Registro

17/mar

O dia 16 de março constituiu-se num dia muito importante para a Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP:  foi assinado o contrato de comodato de 178 trabalhos da coleção Roger Wright, conhecida pela qualidade de obras dos anos 1960 e 1970.

 

“É para mim uma grande homenagem à memória de meu irmão e de seus filhos, entregar a coleção à Pinacoteca do Estado de São Paulo”, disse Christopher Mouravieff-Apostol, irmão do colecionador Roger Wright. A primeira exposição do conjunto está prevista para maio de 2016.

 

A foto é de Rômulo Fialdini.

Rubem Grilo no Recife

16/mar

A Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Cultura, Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães – MAMAM (Rua da Aurora, Boa Vista), Art.Monta Design e Artepadilla apresentam a exposição “RUBEM GRILO 1985 – 2015″. A mostra, já apresentada nas unidades Rio de Janeiro (2009), Salvador e São Paulo (2010), Brasília (2011) e Fortaleza (2012) da CAIXA Cultural, e em João Pessoa, na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes (2014), chega agora ao Recife, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães.

 

A exposição, que tem curadoria do próprio artista, um dos mais importantes xilogravadores brasileiros vivos, é um passeio pelos trabalhos realizados nos últimos 30 anos, com foco na produção realizada desde 2005. Apresenta 172 obras: 127 xilogravuras em diferentes formatos, 6 matrizes e 39 trabalhos realizados com colagens e desenhos.

 

Os desenhos e colagens, realizados entre 2009 a 2015, reúnem importante vertente do trabalho de Rubem Grilo presente na exposição. A mudança de tratamento e de visualidade, bem como o diálogo entre diferentes mídias, estabelecido pela síntese gráfica no pensamento da imagem, motivam o espectador a estabelecer sua própria leitura do universo visual criado pelo artista.

 

 

A palavra do artista

 

Como explica o próprio Rubem Grilo, o componente temporal da mostra reforça a ideia de um processo que inclui a busca de afirmação de identidade e, ao mesmo tempo, transformações em aberto: “Escolhi a xilogravura pelo fato de ela ser simples, direta, quase rudimentar, e me permitir o envolvimento com duas experiências básicas e complementares, o desenho e a gravação. Não se trata de uma escolha nostálgica. Tem a ver com uma visão de mundo, a concentração em mim mesmo, propiciada pela intensidade da prática manual e do olhar, em busca do aprimoramento e autoconhecimento por meio da dilatação da experiência”.

 

 

De 18 de março a 03 de maio.

Inéditos de Fabio Innecco

13/mar

A Galeria Modernistas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Coleção Urbanidade”, assinada pelo pintor Fabio Innecco. Depois de passar pela Escola de Belas Artes, o artista recebeu o Prêmio Esso de Pintura, e outro concedido pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC, Isenção de Júri no Salão de Arte Moderna, além de ter participado de uma coletiva na Alemanha, entre outras individuais no Rio de Janeiro e São Paulo.

 

A exposição trata da idéia de renovação, misturando as linguagens visuais do moderno e contemporâneo. Na mostra atual, o artista apresenta doze trabalhos inéditos baseados em investigações gráficas de tintas e raspas de jornais. Sempre atento às questões referentes à forma, tamanho e geometria, Fabio costuma transparecer em seus trabalhos uma busca incessante da textura e superposição de cores. Fabio coloca seus temas de forma livre. O contexto urbano e ícones colhidos no cotidiano aparecem nesta exposição, que entre suas cores também agrega textos manuscritos, símbolos, signos, números e letras, causando a curiosidade de um discurso estético em uma tela plana.

 

Segundo Wilson Lázaro, diretor artístico da Galeria Modernistas, “…é possível fazer arte com todo e qualquer material, e Fabio consegue demonstrar isso na tela”, afirma.

 

 

De 14 de março a 26 de abril.

A Coleção MAM/Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, com patrocínio da PwC, apresenta, a exposição “Poucas e Boas…! Obras da coleção internacional do MAM”, com cerca de 70 obras de artistas estrangeiros pertencentes ao acervo internacional do MAM Rio, selecionadas pelos curadores Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre.

 

A mostra, que ocupará um espaço de cerca de 1.800 metros quadrados no segundo andar do Museu, terá pinturas, esculturas, fotografias, serigrafias e desenhos de artistas como Auguste Rodin, Constantin Brancusi, Joan Miró, Le Corbusier, Alexander Calder, Lucio Fontana, Alberto Giacometti, Serge Poliakoff, Ansel Adams, Jackson Pollock, Carlos Cruz-Diez, Andy Warhol, Keith Haring, entre outros.

 

Como o título sugere, este é um recorte circunscrito, mas ilustrativo, do universo de cerca de 2.200 obras da coleção internacional iniciada em 1946, através da doação de Nelson Rockefeller, do óleo sobre tela “Oceano para pássaros” (1946), de Yves Tanguy.

 

“A mostra é um recorte de trabalhos da Coleção que remontam, sem nenhuma pretensão totalizante, à história da arte do século XX, e nos parece interessante ser vista em articulação com a exposição permanente do museu, ‘Genealogias do contemporâneo’, no andar de cima, em que o foco dessa história é a arte brasileira”, dizem os curadores Luiz Camillo Osorio e Marta Mestre.

 

Os curadores lembram que, desde o inicio, a coleção do MAM teve um perfil internacional. “A ideia de arte moderna tinha na sua origem uma perspectiva universal, de construção de um vocabulário visual e poético no qual as variações locais, os muitos idiomas específicos, se integrariam e se comunicariam, constituindo uma linguagem comum e cosmopolita”. “No Brasil, apesar de sua preocupação com a identidade brasileira, no fundo o que se pretendia, a partir daí, de uma mítica brasilidade, era a participação no concerto das nações civilizadas, como dizia Mário de Andrade. O MAM, criado no final da década de 1940, partilhou de um momento especial da cultura brasileira, quando essa abertura cosmopolita foi determinante”, ressaltam.

 

A exposição terá obras como as esculturas em bronze “Quatre femmes sur socle” (1950), de Giacometti, “Mlle. Pogany II” (1920), de Brancusi, “Masque de l’homme au nez casse” (1864/1979), de Rodin, e “Helmet Head n. 6” (1975), de Henry Moore; as pinturas “Concetto spaziale” (1958), de Lucio Fontana, “Sem título” (1984), de Keith Haring, “El beso que me dabas en Odesa” (1984), de Guillermo Kuitca, “Abstract Composition” (1954), de Serge Poliakoff; a pintura a óleo sobre aglomerado “N. 16” (1950), de Pollock; uma série de cinco serigrafias da série “didactica y dialectica del color”, de Cruz-Diez; duas serigrafias “Sem título” (1975), de Andy Warhol; a litografia “Sem título” (1950), de Miró; a fotografia de Marilyn Monroe, na década de 1980, feita por Patrick Demarchelier, e a foto “El Capitan, Winter” (1950), de Ansel Adams, entre outras.

 

As obras internacionais da coleção do MAM Rio são de extrema importância. Um recorte pode ser visto nesta exposição e as obras completas no catálogo “Coleção MAM Internacional” (Editora Barléu), lançado em novembro de 2014, com 240 páginas, formato 26cm x 26cm, bilíngue (português/ inglês).

 

 

Até 17 de maio.

Homenagem a Henrique Oswald

03/mar

Nome fundamental das artes plásticas brasileiras no século XX, Henrique Oswald será homenageado com a exposição “Um Gravador, um Desenhista, um Pintor: Uma Obra em Transmutação” no Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP.  A mostra revela as múltiplas facetas do artista cujo falecimento completa 50 anos em 2015.

 
A exposição é composta por cerca de 60 pinturas, desenhos e gravuras. As obras integram os acervos particulares da família do artista e do diretor curatorial do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo. Ele frequentou as aulas de gravura ministradas por Henrique Oswald na Escola de Belas Artes, na Salvador dos anos 1960. “Como mestre ele era calmo e sereno. Suas palavras concentravam uma sabedoria e um conhecimento das muitas e diferentes técnicas da gravura, da xilogravura”, afirma Araújo, que atesta a forte influência de Henrique Oswald sobre os artistas locais durante o período de professorado na Bahia. “Nos desenhos e nas gravuras explodia o drama do nosso tempo, protesto contra a opressão, a guerra, a tristeza, o avassalamento do homem. Nos óleos, porém, triunfava a Bahia, o mistério dos casarões”, afirmou o escritor Jorge Amado.

 
Na opinião de Emanoel Araújo as gravuras foram realizadas com grande maestria. “As gravuras em metal correspondiam a uma fase dramática, expressionista de temas ora sacro, ora humanístico. Depois vieram as xilogravuras cheias de tons de cinza, delicadas, e contrárias a tudo que se preconizava da gravura sobre madeira, de finas texturas naquelas formas entrelaçadas de muitos pretos”, comenta.

 
A obra de Henrique Oswald é extensa: quadros abstratos, murais religiosos, pinturas (óleo sobre madeira, tela, duratex). Sobre suas pinturas o crítico de arte José Roberto Teixeira Leite apontou as seguintes características: o predomínio do tectônico; desprezo pelas leias da perspectiva aérea e linear; interesse cromático, com a obtenção de cores de valores e cromas verdadeiramente pessoais; uso de deformação expressiva; além de poder expressivo evidente, contrastando com não menos patente sensibilidade.

 
Seus desenhos também representam parte significativa no conjunto da sua obra. “A qualidade plástica e a dramaticidade quase cósmica dos últimos desenhos de Oswald lhe conferem um nível internacional de primeira ordem. Representam o ponto mais alto de sua evolução artística”, afirmou o físico e critico de arte Mário Schenberg.

 

 
Sobre o artista

 
Henrique Carlos Bicalho Oswald nasceu no Rio de Janeiro em uma família de artistas. Era filho do Carlos Oswald (1882-1971), pintor e introdutor da gravura pura no Brasil; e neto do pianista e compositor Henrique Oswald (1852-1931) de quem herdou o nome. O início da sua formação artística se dá com seu pai, a quem substitui, no ano de 1947, na cadeira de gravura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro.

 

No ano de 1952 foi aluno do pintor francês o curso de André Lhote (1885 – 1962). Ao receber o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes de 1954, vive na Europa entre os anos 1955 e 1959. Nesse período estuda gravura no ateliê de Johnny Friedlaender (1912 – 1992), um dos mais influentes artistas do século passado. De volta ao Brasil, em 1959, passa a residir em Salvador e torna-se professor da Escola de Belas Artes da Universidade da Bahia. Morreu na cidade natal, em dezembro de 1965.

 

 

De 05 de março a 10 de maio.

Pierre Verger: dos anos 30 aos 50

24/fev

Em parceria com a Fundação Pierre Verger de Salvador, BA, a  Galeria Marcelo Guanieri, São Paulo, SP, inaugura a programação para o ano de 2015, com a retrospectiva “Pierre Verger, o Mensageiro”. A partir do próximo dia 28 de fevereiro, o público pode conferir 40 imagens, que compreendem a fase de produção da fotografia etnográfica dos anos 1933-1950, do fotógrafo franco-brasileiro. Anterior às pesquisas de Verger sobre a diáspora negra na América, a exposição que retrata países de continentes, como América, África, Asia, recebe, pela primeira vez, no mercado brasileiro, ampliações assinadas em 1993 pelo “mensageiro”.

 

Com residência fixa em Salvador, desde 1946, o então nascido Pierre Verger tornara-se o babalaô Pierre “Fatumbi” Verger, após a conversão ao Candomblé, e os estudos sobre as religiões de matrizes africanas. Foi nesta ocasião, em visita à Bahia, que os editores da Revue Noire, Jean Loup Pivin e Pascal Martin Saint Léon, e o próprio fotógrafo, selecionaram, após minucioso trabalho, 300 negativos, que se transformaram em copias de altíssimas qualidades, e, posteriormente, nos fotolitos do livro “Le Messager” e/ou expostas.

 

Apresentada no ano de 1993, pela Revue Noire, no Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie, na França e na Suiça, “Pierre Verger, o Mensageiro” destacou a importância da arte e da cultura africana para o ocidente, com mostras que colocaram, novamente, o público europeu com o trabalho do fotógrafo. Até a Segunda Grande Guerra – portanto, antes de fixar moradia em Salvador – Verger era um reconhecido artista, com fotografias publicadas nas mais importantes revistas francesas e internacionais da época, como Life, Vu, Regards e Arts et Métier Graphiques. 53 anos depois,  com a abertura de“Le Messager”, o nome de Verger recebia a merecida atenção do público, da crítica e da imprensa especializada da Europa.

 

Com a presença do fotógrafo na ocasião da abertura da exposição em Paris, a Revue Noire conseguiu que ele assinasse uma certa quantidade de cópias dos negativos. Não era uma prática comum na trajetória de “Fatumbi” Verger, que privilegiava os negativos, por representarem as suas memórias. Três anos depois, em 1996, no dia 11 de fevereiro, Verger faleceria, na cidade de Salvador, logo após a reedição de seu livro preferido, “Deuses da África”, pela Revue Noire e a publicação, no Brasil, de “Ewe, O uso das plantas na Sociedade Iorubá”, pela Companha das Letras. Até os anos 2000, a Revue Noire comercializou as cópias de “Le Messager” na França, que foram readquiridas pela Fundação Pierre Verger.

 

 

Texto da Fundação Pierre Verger

 

Antes de chegar ao Brasil, antes de se debruçar sobre a cultura afro-brasileira, antes de se tornar babalaô, Pierre Verger era, essencialmente, fotógrafo. Um fotógrafo já reconhecido desde antes da Segunda Guerra Mundial e com fotografias publicadas nas mais importantes revistas francesas e internacionais da época, como “Life”, “Vu”, “Regards” e “Arts et Métier Graphiques”. Quando sua vida e sua obra caminharam em direção às questões afro-brasileiras, tornou-se um homem do candomblé, publicou intensamente sobre essa temática – notadamente sobre sua matriz religiosa -, fixou residência na Bahia e mergulhou tão profundamente nesse novo viver que foi aos poucos desaparecendo da memória de seus contemporâneos franceses e europeus, ao menos como fotógrafo.Em 1993, a Revue Noire, das primeiras a destacar a arte africana no mercado ocidental, realizou a grande exposição Pierre Verger, Le Messager, com mostras na Suíça e na França, no Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie. Amplamente divulgadas nos meios de comunicação franceses, esse grande evento cultural recolocou Verger no cenário da fotografia em seu país de origem.No processo de construção dessa exposição e com o objetivo de selecionar imagens para a mostra e para o livro-catálogo, os diretores da Revue Noire vieram até a casa de Verger, na Bahia.  Após um minucioso trabalho, desenvolvido em conjunto com o fotógrafo, levaram mais de 300 negativos para Paris, onde realizaram, pela primeira vez, cópias de excelente qualidade. A maioria dessas ampliações foram, então, utilizadas para fazer os fotolitos do livro Le Messager e/ou expostas.Nessa época, os donos da Revue Noire, aproveitando a presença de Verger em Paris, conseguiram que ele assinasse uma certa quantidade dessas cópias, o que Verger aceitou fazer, embora normalmente não se submetesse a esse tipo de cerimonial.  O que realmente importava para Verger – ao contrário de muitos fotógrafos – eram seus negativos, por representarem suas memórias.  Na verdade, ele dava pouca importância às ampliações, que não costumava vender e que podia reproduzir quando se fizesse necessário.Poucos anos depois, em fevereiro de 1996, Verger faleceu na Bahia, deixando esse conjunto único de imagens, que continuou em poder da Revue Noire, em Paris.  Essas imagens foram comercializadas na França, até o final do ano de 2000, quando a Fundação adquiriu sua quase totalidade.

 

Nesse momento, através da Galeria de Marcelo Guarnieri, com sede em São Paulo, a Fundação coloca à venda, pela primeira vez no mercado brasileiro, essas cópias assinadas por Pierre Fatumbi Verger, em Paris.

 

 

De 28 de fevereiro a 28 de março.

Danúbio Gonçalves, 90 anos.

30/jan

O artista plástico Danúbio Gonçalves completou 90 anos. Pintor, gravador, desenhista, mosaicista, ilustrador e professor, é o último representante do coletivo de artes visuais  conhecido como “Os Quatro de Bagé”: Carlos Scliar, Glauco Rodrigues e Glênio Bianchetti.  Reuniram-se – nos anos 40 e 50 – em Bagé, cidade fronteiriça do Rio Grande do Sul, com a intenção de criar obras que retratasse os hábitos culturais do estado. O grupo também participou ativamente do Clube de Gravura de Porto Alegre. No ano de 2014 morre Glênio Bianchetti, fixado em Brasília, os demais, Glauco Rodrigues e Carlos Scliar já haviam falecido. Danúbio Gonçalves – embora tenha sido aluno de Portinari no Rio de Janeiro nos anos 50 –  optou por desenvolver sua carreira no Rio Grande do Sul. Danúbio foi determinante na carreira de muitos artistas que o sucederam, pois foi por muitos anos diretor e professor do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Assinalando a data, podem ser vistas no saguão do MARGS ADO MALAGOLI, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, presta homenagem ao artista exibindo algumas obras de seu acervo.

 

 

Até 29 de março.

Individual de Dino Pazzanese

28/jan

A Galeria Vilanova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, exibe “Taste Wild Water”, exposição individual do artista plástico Dino Pazzanese, com curadoria de Bianca Boeckel. As 6 telas que compõem a exposição mostram figuras femininas com histórias nada óbvias e traços marcantes, ora em cenários claros, ora escuros, secundários à profundidade dos olhares e sofrimentos retratados.

 

A inspiração de Dino Pazzanese para esta série encontra-se em diversas fontes: desde a natureza e nossa relação com ela, até conflitos entre anseios e necessidades com os nossos instintos; a loucura que a sociedade impõe e subtrai das nossas verdadeiras inclinações e sonhos. Com estilo que acredita ser inerente à individualidade de sua própria alma, em “Taste Wild Water”, o artista pinta mulheres com contornos retilíneos e traços fortes, transmitindo mais que meros sentimentos em suas feições, envolvidas em atmosferas que denotam paz, aprisionamento, melancolia ou até mesmo sensualidade. Caracterizada por suas figuras e histórias de inclinação mitológica, a pintura de Dino Pazzanese pode também representar situações políticas, emocionais e românticas, enquanto persegue a história do mundo. Sobre seu trabalho, o artista comenta: “Em relação às cores, são representações também de elementos geralmente naturais, com bastante vontade de buscar as cores do sol ou da luz da lua, da terra ou das plantas, e as forças e exuberância do corpo e os lampejos da alma.”.

 

Por opção e propositadamente, Dino Pazzanese se desvincula da arte contemporânea, por acreditar e apostar sempre em sua verdade pessoal. Conceitos à parte, eis uma oportunidade única de conhecer este mundo peculiar do artista. Nas palavras de Bianca Boeckel: “Com esta mostra, oferecemos um mergulho em novas sensações visuais e percepções. Um passo ousado para a Galeria Vilanova, que visa sempre surpreender com novas temáticas.”.

 

 

De 07 de fevereiro a 05 de março.

Kandisnky no Brasil

14/nov

Brasília é a primeira cidade fora da Europa a receber uma exposição com obras do criador do abstracionismo, Wassily Kandinsky. Cerca de 150 peças, entre quadros, objetos, fotos, livros e cartas sobre o artista, seus contemporâneos e suas influências podem ser vistos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). A mostra está dividida em cinco blocos: Kandinsky e as raízes de sua obra em relação com a cultura popular e o folclore russo; Kandinsky e o universo espiritual do xamanismo no Norte da Rússia; Kandinsky na Alemanha e as experiências no grupo Der Blaue Reiter, vida em Murnau; Diálogo entre música e pintura: a amizade entre Kandinsky e Schonberg; Caminhos abertos pela abstração: Kandinsky e seus contemporâneos.

 

As peças em exposição pertencem ao acervo de nove museus e de coleções particulares vindos da Rússia, Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. Alguns dos principais itens são do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. A organização da mostra também teve participação da Arte A Produções, responsável pela “Virada Russa”, realizada em 2009, no circuito do CCBB.

 

Mais do que apresentar obras do pintor russo, “Kandinsky – Tudo começa num ponto” oferece ao público a oportunidade de conhecer as referências de sua obra, como a relação entre arte e espiritualidade, a cultura popular no norte da Sibéria, o folclore russo, a música e os rituais xamânicos. As peças em exposição estão divididas em três espaços, um deles interativo. Utilizando óculos especiais, o público pode conferir uma das obras do pintor se desmembrando de acordo com o movimento do visitante e emitindo sons. Também é possível ouvir a descrição das cores e de suas características.

 

Na exposição, há pinturas de todas as fases do pintor, ilustrações de contos populares, símbolos religiosos, séries de paisagens, roupas e tambores utilizados em rituais xamânicos, coleções de objetos de cerâmica e litogravuras. Além de Kandinsky, a mostra traz quadros de artistas contemporâneos, como a ex-mulher Gabriele Münter, Alexej Von Jawlensky , Mikhail Larionov, Pavel Filonov, Nikolai Kulbin e Aristarkh Lentulov.

 

O objetivo dos curadores da mostra, Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky, é fazer com que o espectador entenda vida e obra do pintor e também a relação com outros artistas e com a cultura de sua época. A ideia é compreender o contexto que ajudou na sua formação, dar um “mergulho no mundo que cercou e influenciou Kandinsky”. Para o diretor-geral da exposição, Rodolfo de Athayde, entender o gênio criativo implica compreender a sensibilidade que marcou a história da arte no século XX. “Esta exposição apresenta o prólogo dessa história enriquecida, que é a arte moderna e contemporânea. O modo em que se forjou a passagem para a abstração, os recursos a partir dos quais a figuração deixou de ser a única via possível para representar os estados mais vitais do ser humano, e finalmente o novo caminho desbravado a partir dessa ruptura”.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido em Moscou, em 16 de dezembro de 1844, Wassaly Kandinsky formou-se em Direito antes de iniciar sua vida como pintor. Uma visita a uma exposição de artistas impressionistas franceses e ao Teatro Bolshoi, onde assistiu à ópera Lohengrin, de Richard Wagner, despertaram o desejo de produzir arte. Em 1896, ele se mudou para Munique, na Alemanha, onde iniciou o curso de pintura. Em 1900, ele ingressou na Academia de Artes de Munique, onde estudou com Franz Stuck. Foi neste período que conheceu a artista Gabriele Münter, com quem passou a viver até o início da 1ª Guerra Mundial. Em 1911, Kandinsky e Franz Marc criaram o grupo Der Blaue Reiter (Cavaleiro Azul).  O período em que viveu na Alemanha é considerado o de maior desenvolvimento da arte abstracionista do pintor. No ano seguinte, ele publicou “Do espiritual na arte”, a primeira fundamentação teórica da arte abstrata. Ele escreveu ainda um livro de memórias e uma coletânea de poesias com 55 litogravuras, ambos em 1913. No início da guerra, voltou para Moscou, já sem Gabriele. Participou de eventos culturais e políticos no período após a Revolução Russa. Casou-se com a filha de um general, em 1917, e cooperou com o comitê popular de educação, ensinando arte e auxiliando na reforma e na criação de museus, entre 1918 e 1921. Kandinsky voltou à Alemanha em 1922. Em seguida, aceitou o convite de Walter Groupiuos e começou a lecionar na escola Bauhaus, onde permaneceu até 1932. Os 159 quadros pintados a óleo e as 300 aquarelas produzidos entre 1926 e 1933 se perderam depois que os nazistas declararam o artista “degenerado”.  Aos 67 anos, o pintor se mudou para a França. Ao lado da mulher, ele passou a viver em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris. Foi a última morada de Kadinsky até sua morte, em 13 de dezembro de 1944.

 

 

Locais e datas.

Depois de Brasília, a mostra “Kandinsky- Tudo começa num ponto” segue para o Rio de Janeiro, entre 27 de janeiro e 30 de março de 2015. São Paulo receberá o evento entre 18 de abril e 29 de junho de 2015. A exposição se despede do Brasil em Belo Horizonte, entre 21 de julho e 28 de setembro de 2015.

Conchas, caramujos e caracóis

10/nov

Anna Letycia, um dos grandes expoentes da gravura brasileira, acaba de finalizar a nova produção de trabalhos que serão expostos na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, na mostra “Arte em Papel”. São dez gravuras inéditas em técnica mista e colagens; uma nova versão do seu universo de conchas, caramujos e caracóis. Nessa mostra, Anna Letycia exibe peças únicas, já que os diversos elementos têm formas e cores variadas e maneiras distintas de apresentação.

 

 

Sobre a artista

 

Anna Letycia moldou sua carreira a partir de expressivos e sóbrios traços geométricos, apresentando-se em técnicas diversas como ponta seca, água forte, água tinta, açúcar com guache mas também é conhecida por suas pinturas. Começou estudando pintura com Anna Letycia moldou sua carreira a partir de expressivos e sóbrios traços geométricos, apresentando-se em técnicas diversas como ponta seca, água forte, água tinta, açúcar com guache mas também é conhecida por suas pinturas. Começou estudando pintura com Bustamante Sá e mais tarde, pintura com Ivan Serpa. Participou de cursos de gravura com Goeldi, Iberê Camargo e Darel. Sua gravura passou pelas fases dos caramujos, formigas, verduras e frutas, pássaros, tatus, caixas, caracóis geométricos, até chegar á novas imagens.Sua gravura passou pelas fases dos caramujos, formigas, verduras e frutas, pássaros, tatus, caixas, caracóis geométricos, até chegar á novas imagens.

 

Artista militante e vencedora, Anna Letycia foi premiada na Bienal dos Jovens de Paris, na Bienal de Pequim e no Salão Nacional de Arte Moderna, entre outros eventos. Já realizou mais de 15 mostras individuais e participou de coletivas, como as bienais internacionais de Veneza, Tóquio e Florença, dentre outras no Brasil e no exterior. Em seu longo percurso, ela foi cenógrafa e figurinista do Teatro Tablado, tendo sido parceira da amiga Maria Clara Machado em peças como “O cavalinho azul” e “A bruxinha que era boa”, e trabalhou com Jorge Amado no jornal “Paratodos”. Em 1975, fundou, juntamente com Aloísio Magalhães, Thereza Miranda, Márcia Barroso do Amaral, Bárbara Sparvoli, Dadá Carvalho Brito e Haroldo Barroso, a galeria de arte Gravura Brasileira, em Copacabana, a primeira – no Rio de Janeiro – dedicada à comercialização de gravura e desenho. Também fez a curadoria da exposição “Os inumeráveis estados do ser”, em 1997, para celebrar o Museu de Imagens do Inconsciente, de Nise da Silveira, Anna Letycia chegou a ser presidente da sociedade de amigos do museu. Ainda atuou como carnavalesca da União de Jacarepaguá, onde criou um enredo sobre Mestre Valentim, em 1963; e criou, em 1977, a Oficina de Gravura do Museu do Ingá, em Niterói, RJ.

 

 

De 04 a 20 de dezembro.