Wagner Barja na Adrea Rehder

09/out

Galeria Andrea Rehder, Jardins, São Paulo, SP, apresenta a partir do dia 20 de outubro a exposição “Experiência Tumulto IV”, um desdobramento da obra de Wagner Barja, com curadoria de Fábio Magalhães. O artista aprofunda e demonstra nessa quarta série o seu interesse pelo simbolismo expresso na instalação “Jonas, o profeta”, exibida em 2015 no CCBB/ DF. Barja traz pela primeira vez sua obra a São Paulo e para essa segunda versão de Jonas, trabalha com três espaços contíguos da galeria onde instala três peças de alumínio e as faz conviver com elementos das tecnologias digitais para criar ambientes imersíveis para os visitantes.

 

 

Sobre a exposição

 

‘’No silêncio do olhar, a obra plástica de Wagner Barja desencadeia processos de reflexão. Para ele, a arte é sobretudo coisa mental. Suas instalações nos levam a transpor o espaço que habitamos (zona de conforto) para vivenciarmos novas experiências frente às provocações de sua plástica. Essas provocações têm como ponto de partida a forma, o material, o espaço, a luz/sombra, ou seja, o impulso de linguagem é eminentemente plástico – e intrigante pelas associações de significados diversos que o artista constrói a partir de objetos híbridos.  O percurso de fruição desta instalação traz um emaranhado de possibilidades interpretativas advinda de símbolos e mitos, ainda assim, somos conduzidos pelas tramas poéticas que o artista urdiu. O título da obra, Tumulto IV, é a porta de entrada para nossa experiência artística, é um tema para nossas reflexões – tumulto é uma irrupção, uma invasão súbita, um transbordamento da ordem que altera e põe em risco o ritmo natural das coisas. Associado ao nome do profeta Jonas, os ossos da baleia nos apontam para o tema bíblico, para a destruição de Nínive, séculos antes da nossa era. Nos faz pensar sobre o poder, a crueldade e a violência.

 

Deus ordena a Jonas: “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença.” Jonas 1:2 Em apertada síntese do relato bíblico: Jonas, temendo a truculência dos assírios, foge e descumpre a ordem divina. Na fuga o profeta embarca para Társis, mas Deus provoca uma tempestade que só termina quando Jonas é atirado ao mar. Surge nesse momento um enorme peixe branco que o engole. Jonas sobreviveu por três dias e três noites no ventre do monstro, para ser expelido depois de arrepender-se e clamar por perdão. O profeta cumpre então seu desígnio e ao chegar a Nínive faz com que os cidadãos se arrependam de sua conduta sanguinária. Nesta obra Wagner Barja trabalha conceitos de território, de imersão, de inclusão e de afastamento. Faz referências à noção do sagrado, como espaço protegido e de espaço profano, sujeito às forças da natureza. Há proximidade, inclusive, com mitos de origem da cultura Tupinambá (Monan e o dilúvio). O artista já havia tratado o tema Tumulto na instalação realizada em 2015 no CCBB, em Brasília, na qual, as ossadas de baleia portavam nas suas cavidades imagens em vídeo de águas oceânicas – reminiscências de seu elemento natural, do vasto território das suas origens.

 

Na instalação Tumulto IV realizada para a Galeria Andrea Rehder, Wagner Barja apresenta as vértebras, costelas e respirador da Baleia-jubarte, fundidas em alumínio e acrescenta plumárias vermelhas de guará, ave que habita os mesmos manguezais onde foram encontrados os sambaquis com as ossadas da baleia. As esculturas aladas surgem na obra do artista como objetos híbridos, como coisas ou seres fora do lugar; como animais monstruosos, em outras palavras, maravilhosos – como no texto de seres imaginários de Jorge Luis Borges. Vale sublinhar que a beleza da plumária escarlate do Guará deve-se à ingestão de um tipo de caranguejo. Outro protagonista de Tumulto IV é a força permanente das águas oceânicas que atravessam o espaço das ossadas. Barja trabalhou o tema do Tumulto com a inclusão de símbolos contraditórios; com a arqueologia do tempo, de tempos ancestrais como gênesis do presente. Tumulto IV é uma obra que perturbadora. Wagner Barja estabelece relações poéticas com o texto bíblico. Relato do Antigo Testamento farto de crueldade e violência, como nos tempos atuais.’’

Fábio Magalhães

Primavera 2018

 

 

Sobre o artista

 

Wagner Barja, Rio de Janeiro, é artista plástico e educador. Mestre em arte e tecnologia das imagens, pela Universidade de Brasília (UnB). Notório saber em Teoria e História da Arte, Plástica e Arte-Educação, pelo Conselho Superior de Educação/ME. Suas obras fazem parte das principais coleções privadas e acervos institucionais, como, Museu de Arte do Rio MAR, Museu Nacional de Belas Artes RJ, Museu de Arte de Brasília MAB, Museu ONCE, Madri, Espanha, Coleção Cândido Mendes, Coleção Sérgio Carvalho entre outros.

 

 

Sobre o curador

 

Fábio Luiz Pereira de Magalhães (São Paulo SP 1942). Pintor e desenhista. Cursa história da arte no Masp, com Wolfgang Pfeiffer, e estuda com Nelson Nóbrega na Escola de Arte da Faap. Em 1964, viaja para Paris, França, onde freqüenta o Instituto de Arte e Arqueologia e entra em contato com os integrantes do movimento internacional Phases. Nesse mesmo ano, é selecionado pelo MAC/SP para representar o Brasil, ao lado de outros artistas, no Salon Comparaisons de Paris. Ao longo de sua carreira, exerce várias atividades dentre elas: diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo; membro da Comissão de Arte do MAM/SP (1978 a 1980);  conservador chefe do Masp (1990)  e curador das exposições Coleção Pirelli/Masp. Entre as exposições de que participa, destacam-se: Salão do Trabalho, São Paulo, 1962/1963 (Menção Honrosa, 1963); Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, 1963/1964 (Menção Honrosa, 1963); Exposição do Jovem Desenho Nacional, Porto Alegre e São Paulo, 1963/1965 (Menção Honrosa,  1963); Propostas 65, na Faap, São Paulo, 1965; Bienal ao Ano 2000, no MAC/USP, São Paulo, 1975; Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro, 1981.

 

 

De 22 de outubro até 22 de novembro.

Universo maranhense

08/out

No Dia das Crianças, o Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, uma instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo gerida pela Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura, abre as portas para receber duas novas exposições que revelam a pulsante diversidade artística do Maranhão: “Hiorlando” e “Afetos”. As exposições fazem parte da programação em comemoração ao aniversário do Museu Afro Brasil, que celebra catorze anos de existência no próximo dia 23 de outubro.

 

 

 

Sobre Hiorlando

 
Hiorlando é o nome adotado pelo artista João Pereira Marques, que apresenta no Museu Afro Brasil 100 esculturas em madeira da sua fauna lúdica e animada composta por girafas, peixes, sapos, jacarés, cachorros, entre outros bichos fartamente coloridos. “Os bichos de olho vivo e cara sapeca marcam o trabalho de Hiorlando e carregam sua alma”, destaca Paula Porta, curadora da exposição.
Nascido no povoado João Peres, no município de Araioses, no Maranhão, em 1963, Hiorlando começou a esculpir há pouco mais de dez anos, quando um acidente o afastou do trabalho de estivador marítimo e acabou permitindo que seu talento artístico se desenvolvesse. Galhos do cajueiro, tamboril e cedro são os tipos de madeira que edificam as esculturas do artista, que estão divididas em três categorias: bichos da água, do seco e do imaginário. Um deleite ao público infantil.

 

 

Afetos

 
A exposição traz um panorama do trabalho do fotógrafo paulistano Edgar Rocha, estabelecido no Maranhão há mais de 40 anos. São 41 fotografias que passeiam por temas como o patrimônio cultural, os navegantes e as celebrações do povo maranhense.
”O trabalho de Edgar Rocha traz duas características muito marcantes: a luz âmbar, morna, que nos aproxima da imagem capturada. E um fascínio pelos saberes, pelas tradições e pelo jeito de ser dos negros do Maranhão, que registra de maneira intimista e verdadeiramente amorosa”, destaca Paula Porta, que também assina a curadoria da mostra.

 

 

 

De 12 de outubro até dezembro de 2018.

Julio Le Parc, Nara Roesler, Rio 

02/out

Com a presença do consagrado nome da arte cinética mundial, a Galeria Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou “Julio Le Parc: obras recentes”, em homenagem aos 90 anos do artista, completados dia 23 de setembro. A exposição traz pinturas inéditas da série “Alchimie”, uma escultura da série “Torsion’ (2004), um móbile da série “Continuel”, e “A l c h i m i e V i r t uel”, com tecnologia que permite ao espectador adentrar o universo do artista. A obra, em realidade virtual, atualiza a questão da virtualidade que Le Parc vem explorando há mais de 50 anos, como nas pinturas “Réels et virtuels”, da série “Surface noir et blanc” (anos 50), “Volume Virtuel” (anos 70), e nas esculturas “Cercle Virtuel” (anos 60). Por antecipar essa discussão, Le Parc tornou-se reconhecidamente um visionário que sempre acreditou no poder libertário que a arte tem em despertar nossas faculdades perceptivas.

 

 

“Retomar contato com as obras e as ideias de Le Parc quando ele completa seus 90 anos é uma oportunidade de reativar essa crença no papel emancipatório da arte – hoje sem o dogmatismo que regia suas ideias iniciais junto ao grupo de arte cinética – e a esperança de que ela seja portadora de uma oportunidade de transformação”, escreve Rodrigo Moura, em seu texto para a exposição.

 

As “alquimias” atuais, em acrílica sobre tela, são trabalhos em grande escala, concebidos a partir de vários estágios de desenhos e de pinturas menores que se expandem em composições modificadas progressivamente. “Em algumas pinturas vemos um grande centro preto que, circulado por uma sobreposição de cores agrupadas e sobrepostas, parece atomizado, o que provoca um efeito simultaneamente desorientador e hipnótico”, diz Le Parc. A série “Alchimie” foi iniciada em 1988, em forma de pequenos esboços surgidos a partir de observações fortuitas do artista e que, aos poucos, foram concretizadas. “Aqui Le Parc está mais uma vez interessado na ideia de permutação cromática e de refração da luz na superfície, criando possibilidades de vibração a partir de planos sobrepostos, círculos concêntricos, espirais e fitas de Moebius”, afirma Moura. O crítico também destaca “a capacidade de evocação ambiental, como se cada tela fosse um corpo espacial com profundidade e luminosidade próprios, reativando o dilema olho/corpo, um antigo problema colocado pela obra de Le Parc”.

 

Em “Torsion”, o artista reafirma essa persistência em uma experimentação contínua, em que cada novo conjunto de obras tem suas raízes no que já desenvolveu. A série de esculturas às quais o artista se dedica desde o fim da década de 1990, está ligada ao espírito dos primeiros relevos, especialmente dos “volumes virtuais” desenvolvidos nos anos de 70. A contundente presença do aço inox, esse material de superfície acetinada, permite múltiplas mudanças devido a sua maneira de atrair a luz. Para Rodrigo Moura, a questão que se coloca de forma mais evidente é a da incidência da luz do ambiente sobre os filetes de aço inoxidável. “Evoca-se uma dimensão de duração à medida que nos deslocamos em torno delas, como se fossem micro espelhos imperfeitos ou fragmentos de labirintos. Por isso, quanto mais extensão, maiores as possibilidades”.

 

 

 

 

Sobre o artista

 

Julio Le Parc (n. 1928, Mendoza, Argentina) vive e trabalha em Cachan, França. O artista apresenta ao espectador uma visão divertida e desmistificada da arte e sociedade por meio de suas pinturas, esculturas e instalações perceptualmente ilusórias. Le Parc faz interagir cor, luz, sombra e movimento de modo que as formas aparentem movimento, estruturas sólidas se desmaterializem, e a própria luz pareça plástico. Como co-fundador do Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV), trabalhou para romper os limites na arte e a participação de espectadores contribuiu diretamente com suas famosas esculturas cinéticas e ambientes de luz. A partir de 1960, no entanto, começou a desenvolver uma série de obras distintas que utilizavam a luz “leitosa”: esses objetos, geralmente construídos com uma fonte lateral de luz branca que era refletida e quebrada por superfícies metálicas polidas, combinavam um alto grau de intensidade com uma expressão sutil de movimento contínuo. As obras de Le Parc foram tema de inúmeras exposições individuais na Europa, América Latina e Estados Unidos, em instituições como o Pérez Art Museum, Miami, EUA (2016); Museum der Kulturen Basel, Basel, Suíça (2015); Bildmuseet, Umea, Suécia (2015); Malba, Buenos Aires, Argentina (2014); Palais de Tokyo, Paris, França (2013); Biblioteca Luiz Angel Arango, Bogotá, Colômbia, (2007); Laboratorio Arte Alameda, Cidade do México, México (2006); Castello di Boldeniga, Brescia, itália (2004) entre outras. O artista também fez parte de diversas exposições coletivas e bienais como: a Bienal Internacional de Curitiba, Curitiba, Brasil (2015); Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (1999); Bienal de Havana, Havana, Cuba (1984); Bienal de São Paulo (1967), a Bienal de Veneza em 1966 (quando recebeu o Prêmio) e a polêmica exposição do MoMA, The Responsive Eye (1965). Como ato de protesto contra o regime militar repressivo no Brasil, ele se juntou a artistas no boicote da Bienal de São Paulo em 1969 e publicou um catálogo alternativo de Contrabienal em 1971. As obras coletivas posteriores de Le Parc incluem a participação em movimentos antifascistas no Chile, El Salvador e Nicarágua. Recentemente, Le Parc tem sido objeto de grandes retrospectivas, como Form into action no Pérez Art Museum, Miami, EUA (2016), Julio Le Parc na Serpentine Gallery, Londres, Reino Unido (2014); Le Parc: Lumière no MALBA, Buenos Aires, Argentina (2014); Soleil froid no Palais de Tokyo, Paris, França (2013); Le Parc lumière na Casa Daros, Rio de Janeiro, Brasil (2013); e da exposição Dynamo no Grand Palais, Paris, França (2013

 

 

 

Até 14 de novembro.

ArtRio, 48 mil visitantes 

A ArtRio 2018, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, provou que a arte continua valorizada e considerada um bom investimento, e que a Arte Brasileira está em alta no país e no mundo. Com visitação que chegou a 48 mil pessoas, a feira terminou sua oitava edição com saldo positivo de vendas e, também, com o incentivo a formação de um novo público. O evento, que aconteceu de 26 a 30 de setembro, ocupou uma área de 10.600 m².

 

Com a presença de 87 galerias, a ArtRio teve dois setores gerais, PANORAMA e VISTA, além dos programas curados SOLO, MIRA, PALAVRA e BRASIL CONTEMPORÂNEO.

 

Um importante foco da ArtRio esse ano foi a valorização das galerias e artistas brasileiros. A organização coordenou a vinda de 140 colecionadores e curadores internacionais para visitar o evento, além de uma programação especial que incluiu visitas a ateliês, coleções privadas e instituições culturais e museus. Entre os convidados deste grupo Jessica Morgan e Courtney Martin, dia Art Foundation / NY, Abhishek Basu, fundador da Basu Foundation for the Arts / India, Daniela Zyman, curadora do Thyssen-Bornemisza Arte Contemporânea -TBA 21 / Viena, Thierry Raspail, diretor do MAC de Lyon e Diretor Artístico da Bienal de Arte Contemporânea de Lyon, Martijn van Nieuwenhuysen, do Stedelijk Museum / Amsterdam, e Jesus Fuenmayor, da XIV Bienal de Cuenca / Equador.

 

“A ArtRio 2018 foi uma grande homenagem ao Brasil. Temos que valorizar a arte brasileira e o trabalho de nossos galeristas e artistas. Realizamos uma feira muito focada, de alta qualidade e com muita diversidade. O resultado de sucesso pode ser visto com as boas vendas que muitas galerias tiveram e também com a geração de novos contatos entre galeristas e um novo público de arte. Muito gratificante também é ver como a cidade inteira abraçou a ArtRio com um intenso calendário, com uma programação riquíssima nas galerias, museus e centros culturais”, reforça Brenda Valansi, presidente da ArtRio.

 

 

Em 2019, a ArtRio acontecerá em setembro, novamente na Marina da Glória.

 

“A feira foi ótima. Pelo segundo ano na Marina da Glória, vimos que esse formato realmente funcionou e a localização traz um público com um clima muito positivo, mesmo com a situação atual, nas vésperas das eleições. Além disso, o posicionamento da feira de reunir ainda mais colecionadores e curadores de outros estados e estrangeiros trouxe um bom resultado para nós. Tivemos boas vendas. E aproveitamos o momento do lançamento da exposição do Julio Le Parc para trazê-lo ao evento, o que nos rendeu ainda mais visibilidade. A sua obra foi a mais fotografada da feira”, disse Alexandre Roesler, da Galeria Nara Roesler.

 

“Eu não esperava um evento tão alto astral em um momento como esse, tanto econômico, quanto político. Só esse clima já valeu tudo. Nossas vendas foram razoáveis, mas tivemos muita procura e interesse, fazendo com que o pós feira seja de muitas vendas. O mais interessante foi ter nossa clientela renovada”, esclarece Maneco Muller, da galeria Mul.ti.plo Espaço Arte.

 

“Essa é a primeira vez da Central na ArtRio e foi muito produtivo, tanto em contatos quanto em vendas. Já estamos pensando no artista para trazer no ano que vem”, afirma Fernanda Basile Resstom, da Central Galeria.

 

“Em mais uma participação na ArtRio, tivemos a alegria de apresentar uma exposição que refletiu o trabalho e a poética de nossos artistas. Além de sermos visitados por nossos clientes, travamos novos e importantes contatos”, indicam Jaime Portas Vilaseca e Gus Moura de Almeida, da Portas Vilaseca Galeria.

 

“Para nós, foi ótima a participação na ArtRio. Como somos uma galeria nova, geramos relacionamento e oportunidades incríveis entre galeria, público, curadores e colecionadores; conquistando mais visibilidade e prestígio”, conta Janaina Torres, da Janaina Torres Galeria.

 

As galerias dos programas PANORAMA e VISTA foram selecionadas pelo Comitê de Seleção formado pelos galeristas Alexandre Gabriel (Fortes D’Aloia & Gabriel/ SP e RJ); Anita Schwartz (Anita Schwartz Galeria de Arte / RJ); Elsa Ravazzolo (A Gentil Carioca / RJ); Eduardo Brandão (Galeria Vermelho / SP) e Max Perlingeiro (Pinakotheke / RJ, SP e FOR).

 

O programa BRASIL CONTEMPORÂNEO teve sua primeira edição em 2018, com curadoria de Bernardo Mosqueira, e foi dedicado a galerias que apresentaram trabalhos solo de artistas residentes fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo. O MIRA teve como curador David Gryn, que também assina a curadoria do programa de vídeo da Art Basel Miami Beach. O SOLO pela primeira vez teve duas colecionadoras de arte assinando a linha curatorial: Genny Nissenbaum e Mara Fainziliber. O PALAVRA teve a curadoria de Claudia Sehbe e Omar Salomão.

 

A ArtRio é apresentada pelo Bradesco, pelo sétimo ano consecutivo, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O evento tem patrocínio de Stella Artois e CRAB/SEBRAE, FIRJAN, e apoio institucional da Valid, Bondinho Pão de Açúcar, Estácio, Bacardi, Bombay Sapphire, Shopping Leblon, High End e Breton. A rede Windsor será a rede de hotel oficial do evento.

 

Durante a ArtRio foram apresentados os vencedores da sexta edição do Prêmio FOCO Bradesco ArtRio, destinado a artistas jovens com até 15 anos de carreiras. Os selecionados em 2018 foram Paul Setúbal, Ana Hupe e Aline Xavier. Todos receberão residências artísticas e esse ano participaram com suas obras da ArtRio.

Coletiva da Luciana Caravello

24/set

Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta exposição coletiva com obras de seu acervo. A mostra terá cerca de 40 trabalho, dentre pinturas, desenhos, esculturas e instalações, dos 30 artistas representados pela galeria: Adrianna Eu, Afonso Tostes, Alan Fontes, Alexandre Mazza, Alexandre Sequeira, Almandrade, Ana Linnemann, Armando Queiroz, Bruno Miguel, Carolina Ponte, Claudio Alvarez, Daniel Escobar, Daniel Lannes, Eduardo Kac, Eliane Prolik, Fernando Lindote, Gê Orthof, Gisele Camargo, Güler Ates, Igor Vidor, Ivan Grilo, Jeanete Musatti, João Louro, Lucas Simões, Marcelo Solá, Marina Perez Simão, Nazareno, Paula Trope, Pedro Varela e Ricardo Villa. Entre as obras apresentadas estarão esculturas da série “Borda e Alegria”, de Igor Vidor, composições feitas a partir de armações de pipas, vazadas, e seus respectivos padrões geométricos desenvolvidos em papéis de seda; origamis da série “Articulando Princípios”, de Ricardo Villa, e a instalação “Estudo para fábrica de vidros” (2017/2018), de Ivan Grilo. Pelo oitavo ano consecutivo, a galeria participa da ArtRio, um dos principais eventos de arte da América Latina. No stand da galeria, no setor “Panorama”, que reúne as galerias já estabelecidas no circuito internacional de arte, estarão obras dos artistas representados, incluindo pinturas, desenhos e esculturas. A galeria também estará presente no programa SOLO, com uma instalação da artista Adrianna Eu, e no programa MIRA, que reúne videoarte, com uma obra do artista Igor Vidor.

 

Xico & Iberê

19/set

A Galeria Frente, Jardins, São Paulo, SP, realiza a partir de 22 de setembro uma especial mostra retrospectiva na qual reúne os amigos de uma vida inteira, os gaúchos Xico Stockinger e Iberê Camargo. Em exibição esculturas em bronze e ferro e madeira de Stockinger e pinturas de diversos períodos de Iberê.

 

 

Iberê sobre Xico:

 

“Conheci o Xico em 1947, no Rio, no atelier de Bruno Giorgi. Ele se iniciava na escultura. De imediato nos tornamos amigos. Um ideal comum, a arte, nos aproximou para sempre. Via a sua transferência para Porto Alegre, com certo receio. Temia que a província não favorecesse o desenvolvimento de seu talento. Enganei-me. Foi exatamente no sul, nesta plaga de tradições cruentas que Xico criou seus imortais guerreiros, sempre prontos à luta, armados de escudos e pontudas lanças. Quixotesco, eles existem, heráldico, no intemporal da Arte. E, por certo, combatem em imaginárias refregas-vivências da fantasia do artista. Durante nosso prolongado afastamento, que durou quase trinta anos – ele em Porto Alegre, e eu no Rio – trocamos correspondência, sempre transbordante de humor e afeto. Quando das minhas vindas esporádicas à capital gaúcha, juntos, quixotescamente, nos empenhamos em acirrados debates. Entre muitos, ficou famoso o do Teatro de Equipe, nos idos de sessenta, que cunhou a inexorável expressão – ‘marasmo de Porto Alegre’.

 

Xico é esse escultor vigoroso que doma o ferro, o lenho e o mármore, com mão de mestre. E é ele também de todos nós, um grande amigo.”
IBERÊ CAMARGO
Porto Alegre, 1968.

 

 

Até 27 de outubro.

Amélia Toledo, Dobras da Memória

10/set

Uma das precursoras da arte interativa no Brasil, Amélia Toledo chega à Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte, MG, com a exposição “Dobras da Memória”. Gratuita e inédita, a mostra integra a quarta edição do Circuito 10 Contemporâneo e fica aberta à visitação até o próximo dia 29 de setembro. São cerca de 25 obras icônicas, escolhidas por Marcus Lontra Costa – mesmo curador de “Lembrei que Esqueci”, exposição dedicada à trajetória da artista plástica paulistana, que ganhou dois grandes prêmios de crítica, no ano passado.

 
“Dobras da Memória” é um marco para a galeria Murilo Castro, que agora passa a representar Amélia Toledo (1926-2017) em Minas Gerais. “Estamos muito honrados em representar esta grande artista e fazer sua primeira exposição depois de ‘Lembrei que Esqueci’, eleita a melhor exposição de 2017 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte”, afirma Murilo Castro. “Conheci a obra de Amélia quando ainda era colecionador, há mais de 30 anos. Agora, depois de mais de um ano de negociações, chegamos a esse formato. Faremos não só essa mostra, mas também garantiremos uma presença mais significativa da artista na ArtRio 2018”, completa o galerista.

 

De acordo com Marcus Lontra Costra, a arte de Amélia Toledo buscava a criação coletiva e a aproximação com as pessoas  – características que resultaram em trabalhos como as “Esferas de Resina”, as “Marcianitas” e as “Esferas Hápticas”. “São experiências, na maioria das vezes, lúdicas e despojadas de critérios e dos materiais eruditos, que poderiam vir a engessar suas sinceras e afetuosas empreitadas abstratas. Objetos lúdicos à espera do toque, do abraço e do envolvimento, cheios de poesia e sedução”, afirma o curador.

 

Ganham destaque na mostra as esculturas “Dragões Cantores” (2007) – concebidas com pedras em estado bruto e esculpidas pelo impacto causado pelas ondas do mar sobre um pilar de concreto bruto –-e “Impulsos” (1999-2017), composto por pedras parcialmente polidas, como quartzo, ametista e calcita. Amélia tem uma presença muito importante na arte brasileira e na arte interativa em particular, porque sempre foi muito altiva nesse sentido. Suas obras são como se estivessem saindo dela mesmo, ela não criava se preocupando com o mercado”, sublinha Murilo Castro.

 

4º Circuito 10 Contemporâneo

 

Unir forças para formar novos públicos, fomentar e renovar o mercado da arte em Belo Horizonte. Esses são alguns dos objetivos do 10 Contemporâneo, projeto pioneiro que reúne, desde 2016, algumas das principais galerias de arte da capital mineira. Juntas, as galerias vêm promovendo uma série de ações colaborativas e populares – sendo a principal delas o Circuito 10 Contemporâneo, cuja quarta edição teve início no último dia 1º e segue até 29/9, simultaneamente em nove galerias.

 

Nesta edição, além da Galeria Murilo Castro, participam AM Galeria, Beatriz Abi-Ackl, Celma Albuquerque, Lemos de Sá, Manoel Macedo, Orlando Lemos, Periscópio e Studio Cícero Mafra. Cada galeria realiza uma exposição inédita, com obras de artistas locais e nacionais, de diferentes gerações e linguagens, que vão de pinturas a esculturas, passando por desenhos, colagens, bordados e fotografias.

 

 

Sobre a Galeria Murilo Castro

 

A Murilo Castro é uma galeria de arte contemporânea inaugurada em 2002 na capital mineira. Por meio de exposições e representação de artistas, a galeria destaca artistas estabelecidos, em meio de carreira e talentos emergentes que atuam local e internacionalmente. Além do programa de exposições, e participação feiras de arte nacionais e internacionais, a Galeria Murilo Castro realiza uma série de palestras que conectam a comunidade, profissionais de arte e artistas para gerar respostas às questões sociais e culturais, desenvolvendo uma relação mais próxima entre os artistas e público interessado em aprender e colecionar arte contemporânea.

A Caixa Preta na FIC

15/ago

Entre os dias 18 de agosto a 14 de outubro, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “Caixa Preta”. Com curadoria de Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Verônica Stigger, a coletiva traz obras de 40 artistas – entre fotógrafos, poetas, arquitetos, cineastas e artistas visuais – como Augusto de Campos, Júlio Plaza, Carlos Fajardo, Eliseu Visconti, Chelpa Ferro, Iberê Camargo, Manabu Mabe, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, Oscar Niemayer e Waltercio Caldas. Usando como metáfora a caixa-preta dos aviões – que registram importantes informações que antecedem um momento crítico, ao mesmo tempo em que guardam outras informações banais -, a exposição reflete sobre a relação entre arte e mundo, entre algumas obras de arte e o atual momento político do país e do mundo, mas também entre essas obras e o sistema das artes. Dessa forma, a exposição reúne “caixas-pretas” muito singulares, a serem localizadas, abertas, interpretadas e reinterpretadas. Os curadores pesquisaram e investigaram diversas coleções e acervos, públicos, privados e pessoais, na busca por elementos sem visibilidade, de interesse relativo ou simplesmente esquecidos, no intuito de aprofundar questões presentes nas muitas “caixas-pretas” com as quais convivemos, sejam elas de teor histórico, acadêmico ou artístico.

 

A exposição vai contar com uma série de atividades paralelas, como Seminário Sobre acidentes e caixas pretas do passado, do presente e do futuro, em que em que historiadores, engenheiros, filósofos e outros especialistas analisam as relações entre arte, política, ciência e história.

 

 

Artistas

 

Alfi Vivern | Augusto de Campos e Julio Plaza | Caio Fernando Abreu | Carlos Augusto Lima | Carlos Fajardo | Carlos Zilio | Chelpa Ferro | Daniel Jacoby | Dirnei Prates | Eliseu Visconti | Fabiana Faleiros | Fernando Corona | Eva e Franco Mattes | Frederico Filippi | Gabriela Greeb e Mario Ramiro | Gilberto Perin | Guilherme Peters e Roberto Winter | Iberê Camargo | Jac Leirner | Jeronimus Van Diest | Jordi Burch | José Marchand Assumpção | Kevin Simón Mancera | Letícia Lopes | Manabu Mabe | Marília Garcia | Mauro Restiffe | Nuno Ramos | Oscar Niemeyer | Pedro Motta | Pedro Victor Brandão | Rafael Borges Amaral | Regina Parra | Rodrigo Matheus | Runo Lagomarsino | Telmo Lanes e Rogério Nazari | Waltercio Caldas | Wilfredo Prieto.

 

 

Curadores: Bernardo José de Souza, Eduardo Sterzi, Fernanda Brenner e Veronica Stigger.

 

 

Sobre Iberê Camargo

 

Restinga Seca, 1914 – Porto Alegre, 1994 – Iberê Camargo é um dos grandes nomes da arte brasileira do século 20. Autor de uma extensa obra, que inclui pinturas, desenhos, guaches e gravuras, Iberê nunca se filiou a correntes ou movimentos, mas exerceu forte liderança no meio artístico e intelectual brasileiro. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção, o artista desenvolveu as conhecidas séries “Carretéis”, “Ciclistas” e “As Idiotas”, que marcaram sua trajetória. Grande parte de sua produção, estimada em mais de sete mil obras, compõe hoje o acervo da Fundação Iberê Camargo.

Valeska Soares na Pinacoteca

07/ago

A Pinacoteca de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, apresenta, até 22 de outubro, a exposição “Valeska Soares: Entrementes”. Com curadoria de Júlia Rebouças, a mostra ocupa o quarto andar e o espaço de entrada da Pina Estação e expõe uma seleção de 3o anos de produção da mineira, desde o final dos anos 1980, trazendo como temas principais o sujeito e o corpo, a memória e os afetos, e as relações entre espaço, tempo e linguagem.

 

Nascida em Belo Horizonte, em 1957, e radicada em Nova York desde o início da década de 1990, Soares tem a escultura como primeira linguagem e pertence a um grupo internacional de artistas que expandiu as possibilidades da instalação na arte, engajando subjetivamente o espectador. Suas obras, geralmente, recorrem a narrativas ficcionais da literatura para tecer experiências de intimidade e desejo que ultrapassam o campo individual e alcançam a sensibilidade coletiva.

 

Através de materiais evocativos, a artista explora a tensão criada pelas oposições. Suas esculturas e instalações frequentemente apresentam materiais reflexivos, como aço inoxidável e espelhos, em contraste com substâncias orgânicas e sensoriais, como flores, com intuito de ampliar a experiência do visitante no espaço. Neste sentido, Soares se utiliza de diversas técnicas sensoriais, incluindo o som para criar atmosferas e vivências que são tanto convidativas quanto perturbadoras.

 

Para a exposição na Pinacoteca, a curadora selecionou um conjunto de 40 obras provenientes do acervo do museu, de coleções particulares e da própria artista, sendo que algumas dessas últimas são inéditas no Brasil. São pinturas, colagens, objetos, instalações e esculturas que, como o título sugere, apresentam zonas intermediárias de contato: intersecções entre o indivíduo e a sociedade, entre o encoberto/misterioso e o explícito, passado e futuro, etc. “A mostra explora também obras que lançam mão da ideia de coletividade, seja pelo recurso da coleção, explorado em diversos trabalhos por Soares, seja pela constituição de uma experiência compartilhada, como em Epílogo (2016) ou Vagalume(2007)”, define a curadora.

 

“Valeska Soares: Entrementes” trata, de modo geral, de tudo daquilo que, mesmo sendo matéria de foro íntimo, pode ser vivido em comunhão. “Neste sentido, Detour(2002) – inspirado no conto As cidades e o desejo, do escritor italiano Ítalo Calvino – é um trabalho central, pois parte da ideia de um mesmo sonho que é sonhado e narrado por diferentes pessoas”, conta Rebouças. No conto, os sonhadores, na esperança de encontrar o objeto de seu desejo- — uma mulher que corre desnuda — acabam por criar uma cidade que replica os caminhos onde a perderam. A partir da história, Soares constrói um ambiente que, embora confinado, sugere infinitas saídas pelo resultado de espelhamentos.

 

A artista ainda incorpora qualidades arquitetônicas à sua prática, herança da formação acadêmica neste campo. Nesta perspectiva, ela agrega a ideia de ponto de fuga como eixo central e toma o espaço não apenas como ente físico e ilusório, mas um lugar que possibilita ao visitante perceber-se em relação a ele. “A artista não afasta seus trabalhos do público. As obras dão-se a ver, deixam pistas sobre o processo de sua elaboração, estão evidentes em sua constituição material, abrem-se para o jogo do engajamento sensível e da participação”, diz Rebouças.

 

“Parte da força de sua poética está naquilo que evapora, escorre, esmaece, murcha, silencia, rescinde, derrete, quebra”, complementa a curadora. A instalação “Untitled” (From Vanishing Points), de 1998, pertencente ao acervo da Pinacoteca, é um exemplo disso. Nesta, a artista reproduz um conjunto de vasos de plantas tal como estavam dispostos em seu jardim. Replicados em cera, porcelana e alumínio, marcam a ausência da vida como força orgânica, ao passo que são indícios de um outro tempo ou existência que escapa à tentativa de contenção. Replicam assim a estrutura da memória, uma vez que só é possível lembrar a partir do presente, e é da experiência do agora que se preenchem as lacunas do passado.

 

A mostra de Valeska Soares integra a série de retrospectivas de artistas que iniciaram suas carreiras a partir dos anos 1980, apresentadas sempre no 4º andar da Pina Estação.

 

 

Sobre a artista

 

Valeska Soares nasceu em Belo Horizonte/MG, em 1957, e vive e trabalha em Nova York/EUA. É bacharel em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, e pós-graduada em História da Arte e da Arquitetura pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), também no Rio de Janeiro. Após mudar-se para Nova York, em 1992, realizou MFA (Master of Fine Arts) no Pratt Institute, no Brooklyn e, em seguida, começou a frequentar a New York University, School of Education onde se candidata a Doctor of Arts. Sua primeira mostra individual em um museu aconteceu no Portland Institute for Contemporary Art, EUA, em 1998, e sua primeira retrospectiva foi apresentada no Museu de Arte da Pampulha/MG, em 2002. No ano seguinte, uma grande mostra dedicada à sua prática ocorreu no Bronx Museum for the Arts, Nova York/EUA. Soares produziu instalações site-specificpara diversos espaços, incluindo o inSite, em San Diego-Tijuana/EUA (2000); o Museo Tamayo, na Cidade do México (2003) e o Instituto Inhotim, em Brumadinho/MG (2008). Foi uma das indicadas, em 2001, ao Millenium Prize, oferecido pela National Gallery of Canada Foundation. Também participou de diversas bienais, incluindo a de São Paulo (1994, 1998 e 2009); de Veneza/Itália (2005); e a Sharjah Biennial, nos Emirados Árabes (2009).

 

 

Sobre a curadora

 
Júlia Rebouças nasceu em Aracaju/SE, em 1984, e vive entre Belo Horizonte e São Paulo. É curadora, pesquisadora e crítica de arte. Foi cocuradora da 32ª Bienal de São Paulo, Incerteza Viva(2016). De 2007 a 2015, trabalhou no departamento curatorial do Instituto Inhotim/MG. Colaborou com a Associação Cultural Videobrasil, integrando a comissão curadora dos 18º e 19º Festivais Internacionais de Arte Contemporânea SESC Videobrasil, em São Paulo. Foi curadora adjunta da 9ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (Se o clima for favorável), em 2013. Realizou diversos projetos curatoriais independentes, dentre os quais destacam-se a exposição MitoMotim, no Galpão VB, em São Paulo, de abril a julho de 2018, e Zona de Instabilidade, com obras da artista Lais Myrrha, na Caixa Cultural Sé, em São Paulo, em 2013, e na Caixa Cultural Brasília, em 2014. Integrou o corpo de jurados do concurso que selecionou o projeto arquitetônico e curatorial do Pavilhão do Brasil na Expo Milano 2015, realizado em janeiro de 2014, em Brasília. Desenvolve projetos editoriais e escreve textos para catálogos de exposições, livros de artista e colabora com revistas de arte. Graduou-se em Comunicação Social/ Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (2006). É mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Minas Gerais (2017).

 

 

 

Catálogo

 
“Valeska Soares: Entrementes”será complementada com um catálogo que reúne textos de Júlia Rebouças e das curadoras Maria do Carmo Pontes, Melissa Rocha e Isabella Rjeille. Também inclui imagens da exposição e de outras obras, além de uma adaptação da obra “Disclaimer”, especialmente para a publicação.

 

 

Múltiplos da artista

 

Valeska Soares participa do Projeto de Múltiplos, criado pela Pinacoteca, com o objetivo de angariar recursos para a instituição. Para este, a artista concebeu uma tiragem de 20 impressões de 5 gravuras, que misturam processos digitais e de serigrafia a partir de uma nova interpretação da obra Doubleface, de 2017, na qual ela se apropria de retratos pintados a óleo por outros artistas e intervém sobre eles. Para o Múltiplo desenvolvido especialmente para a Pinacoteca, o ponto de partida foram cinco retratos de mulheres pertencentes ao acervo do museu. Os trabalhos podem ser adquiridos de forma avulsa ou em conjunto. Doubleface – 5 trabalhos de 54,4cm x 42 cm
Ed. 20 + 2 P.A. (cada).

Lauren Shapiro em São Paulo

01/ago

A Galeria VilaNova, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, inaugura “Fragile Terrains”, da artista visual norte-americana Lauren Shapiro, sob curadoria de Sebastiano Varoli. Em parceria inédita com a Art Bastion Gallery, sediada em Miami, Flórida, USA, a individual apresenta quinze esculturas, uma instalação e uma projeção, as quais fazem referência à relação insustentável da sociedade com o ecossistema, revelando estruturas vivas encontradas pela artista na natureza – cuidadosamente coletadas por meio de moldes, em florestas e rios -, que emergem do solo e interagem com elementos arquitetônicos da paisagem urbana.

 

O trabalho de Lauren Shapiro busca inspiração nos fenômenos climáticos, nas conexões entre sistemas ecológicos e nas geometrias ocultas na natureza, além da influência humana nestes ambientes. Residente em Miami, é fascinada pela interconexão dos sistemas aquáticos do planeta e ciente de como o avanço do nível do mar em inúmeras regiões costeiras tem relação com o derretimento de geleiras, em razão do aquecimento global.

 

Em um site-specific, Lauren Shapiro visitou florestas e rios, de onde coletou formas – com uso de moldes de silicone – de objetos naturais. A partir desses protótipos, a artista cria as partes que compõem suas esculturas em argila, empilhando-as uma acima ou ao lado da outra, o que resulta em um trabalho frágil e de natureza transitória – sendo as eventuais alterações físicas de sua obra registradas em fotografia e vídeo. Sobre esta estrutura, ainda são inseridos origames em papel dobrado. Desta forma, suas peças fazem referência às questões de fragmentação florestal, erosão e da insustentabilidade na maneira como o homem se relaciona com o meio-ambiente.

 

 

De 07 de agosto a 08 de setembro.