais e conceituais de Gego na arte moderna e contemporânea, destacando as suas interseções com os principais movimentos transnacionais de arte, incluindo abstração geométrica e a Arte Cinética das décadas de 1950 – 60, e o Minimalismo e o Pós-minimalismo das décadas de 1960 – 70. Além disso, a exposição faz referência à história sociocultural da América Latina e avança na compreensão e valorização do trabalho de Gego dentro de um contexto mais amplo do modernismo do século 20, como uma das principais figuras artísticas da segunda metade do século.

 

“Gego: a linha emancipada” é a primeira exposição retrospectiva dedicada à artista no Brasil e é co-organizada pelo MASP com o Museo Jumex, Cidade do México, Museu d’Art Contemporani de Barcelona e Tate Modern, Londres.

 

Curadoria

 

Pablo Léon de La Barra, curador-adjunto de arte latino-americana, MASP; Julieta González, diretora artística, Museo Jumex, Cidade do México, e Tanya Barson, curadora-chefe, Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA)

 

Mercedes Viegas exibe Mecarelli

17/dez

O artista ítalo-francês Adalberto Mecarelli faz sua primeira mostra no Brasil. A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a exposição “Adalberto Mecarelli – Luz +”, com obras do artista nascido em Terni, Itália, em 1946, e radicado há 50 anos em Paris. Esta é a primeira exposição no Brasil do escultor de matriz construtiva abstrata que se notabilizou por seu trabalho de pesquisa de luz e sombra, registros da luz solar, e está presente em vários espaços públicos em diversos países europeus, como França Itália e Alemanha. “A exposição traz sobretudo esculturas de luz que dialogam com o espaço da galeria, formas geométricas esculpidas pela sombra”, observa a curadora Elisa Byington, que selecionou obras do artista em diferentes técnicas e materiais.

 

Além das esculturas de luz, – que ocupam grande espaço na galeria – encontra-se na na mostra a obra “Jai Prakash, cr2075”, (2000), conjunto de cinco trabalhos em nitrato de prata sobre papel de algodão, feitas em Jaipur, na Índia, cidade muito frequentada por Mecarelli, desde a residência artística que fez entre 1992 e 1993, para pesquisar os notáveis observatórios solares do país; e a série “Hamlet” (1985), conjunto de nove impressões em água-tinta sobre papel de algodão, baseadas na cenografia que criou para a montagem de “Hamlet”, em 1985, no Théâtre des Quartiers d’Ivry, em Paris, com direção de Catherine Dasté, e excursionou por vários teatros franceses e europeus. A exposição traz ainda obras de 2010, em nitrato de prata sobre papel de arroz de registros solares feitos no Templo Haeinsa, na Coreia do Sul, e as obras inéditas “Demoiselles de Malakoff” (2019), desdobramentos da imagem de poliedros, impressas em nitrato de prata sobre tela crua. Malakoff é o bairro parisiense onde está o ateliê do artista, e as imagens surpreendentes que surgem do “embrulho” diferente de um mesmo poliedro, que, de modo não proposital e aleatório, remetem a imagens cubistas-futuristas, suprematistas, da abstração geométrica do início do século.

 

Elisa Byington explica que as obras em nitrato de prata são “fotografias no sentido etimológico do termo”. “É uma impressão de manchas de sol fixadas com nitrato de prata, formas resultantes de angulações diferentes da luz solar, escolhidas de forma aleatória – cada série obedece a um determinado princípio -, em diferentes momentos do dia”. “A parte pincelada de nitrato de prata – sobre tela, tecido ou papel – equivalente àquele volume desenhado pela luz solar, é imediatamente protegida da luz, mantida no escuro. Uma vez exposto à luz, o nitrato de prata escurece e adquire várias tonalidades, do marrom ao cinza chumbo, e consome lentamente aquela marca, a memória da presença, a marca deixada pelo sol naquele instante”, diz. O título das cinco obras em nitrato de prata sobre papel de algodão, “Jai Prakash, cr7520” (2000), se refere a um dos instrumentos astronômicos arquitetônicos em Jaipur, na Índia.

 

Contrastes Luz e Sombra

 

“Desde o início, a obra de escultor de Adalberto Mecarelli se constrói sobre questionamentos da visibilidade e a conceituação do não-visível. A experiência com o núcleo primordial da escultura na Escola de Belas Artes de Terni, o fogo, a transformação da matéria, e a ideia do vazio que se cria no processo da fundição com a técnica de cera perdida, um vazio perfeito, é decisiva para sua trajetória, distante da figuração. Ele vai trabalhar os opostos vazio/cheio, as relações entre o dentro e o fora, interior e exterior, contrastes entre luz /sombra, visível e invisível, os extremos luminosos do preto e do branco, recolocando-os como partes de um todo, no espaço”, comenta Elisa Byington.

 

Intervenções em espaços públicos

 

Uma característica presente em grandes esculturas de Adalberto Mecarelli é que se realizam plenamente em um único dia do ano, de acordo com cálculos precisos da inclinação do sol. Dentre as muitas intervenções em espaços públicos realizadas por Adalberto Mecarelli, está “Stomachion Solis”(harmonia infinita do sol), uma grande estrutura em aço cortén, que inicia o percurso no Parque das Esculturas, em Siracusa, Itália. Instalada no topo de uma falésia, em frente à Ilha de Ortígia, centro histórico da cidade, a obra é uma composição de quatorze peças que remetem ao Stomachion de Arquimedes (Siracusa, 287 a.C. – 212 a.C.), um dos mais antigos e fascinantes quebra-cabeças na história da humanidade. A partir de cálculos precisos, a escultura de Mecarelli, às 11h de cada dia 13 de dezembro, reflete os raios solares, que cruzam o mar e iluminam a Capela de Santa Luzia, em Ortígia, onde há a célebre tela do Caravaggio com o “Sepultamento de Santa Luzia” (1608). Uma hora mais tarde, às 12h, a mesma estrutura projeta a sua frente a sombra de um quadrado perfeito. No dia 13 de dezembro se festeja Santa Luzia (c.283 – c. 304), padroeira de Siracusa, e considerada protetora dos olhos. É o dia de seu martírio, quando arranca os olhos e os entrega ao carrasco para não renegar a própria fé, data próxima ao solstício de inverno. A obra faz alusão à luz (Lucia, em italiano), e a falta dela, a cegueira, uma passagem do caos ao cosmo. “Luz e sombra, caos e cosmo serão os quatro elementos em suspensão”, observa o artista.

 

Outras intervenções notáveis de Adalberto Mecarelli são “Eppur si muove” (1999), frase de Galileu, iluminada na fachada no Instituto Galileu, no campus da Universidade de Viltaneuse, em Paris, por meio de um complexo mecanismo de espelhos pela luz do sol no dia da sua condenação, 20 de junho; “Lux umbrae” (2011), nos Cryptoportiques, em Arles, França, e a escultura de luz, espécie de lua que surgia na fachada da Igreja de Sant’Eustache, durante a Nuitblanche, em Paris, em 2012. Em 2015, ele fez uma intervenção na abadia cisterciense de Sylvacane, na Provença, França. Em 2018, realizou “O Sol ao Sol”, uma grande escultura em pedra, de quase cinco metros de altura, instalada em um espelho d’agua junto a um poliedro irregular em aço, em Ibiúna, São Paulo. A cada dia 22 de setembro, data do equinócio de primavera, o sol, que passa no centro da fenda que divide em dois o “totem” de pedra, reflete na água sob o poliedro em aço, que devolve os raios refletidos na direção do sol.

 

Até 31 de janeiro de 2020.

 

 

Chiaru Shiota em São Paulo

A exposição, “Chiaru Shiota: Linhas da Vida” (Lifelines), foi especialmente concebida para o CCBB, Centro, São Paulo, SP. Inclui ainda uma instalação site specific, em diálogo com a arquitetura monumental e histórica do edifício. A obra de Chiharu existe a partir de seu percurso e de sua existência, o que lhe atribui uma essência autobiográfica. Muito de sua produção, como as instalações, é efêmero, assim como é transitório o próprio ciclo da vida. A curadoria é de Tereza de Arruda e produção da Base7 Projetos Culturais, a exposição também será exibida nas unidades do CCBB em Brasília (03 de março a 10 de maio de 2020) e no Rio de Janeiro (10 de junho a 31 de agosto de 2020). Simultaneamente à retrospectiva no CCBB-SP, Chiharu Shiota expõe na Japan House São Paulo a mostra “Internal Line”, composta por um site specific que representa a memória como tema central.

 

Nascida em Osaka e radicada há 23 anos em Berlim, Shiota iniciou sua carreira artística em 1994, tomando a pintura como principal suporte. Todavia, logo descobriu que o espaço bidimensional era limitado para seu processo criativo e expandiu para as outras linguagens. “Linhas da Vida” reúne cerca de 70 obras que datam desde o início de sua produção artística aos dias atuais.
“Há certos motivos que acompanham Chiharu Shiota por toda sua carreira e surgem paralelamente em sua produção, a exemplo de objetos pessoais como chaves, vestuário, cartas, mobiliário e, ainda, elementos ícones da transitoriedade, como barcos”, explica a curadora. “Fotografias, vídeos, desenhos, gravuras e objetos foram selecionados meticulosamente para uma imersão no universo de Chiharu Shiota”, completa.

 

Organizada em cinco núcleos, a exposição é um convite de Shiota para que o visitante faça reflexões sobre a vida, seu propósito, conexões e memória. “Quero unir as pessoas no Brasil, não importando sua origem, status social, formação educacional, nacionalidade ou qualquer outro fator divisor. Como humanos, devemos vir juntos e questionar o nosso propósito na vida e por que aqui estamos”, afirma a artista.
Já no térreo, o público vai se deparar com a grande instalação “Além da Memória” (2019), obra inédita, que poderá ser vista a partir de todos os andares. A inspiração vem da diversidade do povo brasileiro e de um diálogo com a arquitetura monumental e histórica do CCBB-SP. Suspensa, com 13m de altura e em forma de uma espécie de nuvem, a instalação é composta por mais de mil folhas de papel em branco. É um convite para que o público idealize sua própria história e resguarde sua memória.
Os destinos da vida são questões recorrentes no processo de criação de Shiota e nas obras que ocupam o subsolo do CCBB-SP. Ela tece as linhas de sua vida e convida o público a fazer o mesmo. Essa é a ideia presente em “Linha Vermelha” (2018), obra que lança luz à produção manual da artista, uma de suas principais características. Em outro momento, dois barcos escuros surgem em meio a emaranhados de cordas vermelhas como alusão aos caminhos da vida. Trata-se de “Dois barcos”, um destino (2019), uma metáfora da artista sobre as formas de avançar, viajar, sem necessariamente saber qual é o ponto final, tal qual o percurso da vida. “Os barcos simbolizam os portadores de nossos sonhos e esperanças, levando-nos através de uma jornada de incerteza e admiração”, diz Arruda.

 

Chiharu divaga sobre a ideia de uma conexão universal de todos os seres. Transforma sua história em uma linguagem artística de caráter singular, sublime e tomada de elementos triviais. É disto que nasce o conjunto de esculturas e edições organizados em Conectada com o universo (2016 – 2019), núcleo exibido no primeiro andar do CCBB-SP. As gravuras aqui expostas têm como ponto de partida um ser conectado ao universo por um fio, espécie de cordão umbilical simbolizando o início da vida antes mesmo do nascimento. Em outras obras, a artista sugere que este mesmo ser se vê imerso ou submerso em um buraco ou invólucro sem perspectiva de saída e, assim, sua conexão com o mundo externo passa a ser realizada por vias imaginárias ou mesmo espirituais.

 

A presença do hermetismo não é ao acaso. Em dado instante de sua trajetória, Shiota tomou uma decisão existencial e parou de pintar – na época, seu principal suporte – porque não sentia que sua vida e sua criação artística estavam conectadas, entrelaçadas. Sonhou que se via dentro de uma pintura e foi assim que concebeu a icônica performance se transformando em pintura (1994), cujo registro é exibido no segundo andar.

 

A tinta usada por Shiota nesta performance era tóxica e a artista sentiu imediatamente sua pele queimar e o pigmento só desapareceu de sua pele depois de alguns meses. Passados cerca de 20 anos, a artista voltou a utilizar a tela, porém não como um suporte pictórico convencional, mas, sim, como suporte de sua assinatura pessoal, sobre a qual aplica a trama de lã originariamente utilizada em suas instalações.
Ainda no segundo andar, a artista exibe “A chave na mão” (2015), instalação que esteve na 56ª Bienal de Veneza, na qual Chiharu representou seu país no pavilhão do Japão. A obra é composta por dois barcos que lembram, segundo a artista, duas mãos receptoras prestes a agarrar ou deixar de lado uma oportunidade, postos em um emaranhado de 180 mil chaves.

 

“O montante foi coletado por Shiota em uma campanha internacional, ato que a comoveu porque as pessoas normalmente dão suas próprias chaves aos outros em quem confiam. E para artista, as chaves estão associadas a memórias pessoais que nos acompanham em nossas vidas cotidianas”, conta Tereza de Arruda. A lã vermelha usada para montar a trama que emaranha os barcos simboliza os vasos sanguíneos do corpo e conecta a multidão dos proprietários das chaves.

 

No último andar do CCBB-SP, um núcleo de trabalhos pautados no “Corpo”, tema que aparece desde os primórdios na criação de Shiota. São obras em que a artista investiga questões ligadas à identidade, memória, corpo, fragilidade e doenças.
“O trabalho de Shiota evolui a partir de uma dinâmica orgânica de fazer e criar. Nota-se aqui que dentro de uma mesma temática há uma abrangência de obras distintas, como filmes resultantes de performances intimistas, tendo a artista como única protagonista em um relato pessoal, objetos compostos de roupas, que na perspectiva de Shiota existem como uma segunda pele humana a carregar em si os traços e vestígios da experiência humana e memória aí vivenciada, ou ainda objetos de vidro representando órgãos do corpo humano sãos ou dilacerados. Estes gestos e objetos artísticos referem-se à vida humana de forma geral”, finaliza a curadora.
Até 27 de janeiro de 2020.

 

ArtRio 2020

10/dez

Estão abertas as inscrições para a ArtRio 2020. A ArtRio completará sua 10ª edição em 2020 e reforça seu foco na arte brasileira e latino-americana. O evento acontecerá de 09 a 13 de setembro de 2020 na Marina da Glória.

As inscrições são para os programas PANORAMA, VISTA e BRASIL CONTEMPORÂNEO.

Os programas SOLO, PALAVRA e MIRA terão seus participantes selecionados pelos respectivos curadores.

 

A ArtRio chegará nesta 10ª edição com uma importante história de valorização da arte brasileira e latino-americana. Mais do que uma feira de arte de reconhecimento internacional, a ArtRio é uma plataforma com um calendário ativo ao logo de todo o ano, realizando diferentes programas sempre com o intuito de aproximar artistas e galerias de seu público, estimular o conhecimento e valorizar a produção de novos artistas, incentivar a criação de novo público para a arte e disseminar o conhecimento da arte em projetos de acessibilidade e educação.

 

A feira, é um importante momento do calendário artístico profissional, com a reunião das mais importantes galerias do país e também de outros países da América Latina.

 

As inscrições serão avaliadas pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como proposta expositiva para o evento, relevância em seu mercado de atuação, artistas representados – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2020 é formado pelos galeristas:

 

Alexandre Roesler (Galeria Nara Roesler) – Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque – Antonia Bergamin (Bergamin & Gomide) – São Paulo – Filipe Masini e Eduardo Masini (Galeria Athena) -Rio de Janeiro – Gustavo Rebello (Gustavo Rebello Arte) – Rio de Janeiro – Juliana Cintra (Silvia Cintra + Box 4) – Rio de Janeiro

Nos últimos anos, atraídos pela expressiva presença de arte brasileira na ArtRio, tanto com obras de artistas consagrados como as jovens descobertas, importantes colecionadores e curadores internacionais vieram para o Rio de Janeiro, incluindo curadores e membros de conselhos de aquisições de importantes museus e fundações como Solomon R. Guggenheim, Tate Modern, Dia Art Foundation e SAM Art Projects, entre outros.

 

Programas

 

PANORAMA Programa destinado às galerias já estabelecidas no mercado de arte, tanto em esfera nacional quanto internacional.

 

VISTA Programa destinado às galerias com até dez anos de existência, que apresentam projetos com foco curatorial mais experimental.

 

BRASIL CONTEMPORÂNEO Pelo terceiro ano consecutivo, o programa reunirá projetos individuais de artistas e galerias baseados nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.

 

SOLO Programa destinado a projetos expositivos com foco em importantes coleções de arte. O programa contará com projetos que apresentem uma visão mais aprofundada sobre a obra de um único artista.

 

MIRA O programa MIRA convidará o público a explorar narrativas visuais de artistas consagrados e novos nomes que usam a vídeo arte como plataforma.

 

PALAVRA O programa propõe a palavra como peça fundamental na arte, promovendo conversas, leituras e performances de poetas e artistas que trabalham com a temática.

 

A seleção dos três últimos programas, SOLO, MIRA e PALAVRA será definida pelos respectivos curadores nos próximos meses.