As cores de Marcia Fontenelle.

12/ago

Ao optar por uma paleta de cores vibrante com algumas nuances mais suaves, a artista Marcia Fontenelle pretende, segundo ela mesma, proporcionar uma festa, com um alegre bem-estar. “Cor, vida e alegria de viver estão presentes na minha arte. Inspirador pensar até onde as cores podem nos levar. Cada cor uma expressão viva do meu amor à arte”, diz. Sua exposição “Livro de Contos – Pinturas” será inaugurada no dia 23 de agosto, às 14h, no novo espaço expositivo do CasaShopping, curada por Heloisa Amaral Peixoto. A maioria das telas reunidas nesta exibição individual é de produção recente, num total de 25 obras. Brasilidade e Carnaval são alguns temas recorrentes nesta série.

A palavra da da curadora.

“Para a artista, o ato de pintar é uma experiência que se aproximaria bastante do ato de contar histórias, criando espaços narrativos onde a figuração e a abstração se tocam…Marcia imprime um carácter sintético na estrutura de suas composições e tal qual um “livro de contos” apresenta, de forma alternada, por vezes escolhendo as pinceladas mais fluidas e estilizadas e por outras criando ambientes onde os planos ressaltam o seu vocabulário de signos geométricos. Assim, demostra o seu forte interesse no ritmo, na dinâmica e vibração que ocorre com a linhas sugeridas e justaposição de suas cores”.

Sobre a artista.

Marcia Fontenelle nasceu em Valença, no Estado do Rio de Janeiro. É formada em Biologia pela UFRJ e em Belas Artes (com especialização em filmes de animação) no International Fine Arts College em Miami e pós-graduada em animação pela PUC do Rio de Janeiro. Também estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Recebeu o reconhecimento por Mérito Artístico na sétima edição do Luxembourg Art Prize. Fez várias exposições nacionais e internacionais. Seu trabalho artístico nasce do amor à pintura, do amor à natureza e da busca pelo belo, pelo bom e pelo verdadeiro. Com uma vivência de cinco anos na Holanda e oito anos nos Estados Unidos, Marcia Fontenelle é uma participante ativa de exposições de artes pelo Brasil.

Até 28 de agosto.

Documentário premiado sobre Darel.

A exposição “Darel – 100 anos de um artista contemporâneo”, em cartaz no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, RJ, promove, no sábado, 16 de agosto, às 16h, a sessão única do documentário “Mais do que eu possa me reconhecer”, de Allan Ribeiro, sobre o artista pernambucano, no mesmo centro cultural. A exibição será seguida de debate com o diretor do filme. O documentário ganhou o prêmio principal da Mostra Tiradentes de 2015, e ainda melhor direção, melhor roteiro e prêmio de público em festivais de cinema pelo Brasil afora.

O programa é uma ação paralela à exposição do artista pernambucano (1924-2017), que está em cartaz no segundo andar do CCCorreios, com 95 trabalhos que cobrem 70 anos de produção, sob curadoria de Denise Mattar.

O filme mostra a vida solitária de Darel, em sua casa de 800 metros quadrados, no bairro carioca de São Conrado. As experimentações com videoarte, uma forma de se conectar e se expressar, se tornaram sua melhor companhia nos últimos anos de vida. Darel permite ser filmado na sua intimidade e na relação com a arte.

Em cartaz até 30 de agosto, a mostra “Darel – 100 anos de um artista contemporâneo” celebra o centenário de nascimento de Darel, que fez carreira no Rio de Janeiro. A curadora Denise Mattar optou por um panorama da obra de Darel, percorrendo 70 anos de produção, que marcou sua importância na história da arte do século XX pela excelência das suas pinturas sensuais e das litografias à cor, técnica da qual foi pioneiro no Brasil. Darel recebeu prêmios e menções honrosas, como o de “Viagem ao Estrangeiro”, do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e o de “Melhor Desenhista Nacional”, na Bienal Internacional de São Paulo de 1963. Na edição seguinte da Bienal, ele teve uma sala especial.

 Sobre o diretor.

Allan Ribeiro, roteirista e diretor. Formado em Cinema pela UFF em 2006. Realizou dois longas, “Mais do que eu possa me reconhecer” (2015) e “Esse amor que nos consome” (2012), que receberam vários prêmios em festivais como Brasília, Tiradentes e APCA 2013. Em curtas-metragens, realizou 12 produções, com destaque para “O brilho dos meus olhos” (2006), “Ensaio de Cinema” (2009), “A Dama do Peixoto” (2011), “O Clube” (2014) e “O Quebra-cabeça de Sara” (2017). Em 2016, lançou pelo Canal Brasil a série “Noturnas”, com 46 episódios. Dirigiu e escreveu a peça “Procura-se Empregada” (2016) a convite do Micro-teatro RJ.

Fotografias de Maureen Bisilliat.

Coincidindo com o calendário da 36ª Bienal de São Paulo, a Galeria Marcelo Guarnieri, Jardins, São Paulo, SP, apresenta, entre 23 de agosto e 26 de setembro, “O Turista Aprendiz”, exposição de Maureen Bisilliat que, posteriormente, seguirá em itinerância para Ribeirão Preto. A mostra reúne grande parte do material original apresentado na Sala Especial “O Turista Aprendiz” na 18ª Bienal de São Paulo em 1985: o filme “Decantando as Águas – O Turista Aprendiz Revisitado” e  cerca de 130 fotografias que foram feitas por Maureen Bisilliat e ampliadas sob a supervisão de Thomaz Farkas.

A Sala Especial “O Turista Aprendiz”, apresentada na 18ª Bienal de São Paulo, partiu de uma proposta de Maureen Bisilliat de estabelecer um diálogo com o livro homônimo de Mário de Andrade, publicado em 1947 a partir dos diários de viagens realizadas pelo escritor e folclorista em 1927 pelo Norte do Brasil e em 1928-1929 pelo Nordeste. Naquele momento, Maureen Bisilliat retomou os escritos do turista aprendiz, e se propôs a refazer algumas daquelas viagens. Junto a Dorian Taterka e Lúcio Kodato, Maureen Bisilliat percorreu e registrou, durante cinco semanas, imensidões aquáticas, de Belém a Manaus pelo Rio Amazonas e até Porto Velho pelo Rio Madeira. Junto ao amigo e arquiteto Antonio Marcos Silva, ela concebeu o espaço expositivo na Bienal como uma sala escura que remetia ao negro dos rios e uma expografia sinuosa que remetia às suas curvas. Era uma grande instalação composta por fotografias, indumentárias e artefatos populares relacionados a ritos sagrados e profanos.

Além do filme “Decantando as águas – O turista aprendiz revisitado” e das cerca de 400 fotografias realizadas por Maureen Bisilliat, foram apresentadas 50 fotografias realizadas por Mário de Andrade entre os anos de 1927 e 1929 acompanhadas por alguns trechos de seu diário. As fotografias de Maureen Bisilliat apresentadas naquela ocasião abandonavam a dualidade do preto e branco e davam conta de explorar a ampla gama de cores que compõem a diversidade da cultura brasileira do Norte e Nordeste.

A celebração dos quarenta anos da apresentação da Sala Especial “O Turista Aprendiz” na 18ª Bienal de São Paulo coincide com os quarenta anos de atividade da Galeria Marcelo Guarnieri, que abriu a sua primeira unidade em agosto de 1985 na casa número 1903 da Av. 9 de julho, em Ribeirão Preto.  É uma celebração que, ao ser concebida como uma exposição realizada nas duas unidades da galeria, considera o deslocamento como um fator basilar na prática e poética de Maureen Bisilliat, assim como no modo de funcionamento da galeria.

1985: O Turista Aprendiz

Esta exposição começa com uma viagem. Uma viagem realizada em 1927 que teve muitos desdobramentos no tempo e formas no espaço. Ela se desdobrou em diários, livros, fotografias, filmes, outras exposições e outras viagens. A história começa com Mário de Andrade, que, como parte de suas pesquisas sobre o folclore e a cultura popular brasileira, percorreu o Norte e o Nordeste do país entre os anos de 1927 e 1928-1929, atento aos seus modos de vida e às suas manifestações culturais e religiosas. Sendo também poeta e escritor, registrou as impressões dessas viagens em diários de bordo. Um espaço íntimo que tornaria-se público 20 anos depois, quando editado em formato livro sob o título “O Turista Aprendiz”. Além do texto, Mário de Andrade também fez uso da imagem, registrando com sua máquina Kodak seus instantes de trabalho e lazer em mais de 500 fotografias.

Wilma Martins na Galatea.

A Galatea apresenta “Wilma Martins: territórios interiores”, individual da artista Wilma Martins, com obras da emblemática série “Cotidiano”, a ser inaugurada no dia 23 de agosto em sua unidade da rua Padre João Manuel, em São Paulo. A mostra conta com texto crítico assinado pela pesquisadora e curadora Fernanda Morse.

Desenvolvida entre 1974 e 1984, “Cotidiano” é considerada a série mais conhecida da artista. Nela, cenas de interiores domésticos – como salas, cozinhas e quartos – se entrelaçam com rios, plantas e animais, criando composições onde o real e o imaginário se encontram em harmonia. A brancura intimista dos espaços privados contrasta com a vitalidade orgânica da natureza, revelando um olhar poético e silenciosamente subversivo sobre os pequenos gestos da vida cotidiana.

A série foi redescoberta na exposição “Cotidiano e Sonho”, retrospectiva realizada em 2013, com curadoria de seu marido, Frederico Morais, importante crítico e historiador de arte brasileiro. Essa será a primeira exposição dedicada à artista desde a retrospectiva póstuma “Wilma Martins: território da memória”, realizada em 2023. É, também, uma oportunidade rara de ver um escopo tão abrangente da série “Cotidiano” reunido em uma só exposição.

Em cartaz até 18 de outubro.

Encerramento de duas exposições.

08/ago

Neste sábado, 09 de agosto, a partir das 15h, as artistas Mariana Rocha e Siwaju conduzirão visitas guiadas por suas exposições “Desde sempre o mar” e “SPECTRUM”, em cartaz, respectivamente, nos prédios 17 e 11 da galeria. Trata-se de evento de encerramento das exposições “Desde sempre o mar” e “SPECTRUM”.

Inspirada pela vastidão marítima e pelos mistérios da vida microscópica, Mariana Rocha mergulha em um universo onde as fronteiras entre ciência, mito e arte se dissolvem. Desde sempre o mar reúne pinturas inéditas que transitam entre figuração e abstração, evocando formas orgânicas como raízes, cílios, braços e membranas – elementos que se desdobram como símbolos da origem e da continuidade da vida. Segundo o curador Renato Menezes, que assina o texto de apresentação da mostra, “Mariana Rocha trapaceia a escala e, assim, a própria pintura parece se tornar, para a artista, um meio de reequacionar os mínimos essenciais da vida. Partícula e todo, célula e organismo, gota e oceano renegociam suas ordens de grandeza bem diante de nossos olhos.”

“Já Siwaju traz esculturas que articulam matéria e Cosmos, energias visíveis e invisíveis, objeto e entorno, corpo escultórico e espaço, organizando-se em uma temporalidade espiralada, em constante fluxo de expansão e retrospecção, ativando saberes afrodiásporicos. “Desdobram-se pelo espaço “famílias de obras” interligadas, cada uma com gramáticas e gestos próprios, mas todas atravessadas pelo desejo de criar zonas de interferência onde passado e futuro, beleza e libertação coexistem em tensão criativa.”, aponta a curadora Nathalia Grilo, autora do texto de apresentação da exposição.

O encontro marca o encerramento das mostras.

Panorama da produção de Raymundo Colares.

A abertura  da exposição “Raymundo Colares: Pista livre”, acontece na Almeida & Dale, Caconde 152, São Paulo, SP, a partir do dia 09 de agosto.

Com curadoria de Ligia Canongia, a exposição apresenta um panorama da produção de Raymundo Colares ao reunir pinturas, guaches e os emblemáticos Gibis, livros-objetos que convidam o público a manuseá-los. Colares criou um repertório visual composto por referências do construtivismo, pop art e cultura urbana. O ônibus, ícone frequente em suas telas, surge como elemento indicial dessa fusão, evocando a noção de movimento e dinamismo das grandes metrópoles, expressa por meio dos planos multidirecionais que tendem à colisão.

A palavra da curadoria.

Raymundo Colares manteve diálogo com o construtivismo brasileiro e suas raízes históricas, embora já sensível ao ideário pop, por sua estreita relação com as histórias em quadrinhos e o cinema. Os trabalhos de Mondrian, Duchamp e dos futuristas italianos foram cruciais em sua formação, mas a obra indiciava sintomas da iconografia urbana e da exuberância cromática da pop art. O universo popular em Colares convergiu para a figura do ônibus, um ícone-síntese do dinamismo nas grandes metrópoles. A experiência perceptiva da multiplicação e da deformação das coisas em movimento, que informara o cubismo e outros movimentos modernos, tornou-se centro de seu interesse. O artista tentava, pois, congregar planos disjuntivos, fatias de espaço que pareciam se colidir, imagens captadas aos estilhaços, sem a nostalgia da perspectiva ou de uma ordem. Ainda assim, suas pinturas são estruturadas, articuladas, e a complexidade desse jogo é que constitui o desafio da obra. Para ele, interessava fragmentar e reconstruir esses fragmentos de forma pulsante e errática, trazendo à luz uma das questões-chave de sua trajetória: a ideia de tempo, visualmente enunciada em planos multidirecionais e em velocidade. Raymundo Colares compreendeu que a questão do movimento, em última instância a questão do tempo, havia arremetido a experiência da pintura para além da estabilidade que conhecera no passado histórico, respondendo aos avanços da ciência e ao viver moderno. Pressentiu que essa atualização se prolongaria na era contemporânea, e que os efeitos da máquina seriam intensos e irreversíveis, mesmo não tendo vivenciado o mundo digital de nossos dias.

Ligia Canongia

Em cartaz até 04 de outubro.

Mostra inédita de desenhos.

06/ago

Com inauguração no dia 16 de agosto, “The Lincoln Park e Outros Lugares” é a primeira exposição individual do artista plástico Paulo Amaral após quase dois anos no Espaço Cultural do Hotel Praça da Matriz, Centro Histórico, Largo João Amorim de Albuquerque nº 72, próximo ao Theatro São Pedro, Porto Alegre, RS. Constituída de 20 desenhos, a maioria inéditos e realizados durante recente viagem à cidade de Chicago, nos Estados Unidos. A mostra estará em cartaz até o dia 07 de setembro.

Estão programados dois encontros do projeto “Roda de Cultura”, com o artista recebendo o público para um bate-papo descontraído sobre sua obra e trajetória, em duas quartas-feiras – 27 de agosto e 03 de setembro. Todos os eventos são gratuitos.

A série em destaque no Espaço HPM captura paisagens naturais pela riqueza expressiva do desenho de Paulo Amaral, com a predominância do figurativo e eventuais espaços ao semiabstrato, através do uso de lápis e carvão sobre papel ou tecido, em dimensões variadas. “Ultimamente, meu trabalho tem sido marcado pelo predomínio do uso de tinta acrílica sobre tela, então eu quis fazer algo diferente e escolhi a técnica do carvão e do grafite sobre papel ou tecido, algo do qual gosto muito”, ressalta o autor.

Sobre o artista.

Artista plástico e gestor cultural Paulo Amaral, 75 anos, tem uma ampla trajetória na área cultural. Nascido em Bagé (RS), iniciou seus estudos em pintura ao final da adolescência, em 1967, durante intercâmbio na Califórnia (EUA). De volta ao Brasil, formou-se em Engenharia Civil (1974), carreira que exerceu em Porto Alegre ao longo de 30 anos. Sua produção artística em modalidades diversas – desenho, pintura, gravura, serigrafia e escultura – é marcada por mais de 50 exposições individuais e 160 coletivas, muitas das quais no exterior. Em paralelo, notabilizou-se como crítico, escritor, curador e gestor. Dirigiu o Museu de Arte do Rio Grande do Sul em três períodos, a Direção Artística-cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e presidiu o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Conselho Consultivo de Patrimônio Museológico, desde 2021, atua como coordenador de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura da capital gaúcha.

Nova representação.

Ana Cláudia Almeida é a nova artista representada pela galeria Fortes D´Aloia & Gabriel. Ana Cláudia Almeida nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, 1993 – O universo material de Ana Cláudia Almeida, encontra-se estabelecido sobre a manipulação de tintas, plásticos, bastões a óleo, tecidos e imagens. A feição esvoaçante de suas obras sobre pano, o caráter acumulativo e movediço da escultura e a fragmentação caleidoscópica das pinturas de grande escala transpõem e traduzem a memória intangível em matéria. Essa dimensão se faz sentir tanto na superfície dos trabalhos, conforme Ana Cláudia Almeida permite que vestígios de gestos anteriores permaneçam na forma final, quanto de maneira conceitual e simbólica. Feita de sobreposições intensas de espaços plenos e vazios, a abstração que ressoa sua obra espelha formal e tematicamente camadas de lembranças, práticas e rituais. Transitando entre a pintura, a escultura  e  o  vídeo,  a  produção de  Ana  Cláudia  Almeida  confronta  os  modos  como  ela  é  moldada – ou distorcida – por estruturas sociais, explorando as fricções entre o ambiente urbano e sistemas como religião, gênero e sexualidade.

Entre suas exposições recentes destacam-se Ana Cláudia Almeida & Tadáskía, exposição diálogo entre as duas artistas que aconteceu simultaneamente nas galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra, em São Paulo, Brasil (2024); desdobramento da exposição Tadáskía and Ana Cláudia Almeida: A Joyner/Giuffrida Visiting Artists Program, no Nevada Museum of Art, Nevada, Estados Unidos (2024). Dentre as individuais, destacam-se Guandu Paraguaçu Piraquara, Fortes D’Aloia & Gabriel – Carpintaria, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Buracos, Crateras e Abraços, Quadra, Rio de Janeiro, Brasil (2021); Wasapindorama, Fundação de Arte de Niterói, Niterói, Brasil (2018).

A artista também fez parte das exposições coletivas Ensaio sobre a Paisagem, Instituto Inhotim, Brumadinho, Brasil (2024); Olhe bem as montanhas, Quadra, São Paulo, Brasil (2024); Essas Pessoas na Sala de Jantar, Casa Museu Eva Kablin, Rio de Janeiro, Brasil (2023); Crônicas Cariocas, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2021) e Casa Carioca, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil (2021). Suas obras integram as coleções do Museu de Arte do Rio, Instituto Inhotim e Sesc Rio de Janeiro.

Fotografias no Instituto Cervantes.

Uma constelação transnacional de olhares contemporâneos entre Espanha e Brasil, propondo um deslocamento simbólico e crítico pelo território brasileiro, “Câmbio de Paradigma – Um Giro no Brasil”, com curadoria partilhada de Marta Soul e Ângela Berlinde, será aberta ao público no dia 14 de agosto, no Instituto Cervantes, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. A mostra estabelece um diálogo inclusivo entre os dois países, compreendendo o “giro” como abertura a outras epistemologias, afetos e imaginários historicamente marginalizados. Como parte da programação oficial do festival FOTORIO 2025, a exposição reúne 12 artistas contemporâneos, sendo seis brasileiros e seis espanhóis, cujos trabalhos se articulam em torno de cinco eixos curatoriais: estruturas de poder; justiça social e racial; gênero e autorrepresentação; tecnologia e progresso; ecologia e justiça climática.

Trata-se de uma exposição que questiona quem olha, quem é olhado e a partir de onde se constroem as imagens. “Câmbio de Paradigma” é um espaço de ressonância, escuta e transformação coletiva. Por meio de dispositivos híbridos, instalações, colagens, vídeo e performance, os artistas participantes reconfiguram a fotografia como uma ferramenta crítica e sensível diante das estruturas hegemônicas da imagem.

Sobre os artistas e suas obras.

Do lado espanhol, Megane Mercury explora identidades migrantes e gentrificação urbana na série La Españoleta, enquanto Cristina Galán revela as contradições do eu hiperfiltrado nas redes sociais em Paul. Esteban Pastorino investiga a memória da técnica fotográfica a partir do uso de câmaras analógicas, e Agnes Essonti Luque propõe uma profunda reflexão sobre identidade afrodescendente em La máscara del duelo. Toya Legido alerta para a extinção de espécies no território ibérico em Lepidópteros en extinción, e Yun Ping constrói um diário visual de transformação e pertença em The body as a suit.

Do Brasil, Shinji Nagabe subverte a masculinidade normativa em Cavalo de Troia, propondo uma soberania queer em tensão com o imaginário da conquista. Denilson Baniwa, artista indígena, desmonta visualmente os relatos coloniais em Ficções Coloniais. Caio Aguiar (Bonikta) encarna o território amazônico como um corpo político e encantado em Memórias Enkantadas, enquanto a dupla Masina Pinheiro & Gal Cipreste apresenta Hunting Exercise: Blow, obra que ativa memórias queer e performativas a partir do corpo. A exposição celebra ainda a participação especial da artista local Betina Polaroid, que propõe um gesto de celebração e resistência queer com a instalação Espelhos & Películas e a performance Fluidez, ativada no dia 14 de agosto.

Centenário de Gilberto Chateaubriand.

05/ago

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugura no dia 09 de agosto a exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial”, que abre as comemorações pelo centenário de nascimento de um dos maiores colecionadores da história da arte brasileira. A mostra estará em cartaz até 09 de outubro. De grande escala, a mostra reúne aproximadamente 350 obras de um dos mais representativos conjuntos da produção artística nacional. Desde 1993, cerca de 6.400 das 8.300 peças que compõem a Coleção Gilberto Chateaubriand estão sob a guarda do MAM Rio, consolidando uma parceria fundamental para a preservação e difusão da arte brasileira.

Com curadoria de Pablo Lafuente e Raquel Barreto, o público será convidado a uma imersão nas camadas de significado, afeto e história que atravessam a coleção, ao longo de mais de cinco décadas cuidadosamente constituída por Gilberto Francisco Renato Allard Chateaubriand Bandeira de Mello (1925-2022), diplomata e presença marcante nas artes visuais do país. Segundo o próprio Gilberto Chateaubriand, o colecionismo surgiu por acaso, em 1953, durante uma viagem a Salvador, quando foi apresentado ao pintor José Pancetti (1902-1958) pelo colecionador Odorico Tavares. Ao visitar o ateliê, adquiriu não só a tela Paisagem de Itapuã, mas a paixão por colecionar.

De acordo com Pablo Lafuente, diretor artístico do museu, “a coleção de Gilberto consegue oferecer um panorama complexo da história da arte brasileira do século 20, atenta aos movimentos e artistas que a compuseram, tornando-se uma das mais importantes do país ao mesmo tempo que revela as relações fascinantes que Gilberto tinha com obras e com artistas”.

“Gilberto Chateaubriand se dedicou com intensidade à formação de uma das coleções particulares mais significativas que temos no Brasil. A coleção é única em sua habilidade de unir tradição e experimentação, incluindo desde os modernistas icônicos a jovens artistas de diversas regiões do país e suas propostas experimentais”, observa Raquel Barreto, curadora-chefe do MAM Rio.

Um olhar sensorial para a arte brasileira

Um século de arte no Brasil

Com obras de Adriana Varejão, Alair Gomes, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Antonio Bandeira, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Candido Portinari, Carlos Vergara, Cícero Dias, Cildo Meireles, Djanira, Edival Ramosa, Gervane de Paula, Glauco Rodrigues, Iberê Camargo, Ione Saldanha, Ivan Serpa, José Pancetti, Lasar Segall, Luiz Zerbini, Lygia Clark, Maria Martins, Rubens Gerchman, Tarsila do Amaral, Tomie Ohtake e Vicente do Rego Monteiro, entre muitos outros, a exposição cobre cerca de 100 anos de arte no Brasil e permite ao visitante percorrer, de forma não linear, uma ampla e plural história da cultura visual do país.

A exposição “Gilberto Chateaubriand: uma coleção sensorial” é organizada em colaboração com o Instituto Cultural Gilberto Chateaubriand e tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Petrobras, da Light, do Instituto Cultural Vale e da Vivo através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro