Mostra de Gilberto Salvador

23/mai

Entre os dias 30 de maio e 14 de julho, a Emmathomas Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, abre suas portas para a primeira exposição individual de 2018: “Duas SpherogrÁfias”, de Gilberto Salvador, com curadoria de Ricardo Resende. A mostra reúne 17 obras elaboradas por meio de técnicas que refletem o pensamento poético do artista, reconhecido pela diversidade de suportes e dimensões em projetos bidimensionais e tridimensionais, que propõem ao público múltiplas interpretações.

 

Inspiradas nos poemas do grande poeta espanhol Federico Garcia Lorca, doze das obras que compõem a exposição são painéis com fragmentos retirados dos poemas do escritor. Com efeitos causados pelo lançamento de esferas cobertas por tinta preta, esse recorte inédito faz um mergulho entre duas linguagens artísticas: o corpo humano e a literatura.

 

 

“O artista de uma obra só.” 

 

São as palavras do próprio artista ao olhar para o que produziu ao longo de mais de 50 anos de carreira. “Criou sem amarras, exercendo coerentemente a liberdade de sonhar, pensar e visualizar movimento, cores e formas. O seu imaginário plástico é inspirado na natureza, nas formas orgânicas que compõem o mundo. O seu processo criativo não muda. Não importa se é na pintura, se é na escultura, se é na gravura. Em todas as linguagens, se dá da mesma maneira. Nem escultor nem pintor. O híbrido é o artista”, conta o curador Ricardo Resende.

 

Nesses mais de 50 anos de trajetória, Gilberto Salvador sempre trabalhou com formas esféricas. Ora apresentadas de forma mística, também revelam certo simbolismo e aspectos lúdicos – temas abordados frequentemente nas obras do artista, que nessa produção utilizou bolas de tênis como instrumento de pintura.

 

Com extenso repertório tridimensional, principalmente no que diz respeitos às obras em espaços públicos, Gilberto Salvador insere uma grande esfera vermelha no centro da galeria. De forma invasora e incômoda, a escultura permite a interação do público – que irá cercá-la para contemplar os seus três metros de diâmetro.

 

Segundo o artista, em “Duas SpherogrÁfias”, a esfera transmite uma visão romântica. “Dividi a exposição por segmentos: no recorte inédito e bidimensional, a esfera é utilizada de forma quase que instrumental; no segundo, o uso da esfera se dá como agente interativo e questionador ao público, representando seu significado da forma mais evidente. Por fim, objetos que rodam na parede mudam as esferas de posição e provocam sons. Essa movimentação cria atividade e passividade, ou seja, a androginia da esfera”, explica.

Jac Leirner, “Adição”

A Fortes D’Aloia & Gabriel, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Adição”, nova exposição de Jac Leirner. A mostra inclui esculturas com embalagens de sedas, uma instalação com pontas de cigarros de maconha e sequências fotográficas montadas sobre madeira. Compulsão e consumo, acúmulo e reorganização são questões recorrentes na obra de Jac Leirner. Ela utiliza materiais próximos do seu cotidiano, em sua maioria descartáveis ou sem valor. Assim, se no passado a artista usou cigarros, cartões de visita, sacolas de museus, talheres e cobertores de aviões, aqui ela emprega a imagem e os materiais associados ao consumo de cocaína e maconha. Nas imagens, pequenas pedras de cocaína são rodeadas por objetos pessoais como moedas, pinças e souvenirs.

 

Jac fez as fotos em 2010 e as editou seis anos depois, formando narrativas cinemáticas que se encerram em capítulos independentes. As pequenas esculturas retratadas transfiguram-se em cone, cabeça, roda, esfera e coração até desaparecerem. A disposição horizontal dos trabalhos, sobrepostos em cinco linhas ao longo da galeria, enfatiza essa vocação literária, ao mesmo tempo em que evidencia aspectos formais de cor e composição. Alguns objetos usados nas fotos retomam materiais previamente usados pela artista, ao passo que outros revelam um aspecto de intimidade absoluta, num grau máximo de justaposição entre vida e obra. “About Men and Animals”, por exemplo, cria uma história com objetos em miniatura, enquanto “Macbeth” faz referência direta à literatura. “Oh Yes Yes”, e “Round Ones” reúnem as imagens com moedas e cédulas de dinheiro. “Landscape”  por sua vez, forma uma cena quase abstrata. As esculturas intercalam-se às sequências fotográficas e, de maneira análoga, lidam com a matéria residual do fumo. “Freezing Flame”, “Sugar Baby”, “Statement”, entre outros, são criadas com embalagens de sedas para cigarro montadas sobre madeira.

 

Essas obras ganham corpo a partir do formato irregular das embalagens quando desmontadas e se organizam em composições cromáticas. A artista insere ainda níveis de precisão nos suportes, revelando o sentido de equilibro tão essencial a esses trabalhos. As noções de consumo e acúmulo dos materiais ganham contornos arquitetônicos na obra “High and Low”. Ocupando o segunda andar da galeria, cabos de aço dão estrutura a pontas de cigarros de maconha. A escultura se define por linhas que tensionam o espaço, alcançando o grau mínimo da matéria, sintetizada em seu menor elemento.

 

Na ocasião da abertura, a publicação “Three White Nights” será lançada no Brasil. O livro de artista, realizado em parceria com a designer holandesa Irma Boom, reúne todas as imagens da série fotográfica que integram a exposição.

 

 

Sobre a artista

 

Jac Leirner nasceu em São Paulo em 1961, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais recentes em instituições, destacam-se: Institutional Ghost , IMMA (Dublin, 2017); Add it up , The Fruitmarket Gallery (Edimburgo, 2017); Borders are drawn by hand , MoCA Shanghai (Xanghai, 2016); Funciones de una variable , Museo Tamayo (Cidade do México, 2014); Pesos y Medidas , CAAM (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, 2014), Hardware Seda – Hardware Silk , Yale School of Art (New Haven, 2012); Jac Leirner , Estação Pinacoteca (São Paulo, 2011). Seu extenso 

 

currículo de exposições inclui ainda participações em: Bienal de Sharjah (2015), Bienal de Istambul (2011), Bienal de Veneza (1997 e 1990), Documenta de Kassel (1992), Bienal de São Paulo (1989 e 1983). Sua obra está presente em diversas coleções importantes ao redor do mundo, como: Tate Modern (Londres), MoMA (Nova York), Guggenheim (Nova York), MOCA (Los Angeles), Carnegie Museum of Art (Pittsburgh, EUA), MAM (São Paulo), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo), Museo Reina Sofía (Madri), entre outras. 

 

 

 

De 26 de maio a 28 de julho.

 

Visita guiada no Paço Imperial

17/mai

Neste sábado, dia 19 de maio, às 15h, a artista plástica Suzana Queiroga e o curador Raphael Fonseca farão uma visita-guiada pela exposição “Miradouro”, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, com entrada franca. A mostra, que pode ser vista até o dia 27 de maio, traz obras recentes e inéditas da artista, dentre pinturas, esculturas, instalações e vídeos, que mostram a pesquisa sobre o tempo, a paisagem e a cartografia.

Obra inédita de Angelo Venosa 

Novos horizontes de investigação e pesquisas estéticas do escultor Angelo Venosa serão exibidos ao público pela primeira vez, a partir de 23 de maio no Museu Vale, Antiga Estação Pedro Nolasco, Argolas, Vila Velha, ES. Na exposição (e lançamento do catálogo), que comemora os 20 anos da instituição, o artista apresentará esculturas incorporadas às próprias sombras, conferindo um instigante universo poético ao espaço. Seis das esculturas foram criadas especialmente para a mostra. Madeira, alumínio, acrílico, parafina, vidro, aço, ossos são alguns dos materiais que compõem as esculturas de Venosa e a singularidade de seu fazer artístico, desenvolvido a partir de sua experiência vinda de trabalhos artesanais (herdou do pai o conhecimento do trato com o design e a madeira). De natureza expansiva, desenvolveu atalhos históricos e tornou-se um dos maiores expoentes do cenário cultural contemporâneo. Sintonizado com novas tecnologias, passou a trabalhar também com impressões em 3D, trazendo para suas esculturas infinitas possibilidades combinatórias.

 

Inquietas e interrogativas, as obras de Angelo Venosa problematizam a visão do espectador – diz Vanda Klabin, ao revelar que o artista irá explorar no Museu Vale a equivalência entre as áreas cheias e vazias, através da projeção de sombras nas superfícies arquitetônicas da instituição. “- Na medida em que esses trabalhos são desenvolvidos, as formas emergem e adquirem uma plasticidade inesperada. Toda uma noção de movimento se faz presente nessas sombras movediças, onde brotam as formas mais variadas e ambíguas e essas zonas de indeterminação adquirem uma presença plástica que se constrói e se experimenta no próprio espaço – conclui a curadora.

 

A mostra de Angelo Venosa nas comemorações dos 20 anos do Museu Vale reitera o compromisso da instituição de promover a arte e a cultura como fenômeno de transformação e de formação dos jovens, diz Ronaldo Barbosa, diretor do Museu: “…Venosa é um artista que caminha em paralelo com o seu tempo, sempre dedicado ao experimento de novos materiais, tecnologias e seus desdobramentos no seu processo criativo. No Museu Vale, o escultor irá surpreender ao exibir uma nova possibilidade de se perceber os seus trabalhos”.

 

Após o período de exposição no Museu Vale, “Penumbra” segue para o Memorial Minas Gerais Vale, em Belo Horizonte, como parte do Programa de Itinerância Cultural. O programa prevê a troca de conteúdo artístico e cultural entre os quatro espaços culturais patrocinados pela Vale, localizados em quatro das cinco regiões brasileiras, além de ações de valorização da identidade cultural em munícipios pelo interior do país.

 

 

Sobre o artista

 

Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana / Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.

 

 

Sobre o Museu Vale

 

Desde a sua inauguração, em outubro de 1998, o Museu Vale se tornou um dos principais polos de arte contemporânea e de formação cultural do Estado do Espírito Santo e do país. Instalado na Antiga Estação Ferroviária Pedro Nolasco, às margens da baía de Vitória, em uma área tipicamente industrial e portuária no município de Vila Velha, o Museu Vale preserva também a memória da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Ao longo de 20 anos sediou 46 exposições de arte contemporânea de 194 artistas. Em 2005, criou o Programa Aprendiz, que beneficia jovens das comunidades carentes do seu entorno, capacitando-os em funções relacionadas a montagem de exposições, bem como aproveitando sua mão de obra durante a montagem das mostras que realiza anualmente. Até o momento 120 jovens foram beneficiados através desse projeto.

 

 

De 24 de maio a 09 de setembro.

Desver a Arte

14/mai

A palavra de ordem é diversificar. É com este espírito que a Emmathomas Galeria, Jardins, São Paulo, SP, exibe “Desver a Arte”.  Sob a gestão do artista, colecionador e empresário Marcos Amaro e direção artística do curador Ricardo Resende, a galeria voltou ao mercado de arte com uma proposta mais ousada e inovadora, rompendo amarras e apresentando ao público um corpo de artistas diverso.

 

A exposição “Desver a Arte” marca essa reabertura da Emma, com os 16 artistas representados: ao lado do já consolidado pintor e escultor Gilberto Salvador, por exemplo, Mundano, um dos grafiteiros mais atuantes da cidade de São Paulo. Às delicadas esculturas e cerâmicas da japonesa Kimi Nii, somam-se os objetos imbuídos de narrativa surrealista do paulistano Hugo Curti. Os ambientes e as pinturas realistas em três dimensões de Alan Fontes, contrapõe-se às telas de atmosfera fantástica de Sani Guerra.

 

“De gerações diferentes, de diversas linhagens, vertentes e suportes, são artistas com interesses também incomuns. A galeria ousa mostrar essas diferenças experimentais plásticas e poéticas de cada um dessa família artística, características que se faz visível na diversidade do que é visto na arte contemporânea”, afirma o curador Ricardo Resende.

 

Além dos artistas já citados, comparecem Alex Flemming, Armando Prado, Carl Emanuel Wolff, Carlos Mélo, Francisco Klinger Carvalho, Isabelle Borges, Jens Hausmann, Katia Salvany, Marcia Grostein e Paula Klien.

 

 

Última semana, até 19 de maio.

Analívia Cordeiro no MAM-Rio

11/mai

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura no próximo dia 26 de maio, a exposição “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale. Analívia Cordeiro apresenta, pela primeira vez no Rio de Janeiro, esculturas, desenhos e vídeos baseados nos estudos de movimento que desenvolve há mais de quatro décadas. A exposição explora três chutes inesquecíveis – a bicicleta e o voleio feitos por Pelé, em 1968; e o golpe yokogueri kekome executado por Bruce Lee, nos anos 1960 -, além de uma experiência ao vivo de seu sistema de captura de movimento com o público. Esses movimentos históricos foram decodificados em uma escrita, como uma partitura musical, desenvolvida a partir do software Nota-Anna, criado em 1982 pela artista e por Nilton Lobo.

 

“Nota-Anna é resultado de décadas de pesquisa na área de coreografia e pedagogia para adultos e crianças, acrescido de estudos teóricos na área de artes visuais, videoarte, anatomia, fisiologia, neurologia, análise do movimento”, explica Analívia Cordeiro. 

 

As esculturas de Analívia Cordeiro são feitas em vários materiais, como resina transparente, poliamida nas cores branco, preto, vermelho, amarelo e azul, acrílico preto e branco, e latão e ouro. Serão mostrados ainda um conjunto de desenhos e os vídeos “Ar” (1985, 5′ 49′), “Micron virtudes” (1992, 8′ 54”) e “Trajetórias” (1985, 2′ 24′) e “M3x3” (1973, 9’26’), considerada a primeira obra de videoarte brasileira.

 

Analívia Cordeiro observa que até hoje “…inexiste para a arte do movimento um sistema de registro que capte sua riqueza e transmita sua textura e poesia, enquanto que para a arte do som existe uma memória musical secular preservada através de notações eficientes, que vão desde a partitura tradicional até sistemas sofisticados de gravação que possibilitam a comunicação em inúmeras esferas humanas”. “O significado desta busca é visualizar as sutilezas e detalhes das ações humanas que revelam beleza e intenções nada óbvias. A proposta de uma notação de movimento é assim bastante ambiciosa”.

 

 

Campo experimental

 

Fernando Cocchiarale destaca que o trabalho de Analívia Cordeiro “combina princípios da espacialidade planar concretista (apreendida por meio da convivência cotidiana com seu pai,       Waldemar Cordeiro (1925-1973), um dos pioneiros da arte concreta nos anos 1950) com a sistematização da teoria de Laban (aprendida com Maria Duschenes)”, estudos da obra dos artistas Moholy-Nagi e Oskar Schlemmer da Bauhaus e estudos com Merce Cunningham em Nova York. Ele observa que antes havia uma “divisão da produção artística em artes do espaço (pintura, escultura, desenho e arquitetura) e artes do tempo (música, teatro e dança)”. Esta divisão “considerava a oposição entre a efemeridade destas últimas e a permanência objetual das artes plásticas”. Os trabalhos de Analívia Cordeiro estão dentro da pesquisa que busca “romper com a sequência dos atos de uma peça teatral, com a sucessão temporal de sons da música ou com movimentos corporais”. Para o curador, seus trabalhos têm um “sentido que ultrapassa a contemplação das qualidades formais quase abstratas das obras, para alcançar um campo experimental resultante da objetivação de fluxos do movimento em esculturas e desenhos inesquecíveis”.

 

 

Sobre a artista

 

Bailarina, coreógrafa, videomaker, arquiteta e pesquisadora corporal. Formada no método Laban por Maria Duschenes (Brasil), em dança moderna americana pelos estúdios de Alvin Nikolais e Merce Cunningham (Nova York) e em Eutonia (Brasil). Cursou a faculdade arquitetura na FAU-USP, mestrado em multimeios na UNICAMP, doutorado em comunicação e semiótica na PUC-SP e pós-doutorado na UFRJ, “The Bat-Sheva Seminar on Interaction of Art and Science”, Jerusalém, 1973 ; “LatinAmerica 74″ no “Institute of Contemporary Arts”, London, 1974; “LatinAmerican Films and Video Tapes” no “Media Study of State University of New York” (1974); “Arte de Sistemas in LatinAmerica” no “International Cultureel Centrum”, Antuerpia, 1974; “Latin America 74″ no “Espace Cardin”, Paris e na “Galleria Civica D’Arte Moderna”, Ferrara, 1975; “International Conference Computer & Humanities/2″ na “University of Southern California, 1976; “WGBH – TV Public Channel”, 1976; “20th American Dance Guild Conference”, 1976; “Art of Space Era” no “Von Braun Civic Center of Huntsville Museum of Art”, 1978; “Brasil Séc.XX” na ”Bienal de São Paulo”, 1984; “Arte e Tecnologia” no “Instituto Cultural Itaú”, 1996; “27th Annual Dance on Camera Festival”, New York, 1998; “Il Coreografo Elettronico”, Itália, 1999; “Seminário Internacional Invenção”, 1999; “Sawyers Seminar” na “University of Chicago”, 1999; “L’Ombra dei Maestri – Rudolf Laban: gli spazi della danza” na “Università degli Studi di Bologna”, 1999; “2001JavaOne” no “Moscone Center”, San Francisco; “Art<e>Tecnologia” na TV Cultura, 2002; “2003JavaOne”, San Francisco; “Made in Brazil”, 2003/5; “Subversão dos Meios”, 2003; Dança em Pauta, 2005; “Cinético-Digital”, 2005; 2005NokiaTrends; Dança em Foco, 2006: MobilFest, 2007 Panorama da Video-Criação, 2007, Mostravídeo Subjetividades, 2007; “SIGGRAPH“, 2008; Bienal Mercosul, 2009; ‘liberdade… ‘, casa, Rio de Janeiro; Zonas de Contato, Paço das Artes, “Manuara” no MuBE, São Paulo, Brasil; feira de arte ARCO Madrid onde recebeu o prêmio BEEP de Arte Eletrônica, 2015; “Expanded Senses“, B3, Frankfurt, 2015; “Moving Images Contours“, Tabakalera, San Sebastian, Espanha, 2015; “The End of The World“, Centro Pecci, Itália, 2016, Radical Women, Hammer Museum (Los Angeles, 2017) e Brooklyn Museum (Nova York, 2018), Los Algoritmos Suaves, Valencia, Espanha, 2018. Organizou o livro Waldemar Cordeiro: “Fantasia exata” (2014), Itaú cultural, de cuja coleção é curadora. Trabalhou como professora de dança moderna, do Método Laban e de Eutonia em escolas infantis, academias de dança e faculdades de psicologia (USP) e moda (Santa Marcelina). Seus trabalhos fazem parte do acervo de museus como Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil; Museu de Arte Concreta, Ingolstadt, Alemanha; Museo Reina Sofia, Madri, Espanha; acervo do Prêmio BEEP de Arte Electronica, Madri, Espanha; acervo do artista Oskar Schlemmer, Alemanha/Suíça.

 

 

Até 22 de julho.

Presença Afro Brasil

09/mai

Mostra homenageia artistas e personalidades negras dos séculos XIX e XX, além da arte afro-atlântica de Cuba e do Haiti. No dia 12 de maio, sábado, Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo em parceria com a Associação Museu Afro Brasil – organização social de cultura, inaugura a exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”. A mostra, com curadoria de Emanoel Araújo, destaca a definitiva presença negra na arte, história e memória brasileiras.

 

Nos 130 anos da abolição da escravidão (1888), o Museu Afro Brasil ressalta a competência, o talento e a resistência negra nos campos da arquitetura, artes plásticas, escultura, ourivesaria, literatura, música, dança, teatro, idioma e costumes. A mostra destaca a produção dos séculos XIX e XX, por meio de pinturas, fotografias, litografias, esculturas e desenhos que evidenciam e valorizam a fundamental contribuição africana e afro-brasileira na construção do país..

 

“Isso é Coisa de Preto é um jargão, um termo preconceituoso e racista nacional, muito usado para descriminar a condição de ser afro-brasileiro. Ressignificar tal terminologia, com o objetivo de ressaltar que ‘coisa de preto’ é ter excelência nas artes, ciências, esportes, medicina e em outros campos relevantes da sociedade, é um dos objetivos da exposição”, salienta Emanoel Araújo.

 

Mulheres e homens negros que marcaram época na recente história brasileira em suas respectivas áreas, tais como o médico Juliano Moreira, o poeta Luiz Gama, o escritor Manuel Querino, a cantora Elza Soares, o editor Francisco Paula Brito, os músicos Dorival Caymmi, João do Vale, Cartola, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Jamelão, Pixinguinha, Paulinho da Viola e Itamar Assumpção, a bailarina Mercedes Baptista, o abolicionista José do Patrocínio, a atriz Ruth de Souza, o jogador Pelé, Madame Satã, entre outros, estão entre as personalidades negras representadas na mostra.

 

Nomes como o dos irmãos Arthur Timótheo e João Timótheo, Heitor dos Prazeres, Solano Trindade, Yedamaria, Mestre Valentim, Nelson Sargento, Eustáquio Neves, Walter Firmo, Rubem Valentim, Estevão Silva, José Teóphilo de Jesus, Benedito José Tobias, Mureen Basiliat, Rafael Pinto Bandeira, Washington Silveira, Otávio Araujo, Waldomiro de Deus, Antonio Firmino Monteiro, Pierre Verger, Carybé, João Alves, Maria Lídia Magliani, Caetano Dias, Belmiro de Almeida, Mestre Benon e João da Baiana são alguns dos artistas com trabalhos na expostos na mostra.

 

“Se por um lado a data marca os 130 anos da extinção do trabalho escravo no Brasil, por outro ainda somamos 400 anos de preconceitos, racismo e indiferença das elites oligárquicas desse país com relação aos negros e negras. São 400 anos de ausência de políticas públicas capazes, ao menos, de sanar esses absurdos que não só envolvem a questão de cor e de raça, mas também a pobreza que atinge as comunidades onde a maioria negra é constantemente objeto do maltrato, do isolamento e da violência noticiada todos os dias pela imprensa, como se normal fosse o mal que atinge em pleno século XXI essa camada da população excluída da educação, da saúde, da moradia e dos direitos e privilégios das outras classes sociais”, afirma o curador sobre os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil.

 

 

 

Arte Afro-Atlântica de Cuba e Haiti

 

A exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”, revê ainda a produção artística de dois países com predominante população negra: Cuba e Haiti. Obras provenientes do sincretismo religioso e da união entre os cultos do vodum e da igreja católica, presentes no cotidiano de inúmeras famílias destas duas nações abastecidas por corpos negros durante o período do tráfico negreiro também integram a exposição.

 

Esculturas e pinturas que remetem à prática religiosa nos templos afro-cubanos e revelam a sintonia deste povo com a ancestralidade africana, em especial seus escultores que entenderam intimamente como interpretar este sincretismo, integram a o núcleo dedicado a república socialista de Cuba.

 

A exposição mostra também a vitalidade criativa do povo haitiano, através das linguagens que a obra de arte pode oferecer: das esculturas em ferro recortadas com seres míticos, das assemblagens evocando associações secretas e das bandeiras bordadas com miçangas, com símbolos do sincretismo religioso. Todo esse cabedal exposto nesta exposição revela um povo voltado para manifestações artísticas profundas, unido pela fé e pelo desejo espiritual das permanências ancestrais.

 

 

Vernissage com música africana ao vivo

 

O grupo Os Escolhidos, criado em 2014, no Brasil, e formado por imigrantes e refugiados da República Democrática do Congo, se apresentará durante abertura da exposição “Isso É Coisa de Preto – 130 Anos da Abolição da Escravidão”. Na ocasião, o grupo entoará diferentes gêneros musicais como rumba congolesa, acapela, zouk, world music, além de estilos próprios da região do Congo cantados em diferentes idiomas como lingala, kikongo e swahili.

 

Até 29 de julho.

Registro

Membro atuante do mercado de arte nacional e misto de artista plástico (escultor) e leiloeiro, Evandro Carneiro inaugurou dia 17 de abril galeria própria no Gávea Trade Center, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. A Galeria Evandro Carneiro trabalha, dentre outros, com obras dos artistas Victor Arruda, Siron Franco, Grauben, Cosme Martins, Maurino e Rubens Gerchman.

Brecheret na Pinakotheke Rio

07/mai

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, inaugura no próximo dia 17 de maio, às 10h, a exposição “Victor Brecheret (1894 – 1955)”, antecipando as comemorações de centenário da Semana de Arte Moderna, e homenageia uma das figuras centrais daquele evento: o escultor Victor Brecheret.  Além de importantes obras de sua trajetória, a exposição reunirá raras obras que participaram da mostra histórica de 1922, não somente de Brecheret, mas também de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Helios Seelinger e Zina Aita.

 

 

Até 14 de julho.

Sete anos de galeria

27/abr

A galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, completou sete anos. Para comemorar, apresenta uma exposição com obras de seu acervo ocupando os três andares da galeria. A mostra exibe pinturas, esculturas, desenhos e serigrafias dos artistas Afonso Tostes, Alexandre Mazza, Ana Linnemann, Bruno Miguel, Daniel Lannes, Eduardo Kac, Eliane Prolik, Fernando Lindote, Gê Orthof, Gisele Camargo, Igor Vidor, Ivan Grilo, João Louro, Lucas Simões, Luiz Hermano, Marcelo Solá, Nazareno, Pedro Varela e Ricardo Villa.

 

Dentre os trabalhos em exposição, a obra “Brasileiro #1”, de 2017, do artista paulistano Ricardo Villa, que mistura – em uma trama -, as bandeiras do Brasil e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. O artista multimídia procura demonstrar em seus trabalhos como ideologias dominantes determinam nossa compreensão histórica do conhecimento e do mundo como natureza.

 

Outra obra em exposição, “Tênis Clube 6”, de 2017, traz a assinatura do artista paulistano radicado no Rio de Janeiro Igor Vidor. O trabalho é composto por 42 bolas de tênis usadas por três jovens – Maylon, Lucas e Raphael – que trabalham aos sábados, fazendo malabares em sinais de transito, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Igor Vidor passou a trocar as bolas usadas pelos garotos por novas. Após a troca, o acordo determina que no ato da venda do objeto, seja qual for sua configuração formal, o valor da venda seja igualmente dividido em três partes. Uma parte para a galeria, outra para o artista, e outra para o garoto. “Vejo o trabalho como um método involuntário de pintura que produz mínimas esculturas sociais. Há uma pregnância da economia marginal, do trabalho infantil, da pulsão de vida, da destreza individual versus a imobilidade social inserida no pós-colonial sob a forma de pós-escravismo. Essas bolas em movimentos são “sólidos piramidais”, pois são um sintoma da estrutura social rígida imóvel. A adição da palavra escrita parte do meu convívio com os garotos, insere uma camada de subjetividade, de individualidade, são códigos nativos, gíria-linguagem, que se projeta como voz diante da comum invisibilidade.”

 

Alexandre Mazza apresenta o trabalho “Na escuridão, a luz”, em que faz uma analogia entre o simbolismo da coruja – que para muitos povos simboliza mistério, inteligência, sabedoria, conhecimento e reflexão – e o artista, que pode cair em uma escuridão e vazio após todo o processo vivido para produção de uma exposição.

 

Lucas Simões exibe esculturas da série “White Lies”, em forma de coluna, feitas de concreto e pilhas de papel. As peças, organizadas em forma de grade, como se fossem pilares para um edifício imaginário em processo de construção ou demolição. O papel e o concreto parecem uma cascata em direção ao solo ou subindo para o céu num padrão regular, congelando o momento antes de cada pilar derrubar. Os elementos severos de concreto são inspirados pelo movimento pós-moderno, o Brutalismo, a arquitetura e contrastam bruscamente com o papel fino que os suporta.

 

A série “Space Poetry (Poesia Espacial), de Eduardo Kac, é uma edição em bordado inspirada na obra em papel “Telescópio Interior”, concebida especificamente para ser realizada no espaço, em gravidade zero. Os bordados “Space Poetry” foram emoldurados procurando transmitir a ideia de flutuação da obra original.

 

Já Fernando Lindote, comparece com a pintura “O Sismógrafo de Aby”, que apresenta a floresta polissêmica a partir da concepção não linear de Aby Warburg. A referência a Warburg se dá em vários níveis, desde a referência ao fígado de Piacenza quanto à efígie de Nietzsche ou a própria figura de Warburg. A escultura de Maria Martins aparece no mesmo sentido de permanência/imanência das imagens. A noção de pensador como sismógrafo aqui pode ser estendida as possibilidades do pintor e seu empenho/desejo de entender de modo mais intenso.

 

A obra “Máquinas mínimas”, de Gê Orthof também integram a mostra. A partir da admiração, de longa data, pelos poetas Francis Ponge e Murilo Mendes que nos apontam, em seus devaneios, para a potência imensurável das mínimas ações; máquinas mínimas criam diminutos arquipélagos de viagens que contrapõem culturas distintas geometrias improváveis e a potência de tesouros dos despossuídos. As assemblages, criadas a partir de postais descartados, nos provocam em reavaliar o sentido das viagens, seus registros e os instrumentos que parecem aferir nossas distraídas vulnerabilidades em tempos de complexas acelerações.

 

Fundada em 2011, o principal objetivo da Luciana Caravello Arte Contemporânea é reunir artistas com trajetórias, conceitos e poéticas variadas, refletindo assim o poder da diversidade na arte contemporânea. Evidenciando tanto artistas emergentes quanto estabelecidos desde seu período como marchand, Luciana Caravello procura agregar experimentações e técnicas em suportes diversos, sempre em busca do talento, sem discriminações de idade, nacionalidade ou gênero.

 

 

 

Até 26 de maio.