Tarsila em NY

08/fev

A exposição “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil”, cumprirá temporada no Museu de Arte Moderna de Nova Yorque, MoMA, de 11 de janeiro a 03 de julho.

Tarsila do Amaral (1886-1973) foi uma das figuras centrais no desenvolvimento da arte moderna do Brasil, e sua influência reverbera em toda a arte do século XX e XXI. Embora relativamente pouco conhecida fora da América Latina, suas pinturas e desenhos refletem suas ambições para sintetizar as correntes da arte de vanguarda e criar uma arte moderna original para seu país de origem. “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil”, é a primeira grande exposição de um museu na América do Norte dedicada a artista. A mostra, enfoca seu trabalho na década de 1920, quando viajou entre São Paulo e Paris, participando da vida criativa e social de ambas as cidades e forjando seu próprio estilo artístico, único.
A exposição começa em Paris com o que Tarsila, como ela é carinhosamente conhecida no Brasil, chamou seu serviço militar no cubismo. Seu rico envolvimento com o modernismo europeu incluiu associações com os artistas Fernand Léger e Constantin Brancusi, o marchand Ambroise Vollard e o poeta Blaise Cendrars. A apresentação segue suas viagens ao Rio de Janeiro e às cidades coloniais de Minas Gerais e mostra seu papel crescente e vital na cena artística emergente do Brasil e com sua comunidade de artistas e escritores, incluindo os poetas Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Foi durante esse período que Tarsila começou a combinar a linguagem visual do modernismo com os temas e a paleta de sua pátria para produzir uma arte moderna fresca e única, brasileira.

 

A exposição celebra as obras mais ousadas de Tarsila e seu papel na fundação da Antropofagia – movimento de arte que promoveu a idéia de devorar, digerir e transformar as influências européias e outras artísticas para tornar algo completamente novo. As contribuições de Tarsila incluem o marco de 1928, o Abaporu, que foi a inspiração para o Manifesto Antropofágico e serviu como um emblema para o movimento. Apresentando mais de 120 pinturas, desenhos e documentos históricos relacionados à artista, “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil” é uma rara oportunidade de conhecer o trabalho da artista, situado, principalmente, em coleções brasileiras.

ArtRio 2018

29/jan

Estão abertas as inscrições para a oitava edição da ArtRio, que acontecerá de 26 a 30 de setembro, na Marina da Glória. Todas as informações estão disponíveis no portal www.artrio.art.br/applications, assim como os formulários de inscrição.

 

Os formulários de inscrição serão avaliados pelo Comitê de Seleção da ArtRio, que analisa diversos pontos como relevância em seu mercado de atuação, artistas que representa – com exclusividade ou não -, número de exposições realizadas ao ano e participação em eventos e/ou feiras.

 

O Comitê 2018 é formado pelos galeristas Alexandre Gabriel (Fortes D’Aloia & Gabriel/ SP e RJ); Anita Schwartz (Anita Schwartz Galeria de Arte / RJ); Elsa Ravazzolo (A Gentil Carioca / RJ); Eduardo Brandão (Galeria Vermelho / SP) e Max Perlingeiro (Pinakotheke / RJ, SP e FOR).

 

As inscrições podem ser feitas até o dia 28 de fevereiro. Para outras informações pode ser enviado e-mail para application@artrio.art.br.

 

 

Programas

 

  • PANORAMA

Participam galerias nacionais e estrangeiras com atuação estabelecida no mercado de arte moderna e contemporânea.

 

  • VISTA

Programa dedicado às galerias jovens, com projeto de curadoria experimental. Com foco em arte contemporânea emergente, as galerias desenvolvem projetos artísticos inovadores especialmente para feira.

 

 

Programas com curadoria

 

A seleção de galerias e obras para os programas curados da ArtRio será definida pelos respectivos curadores nos próximos meses.

 

  • SOLO

O programa, existente desde a primeira edição da ArtRio, em 2011, traz a cada ano uma temática diferente. O curador selecionará um artista por galeria, de acordo com sua temática curatorial.

 

  • MIRA

Projeto dedicado a vídeo arte, apresentando projeções em um espaço outdoor.

 

  • PALAVRA

O programa traz a importância da palavra – escrita e falada – nos diferentes processos de criação da arte.

 

 

ArtRio 2018

 

Reconhecida como uma das mais importantes feiras internacionais de arte, a ArtRio se destaca pelos bons resultados alcançados pelos galeristas que participam no evento. Além de receber importantes colecionadores e curadores brasileiros e internacionais, a feira desenvolve um importante trabalho de estimular o crescimento de um novo público através do acesso à cultura. O evento faz parte do calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

 

Além da presença dos nomes de forte relevância já estabelecidos no segmento, a ArtRio possui como foco também apresentar novas galerias e jovens artistas, grandes apostas para o mercado de arte, trazendo frescor e inovação à feira.

 

A ArtRio é apresentada pelo Bradesco, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

 

Visões da terra / O mundo planejado. Coleção Luís Paulo Montenegro

15/jan

Visiones de la tierra / El mundo planeado. Colección Luís Paulo Montenegro

 

Entre 20 de fevereiro e 10 de junho de 2018, o Santander Art Room, Madrid, Espanha, acolherá a exposição “Visions of the Earth / The Planned World”, a primeira exposição que mostra as obras do colecionador brasileiro Luís Paulo Montenegro.

 

Luís Paulo Montenegro começou sua coleção em 1999, quando comprou o primeiro trabalho, “La India Carajá” de Cândido Portinari, em um leilão. Hoje, possui uma das mais importantes coleções de Arte Moderna e Contemporânea no Brasil.

 

Rodrigo Moura, ex-diretor de programas artísticos e culturais do Instituto Inhotim, será o curador desta exposição para a qual realizou uma seleção de mais de 200 peças que mostram os gostos artísticos do colecionador, que começou a se interessar pelo Modernismo Brasileiro, posteriormente pela Arte latino-americana e Arte Concreta Brasileira e internacional e, finalmente, para Arte Contemporânea.

 

A exposição mostrará uma seleção de 218 peças de diferentes disciplinas artísticas, com uma representação especial da pintura. Entre os 107 artistas selecionados, destacam-se nomes importantes da arte brasileira moderna, como Alfredo Volpi, Lygia Clark, Lygia Pape, Wifredo Lam, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Ernesto Neto; mas também renomados artistas internacionais como Alexander Calder, Andy Warhol ou Willem de Kooning.

 

 

De 20 de fevereiro a 10 de junho.

Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema

24/nov

A Galeria de Arte Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, abre no próximo dia 28 de novembro, às 19h, a exposição “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, marcando a inauguração de sua nova sede em prédio com projeto arquitetônico de Miguel Pinto Guimarães. Dirigida por Luiz Sève e sua filha Luciana Sève, a Galeria de Arte Ipanema passará a ocupar o andar térreo e metade do primeiro andar da construção com quatro andares e dois subsolos, que abriga ainda três unidades destinadas a escritórios empresariais. Ao longo do período de exposição será lançado o livro “Raro Percurso – 52 anos da Galeria de Arte Ipanema”, pela Barléu, com texto do crítico Paulo Sergio Duarte, capa dura, formato de 21cm x 25cm, e 100 páginas. “Espero que um jovem que começa sua coleção, um jovem artista ou, mesmo, crítico possam ter uma ideia, embora tênue, do contexto em que nasce a Galeria de Arte Ipanema”, escreve Paulo Sergio Duarte. Para ele, o percurso de Luiz de Paula Sève no mercado de arte e de sua galeria é “coisa raríssima, para não dizer única no Brasil”.

 

Com atividades ininterruptas, a Galeria de Arte Ipanema volta assim ao seu tradicional endereço no número 27 da Aníbal de Mendonça, onde se instalou em 1972, e mostra nesta exposição inaugural de seu novo espaço sua íntima relação com a história da arte, e a força de seu acervo. Serão exibidas cerca de 60 obras de mais de 50 artistas de várias gerações e diferentes pesquisas, expoentes da Arte Contemporânea e do Modernismo, entre eles grandes mestres da Arte Cinética, do Concretismo e do Neoconcretismo. Junto a pesos-pesados da arte, a exposição também reunirá pinturas de artistas mais jovens, como a norte-americana Sarah Morris, conhecida por suas pinturas geométricas de cores vibrantes, inspiradas principalmente na arquitetura das grandes metrópoles – e os paulistanos Henrique Oliveira e Mariana Palma.

 

Em uma verdadeira festa para o olhar, a exposição se inicia com seis pinturas cinéticas da série “Physichromie” de Cruz-Diez – artista representado pela galeria -, que oferecem três diferentes conjuntos de cores de acordo com a posição do espectador: de frente, caminhando da esquerda para a direita, ou no sentido contrário. Esses trabalhos se juntam a outros grandes nomes da arte cinética, como um óleo sobre tela da década de 1970 e um móbile dos anos 1960 de Julio Le Parc; uma versão em formato de 55 cm da espetacular “Sphère Lutétia” , uma das três obras de Jesús Soto na mostra; uma pintura de mais de 1,60m da série “W” de Abraham Palatnik , entre trabalhos de outros cinéticos, como o relevo de quase três metros de largura de Luis Tomasello.

 

 

Construtivismo e Neoconcretismo

 

De Sérgio Camargo estarão três significativos relevos em madeira pintada, e um deles, “Relief 13-83”, participou da Bienal de Veneza em 1966, onde o artista tinha uma sala especial com 22 obras. De Waltercio Caldas, integrará a mostra a escultura “Fuga”, esmalte sobre aço inox e lã. Um núcleo da exposição é composto por uma gravura de Richard Serra, pela obra “Maquete para interior”, de Lygia Clark, uma escultura em aço pintado de Franz Weissmann, uma escultura e uma pintura de Amilcar de Castro, duas pinturas de Aluísio Carvão e dois trabalhos de Ivan Serpa. A “Pintura nº 355”, do argentino Juan Melé , também integrará a mostra.

 

 

Mais pinturas – Abstracionismo, Expressionismo, Nova Figuração

 

Quatro pinturas de Alfredo Volpi – uma dos anos 1960 e três da década seguinte – também estarão na exposição, bem como conjuntos das famosas séries “Ripa” e “Bambu”, dos anos 1970, de Ione Saldanha, em têmpera sobre madeira. “52 anos – Um raro percurso” mostrará óleos sobre tela dos anos 1960 e 1950 de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, dois artistas que participaram da exposição inaugural da Galeria Ipanema, em 1965. Arcangelo Ianelli, Abelardo Zaluar e Paulo Pasta também terão obras na mostra. A exposição apresentará pinturas de Iberê Camargo, Milton Dacosta, Maria Leontina, Jorge Guinle e Beatriz Milhazes. Raymundo Colares, artista que fez sua primeira individual na Galeria de Arte Ipanema, estará representado pela pintura “Midnaite Rambler”, em tinta automotiva sobre madeira. Wesley Duke Lee terá na exposição três pinturas em nanquim, guache e xerox sobre papel: “Nike descansa ”, “O Alce (Sapato com fita amarrando), e “Os mascarados”. “Tô Fora SP”, de Rubens Gerchmann, e duas pinturas de Wanda Pimentel, das décadas de 1970 e 90, se somam a quatro obras de Paulo Roberto Leal, artista que também teve sua primeira individual realizada pela Galeria Ipanema. Outros grandes nomes da arte contemporânea que integrarão a mostra são Frans Krajcberg, Cildo Meireles, Nelson Félix, Antonio Manuel e Vik Muniz.

 

 

Modernismo

 

Luiz Sève teve um contato privilegiado com grandes artistas, entre eles sem dúvida está Di Cavalcanti, de quem serão exibidas três óleos sobre tela. Outros grandes nomes do modernismo que estarão na exposição são Portinari, com a pintura “Favela”, Djanira, com “Sala de Leitura”, e Pancetti , com “Farol de Itapoan”.

 

 

Breve história de um raro percurso

 

A história da Galeria Ipanema se mistura à da arte moderna e sua passagem para a arte contemporânea, e seu precioso acervo é fruto de seu conhecimento privilegiado de grandes nomes que marcaram sua trajetória. Fundada por Luiz Sève, a mais longeva galeria brasileira iniciou sua bem-sucedida trajetória em novembro de 1965, em um espaço do Hotel Copacabana Palace, com a exposição de Tomie Ohtake e Manabu Mabe, entre outros. Até chegar à casa da Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, em 1972, passou por outros endereços, como o Hotel Leme Palace e a Rua Farme de Amoedo.

 

 

Presença em São Paulo

 

De 1967 a 2002, Frederico Sève – irmão de Luiz – foi sócio da Galeria Ipanema, onde idealizou e dirigiu de 1972 a 1989 uma expansão em São Paulo, inicialmente na Rua Oscar Freire, em uma casa construída e especialmente projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake. A Galeria Ipanema foi uma das precursoras a dar visibilidade ao modernismo, e representou, entre outros, com uma estreita relação, os artistas Volpi e Di Cavalcanti , realizando as primeiras exposições de Paulo Roberto Leal e Raymundo Colares. Nascido em uma família amante da arte, Luiz Sève aos 24 anos, cursando o último ano de engenharia na PUC, decidiu em 1965 se associar à tia Maria Luiza (Marilu) de Paula Ribeiro na criação de uma galeria de arte. Na família amante de arte, outro tio, o pneumologista Aloysio de Paula, médico de Pancetti, havia sido diretor do MAM. Luiz Sève destaca que é na galeria que encontra sua “fonte de prazer”. Uma característica de sua atuação no espaço de arte é “jamais ter discriminado ou julgado qualquer pessoa pela aparência”. “Há o componente sorte também”, ele ressalta, dizendo que já teve acesso a obras preciosas por puro acaso. A Galeria Ipanema mantém em sua clientela colecionadores no Brasil e no exterior, e já atendeu, entre muitas outras, personalidades como o mecenas da arte David Rockefeller, Robert McNamara – Secretário de Defesa do Governo Kennedy -, e o escritor Gabriel Garcia Marquez.

 

 

Até 23 de dezembro.

Charles Watson, curso no MAM-SP

16/nov

Pesquisas das últimas décadas tem modificado expressivamente o que entendemos como criatividade e inovação, e sugerem que talento (a habilidade inata para uma atividade), se é que existe, não é um fator significante na construção de uma vida de contribuições criativas. Ao contrário do que o senso comum afirma, criatividade não é uma qualidade livre e autônoma, pois não pode ser dissociada do investimento vertical em uma atividade ou linguagem específica. Pessoas são potencialmente criativas, mas para desenvolverem conhecimento tácito são necessários fatores como uma relação passional com o assunto, intensa curiosidade, persistência e a coragem necessária para identificar e enfrentar as dificuldades que sempre vão surgir ao longo de um processo. No mundo real, não é a inspiração que produz o trabalho, é o trabalho o que produz inspiração. Ter uma ideia na cabeça não é o suficiente, é preciso concretizá-la: “Poesia não é feita de ideias, é feita de palavras”, diz Mallarmé a Degas.

 

 

Metodogia

 

Investigando fatores culturais, históricos, psicológicos e neurocientíficos, os encontros mostram como novas tecnologias de pesquisa nestas áreas estão esclarecendo os mecanismos envolvidos em processos de inovação e pensamento criativo. Amplamente ilustrado com textos, imagens e entrevistas, o workshop traça a relação entre altos níveis de motivação e desempenho criativo otimizado. O “MasterClass Sol na Barriga” consiste em 5 palestras escolhidas a partir de um repertório de 14 temas disponíveis neste módulo – esta escolha será efetuada de acordo com as particularidades da composição do grupo.

 

 

Temas

  1. Criatividade Definição: convergent / divergent, tolerância a ambiguidade, sim e não
  2. Criatividade e Limites: o campo semântico / necessidade da restrição no sistema
  3. O Mentor: Os Ombros de Gigantes
  4. Paixão, Motivação Intrínseca: O Sol na Barriga
  5. Talento/Trabalho Intenso
  6. A Regra de 10: 10anos / 10.000 horas
  7. Um Leão Por Dia: Prática Deliberada
  8. Processo Puro: O melhor lugar no mundo / Síndrome do segundo produto
  9. Curiosidade: Mistério e Espanto
  10. Persistência: Penso, logo desisto
  11. A Plateia: Um mal necessário?
  12. Abdicação do “Eu”: Flow
  13. A Crack In Everything: a engenharia do erro / risco, erro, medo de errar
  14. Dinheiro, Sucesso, Ética Criativa: Sucesso como fracasso

 

 

Dia 24 de novembro das 19h às 22h30 / Dias 25 e 26 de novembro das 14h às 18h

Carga horária: 12 horas divididas em 3 dias intensos

Público: publicitários, designers, artistas, estudantes, professores e demais interessados no processo criativo.

Investimento: 5 parcelas de R$ 130,00.

 

 

Sobre Charles Watson

 

Charles Watson é educador e palestrante, especializado no Processo Criativo / Problem Solving e Desempenho Otimizado. Formado em Arte e Literatura pela Bath Academy / Bath University na Inglaterra, leciona na Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde 1982. Suas numerosas conversas e entrevistas filmadas com criadores dentro e fora do Brasil deram início a uma extensa pesquisa sobre o processo criativo que hoje abrange várias disciplinas – ciência, negócios, literatura, música, filosofia e arte – focando nas similaridades encontradas na formulação de conceitos inovadores. Realiza palestras em empresas desde a década de 80, quando foi convidado a expor suas ideias para empresas como Coca-Cola, Shell, Deloitte Touche Tohmatsu e Arthur Andersen entre outras. Além dessas atividades acadêmicas e educacionais, Charles é um entusiasmado construtor de veleiros. A abrangência de suas experiências tem resultado em palestras únicas, provocativas e às vezes desconcertantes, abordando temas aparentemente tão distintos quanto sistemas complexos, física, música, arte contemporânea e esportes radicais, sempre com uma pitada de humor britânico.

 

Informação e inscrição cursos@mam.org.br ou 5085-1314 / Sócios do MAM têm 20% de desconto.

Leilão/Coleção Particular

14/nov

O leiloeiro Walter Rezende está à frente de leilão nos dias 13 e 14 de Novembro – segunda e terça-feira às 20:00hs – com exposição durante os dias 09, 10, 11 e 12, das 14:00hs às 19:00hs, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, Rua Prudente de Moraes, 326 – Ipanema – Rio de Janeiro. No conjunto, destacam-se obras assinadas por Di Cavalcanti, Inimá de Paula, Emeric Marcir, Reynaldo Fonseca, Emile Gallé e Felix Philipoteaux. Os lotes compostos de quadros, pratas, porcelanas, móveis, tapetes, lustres, marfins, entre outros, com organização de Maurília Castello Branco podem ser vistos no site www.walterrezende.com.br

BIENALSUR chega ao Rio

13/nov

A Fundação Getulio Vargas, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, está na BIENALSUR – Bienal Internacional de Arte Contemporáneo de América del Sur. A iniciativa conecta 32 cidades de 16 países do mundo, reunindo mais de 250 artistas e curadores dos cinco continentes com a ideia de gerar uma rede global de colaboração associativa institucional para eliminar distâncias e fronteiras e reivindicar a singularidade dentro da diversidade.

 

A partir de 14 de novembro, a exposição “Natatório de Dipierro” é abrigada pelas formas projetadas por Oscar Niemeyer na Esplanada do Centro Cultural FGV. A construção, impregnada pela tradição da abstração modernista, é formada por peças que se envolvem em diálogos fortuitos com o espaço que as contém.

 

Entre o funcional e o inútil. Entre arte e ornamento. Entre abstração e arquitetura. Assim pode ser definido o trabalho da artista Marcolina Dipierro. O “Natatório de Dipierro” é uma série de quatro instalações ou situações que remetem a um complexo aquático que inclui trampolim, área de descanso, raias e vestiário.

 

“Trata-se de um tributo irreverente, fresco e sincero ao grande arquiteto Oscar Niemeyer e, fundamentalmente, às aspirações utópicas de uma arte total que integra, sem distinção ou hierarquia, arte, design, arquitetura e urbanismo”, destaca a artista argentina.

 

Com um modelo completamente inédito, a BIENALSUR busca acompanhar o pulsar das demandas da atualidade a partir da participação de artistas, curadores, colecionadores, críticos, jornalistas e o público geral. Com eventos multidisciplinares que acontecem em várias cidades da América do Sul, a BIENALSUR permite que entidades e empresas parceiras cumpram a meta de promover a responsabilidade social por meio da arte e da cultura.

 

Organizada pela Universidad Nacional de Tres de Febrero (UNTREF), desde o final de 2015, a BIENALSUR conta com o reitor Aníbal Jozami como Diretor Geral e Diana Wechsler como Diretora Artístico-acadêmica. É uma bienal de arte que, pela primeira vez na história das bienais, coloca vários artistas e cidades do mundo em relação de igualdade. Multidisciplinar, destaca-se ainda pelo o ineditismo de contar com diversos países promotores de uma mesma iniciativa e pelo protagonismo das instituições universitárias: 20 universidades de todo o mundo participam do projeto. Mais de 95% das obras que fazem parte da Bienal foram escolhidas através de duas seleções internacionais abertas, que receberam mais de 2.500 propostas de 78 países.

 

No Brasil, o Memorial da América Latina, na capital paulista, é um dos ícones da BIENALSUR, além do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (SP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Universidade Federal de Santa Maria (RS), Central do Brasil e Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Nas sedes nacionais poderão ser apreciados trabalhos de artistas de Madagascar, Argentina, Espanha e França. Em paralelo, a arte de brasileiros como Eduardo Srur, Regina Silveira, Shirley Paes Leme, Ivan Grilo, Vik Muniz, José Bechara, Cildo Meireles, Hélio Oiticica e Anna Bella Geiger, entre outros, irá compor esse intercâmbio cultural, com mostras na Argentina e no Peru.

 

A abertura da exposição será dia 14 de novembro, às 17h. A intervenção artística fica aberta à visitação do público até o dia 15 de dezembro na Esplanada do Centro Cultural FGV, no Rio de Janeiro, Praia de Botafogo, 186- Botafogo.

 

 

 

Volpi em NY

06/nov

A galeria Gladstone 64, Nova Iorque, USA, apresenta – até 22 de dezembro – uma exposição de obras históricas do pintor brasileiro Alfredo Volpi, a primeira apresentação individual de seu trabalho nos Estados Unidos. Volpi é considerado um dos mais influentes e célebres pintores brasileiros, que o proeminente intelectual público Mario Pedrosa chamou de “o mestre do seu tempo”. Honrando seu ofício durante o surgimento do modernismo no Brasil, Volpi teve um impacto duradouro na história da arte através de sua abordagem de assinatura para descrever as formas das experiências cotidianas – desde banners de festivais até casas comuns – em abstração vibrantemente cromática.

 

Esta exposição se concentra nos diferentes aspectos de sua prática pictórica durante sua fase mais envolvente entre o final da década de 1950 e meados da década de 1970. Recolhendo obras importantes, muitas das quais nunca foram exibidas fora do Brasil, as pinturas em vista examinam a fachada, a bandeira e as pinturas náuticas com as quais ele está mais associado. Nesta ocasião, será publicada a primeira grande monografia em inglês do trabalho de Volpi, que inclui um novo ensaio sobre seu trabalho do erudito Rodrigo Moura e escritos históricos sobre os artistas de Aracy de Amaral, Willys de Castro e Mario Pedrosa, traduzidos para o inglês pela primeira vez.

 

 

Sobre o artista

 

Alfredo Volpi nasceu em 1896 em Lucca, Itália, e morreu em 1988 em São Paulo. Ao longo de sua vida, Volpi teve exposições individuais no Museu de Arte Moderna de São Paulo; Instituto de Arquitetos do Brasil, Porto Alegre, Brasil; Museu de Arte Contemporânea, Campinas, Brasil; Biblioteca Municipal Mario de Andrade, São Paulo; Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô; e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Depois de sua morte em 1988, muitas instituições mostraram o trabalho de Volpi, incluindo Paulo Kuczynski Escritório de Arte, São Paulo; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Palais des Beaux-Arts de Bruxelles, Bélgica; Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro; Instituto de Arte Contemporânea, São Paulo; Paço Imperial, Rio de Janeiro; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Brasil; Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina; Espaço Cultural Banco Central, São Paulo; Museu de Valores do Banco Central, Brasília, Brasil; Centro Cultural São Paulo; Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro; Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, Rio de Janeiro; e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 1953, Volpi conquistou o prestigioso Grande Prêmio de pintura brasileira na segunda Bienal de Arte de São Paulo. Volpi também foi incluído na Bienal de Veneza em 1950, 1952, 1954, 1962 e 1964.

Jazz de Matisse no Rio

31/out

Em cartaz na Caixa Cultural Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Jazz” reúne 20 pranchas do pintor, desenhista e escultor francês Henri Matisse feitas especialmente para o álbum publicado em 1947. Impressas com a técnica au pochoir, as imagens variam da abstração a figuras de grande vivacidade, mescladas a um texto manuscrito impresso em fac-símile no qual Matisse (1869-1954) tece observações sobre assuntos diversos. O próprio autor esclarece que a composição aborda assuntos ligados ao circo, contos populares e viagens, com ritmo identificável aos sons de uma orquestra de jazz.

 

A técnica usada foi desenvolvida por Matisse no início da década de 1940, quando, obrigado a passar longos períodos na cama e na cadeira de rodas em recuperação de uma delicada cirurgia, o artista combinou desenho e pintura em colagens feitas com papeis recortados e coloridos com guache.

 

A mostra chegou ao Rio após temporadas de sucesso em Salvador, Brasília, Recife e Fortaleza. A curadoria é de Ana Paola Baptista.

 

 

Até 22 de dezembro.

Scheffel no MARGS

27/out

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, exibe na Pinacoteca do MARGS, Porto Alegre, RS, a exposição “Scheffel Por Ele Mesmo”, com curadoria de Ângelo Reinheimer. A exposição “Scheffel por Ele Mesmo”, reúne obras da Coleção Família Zelmanowicz, Fundação E. F. Scheffel e acervos privados e propõe revelar ao público um recorte sobre a obra de Scheffel, talvez o mais instigante de sua produção: a década de 1970, que permanece ainda pouco conhecida. A escolha das obras forma um conjunto estabelecido pelo próprio Scheffel – com texto de sua autoria – em uma exposição por ele sonhada e não realizada em vida. Apresenta ainda, uma mostra de retratos, promovendo uma visão panorâmica sobre sua produção artística, a partir da década de 1950 até os anos 2000.

 

Em diálogo com a exposição, o MARGS apresenta uma seleta de obras dos professores do artista, no Instituto de Belas Artes (atual Instituto de Artes da UFRGS), do período entre 1941 e 1946. Entre eles, nomes consagrados da pintura gaúcha, como: João Fahrion, Ângelo Guido, José Lutzenberger, Benito Castañeda, Maristany de Trias e Fernando Corona, possibilitando ao público um olhar sobre os mestres que influenciaram diretamente a obra de Ernesto Frederico Scheffel. O colecionador Rolf Zelmanowicz, também presidente da Sociedade de Amigos da Fundação Scheffel, Novo Hamburgo, RS, é o grande incentivador da exposição.

 

 

 

A palavra do artista

 

O retrato: uma batalha à parte

 

O retrato é considerado uma especialidade no mundo das Artes Plásticas – pintura e escultura – e significa para o artista, em particular, um duplo desafio. Trabalho de arte único, é uma proposta pessoal, elaborada através de recursos próprios. O retrato é a proposta que se antepõe e, eventualmente, se contrapõe ao artista que, paulatinamente, se exercita mental e fisicamente a devorar o seu objeto, de ponta a ponta, ao ponto de romper com o espaço e o tempo, pondo em desordem o pensamento e o sentimento. Isso não significa caos ou confusão, mas um diálogo pelos caminhos ocasionais das imagens e das sensações, interligadas numa atmosfera de contato, resultado de um pacto comum.

 

A relação artista-retratado não é, portanto, uma divisão, uma oposição, um combate de rivais em exercício de mútua eliminação de personalidades antagônicas. O relacionamento artista-retratado, frente à frente, é um ato de antropofagia figurada, leal, pré-determinada pelas partes interessadas em criar, como resultado final, uma obra de arte de alto nível em conteúdo e forma.

 

Com este procedimento – a posse através de uma absorção intensa – o artista não engravida o retratado nem recorre ao Espírito Santo, algo vindo de fora ou de cima, na realização da obra de arte. A obra nasce do entendimento e relacionamento de artista e retratado que decidem remover as máscaras, uma a uma, num ritual de concessão das diferentes formas assumidas pelo indivíduo. Esta faina através das contínuas mutações pretende sintetizar o constante de um modo de ser, de um modo de se apresentar, de um modo de sentir. Aí que se encontra a revelação mais profunda de um caráter – em contínua formação – de uma individualidade única que é “relatada” com seriedade e simplicidade.

 

Montaigne, nos “Ensaios”, expressa alguns conceitos mais permanentes e atuais que podem definir essa seriedade e simplicidade, necessárias ao artista, no ato da concepção do retrato, sintetizando numa só virtude: a fidelidade. “Os outros formam o homem (os moralistas), eu o relato”, escreve no Livro III, capítulo 2.

 

Concluído o retrato, rompe-se o liame entre artista e retratado, em favor de uma obra de arte que pode ter atingido um estado de vida permanente, como se tocada pelo imprevisto sopro dos deuses, caprichosos, através da qualidade na composição, na técnica pictórica e na menção do mundo interior do indivíduo. Está superado o desafio da realização pessoal, como obra de arte.

Ernesto Frederico Scheffel

 

 

 

Sobre o artista

 

Ernesto Frederico Scheffel nasceu em 8 de outubro de 1927, em Campo Bom, RS. É descendente de imigrantes alemães de Berghausen – Westfalen, chegados em 1825 e estabelecidos na antiga colônia de São Leopoldo. Aos 12 anos de idade, Scheffel fez parte do Grupo de “coloninhos” que foram levados a Porto Alegre, numa ação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, dentro das políticas de nacionalização do Estado Novo. Foi convidado a estudar no Instituto de Belas Artes e, simultaneamente, na Escola Técnica Parobé. Em 1950, segue para o Rio de Janeiro, com bolsa de estudos do Estado do Rio Grande do Sul. É acolhido pelo pintor Osvaldo Teixeira, diretor do Museu Nacional de Belas Artes, com quem trabalha como assistente. Scheffel participou dos Salões Nacionais de Belas Artes. Após receber as medalhas de bronze e prata, em 1958 conquista o Prêmio Viagem ao Estrangeiro com a obra “Jerônimo”. O quadro premiado está no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Partiu para a Europa, em 1959. Depois de viajar e conhecer diversos países estabeleceu-se em Florença, onde desenvolveu sólida carreira. Trabalhou com o professor Augusto Vemehren, diretor do Laboratório de Restauro da Galeria dos Ofícios, restaurando obras de Rubens, Velázquez, Ticiano, entre outros. Ao longo dos anos 1960, Scheffel realizou oito obras públicas, a maioria de cunho religioso, em Florença. Inicia a década de 1970 influenciado pelas manifestações e protestos contra as instituições e os valores vigentes, que eclodem na Europa, na segunda metade da década de 1960, inaugurando uma nova fase, mais ousada e autêntica. Como o próprio Scheffel define: “… finalmente posicionei-me no campo da arte pela valorização da individualidade, no esplendor de suas características próprias, cujas qualidades devem ser exaltadas como um direito estético que une a humanidade…”. Em 1974, retorna ao Brasil como convidado oficial do Município de Novo Hamburgo para uma exposição retrospectiva, dentro das comemorações do Sesquicentenário da Imigração e Colonização Alemã no Brasil, que resultou na criação do Museu de Arte e também sua mantenedora Fundação Ernesto Frederico Scheffel, tornando possível a exposição permanente de grande parte da sua obra. Scheffel também inicia uma verdadeira cruzada pela preservação do patrimônio histórico relativo à colonização alemã no Rio Grande do Sul. A escolha de um prédio de características neoclássicas, construído em 1890, para a instalação do Museu de Arte, sinaliza o trabalho a ser desenvolvido nas décadas seguintes, culminando com o tombamento do Centro Histórico de Hamburgo Velho e o acervo pictórico da Fundação Ernesto Frederico Scheffel, pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em maio de 2015. Scheffel viveu os últimos anos da sua vida entre Itália e Brasil, e manteve sua rotina através da pintura e composição musical. Faleceu em Porto Alegre, em 16 de julho de 2015.

 

 

Citações de Scheffel sobre seus mestres

 

“… O Instituto de Belas Artes, que passei a frequentar, mantinha os cursos de Artes Plásticas e o Conservatório de Música com suas subdivisões. Meus professores eram João Fahrion (pintura figurativa), Benito Castañeda (pintura de paisagem), Fernando Corona (modelagem), José Lutzenberger (geometria), Ângelo Guido (história da arte), Luiz Maristany de Trias (anatomia) e Ernani Corrêa (arte decorativa)…”.

 

“… Benito Castañeda – pintura de paisagem, revelava-se, para mim, um homem de comportamento simples e estimulante… No Instituto de Belas Artes era um professor de fino trato, talvez o mais amado dentre todos…”.

 

“… Fernando Corona mostrava-se um tanto agitado, como quem sempre estava empenhado em resolver inúmeras questões. Alguns alunos notavam no professor Corona – assim como eu – sua devoção quase juvenil ao trabalho dos artistas clássicos pelo tempo de um mês e, no próximo, exaltava as virtudes dos artistas mais destemidos e inovadores da história da arte. Entendíamos, contudo, que essa duplicidade de posição do professor Corona não era criticável, por sua sinceridade e larga visão estética…”.

 

“… João Fahrion e Edgard Degas estão unidos, também, pelas soluções técnicas, pelo gosto dos cortes e essencialidade do toque, ao mesmo tempo elegantes e displicentes. As obras de ambos possuem as qualidades da fantasia e do realismo…”.

 

“… José Lutzenberger, artista acima de qualquer juízo crítico, cabe lembrar do seu perfeccionismo, pois todos os detalhes de um projeto eram estudados separadamente e, só depois, no conjunto. Os profissionais da arquitetura, quando não conseguem enquadrar um artista, definem-no “eclético”, devido à sua liberdade criativa. Muito cômodo! Já o arquiteto e escultor Fernando Corona resolve essa questão afirmando que “Lutzenberger é o arquiteto do estilo próprio”. De acordo estou eu, que fui aluno dos dois professores no Instituto de Belas Artes…”.

 

 

Até 10 de dezembro.