Inéditos e Reciclados

30/abr

 

 

A Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, promove a abertura da exposição “Inéditos e Reciclados – Uma exposição de Vera Chaves Barcellos”. A exposição reúne trabalhos desenvolvidos ao longo de mais de 40 anos de investigação fotográfica na produção da artista.

 

 

As visitas serão disponibilizadas através de agendamento seguindo de forma responsável os protocolos de prevenção recomendados pelos órgãos oficiais. O uso de máscara de proteção é obrigatório e, por ora, as visitas estão restritas somente ao público adulto.

 

 

SERVIÇO | Agendamentos para visita à Sala dos Pomares a partir do dia 24 de abril. Visitas individuais ou grupos de, no máximo, 06 pessoas por horário.

 

 

Horários disponíveis:

 

 

Terças, das 10h às 17h;
Quartas, das 10h às 17h;
Quintas, das 14h às 17h;
Sábados, das 14h às 17h.

 

 

Agendamentos pelo telefone: (51) 9 8229 3031 ou e-mail: educativo.fvcb@gmail.com preferencialmente com 24h de antecedência, mediante e-mail de confirmação do setor Educativo.

 

Exposição de Arjan Martins

26/abr

 

 

A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, tem o prazer de apresentar Descompasso Atlântico, de Arjan Martins, a segunda individual do artista na galeria, virtualmente integrada ao Galleries Curate: RHE, que envolve um grupo de galerias contemporâneas de todo o mundo que se reuniram para discutir como navegar pelos novos desafios da atualidade. Como primeiro capítulo desta colaboração, trazemos a exposição que tem como ponto de partida um tema universal e unificador: a água.

 

 

Provocados pelo tema, que a todos une, em Descompasso Atlântico, chegamos a uma seleção de obras que reiteram a navegação do artista por uma história de resistências e refluxos simbólicos, políticos, culturais e existenciais dos negros de ascendência Africana transplantados pela escravidão colonial. Não por acaso, a data de lançamento da exposição, 22 de abril, é a mesma data da chegada dos colonizadores portugueses a Pindorama, ao Monte Pascoal, na Ilha de Vera Cruz, que veio a se tornar o Brasil.

 

 

Paralelamente ao espaço presencial da galeria, como ação externa e pública da mostra, com o apoio da Orla Rio e parceria do Alalaô (uma mobilização artística-política-afetiva, que leva às praias do Rio de Janeiro intervenções, performances e diversas ações artísticas), Arjan Martins transporta para Ipanema as instalações de birutas, expondo aparelhos destinados a indicar a direção dos ventos, que fundem-se as bandeiras marítimas e seus códigos internacionais para transmitir mensagens entre embarcações e portos, que revelam significados específicos e possibilitam ao espectador uma leitura sensível de termos técnicos.

 

 

Em sua poética, Martins prevê a ampla navegação das águas do oceano negro, seja transitando entre períodos históricos, seja viajando entre diferentes latitudes e longitudes. Em suas Birutas, ele relaciona símbolos marítimos com o tráfico de pessoas escravizadas, revelando no nosso dia-a-dia as questões sociais não resolvidas da nossa história.

 

 

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Elizabeth Jobim em Curitiba

 

 

A Simões de Assis, Curitiba, Paraná, apresenta até 12 de junho a exposição “Entre Tempos”, individual de pinturas de Elizabeth Jobim.  Pela primeira vez, Beth traz ao olhar do público uma grande série de trabalhos feitos diretamente com tecido; o material já vinha sendo experimentado em alguns objetos recentes, mas aqui os vemos em escala grande. O linho é o material escolhido e as cores, assim como em suas pinturas, tendem a um tom mais terroso e sóbrio. Essas cores compõem listras e formas poligonais que apelam aos sentidos do espectador – não apenas devido aos seus contrastes inteligentes, mas pela sua materialidade. Estamos diante de pinturas que se apresentam ligeiramente moles aos nossos corpos e, como qualquer tecido, imediatamente parecem nos convidar ao toque. “Entre tempos” contrasta com a fugacidade das terríveis notícias que invadem nossos corpos incessantemente e nos convida a uma velocidade mais lenta na fruição dessa reunião de trabalhos. Em um presente tão tomado por tragédias, essa exposição de Beth Jobim – assim como grande parte de sua pesquisa – é um aceno às sutilezas que perduram no mundo.

 

 

Texto de Raphael Fonseca

 

 

A trajetória de Beth Jobim dentro do campo das artes visuais possui cerca de quatro décadas; sua primeira participação em uma exposição foi em 1982, no Rio de Janeiro. Quando observamos trabalhos de diferentes momentos de sua pesquisa, dois elementos parecem constantes: a pintura e suas relações com o corpo humano.

 

 

No que diz respeito à forma como seus trabalhos costumam ser lidos pelo viés da abstração, prefiro pensar nesta associação mais pelo piscar de olhos do que pela relação monogâmica; prestando atenção em seu percurso, é notável que parte de sua pesquisa se inicia com a imitação do real e se transforma em composições que podem ser interpretadas de forma mais aberta pelo público. Seus trabalhos por vezes se encontram em diálogo com imagens muito precisas – lembro, por exemplo, dos desenhos e pinturas que dialogam com a escultura de Giambologna representando o Rapto das Sabinas ou, ainda melhor, as imagens em que responde ao grupo escultórico do Laocoonte. Todos esses trabalhos são da década de 1980 e trazem, cada um a seu modo, algo que me parece estar presente com diferentes graus de sutileza no olhar da artista: um interesse pela fisicalidade e pelo movimento do corpo humano com seus contornos anticlássicos cheios de veias, rugas e torções.

 

 

Como notou Paulo Sergio Duarte em ensaio sobre seu trabalho[1], se nas pinturas anteriores a essas séries notamos seu interesse pela gestualidade e pela cor da chamada “Geração 80”[2], quando analisamos trabalhos de décadas posteriores novamente percebemos sua atenta observação do mundo – tubos de tinta e pedras portuguesas foram pontos de partida para experimentar diferentes escalas, cores e texturas. Quando esse dado explicitamente figurativo sai de cena, a artista destaca o apelo sensorial de suas composições – desencontros entre diferentes tamanhos de tela, respostas diretas à arquitetura das salas onde expôs, jogos entre diferentes profundidades dentro do mesmo objeto-pintura e até mesmo ocupações espaciais que se dão pelo acúmulo de pequenas pinturas. Nos últimos anos, Beth chega a tirar a pintura das paredes e trazê-la para o centro, tanto em formatos semelhantes a caixas/totens, quanto também em conversas com aquelas pedras que tanto observou.

 

 

Quando vejo os trabalhos reunidos nesta exposição individual da artista, penso que, em verdade, ela dá continuidade a essa experimentação dada pela equação entre pintura e corpo. Aqui, as pinturas a óleo seguem presentes, mas em menor número. Nelas somos convidados a perceber não apenas as frestas entre cores, mas também os momentos em que se opta por um corte na estrutura da tela que faz com que a mesma composição seja dividida por mais de um módulo. Convidando-nos a ficarmos atentos aos detalhes, a artista sugere a diferença entre o branco que separa as cores pintados por suas mãos e aquela linha que também se insere na imagem, mas que se dá a partir de um corte na matéria.

 

 

Pela primeira vez, Beth traz ao olhar do público uma grande série de trabalhos feitos diretamente com tecido; o material já vinha sendo experimentado em alguns objetos recentes, mas aqui os vemos em escala grande. O linho é o material escolhido e as cores, assim como em suas pinturas, tendem a um tom mais terroso e sóbrio. Essas cores compõem listras e formas poligonais que apelam aos sentidos do espectador – não apenas devido aos seus contrastes inteligentes, mas pela sua materialidade. Estamos diante de pinturas que se apresentam ligeiramente moles aos nossos corpos e, como qualquer tecido, imediatamente parecem nos convidar ao toque.

 

 

Há uma presença nessa série que conversa pelo viés da diferença com o uso habitual que a artista faz do rolo em suas pinturas: os pontos de costura. Ao observar os detalhes dessas superfícies, notamos discretas junções que possibilitam tanto que diferentes cores façam parte de uma mesma listra, quanto também que, em outros momentos, o linho abrace a madeira ou o óleo sobre tela. Essa talvez seja uma forma interessante de observar esses trabalhos: abraços longos entre cores que envolvem objetos através do tecido. Isto nos leva a outro dado importante que condiz com a natureza do material: como em qualquer tecido, por mais que haja um esforço por esticá-lo e simular a sua planaridade, sempre podemos notar sua urdidura e pequenas rugas em sua superfície. Eis uma matéria que convida a outra gestão da noção de controle; é importante respeitar a elasticidade e a temporalidade do linho, esse tecido feito milenarmente a partir da planta de mesmo nome.

 

 

“Entre tempos” contrasta com a fugacidade das terríveis notícias que invadem nossos corpos incessantemente e nos convida a uma velocidade mais lenta na fruição dessa reunião de trabalhos. Em um presente tão tomado por tragédias, essa exposição de Beth Jobim – assim como grande parte de sua pesquisa – é um aceno às sutilezas que perduram no mundo.

 

 

Fica o desejo para que, muito em breve, possamos estar reconectados com aquela desaceleração necessária não apenas para dobrar e enlaçar tecidos, mas também para observar os contornos de Laocoonte e as superfícies ao nosso redor.

 

 

[1] DUARTE, Paulo Sérgio. “Pintura plena” in Elizabeth Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2015, págs. 9-51.

 

 

[2] Importante lembrar que a artista participou da célebre exposição “Como vai você, Geração 80?”, em 1984, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e com curadoria de Marcus Lontra, Paulo Roberto Leal e Sandra Magger.

 

 

Festival de Fotografia

19/abr

 

Começa nesta sexta-feira, dia 23, às 19h, a 14ª edição do Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre. Com o tema “Fotografia e Silêncio – Nuvens de Escuta”, o FestFoto POA concentra suas atividades e videoexposições, totalmente online e gratuitas, de 23 a 28 de abril, e segue em maio com leituras de portfólios.

 

 

O primeiro painel do evento tem como convidada Sarah Meister, curadora do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) e da exposição “Fotoclubismo: Fotografia Modernista Brasileira, 1946-1964”, que o MoMA inaugura em maio.

 

Angelo Venosa na Galeria Nara Roesler, Rio

15/abr

 

A Galeria Nara Roesler tem o prazer de anunciar a individual “Quasi”, de Angelo Venosa, em sua sede carioca. A mostra comemora a longa trajetória do artista paulistano radicado no Rio de Janeiro, cujo compromisso com a experimentação não deixa de lado o rigor técnico.

Nessa ocasião, Venosa apresenta trabalhos recentes, criados desde 2018, que expressam e desdobram as principais características de sua prática, entrelaçando formas, materiais e procedimentos do início de sua carreira com preocupações atuais. A grande maioria dos trabalhos foi desenvolvida com madeira, tecido e fibra de vidro. A partir desses materiais, Venosa elabora formas que apontam para a tensão entre o orgânico e o abstrato. Essas peças nos remetem a fósseis, fragmentos ou corpos inteiros de criaturas desconhecidas, fazendo-nos refletir sobre as diferentes temporalidades presentes no mundo, o passado, o presente e o futuro; assim como nos oferece uma reflexão sobre morte e sobrevivência. De fato, suas figuras sempre trazem algo de familiar e de estranho, de palpável, pela sua fisicalidade, e de mistério, por não nos permitir identificar um referente exato.

Radicado no Rio de Janeiro desde meados da década de 1970, Angelo Venosa participou da cena efervescente que ficou conhecida como “Geração 80”. Venosa é um exemplo de que o grupo de criadores que despontou nessa época não desenvolveu trabalhos apenas voltados para a linguagem da pintura, mas que, segundo a crítica de arte e curadora Daniela Name, “tinham em comum o desejo de recuperar a conexão afetiva com a representação e com as imagens, migrando seus interesses políticos para uma esfera subjetiva e íntima, o que coincide com uma ampliação da liberdade narrativa conquistada no período de redemocratização do país.”

A importante trajetória de Angelo Venosa pode ainda ser verificada pela sua presença em coleções privadas e institucionais, como Museu de Arte do Rio (MAR), a Pinacoteca do Estado de São Paulo, e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), em Madrid; mas também por ocupar o espaço público. A escultura “Baleia” (1989), na praia do Leme, é apenas uma das inúmeras esculturas do artista espalhadas pelo país, dialogando e transformando o ambiente em que se instaura.

Registro: Fayga Ostrower  

29/mar

 

O MAM Rio como as demais entidades culturais do Rio de Janeiro encontra-se com suas atividades paralisadas. Registre-se a inauguração da mostra panorâmica “Fayga Ostrower: formações do avesso”, ocorrida em 20 de março. Com cerca de 60 trabalhos – entre gravuras, aquarelas, desenhos, tecidos e jóias – a exposição explora a pluralidade da produção da artista. O conjunto possibilita um estudo apurado sobre o abstracionismo informal na arte brasileira e o uso das cores na técnica da gravura.

A atuação de Fayga como teórica e educadora também é destacada. A artista conduziu o curso de composição e análise crítica no MAM Rio, onde lecionou entre 1953 e 1969; escreveu diversos livros e artigos sobre criatividade, processo de criação e arte. Trechos de seus textos, publicações e arquivo documental são apresentados no espaço expositivo, estabelecendo correlações entre a prática em educação e sua criação artística.

A curadoria da exposição “Fayga Ostrower: formações do avesso” é um projeto conjunto da equipe curatorial do museu, com Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, e da gerência de Educação e Participação, com Gilson Plano, Daniel Bruno e Shion Lucas. Saiba mais em www.mam.rio

Sobre a artista

Nascida em Lodz, Polônia, em 1920, Fayga Ostrower emigrou para o Brasil em 1934. Estudou artes gráficas na FGV, foi bolsista da Fullbright em Nova York e recebeu numerosos prêmios, inclusive das bienais de São Paulo e de Veneza. Fayga experimentou quase todas as mídias gráficas, incluindo a estamparia. Foi professora no MAM Rio, entre 1953 e 1969; no Spellman College, em Atlanta, nos EUA; na Slade School da Universidade de Londres; em cursos de pós-graduação em várias universidades brasileiras; e lecionou para operários e em centros comunitários. Fayga foi também uma importante pensadora do abstracionismo informal brasileiro e autora de ensaios e livros. A artista faleceu no Rio de Janeiro em 2001. Obras suas integram coleções de museus no Brasil e no exterior.

Mirela Cabral estreando na Kogan Amaro

 

A Galeria Kogan Amaro, São Paulo, SP, promove “Rebento”, exposição virtual de Mirela Cabral. Para esta que é a sua primeira exposição individual, com curadoria do professor e crítico Agnaldo Farias, foram selecionadas 20 obras com suporte sob papel e tela, compostas por materiais e técnicas diversas: uma linha que começa com seu corpo enunciado por pastel oleoso, passa para o grafite, depois carvão, transmuta-se em tinta a óleo, enquanto todo o tempo pode ser acompanhada por nanquim.

“O que importa são as linhas, a exuberância do grafismo, o modo peculiar como a artista plasma e pensa sua expressão. Esvisceradas as formas, dilacerados os contornos, as linhas, por elas, assumiram a preponderância do processo. Não lhes cabia mais representar nada, passaram a ter vida própria”, pontua o curador Agnaldo Farias.

A curiosidade em experimentar outra prática artística, com um tempo mais lento, distinto da alta velocidade em que a artista “rebentava” em papéis e telas, a levou até o bordado, experimentando engrossamentos de linhas, mudanças súbitas de cor, planos texturados e formas sutis. “Eu sempre achei meus desenhos explosivos e queria entender se ele era mesmo ou não. Quando eu vi que eu também explodia no bordado, só que levava bem mais tempo, eu entendi que era esse trabalho que eu queria ter, eu realmente tinha decidido isso. Assim, eu comecei a entender o tempo das coisas, a existência da desaceleração. Foi uma espécie de pesquisa rítmica do meu próprio corpo em ação com a matéria”, esclarece Mirela.

Sobre a artista

Mirela Cabral nasceu na cidade de Salvador, Bahia, em 1992. Formou-se como bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela FAAP e paralelamente frequentou cursos artísticos em escolas como Parsons Paris, NYFA e UCLA. No Brasil, teve aulas com Agnaldo Farias, Manoel Veiga, Leda Catunda, Rubens Espírito Santo e Charles Watson. Hoje, dedica-se ao desenho, pintura e bordado como suas principais mídias de investigação, interessada em pesquisar como se interagem e se complementam entre si. Vive e trabalha em São Paulo, SP.

Atenção Aviso

25/mar

 

Devido ao decreto da Prefeitura do Rio, a abertura da exposição “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira”, no CCBB RJ, será adiada.

A Opulência da Arte Popular Brasileira

 

A Galeria Evandro Carneiro, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, anuncia a exposição “A Opulência de Arte Popular Brasileira” de 25 de março até 08 maio.

Em virtude das medidas restritivas anunciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro para conter a pandemia de Coronavírus, a exposição estará online enquanto a galeria estiver fechada ao público. O catálogo com as 140 obras da mostra, bem como o vídeo da visita virtual se encontram disponíveis

no link: http://evandrocarneiroarte.com.br/exposicoes/13464/exposicao-a-opulencia-da-arte-popular-brasileira 

Estaremos atendendo em home office a partir do email contato@evandrocarneiroarte.com.br
e dos telefones: (21) 996620115 / (21) 965943056 e (21) 996290659.

Mostra em tour virtual

 

O Centro Cultural Oi Futuro, no Rio de Janeiro, lança a partir de 25 de março, o tour virtual 360 graus da exposição “Una(S)+”, que reúne cerca de 80 obras de 15 artistas mulheres da Argentina e Brasil, com curadoria de Maria Arlete Gonçalves. Com tecnologia de fotografia digital 360º, o tour virtual permite um passeio completo pela mostra coletiva, como se o visitante estivesse caminhando pelas várias galerias do centro cultural, sem sair de casa, e com acesso às instalações artísticas, aos vídeos, aos registros de performances da mostra, e ainda às informações sobre as obras. A visita virtual pode ser acessada gratuitamente no site do Oi Futuro: https://tourvirtual-exp.institutooifuturo.org.br/virtualtour.html

A exposição “Una(S)+” foi inaugurada em 13 de janeiro último, seguindo todos os protocolos de segurança, com agendamento prévio da visitação. Entretanto, desde 23 de março, o Oi Futuro está fechado ao público, por tempo indeterminado, em função do agravamento da pandemia da Covid-19. O objetivo da medida é reforçar o isolamento social preventivo.

“Una(S)+” traz dois momentos dos trabalhos das artistas: os selecionados por serem emblemáticos de suas trajetórias e os criados durante o confinamento – obrigatório, na Argentina, e voluntário, no Brasil – em suas casas, em que não dispunham da estrutura do ateliê. Nesta condição, “ampliaram seus campos de trabalho e ousaram lançar mão de novas linguagens, materiais, tecnologias e redes para romper o isolamento e avançar por territórios tão pessoais quanto universais: a casa, o corpo e o profundo feminino”, explica Maria Arlete Gonçalves. “São obras de artistas de gerações distintas e diferentes vozes, a romperem as fronteiras geográficas, físicas, temporais e afetivas para somar potências em uma grande e inédita ocupação feminina latino-americana”, assinala a curadora. Prevista inicialmente para maio de 2020, e adiada duas vezes por conta do coronavírus, a exposição “ganhou um caráter mais amplo, ao incorporar o estado quarentena da arte”.

Maria Arlete complementa: “Poderíamos classificá-la como antes e durante a pandemia, AP e DP, não fosse este um tempo de suspensão, onde tudo se encontra em um eterno agora”. “A exposição é o desdobramento expandido da mostra de mesmo nome realizada em 2019 em Buenos Aires pela artista portenha/carioca Ileana Hochmann, a partir de sua instalação “Fiz das Tripas, Corazón”.

As artistas que integram a exposição são, da Argentina: Fabiana Larrea (Puerto Tirol, Chaco), Ileana Hochmann (Buenos Aires), Marisol San Jorge (Córdoba), MilagroTorreblanca (Santiago do Chile, radicada em Buenos Aires), Patricia Ackerman (Buenos Aires), Silvia Hilário (Buenos Aires); do Brasil: Ana Carolina Albernaz (Rio de Janeiro), Bete Bullara (São Paulo, radicada no Rio), Bia Junqueira (Rio de Janeiro), Carmen Luz (Rio de Janeiro), Denise Cathilina(Rio de Janeiro), Evany Cardoso (vive no Rio de Janeiro), Nina Alexandrisky(Rio de Janeiro), Regina de Paula (Curitiba; radicada no Rio de Janeiro) e Tina Velho (Rio de Janeiro).

Maria Arlete Gonçalves destaca que esta exposição “não trata apenas de mostrar obras de mulheres, mas de afirmar na força desse conjunto a potência feminina na arte contemporânea”. “Ao longo dos séculos houve um apagamento da mulher na arte, e agora não estamos mais no tempo de pedir licença, de reivindicar, mas de afirmar algo que já é. As mulheres nunca produziram tanto! Durante a pandemia, a mulher se aproximou mais ainda da tecnologia, se apropriou das ferramentas, novas linguagens”, afirma. A curadora diz que buscou a “interseção do feminino dentro do trabalho dessas artísticas”. “Faltam mais referências femininas na história da arte, e a mostra busca preencher lacunas”, diz. “Una em espanhol é alguma, aquela uma, e também nos dá a ideia de unir, juntar”.