Final de exposição no Instituto Tomie Ohtake.

21/jan

De quantas formas uma exposição se desdobra além de sua presença física e de sua duração? Essas e outras questões serão discutidas no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, na conversa Escritura-desenho: diálogos com Mira Schendel, que marca o encerramento da exposição Mira Schendel – esperar que a letra se forme.

Os curadores Galciani Neves e Paulo Miyada, juntos à curadora e escritora Carina Bukuts*, conversam sobre as relações de cada pessoa com as obras apresentadas e como estas podem ser rememoradas sensível e intelectualmente. A atividade será realizada no hall do Instituto Tomie Ohtake e contará com *tradução simultânea.

Sábado, dia 01 de fevereiro, ás 11hs, atividade gratuita.

Influências de produções intelectuais e artísticas.

Vozes Negras: legados intelectuais e artísticos para a formação do Brasil, curso oficiado por José Rivair Macedo no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS.

Em que medida as criações literárias, artísticas e teóricas de personalidades negras oferecem novas contribuições para o entendimento da sociedade brasileira? Em três encontros, o curso se propõe a explorar, de maneira panorâmica, as trajetórias e as influências das produções intelectuais e artísticas de autores negros no Brasil a partir da metade do século XIX. O objetivo é descrever, examinar, interpretar e cotejar o rico e diversificado conjunto de obras escritas, visuais e sonoras, identificando seus temas recorrentes, conceitos estruturantes e a circulação de suas ideias em diferentes contextos históricos e sociais da história brasileira

Sobre o ministrante.

José Rivair Macedo é Doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH-USP; professor de História da África no curso de História e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; coordenador da Rede Multidisciplinar de Estudos Africanos do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados – ILEA; coordenador do Grupo Èkè Edé Yorubá: Estudos de História e Cultura Yorùbá na África, vinculado ao de Estudos Africanos, Afro-brasileiros e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – NEABI-UFRGS.

Artistas brasileiros no Pérez Art Museum Miami.

15/jan

One Becomes Many

(Um se torna muitos)

One Becomes Many, em exposição até 16 de abril no Pérez Art Museum Miami, FL, explora os legados duradouros que transcendem gerações nas obras de dez artistas negros brasileiros. Através de motivos tradicionais, abstrações geométricas e uma profunda reverência pela cultura brasileira, esses artistas oferecem vislumbres de um mundo onde a resiliência não é apenas uma característica, mas uma herança sagrada.

No centro da exposição está o Candomblé, a religião afro-brasileira que se baseia nas tradições dos grupos étnicos da África Ocidental, como os iorubás, os fon e os bantos, bem como alguns aspectos do catolicismo romano. Inspirados em práticas rituais, estes artistas prestam homenagem a divindades e espíritos ancestrais, exalando potência e sabedoria divinas nas suas obras. As imagens simbólicas reinventadas do Candomblé servem como um testemunho visual da força de um povo que resistiu, persistiu e prosperou.

Os temas da Diáspora também ressoam profundamente nesta coleção de obras, refletindo as experiências partilhadas dos artistas de deslocamento, sobrevivência e continuidade cultural. Através de narrativas sobre identidade e pertencimento, os artistas justapõem complexidades da história com realidades contemporâneas de comunidades afro-brasileiras. “One Becomes Many” convida os espectadores a uma viagem em que o passado se entrelaça com o presente e os ecos da sabedoria ancestral nos guiam em direção a um futuro iluminado pelo que ainda perdura.

Os artistas apresentados são Emanoel Araújo, Mestre Didi, Sonia Gomes, Gustavo Nazareno, Paulo Nazareth, Antonio Obá, Rosana Paulino, Hariel Revignet, Tadáskía e Nádia Taquary.

Organização e Suporte

“One Becomes Many” foi organizada por Jennifer Inacio, curadora associada da PAMM.

Horizonte Cerrado.

14/jan

Exposição no Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta um panorama da poética do Cerrado, a partir da coleção de Sergio Carvalho, ao mesmo tempo em que estabelece conversas-embates entre obras que configurem este universo que o centro excêntrico (em relação ao mapa cultural brasileiro) produz como discurso visual e estético. Com curadoria de Marília Panitz, a mostra reúne cerca de 140 obras de mais de 40 artistas, será inaugurada no dia 25 de janeiro.

O Bioma Cerrado é o segundo maior da América do Sul. As modernas capitais dos estados abarcados pelo bioma vão tendo que se haver com a potência da ancestralidade em seus entornos. Cada vez mais, os habitantes desses centros, e em especial aqueles cujo matéria prima do trabalho é a poética, lançam mão da natureza e da cultura ao redor, um redescobrimento que deixa sua marca na produção artística e na ação política de declarar suas especificidades em relação a outras regiões. E suas semelhanças. A proposta desta mostra é estudar, dentro da Coleção Sérgio Carvalho, os indícios de tal hipótese. Sérgio Carvalho é um colecionador de arte contemporânea brasileira, com um acervo que contempla todas as regiões do Brasil. Mas, talvez por viver em Brasília, tenha um documento dos mais interessantes da produção artística – do final do século passado e das duas primeiras décadas deste em que vivemos -, no centro do país. Com obras que abrangem as últimas décadas do século XX e as duas primeiras deste século, Horizonte Cerrado reflete a potência artística de uma região que, embora geograficamente central, é culturalmente excêntrica. Ao reunir produções dos estados do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal) e regiões limítrofes de Minas Gerais e Bahia, é possível traçar um mapeamento cultural que transcende fronteiras geopolíticas. O Cerrado, enquanto espaço físico e simbólico, influencia não apenas os que nasceram ali, mas também aqueles que, por escolha ou destino, passaram a habitá-lo, reinterpretando sua força e beleza em diversas linguagens artísticas.

Artistas participantes.

Dirceu Maués, Fernanda Azou, Gisele Camargo, Irmãos Guimarães, Ismael Monticelli, Marcos Siqueira, Pedro Gandra, Athos Bulcão, Elder Rocha, Evandro Prado, Helô Sanvoy, Luiz Mauro, Miguel Ferreira, Raquel Nava, Rava, Virgílio Neto, Adriana Vignoli, Alice Lara, David Almeida, Florival Oliveira, Isadora Almeida, João Angelini, Karina Dias, Luciana Paiva, Ludmilla Alves, Marcelo Solá, Matias Mesquita, Pedro David, Pedro Ivo Verçosa, Wagner Barja, Andrea Campos de Sá, Walter Menon, Antônio Obá, Coletivo Três Pe, Derik Sorato, Léo Tavares, Valéria Pena Costa, Bento Ben Leite, Camila Soato, Fabio Baroli, Pamella Anderson.

O colecionador.

Residente em Brasília, Sérgio Carvalho, advogado, 64 anos, começou sua coleção de artecontemporânea em 2003, quando conheceu Nazareno, José Rufino, Eduardo Frota e  Valéria Pena-Costa, que o apresentaram a outros artistas. Encantado com o universo poético de cada um deles, Carvalho resolveu vender as gravuras de Oswaldo Goeldi que possuía para comprar fotografias de Lucia Koch. Hoje – 22 anos após iniciar sua coleção – Sérgio Carvalho reúne obras de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, entre os quais Regina Silveira, Nelson Leirner, Iran do Espírito Santo, Efrain Almeida, Sandra Cinto, Emmanuel Nassar, Hildebrando de Castro, Rubens Mano, Berna Reale, Ana Elisa Egreja, Jonathas de Andrade, Flavio Cerqueira, Sofia Borges, Camila Soato e Rodrigo Braga, Zé Crente, Cícero e Mestre Paquinha.

Galatea em Salvador.

13/jan

Galatea e Fortes D’Aloia & Gabriel têm a alegria de colaborar na realização da mostra Corpos terrestres, corpos celestes, que inaugura o programa expositivo de 2025 da Galatea em Salvador.

Com curadoria de Tomás Toledo, a coletiva propõe uma interlocução entre Miguel dos Santos (1944, Caruaru), representado pela Galatea, e as artistas Erika Verzutti (1971, São Paulo), Gokula Stoffel (1988, Porto Alegre) e Pélagie Gbaguidi (1965, Dakar), representadas pela Fortes D’Aloia & Gabriel. A abertura ocorre no dia 30 de janeiro e se alinha ao calendário festivo da cidade, que celebra Iemanjá no dia 02 de fevereiro.

Ao colocar Miguel dos Santos em diálogo com Verzutti, Stoffel e Gbaguidi, três artistas mulheres de repertórios distintos, a curadoria joga luz sobre a obra do artista de Caruaru radicado em João Pessoa a partir de uma perspectiva contemporânea, criando justaposições entre os seus trabalhos, sobretudo dos anos 1970 e 1980, e a produção recente das artistas convidadas.

A parceria entre as galerias se dá no aniversário de 1 ano da Galatea em Salvador e reforça o seu intuito de fazer da sede na capital baiana um ponto de convergência para intercâmbios e trocas entre artistas, agentes culturais, colecionadores, galerias e o público em geral.

Até 24 de maio.

Luisa Strina 50 anos livro e exposição.

No final de 2024, Luisa Strina, um dos pilares da arte contemporânea no Brasil e no mundo, celebrou meio século de existência, com centenas de exposições apresentadas. Fundada em 17 de dezembro de 1974, a galeria atravessou décadas de transformações políticas, sociais e culturais, e, ao longo dos anos, desempenhou um papel crucial na promoção de artistas brasileiros e latino-americanos, consolidando-se como inovadora no cenário global da arte.

Para comemorar o cinquentenário da sua galeria, parte da coleção privada de Luisa Strina estará aberta à visitação pública. Amostra, apresenta alguns destaques, incluindo nomes como Cildo Meireles, Fernanda Gomes, Carl Andre, Jimmie Durham, Francis Alÿs, Mira Schendel, Leonilson, dentre outros. A exposição tem curadoria assinada pela própria galerista/colecionadora, pela diretora artística da galeria Kiki Mazzucchelli e pelo curador/galerista Ricardo Sardenberg, será lançado também Luisa Strina 50, livro comemorativo. A publicação, organizada por Kiki Mazzucchelli e Oliver Basciano, com coordenação editorial da Act. Editora, reúne textos inéditos e documentação de cinco décadas da galeria de arte mais longeva do Brasil.

Com mais de 100 exposições realizadas ao longo de cinco décadas, é uma testemunha viva do desenvolvimento da arte brasileira e internacional. Cada mostra trouxe novas reflexões e desafios, ampliando o entendimento sobre a produção artística contemporânea e reafirmando a galeria como um espaço de diálogo e inovação. A história da galeria é também a história da arte brasileira, que encontrou nas paredes da Luisa Strina um palco de projeção global.

Sobre o livro Luisa Strina 50

Com ensaios de curadores e jornalistas sobre o cinquentenário da galeria, Luisa Strina 50, organizada por Kiki Mazzucchelli e Oliver Basciano, com coordenação editorial da Act. Editora, comemora uma trajetória que se confunde com a história da arte contemporânea brasileira. O livro destaca também 100 exposições memoráveis que aconteceram em seu espaço, mostras de artistas como Alfredo Jaar, Anna Maria Maiolino, Antoni Muntadas, Cildo Meireles, Cinthia Marcelle, Fernanda Gomes, Magdalena Jitrik, Olafur Eliasson, Panmela Castro, Tunga, entre outros. A publicação traz ainda duas entrevistas com Luisa Strina, e uma rica iconografia com fotos, depoimentos e documentos.

Lygia Clark na Alemanha.

10/jan

A Neue Nationalgalerie exibirá a primeira retrospectiva da artista brasileira Lygia Clark (1920-1988) na Alemanha. Com cerca de 150 obras, a ampla mostra no salão superior apresentará suas obras das décadas de 1950 a 1980, que vão desde pinturas geométricas abstratas até esculturas participativas e performances. A abordagem interativa no trabalho de Lygia Clark será o aspecto central da exposição. Os visitantes poderão interagir com um grande número de réplicas criadas especialmente para a mostra.

Lygia Clark é considerada uma inovadora radical, pois redefiniu fundamentalmente a relação entre artista e espectador, obra de arte e espaço. Como figura de destaque do Neoconcretismo (movimento Neoconcreto), iniciado no Rio de Janeiro em 1959, ela entendia a arte como um fenômeno orgânico. Ela exigia uma experiência artística subjetiva, corporal e sensorial, que incluía a participação ativa do espectador. Esta abordagem participativa dentro do trabalho de Lygia Clark estará disponível para os visitantes experimentarem através da interação com cópias de esculturas e objetos sensoriais da exposição. Além disso, apresentações e workshops regulares irão ativar o trabalho desta notável artista do século XX.

Após as primeiras pinturas construtivistas compostas por vários painéis de madeira, Lygia Clark abandonou totalmente a pintura na década de 1960 e desenvolveu sua ideia da obra de arte como um corpo. Ela produziu esculturas geométricas que são construções móveis. Quando os espectadores as dobram, elas assumem configurações diferentes. Após a dissolução do grupo Neo-Concreto em 1961, Lygia Clark continuou a desenvolver sua ideia da obra de arte como um organismo vivo até seu último trabalho na década de 1980. No início da década de 1970, ela criou a série Corpo Coletivo, que significa ações performáticas de construção de comunidade para participantes de um grupo. No final de sua carreira, desenvolveu sua própria terapia corporal.

A retrospectiva na Neue Nationalgalerie reúne cerca de 150 empréstimos de coleções privadas e museus internacionais, incluindo o Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e o Museu de Arte Moderna de Nova York.

Catálogo da Exposição

A exposição será acompanhada por um catálogo de edição bilíngue em alemão e inglês na E. A. Seemann Verlag. É a primeira publicação em língua alemã sobre Lygia Clark e oferece uma visão abrangente de seu trabalho. A exposição tem curadoria de Irina Hiebert Grun e Maike Steinkamp, ​​Neue Nationalgalerie. Financiado pela Kulturstiftung des Bundes (Fundação Cultural Federal Alemã) e pela Beauftragte der Bundesregierung für Kultur und Medien (Comissário do Governo Federal para Cultura e Mídia). Organizado em cooperação com o Kunsthaus Zürich, onde a mostra estará em exibição do Outono de 2025 à Primavera de 2026.

Trata-se de uma exposição especial da Nationalgalerie – Staatliche Museen de Berlin.

Três artistas no Centro Cultural Correios.

08/jan

Trabalhos baseados na vida cigana.

Em “Optchá: a estrada é o destino” Katia Politzer apresenta trabalhos inéditos tendo a cultura cigana como referência na formação da gente brasileira, mas de pouco reconhecimento até aqui. Ancestralidade, identidade, migração, diáspora, sincretismo e respeito à diferença: eis o arco de humanidade envolvido.

“A minha ancestralidade é composta por migrações, diásporas e contribuições à identidade brasileira de dois povos que sofreram muitas perseguições: de um lado os judeus e de outro, os ciganos. Tanto judeus quanto ciganos sofreram na Inquisição e quase foram dizimados no Holocausto”, diz Katia Politzer.

A busca por liberdade, a conexão com a natureza, uma intuição aguçada e a celebração da vida são as características da alma cigana que mais interessaram à artista. A mostra individual será inaugurada dia 22 de janeiro.

Sobre a artista

Nascida no Rio de Janeiro, Katia Politzer desenvolve seu trabalho de arte em projetos. Dependendo da base conceitual, podem ser desenho, pintura, escultura ou instalação, em formatos que vão do pequeno ao grande, e com diferentes relações com a História da Arte. Os materiais variam da cerâmica, vidro, ao tecido, passando pelo cimento, silicone e matérias orgânicas como pão e o mofo. Vive e trabalha no Rio.

No Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Até 08 de março.

Igbá Odù: Os braços fortes da Memória

A exibição individual da artista Reitchel Komch propõe questionamentos acerca da diáspora africana no Brasil e da matriz negra. Em “Igbá Odù: Os braços fortes da Memória”, Reitchel Komch instiga o espectador como utopias de superação de um processo social historicamente nocivo à matriz negra de nossa formação. Segundo a artista, “trata-se de uma visão da arte, em cujas pinturas, esculturas, tótens, portais, simbolizam uma progressão espiritual do mundo físico. Utilizando, cabaças, fios têxteis (a juta, o algodão, o linho), hastes de ferro, eu me questino: onde estão as nossas vozes?”.

Sobre a artista

Reitchel Komch, carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Artista visual de tendência neoexpressionista, atua em suportes diversos – com foco em revisões/reinvenções de mitologias ancestrais (o Iroko, por exemplo) e em dispositivos para visibilidade de etnia historicamente marginalizada, com superação do trauma (os africanos escravizados e forçados à imigração para o Brasil).

No Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

Até 08 de março.

A Obra é o Jogo

A exposição individual de Dorys Daher é uma imersão singular que une o universo da sinuca, a arquitetura e as artes visuais. Esta é a proposta da artista em sua exposição “A Obra é o Jogo”, com curadoria de Aline Reis. Dorys Daher é arquiteta. Suas obras dialogam com memórias afetivas e experiências contemporâneas, rompendo fronteiras entre o familiar e o experimental.

“A disposição dos meus trabalhos no espaço combina referências do design arquitetônico com movimentos coreografados em torno de uma mesa de sinuca, criando um diálogo entre o jogo, o ateliê e o escritório de arquitetura”, explica a artista.

No Centro Cultural Correios RJ.

Até 08 de março.

 

Um olhar afetivo para a arte brasileira.

10/dez

A Galeria FLEXA, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, recebe a exposição “Um olhar afetivo para a arte brasileira: Luiz Buarque de Hollanda”, com curadoria de Felipe Scovino e expografia de Daniela Thomas. A exposição examina a figura de Luiz Buarque de Hollanda (1939-1999), advogado e colecionador que criou, com o sócio Paulo Bittencourt (1944-1996), a Galeria Luiz Buarque de Hollanda & Paulo Bittencourt, cuja atuação se deu entre 1973 e 1978, no Rio de Janeiro.  Em exibição até 15 de março de 2025.

Sobre Luiz Buarque de Hollanda

Ao longo de mais de tres décadas, Luiz Buarque de Hollanda foi um dos nomes centrais do colecionismo no Brasil, além de pioneiro na colaboração com projetos de artistas que se tornariam seminais para a história da arte brasileira. Entre eles, destacam-se nomes como Carlos Vergara, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Debret, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Iole de Freitas, J. Carlos, Mira Schendel, Rubens Gerchman, Sergio Camargo, Thereza Simões e Waltercio Caldas. A programação reunia diferentes gerações, fazendo coabitar em seu espaço vanguarda e tradição.

Reunindo cerca de 150 obras de artistas presentes na coleção e nas exposições promovidas, a mostra se divide em 4 núcleos de interesse do colecionador-galerista. São eles: Paisagem: do encantamento à hostilidade, Aproximações improváveis: o retrato entre o social e o libidinoso, Corpo partido e Linguagens construtivas e desdobramentos disruptivos. De acordo com Felipe Scovino, “a presente exposição investe, tanto curatorial quanto expograficamente, em como Luiz adquiria, organizava e mostrava a sua coleção. Ele se cercava daquilo que lhe dava prazer e conscientemente construía um modo muito singular de olhar para a arte brasileira. A galeria da qual foi sócio nos anos 1970 foi inovadora ao responder pela interdisciplinaridade de gerações, mas, acima de tudo, na constituição de um ambiente acolhedor e próximo aos artistas. Sua imagem e memória estão ligadas ao campo do afeto e da inteligência.”.

A amizade de Luiz Buarque de Holanda com os artistas e sua paixão pela arte podem ser exemplificadas na generosidade em produzir edição de obras especiais, como um livro de Mira Schendel – que hoje integra a coleção do MoMA em Nova York – e o disco Sal sem carne, de Cildo Meireles, ambos nos anos 1970. Luiz teve participação direta na edição dos exemplares do Livro-obra de Lygia Clark, em 1984, e na pesquisa, junto com Noêmia Buarque de Hollanda, para exposição e catálogo da retrospectiva da mesma artista, que começou em 1997 na Fundación Tàpies (Barcelona) e circulou por 5 países. A exposição na Flexa conta ainda com farta documentação: impressos, cartazes, convites, críticas e notícias sobre as exposições. O material nos recorda como a galeria foi um local de convívio e reflexão, que reuniu artistas, colaboradores e público interessado em debater o cenário das artes.

A diretora de cinema e teatro Daniela Thomas, que assina a expografia da mostra, escreve: “O espaço que antes me pareceu imenso, da galeria de três andares, revelou-se exíguo quando me deparei pela primeira vez com a lista de obras da coleção de Luiz Buarque, selecionada por Felipe Scovino.  Logo me dei conta, por outro lado, que esta é a questão central para o colecionador: nunca há espaço suficiente para expor os itens da sua coleção, e mesmo assim ele tenta, quando decide que tudo é superfície: as paredes da escada que leva aos andares superiores da sua casa, por exemplo. Do chão ao teto, tudo está sempre em jogo”.

A trajetória de Bea Machado.

Livro reúne a trajetória de 40 anos da artista Bea Machado, com 200 páginas, publicação será lançada no dia 17 de dezembro, na Livraria Argumento, Leblon, Rio de Janeiro, RJ.

O livro “Bea Machado Arts – pinturas e esculturas”, abrange toda a múltipla obra da artista, em pintura e escultura, desde o início de sua trajetória nas artes, em 1983, até os dias de hoje, com textos da crítica e historiadora da arte Sônia Siqueira. Além de apresentar as obras mais conhecidas da artista, o livro também traz pinturas inéditas, nunca antes mostradas.

“Artista multifacetada, dedicou-se ao longo de sua carreira a vários enfoques deste “handmade” como a escultura e a pintura. Entretanto, tanto quanto o tamanho e a composição de uma obra, seu estilo pessoal e falas precisam persuadir não apenas os outros, mas a si próprio. Sejam elas personas coloridas, imensas, minimalistas discretas, ânforas e potes, Bea Machado, enquanto artista persuasiva, é sempre protagonista, jamais a coadjuvante que habita um estereótipo”, diz Sônia Siqueira em um dos trechos do livro.

Sobre a artista

Bea Machado nasceu em Resende e mora no Rio de Janeiro. Fez sua primeira exposição individual em 1982 na Galeria Espaço 81, na Maison de France, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, participou da Bienal Internacional de Arte Contemporânea, na Flórida, onde recebeu medalha de ouro. Em 1984, participou da Mostra de Arte no Círculo Militar da Praia Vermelha/RJ, da Sociedade de Belas Artes do Rio de Janeiro/RJ e da Brazilian Artists Cooperativa, no Rio Othon Palace, no Rio de Janeiro. Em 1987 recebeu medalha de ouro na coletiva intitulada “Mostra de Arte Século XX”, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Em 1992, mais uma medalha, de bronze, na mostra coletiva: Galeria Place des Artes “Open House” – Barra da Tijuca/Rio de Janeiro. No mesmo ano fez uma individual no Ipanema Park Hotel. Porto, Portugal. Bea Machado participou de dezenas de exposições individuais e coletivas, transita com desenvoltura tanto pela escultura como pela pintura. Entre os prêmios recebidos ao longo de sua trajetória estão: “Troféu Hípico”, Hípica, Rio de Janeiro; “Troféu do Primeiro Campeonato Serra e Mar de Hipismo FIRJAN-Federação das Indústrias do Rio de Janeiro”, no Banco do Brasil-Volta Redonda, Rio de Janeiro; Bolsa de Valores, Rio de Janeiro; MAM-Resende, Rio de Janeiro, e Annuarie de L’Art Internacional.