Vivian Caccuri lança livro e realiza exposição.

10/set

No sábado, 13 de setembro, a partir das 19h, Vivian Caccuri inaugura sua individual NOCETRA n’A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro. Na mesma ocasião, a artista lança o livro Criatura Som e seus Espectros (Act Editora).

A mostra, que ocupará os dois prédios da galeria, reúne um conjunto de obras inéditas e, segundo a curadora Marielsa Castro Vizcarra,”parte do desejo do artista de ir além da tendência de racionalizar cada gesto e desmantelar a falsa dicotomia entre corpo e mente, ou sentimento e pensamento. Por meio de paisagens sonoras imersivas, animações, sonogramas bordados, desenhos e esculturas, Caccuri retrata o momento fugidio em que a emoção exaltada dissolve a consciência – quando as fronteiras do eu se derretem em pura sensação e restauram um ritmo interior do tempo há muito perdido. Tais sons privados são amplificados e projetados no espaço, pareados com imagens de mulheres que se dissolvem em abstrações. Nocetra permeia o limite entre o público e o privado, e convida o público a ouvir e sentir junto.” A abertura celebra os 22 anos da Galeria com uma festa conduzida por PEKØ liveset (Vera Fischer Era Clubber), CRIS O. (Crizin da ZO, Equipe 7Rio) e Bia Marques. Na mesma ocasião, serão apresentados a Parede Gentil nº 44 (Área Indígena), de Xadalu Tupã Jekupé, e a Camisa Educação nº 92, de Ana Matheus Abbade. Para completar, teremos um bolo especial criado por Rose Afefé e Madah Sodré.

Nos últimos 15 anos, Vivian Caccuri vem desenvolvendo instalações, obras sonoras, performances, desenhos e bordados que investigam como o som pode desorientar a experiência cotidiana e inspirar novas formas de vida. Explorando a relação entre som e cultura, a prática artística de Caccuri busca destacar aspectos ativos, mas pouco reconhecidos, do som. Escreveu seu primeiro livro na Universidade de Princeton, “Music is What I Make”, publicado pela Bloomsbury NYC em “Making it Heard”, e pela editora 7 Letras como “O que faço é música”. Foi indicada para o Future Generation Art Prize e participou de exposições internacionais como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Kochi, a Bienal de Veneza, o New Museum, o Museo Jumex e o Highline Art. Suas obras integram as coleções da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Coleção Gilberto Chateaubriand MAM Rio; Instituto Inhotim, Brumadinho (MG); Pérez Art Museum Miami, EUA; ICA Miami, EUA, e Berggruen Collection, Berlim (Alemanha).

Arte moderna e contemporânea brasileira.

A Galatea participa da 15ª edição da feira ArtRio, que ocorre entre 10 e 14 de setembro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, RJ. A galeria apresenta uma seleção de obras composta por nomes fundamentais da arte moderna e contemporânea brasileira, além de artistas que exerceram influência na cena nacional ou que por ela foram influenciados, abarcando desde jovens talentos emergentes a nomes consolidados.

ArtRio 2025, Galatea | Estande B7.

A robusta lista de artistas reúne Alfredo Volpi, Allan Weber, Angelo de Aquino, Arnaldo Ferrari, Arthur Palhano, Ascânio MMM, Bruno Novelli, Carolina Cordeiro, Dani Cavalier, Edival Ramosa, Estela Sokol, Francisco Galeno, Franz Weissmann, Gabriel Branco, Gabriela Melzer, Georgete Melhem, Ione Saldanha, Israel Pedrosa, Joaquim Tenreiro, Julio Le Parc, Luiz Zerbini, Marilia Kranz, Max Bill, Mira Schendel, Montez Magno, Mucki Botkay, Raymundo Colares, Rubem Ludolf, Sarah Morris, Ubi Bava e Ygor Landarin.

O conjunto propõe um diálogo entre a arte contemporânea e vertentes de destaque na arte do século XX, como a arte concreta, o construtivismo geométrico, a abstração informal, a arte têxtil e a chamada arte popular. A amplitude temporal abarcada pela seleção de artistas reflete e articula os pilares conceituais do programa da Galatea: ser um ponto de fomento e convergência entre culturas, temporalidades, estilos e gêneros distintos, gerando uma rica fricção entre o antigo e o novo, o canônico e o não-canônico, o erudito e o informal.

Gabriela Machado na Anita Schwartz.

09/set

Em cartaz na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, a exposição Para seu olhar, de Gabriela Machado, com curadoria de Bruna Costa, marca os 35 anos de trajetória da artista. A individual reúne uma série inédita composta por cinco pinturas de grande formato e três esculturas em cerâmica, obras que exploram a relação entre gesto, corpo e espaço arquitetônico. Essa nova série resgata uma memória afetiva fundadora: a casa de fazenda do século XVIII, pertencente ao pai da artista, cujas paredes eram revestidas por afrescos de pássaros e paisagens. “Essas imagens sempre estiveram comigo. Desde pequena eu ajudava um restaurador a retocar os afrescos e hoje percebo o quanto essa experiência moldou o meu olhar. Nesta série, a parede volta com força, como lugar de memória e de corpo”, afirma a artista.

Nas telas, descritas pela artista como “quase-paredes”, a densidade dos afrescos encontra a luminosidade dos vitrais. Transparências, cores cítricas e camadas de tinta acrílica aplicadas em gestos largos constroem superfícies que parecem irradiar luz própria, fundindo memória, técnica e experimentação. “A pintura me conduz, é o vetor do trabalho. Eu nunca parto de um projeto, a obra se faz no fluxo, no gesto, na surpresa do processo”, ela explica.

A expografia, desenvolvida por Birger Lipinski & Laercio Redondo, insere as obras no espaço expositivo como se fossem parte de uma casa – metáfora que acompanha a produção de Gabriela Machado e reforça sua visão da pintura como lugar de habitação e experiência sensível. As esculturas em cerâmica, por sua vez, funcionam como âncoras no espaço, ampliando o diálogo com as pinturas.

“Se nosso corpo conseguir ser provocado por essas grandes massas de cor, a pintura torna-se, a um só tempo, parte deste mundo e dispositivo para imaginar outros”, escreve a curadora Bruna Costa no texto crítico da mostra. “Existe uma qualidade na pintura que só se adquire no acúmulo de experiência, no cotidiano da prática. Em Gabriela, essa disciplina se traduz em gestos espontâneos que surpreendem e, ao mesmo tempo, detêm o olhar do espectador”, acrescenta.

 Sobre a artista.

Gabriela Machado nasceu em Santa Catarina, em 1960, vive e trabalha no Rio de Janeiro. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, 1984. Antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir de meados dos anos 1980, participou de trabalhos de restauração na Fundação Roberto Marinho. “Morava numa casa do século XVIII com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância.” Gabriela Machado estudou gravura, pintura, desenho e teoria de arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro). Frequentou cursos em História da Arte, ministrados pelos críticos Paulo Venâncio Filho (Da Antigüidade à Idade Média), Paulo Sérgio Duarte (Arte e Ciência, do século XV ao XIX), e cursos de Estética e História da Arte, ministrados por Ronaldo Brito, na PUC e UNIRIO (Rio de Janeiro).

Até 11 de outubro.

Uma parceria entre Flexa e Claraboia.

08/set

A Flexa, em parceria com a Claraboia, abre sua primeira exposição em São Paulo, intitulada “Construção no Vento”. Com curadoria de Luisa Duarte, expografia de Daniela Thomas e texto de Julia de Souza, a mostra acontecerá na Claraboia, Jardim Paulista.

Em ensaio ao redor de Mira Schendel, Nuno Ramos associa a obra da artista ao que nomeia “construção no vento”. A coletiva toma o paradoxo do título enquanto imagem propulsora, fazendo-a ressoar em três eixos: Gestos mínimos, Ativar o vazio e Paisagens rarefeitas. Se características da produção de Mira Schendel surgem aqui como bússola central, o modo como #Leonilson abordava os vazios comparece como um vetor importante. Em um gesto que caminha na via oposta da assepsia vinculada ao monocromo branco na história da arte, o artista inseriu a dimensão do desejo através das suas inscrições plenas de poesia.

Ao conferir ênfase ao vazio, àquilo que se dá no limiar da visibilidade e ao campo de desejo, busca-se instaurar um contrapeso em meio à tamanha captura que conforma a atenção, a experiência do tempo e da subjetividade hoje.

“Construção no vento” é uma contradição bonita. Quando a gente pensa em construção, vem à nossa mente algo sólido e perene, já o vento é aquilo que nos mobiliza, mas não enxergamos. Essa exposição é muito sobre aquilo que não se vê, e no entanto produz efeito.”

Luisa Duarte.

Qualquer forma é outra forma.

Apartamento 61 e Simões de Assis apresentam “Qualquer forma é outra forma”, exposição coletiva que ocupa a sede da casa-galeria, e reúne 23 artistas brasileiros de diferentes gerações em diálogo com 13 nomes fundamentais do design moderno e contemporâneo com a casa modernista construída por Victor Brecheret no final da década de 1930.

Com a colaboração de galerias, ateliês e estúdios, a mostra parte da ideia de que as categorizações polarizadas que surgiram ao longo da história da arte – como abstrato e figurativo, geométrico e gestual, simbólico e material – não dão conta de abarcar a complexidade da produção contemporânea, que desafia essas oposições.

Assim, apresentamos obras que exploram sistemas diversos de construção e expressão, misturando racionalidade cartesiana, geometria orgânica, gesto intuitivo, materialidade bruta e jogos de linguagem. Em conjunto, elas ativam a arquitetura da casa e seu mobiliário, criando novas relações de escala e vibração entre corpo, objeto e espaço.

Artistas participantes.

Alexandre Canonico  Alexandre da Cunha  Amelia Toledo  Ana Hortides  Anderson Borba  Aurelio Martinez Flores  Celina Zilberberg  Claudio Cretti  Daniel Acosta  Emanoel Araujo  Estúdio Rain  Giancarlo Palanti  Ione Saldanha  Jacque Faus  Janete Costa  João Trevisan  Joaquim Tenreiro  Jorge Zalszupin  Lenora de Barros  Lina Bo Bardi  Lucio Costa  Luiz Solano  Mano Penalva  Marcelo Pacheco  Marepe  Mari Ra  Marilá Dardot  Maximiliano Crovato  Mestre Didi  Nelson Leirner  Nino Cais Niobe Xandó  Paola Muller  Rodrigo Sassi  Sergio Rodrigues  Suanê.

Revisitando a trajetória de Alberto Teixeira.

A Galeria Berenice Arvani, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura no dia 16 de setembro a exposição “Alberto Teixeira – 100 anos”, sob curadoria de João J. Spinelli. A mostra apresenta uma seleção de trabalhos que percorre diferentes momentos da produção do artista. A mostra reúne trabalhos que permitem revisitar a trajetória do artista e promover um resgate histórico de sua obra oferecendo ao público redescobrir aspectos centrais de sua trajetória e a evolução de sua linguagem pictórica ao longo de seis décadas.

O artista iniciou sua carreira em Portugal, explorando a aquarela para registrar paisagens do Algarve e da região praiana de Estoril. A vivacidade de seus trabalhos iniciais já chamava atenção pela composição e pelo domínio técnico da aquarela, garantindo sua participação em exposições coletivas importantes em Lisboa e Estoril. Em 1950, Alberto Teixeira e sua família emigraram para o Brasil, dando início a um novo capítulo de sua obra, marcado por novas paisagens, experiências urbanas e encontros com artistas e professores que influenciariam sua evolução estética.

Entre cursos de gravura no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e sessões de modelo vivo na Sala de Arte da Biblioteca Municipal, sua formação técnica e teórica ganhou novos contornos. Foi também nesse período que integrou o Atelier Abstração, coletivo do qual fazia parte Samson Flexor. Entre os fundadores, manteve trocas constantes sobre o abstracionismo em um ambiente de experimentação e diálogo que abriu novos caminhos para sua produção pessoal. Como observa João J. Spinelli: “Os resultados finais foram sínteses formais e conjuntos de relações de contrastes inusitados. Tudo isso, tão diferente do que eu fazia antes na pintura, causou bastante impacto, mas vinha também com o sabor da surpresa, do inesperado, da descoberta (…) assim o assunto ou tema que tudo originara passava a ser secundário e a beleza e a harmonia passavam a ser o principal.”

Participações em Bienais de São Paulo e viagens à Europa e aos Estados Unidos permitiram a Alberto Teixeira contato direto com a produção de artistas como Paul Klee, Picasso, Hans Hartung, Mark Rothko e Karel Appel, além de experiências com movimentos como o Expressionismo Abstrato, Minimal Art e Pop Art. Esses encontros contribuíram para a ampliação de seu repertório e para a consolidação de um estilo próprio, no qual o equilíbrio entre composição, cor e transparência nas aquarelas se tornou marca registrada de sua obra. João J. Spinelli reforça a singularidade da pintura do artista: “Uma característica do trabalho de Alberto Teixeira é a fidelidade a uma linguagem do desenho e da pintura. Ela serviu desde o princípio para traduzir um sentimento de inquietação e perplexidade, quando linhas e cores procuravam assumir uma função interpretativa e de registro psicológico que se ampliaria em toda a evolução das suas realizações.” Opercurso expositivo evidencia tanto a evolução de sua linguagem quanto o diálogo constante entre tradição e inovação em sua produção, reforçando a relevância de Alberto Teixeira para a pintura brasileira e para a história do abstracionismo no país. Além de artista, Alberto Teixeira atuou como professor e formador de novas gerações, transmitindo seus conhecimentos e técnicas em instituições como a Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Sua atuação como educador, assim como seu olhar atento à história da arte, consolidou uma carreira marcada pelo estudo, pela experimentação e pelo compromisso com a reflexão estética.

Até 31 de outubro.

A figura humana em evidência.

Recorte do acervo que reúne cerca de 1.500 peças, construído ao longo de 30 anos, pode ser visitado no Museu de Arte de Blumenau (MAB) na Sala Pedro Dantas. A mostra “A figura humana”, um recorte na Coleção Dalacorte, traz obras selecionadas pelo Instituto Dalacorte, sediado em Getúlio Vargas (RS). A seleção de peças apresentadas em primeira mão é a abertura da quarta temporada de exposições do ano. Em exibição obras de Henrique Fuhro, Roth, Magliani, Glauco Rodrigues, Marcelo Grasmann, Fernando Duval, Ruth Schneider, Saint Clair Cemin, Rubem Grillo, dentre outros.

A exposição propõe um olhar sobre a representação da figura humana ao longo da história da arte, evidenciando diferentes estilos, técnicas e épocas. Como ressalta o curador e dicionarista Renato Rosa, “…colecionar é um ato de preservação e generosidade, e trazer obras de coleções particulares ao espaço público é sempre motivo de celebração. O público terá a oportunidade de conhecer trabalhos que, antes guardados, agora dialogam com novos olhares”.

O Instituto Dalacorte é reconhecido por sua atuação na preservação e difusão da arte, abrigando um acervo de relevância nacional. Sua missão inclui promover o acesso e o diálogo entre artistas, obras e comunidade.

A exposição fica em cartaz até 26 de outubro.

Os caminhos da construção do racismo.

Exposição em cartaz no Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a obra de Voluspa Jarpa. Em sete anos de pesquisas, a artista chilena reconstrói, a partir das exibições de zoológicos humanos, os caminhos da construção do racismo por meio de dispositivos coloniais e dominação cultural.

“Cartografia Incógnita” nos defronta com os zoológicos humanos que exibiram, entre 1858 e 1958, exemplares humanos de povos ditos “exóticos” em várias exposições, realizadas em capitais europeias e também em outras cidades do continente.

As célebres Exposições Internacionais tinham, por objetivo, anunciar o progresso da indústria de cada país. Em contraponto, ofereciam ao público o espetáculo dos chamados “zoológicos humanos”: pessoas de distintas origens e de pele escura ou amarela, que eram apresentadas em cenários compostos com animais e plantas nativas, de modo a emular o que era considerado “a vida selvagem”.

A mostra faz parte da BIENALSUR. As exposições abordam os temas mais urgentes do nosso tempo: meio ambiente, memória, direitos humanos, migrações, inteligência artificial e futuros possíveis. A Bienal renova, assim, seu compromisso com o desenvolvimento de um humanismo contemporâneo. É por isto mesmo que a realização da BIENALSUR 2025 tem o apoio oficial da UNESCO.

Até 16 de novembro.

Niki de Saint Phalle na Casa Fiat de Cultura.

05/set

Mostra é destaque na Temporada França Brasil 2025 e apresenta, ao  público brasileiro, obras originais e provocativas de uma das primeiras  mulheres a integrar a vanguarda artística do século XX.

Visionária, provocadora e profundamente engajada, Niki de Saint Phalle marcou a arte do século XX com obras que desafiam preconceitos, rompem silêncios e celebram a liberdade das mulheres. Até 02 de novembro, a Casa Fiat de Cultura, Belo Horizonte, MG, apresentará os trabalhos dessa artista franco-americana numa exposição inédita no Brasil, que revela a potência transformadora de sua criação. A mostra “Niki de Saint Phalle. Sonhos de Liberdade” reúne 67 obras, sendo 66 do acervo do MAMAC(Museu de Arte Moderna e Arte Contemporânea de Nice), na França, e uma obra da Pinacoteca do Estado de São Paulo, que sai pela primeira vez do museu desde que foi adquirida, em 1997. O público poderá apreciar suas esculturas, assemblages e as icônicas “Nanas”, a maioria delas nunca exibidas no Brasil. A mostra conta com a parceria da Prefeitura de Nice e do MAMAC, e com a colaboração da Niki Charitable Art Foundation e do grupo 24 Ore Cultura, de Milão.

Com curadoria de Olivier Bergesi e Hélène Guenin, a exposição propõe um encontro com a narrativa poética de Niki de Saint Phalle (1930-2002). Sua produção potente e imaginativa continua a inspirar novas gerações, não apenas por sua estética ousada, mas pela capacidade de transformar sofrimento em beleza, denúncia em esperança, exclusão em potência. Suas obras são um hino à liberdade, à alegria e à diversidade, e, por isso, seguem tão atuais. “Ela aborda temas sociopolíticos “antigos”, como a violência sexual, a opressão das mulheres, a guerra e as relações de poder – assuntos ainda extremamente atuais”, como afirma o curador Olivier Bergesi, do MAMAC.

Em “Niki de Saint Phalle. Sonhos de Liberdade na Casa Fiat de Cultura”, o público é convidado a percorrer diferentes momentos da vida e da obra da artista, desde seus primeiros experimentos artísticos até suas esculturas de grande porte, passando por fases marcadas por dor, experimentação, cura, celebração e engajamento social. A mostra combina obras históricas, registros audiovisuais e ambientações, que dialogam com a vibrante linguagem visual da artista.

A exposição “Niki de Saint Phalle. Sonhos de Liberdade” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Stellantis, Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamentos, Banco Stellantis, Banco Safra e da Sada. A mostra  tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.  Tem parceria internacional com o MAMAC (Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Nice) e a Prefeitura de Nice, e com colaboração da 24 Ore Cultura (Milão) e da Niki Charitable Art Foundation.

Visita temática “Niki de Saint Phalle” | Das rosas, espinhos com amor.

20 e 21 de setembro, às 16h, na Casa Fiat de Cultura.

Entre cores intensas, formas monumentais e símbolos carregados de significado, a obra “Trilogia dos Obeliscos”, de Niki de Saint Phalle, surge como gesto de alerta, indignação e afeto. Criadas em um contexto marcado pela pandemia de HIV/Aids, as esculturas transformam dor, estigma e sofrimento em expressão artística, afirmando a força do cuidado e da solidariedade. Ao se aproximar das obras, o público será convidado a refletir sobre a fragilidade humana e perceber como cada detalhe traduz a importância da empatia e do afeto. Vagas limitadas, com inscrições na recepção da Casa Fiat de Cultura.

Entre a abstração e a figuração.

04/set

A Galeria Candido Mendes Ipanema, apresenta a abertura de “A Dois”, mostra individual de Benjamin Rothstein. Com curadoria de Denise Araripe, texto crítico de Daniele Machado e produção de Marcelo Rezende, a mostra reúne 20 pinturas inéditas de técnicas variadas resultado de uma trajetória de mais de uma década de carreira do artista carioca. Benjamin Rothstein figura em uma tradição pictórica que tem o diálogo com o espectador como parte do conceito da obra e essa relação será a temática da presente exposição. Oscilando entre a abstração e a figuração, o pintor toma a forma como um elemento poético, desfazendo-a e reconstruindo-a entre as áreas de cada composição, inclusive resguardando o vazio como uma articulação para a elaboração do ritmo. O inusitado e o acidental, com ironia e humor, provocam o espectador a deixar a contemplação para ganhar uma postura ativa a cada obra.

Além da mostra, a programação inclui no dia 13 de setembro visita guiada e roda de conversa com o artista e a curadora. No dia 18, além da visita guiada com o artista, a mostra apresentará vídeos com animações de algumas obras, na galeria. E o  encerramento, no dia 27,  conta com o lançamento do catálogo digital, ampliando a experiência para além das paredes da galeria.

A fala do artista.

“Para mim, a pintura nasce sempre de um diálogo, um embate íntimo com o desconhecido, onde o gesto responde antes da palavra. Nas minhas obras, formas se desfazem e se recompõem em camadas temporais. Personagens, elementos e situações emergem do passado, atravessam o presente e, por vezes, anunciam o futuro, convivendo na mesma superfície. O vazio e a ausência são questões centrais no meu trabalho, funcionando muitas vezes como parte estrutural da pintura: respirações que sustentam seu ritmo e abrem frestas para elementos da memória e da imaginação, que se fundem e se completam com o olhar do espectador, que lhe atribui novos sentidos”.

Sobre o artista.

Benjamin Rothstein nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1953, cidade onde vive e trabalha. Artista visual, dedica-se especialmente à pintura. É formado em Arquitetura (Universidade Santa Úrsula, RJ) e, desde 2009, estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, com os professores André Sheik, Anna Bella Geiger, Bruno Miguel, Fernando Cocchiarale, João Magalhães, Luiz Ernesto, entre outros. Em sua obra, aborda questões em torno do tempo, como o anacronismo, a melancolia, a saudade, entre outros. Com cerca de 15 anos de carreira, já participou de dezenas de exposições, entre as quais destacam-se as individuais na Galeria Thomas Cohn (São Paulo, SP, 2010) e na Galeria Patricia Costa (Rio de Janeiro, RJ, 2015). Seus trabalhos já foram apresentados em mostras coletivas em instituições públicas e privadas, como o Centro Cultural da Justiça Federal (Rio de Janeiro, RJ), Centro Cultural dos Correios (Niterói, RJ), Espaço Zagut (Rio de Janeiro, RJ), entre outros. Sua obra integra diversas coleções particulares e acervos, como o do Museu Judaico de São Paulo (São Paulo, SP) e o da Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, RS).