Waltercio Caldas/desenhos e esculturas

23/mar

A Galeria Marcelo Guarnieri apresenta, em sua unidade de Ribeirão Preto, SP, exposição individual de Waltercio Caldas. A mostra, que reúne desenhos e objetos produzidos, em sua grande maioria, nos últimos cinco anos, nos aproxima do interesse do artista pela construção de significados através do olhar e do encontro com o desconhecido.

 

A busca de Caldas é por um olhar modificado pelo espanto do objeto sem nome e sem história.

 

Pelo estado de suspensão em que nos encontramos quando em situações fronteiriças, do espaço “entre”: entre realidade e ilusão, silêncio e matéria, bidimensional e tridimensional, entre palavra e imagem, entre a linha do horizonte e o abismo.

 

A geometria, sendo estruturada por razões matemáticas, é comumente associada à ideia de certeza, assertividade e previsibilidade, no entanto, dentro do trabalho de Caldas, ela parece nos apontar para uma realidade que vai além desses limites: seja nos desenhos sobre papel, quando a linha ou o ponto ganham um corpo e se lançam no espaço para além da superfície, seja nas arestas de seus sólidos geométricos que, ora se apresentando irregulares entre si, ora sugerindo um caminho ainda a ser percorrido até que o volume se complete, nos projetam para outros planos que não se presentificam no traçado. É uma espécie de dúvida do mundo que mobiliza a produção de Waltercio Caldas e que solicita ao observador especulações sobre ele a partir do olhar.

 

A transparência e o reflexo são elementos igualmente importantes nos trabalhos apresentados nesta exposição, que, embora não sejam constituídos por espelhos ou vidros – materiais presentes em muitas das peças do artista -, possuem em sua composição os dados dessas naturezas. É o caso da obra Sem Título, de 2013, composta por arestas de aço inox que sugerem duas formas tridimensionais que se enfrentam, se espelham e que são mediadas por um bloco preto e maciço de obsidiana negra polida. Na cultura Asteca, tal pedra servia de matéria prima para o poderoso espelho de obsidiana, símbolo do deus da feitiçaria, Tezcatlipoca, cujo significado se dá por “Espelho Esfumaçado”; era utilizado em rituais de adivinhação por xamãs e entendido como um objeto que refletia ao mesmo tempo observador e observado. Esse quase- duplo não-idêntico de arestas que se reflete através de um “Espelho Esfumaçado”, parece nos colocar diante da distorção, condição inerente, embora muitas vezes imperceptível, dos materiais reflexivos e translúcidos, e que pode também dar origem ao efeito, a que chamamos de ilusão, dos arranjos da imagem sobre o olho. Tal efeito é explorado ainda nos desenhos, como, por exemplo, naquele de 2014 em que vemos formas ovais ganharem volume e saltarem do plano por meio do jogo de luz e sombra no uso do pastel, ou em outros que se constroem seguindo as leis da perspectiva euclidiana.

 

O repertório da história da arte é entendido por Caldas como material de trabalho, tanto quanto é  o bronze, o aço inoxidável, o ar, os fios de lã ou os campos de cor. “Considero a arte um fluxo, um rio que cada artista faz movimentar um pouco. Por outro lado, vejo a história da arte como  uma matéria contínua, resultado desse fluxo, onde um ou outro trabalho me interessa particularmente. […] Minha intenção ao utilizar a história da arte como matéria plástica é dar crédito a esse fluxo. Materializá-lo de modo que o reconhecimento dessas mudanças se torne assunto do trabalho […]”

 

O uso que faz das palavras em algumas de suas obras, afirma seu interesse pela linguagem como ponte entre uma imagem visível e uma imagem possível e, mais do que isso, como aquilo que pode provocar um momento de desorientação psíquica, um estranhamento. A palavra ganha uma espécie de vida que extrapola a sua função dominante, sugerindo imagens que rearranjam o funcionamento do organismo que habita, seja no desenho, seja no objeto, seja na instalação.

 

 

 

Sobre o artista

 

Waltercio Caldas nasceu em 1946 no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha. Suas obras encontram-se nas seguintes coleções: Museum of Modern Art, Nova York, EUA; National Gallery of Art, Washington, EUA; Fundación Cisneros – Colección Patricia Phelps de Cisneros, Nova York, EUA; Caracas, Venezuela; Blanton Museum of Art, Austin, Texas, EUA; Neue Galerie, Staatliche Museen, Kassel, Alemanha; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas desde o final dos anos 1960, destacando-se: Bienal de Veneza, Itália; Bienal Internacional de São Paulo, Brasil; Documenta, Kassel, Alemanha; Gwangju Biennale, Coreia do Sul; Bienal de Cuenca, Equador; Bienal de Havana, Cuba; Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; Stedelijk Museum Schiedam, Holanda; Queens Museum of Art, Nova York, EUA; MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil; Malba, Fundación Constantini, Buenos Aires, Argentina.

 

 

De 18 de março a 17 de maio.

 

Acervo textual, fotográfico e visual 

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, na Galeria 4, a exposição “À mercê do impossível – Ana Cristina Cesar”, que reúne a obra da poeta carioca tida como uma das principais artistas da geração de poetas que marcou os anos 1970 no Brasil. Serão apresentados escritos, fotografias e vídeos do acervo pessoal de Ana Cristina, visando não só homenagear sua trajetória, mas promover questionamentos e reflexões acerca de sua obra. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e Governo Federal.

 

A mostra é a primeira no Brasil totalmente dedicada à vida e à obra de Ana Cristina, que completaria 65 anos em 2017. Dividida em quatro diferentes núcleos – textual; fotográfico e videográfico; sonoro e kids – a montagem do espaço se destaca pelas criativas saídas cenográficas utilizadas para expor de modo alternativo a seleção de poemas escolhidos. Com o objetivo de incentivar a leitura, a curadora Ana Hortides fez questão, ainda, de separar um espaço dedicado ao público infantil, com atividades dirigidas e contação de histórias com educadores. A concepção desse espaço é baseada no pequeno conto O conde que tinha o rei na barriga, escrito pela poeta em sua infância.

 

“A exposição “À mercê do impossível – Ana Cristina Cesar” faz um duplo convite ao público da cidade do Rio de Janeiro: por um lado, a entrar em contato com a obra, a biografia e a fortuna crítica a respeito desta que tem se consolidado como uma das maiores poetas brasileiras do século XX; por outro, a mergulhar no prazer de seu texto, e ficar, como diz Ana no verso que dá título à mostra, à mercê do impossível” declara Thiago Grisolia, um dos curadores. “Para tanto, contaremos com peças de seu acervo de fotografias e documentos, as primeiras edições de seus livros, um filme sobre sua poética e ainda realizaremos um seminário com importantes estudiosos de sua obra. Mas, sobretudo, contaremos com seus poemas, que, sendo a parte mais essencial de seu legado, ganharão corpo na galeria da Caixa Cultural Rio de Janeiro”, enumera.

 

 

Seminário e catálogo

 

No dia 1º de abril (sábado), haverá um seminário com três mesas que discutirão diferentes temáticas acerca da obra de Ana Cristina Cesar. A primeira mesa, Biografia/Ficção, terá início às 14h, com a participação de Heloísa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho. Às 16h, se inicia a mesa Intimidade/Mostração/Confissão, com a presença de Alice Sant’Anna, Italo Moriconi e Luciana diLeone. Em seguida, às 18h, a mesa Corpo/Crítica/Clínica, com Flavia Trocoli e Roberto Corrêa dos Santos, fecha o ciclo de debates. A mediação fica por conta do curador Thiago Grisolia e a entrada é franca, sujeita à lotação da sala. Após a última mesa, será lançado o catálogo da mostra.

 

 

Sobre a artista

 

Ana Cristina Cesar nasceu em 02 de junho de 1952, no Rio de Janeiro. Desde os quatro anos de idade, fazia poemas que, por ainda não saber escrever, eram ditados para sua mãe. Foi licenciada em Letras pela PUC-Rio, mestre em Comunicação pela UFRJ e Master of Arts (M.A.) em Theory and Practice of Literary Translation pela Universidade de Essex, na Inglaterra. Em vida, publicou “Cenas de abril”, de 1979, “Correspondência Completa”, de 1979, Luvas de pelica, de 1980, e A teus pés, de 1982, além de “Literatura não é documento”, de 1980, fruto de sua pesquisa acadêmica. Nos anos 1970, consolidou-se como uma das principais artistas da chamada “geração mimeógrafo”, com uma extensa produção de escritos, diários, correspondência e até mesmo esboços e desenhos. Após sua morte, em 1983, outros textos seus foram lançados em diversas edições, como “Poética”, de 2013. Além de poeta, foi professora, tradutora, ensaísta e pesquisadora, tendo sempre a literatura como principal objeto de trabalho.

 

 

Programação do Seminário:

 

1º de abril (sábado) –  Sala Margot

14h – Biografia/Ficção – Palestrantes: Heloísa Buarque de Hollanda e Armando Freitas Filho

16h – Intimidade/Mostração/Confissão – Palestrantes: Alice Sant’Anna, Italo Moriconi e Luciana diLeone

18h – Corpo/Crítica/Clínica – Palestrantes: Flavia Trocoli e Roberto Corrêa dos Santos;

 

Lançamento do catálogo

 

 

De 21 de março a 07 de maio.

Mobiliário Brasileiro em Curitiba

16/mar

Em breve, em exposição – único lugar – mobílias e peças de design históricas, muitas delas exclusivas, assinadas por nomes como Oscar Niemeyer, Jorge Zalszupin, Carlo Hauner e Joaquim Tenreiro. Isso será possível na Bossa – Mobiliário Moderno Brasileiro, Batel, Curitiba, PR. O novo empreendimento trará toda a excelência do grupo responsável pelo sucesso das curitibanas SIM Galeria e Simões de Assis Galeria de Arte.

 

Com foco em mobiliário vintage original de época, a Bossa vai trabalhar com peças brasileiras produzidas entre as décadas de 1950 e 1980. O período escolhido marca a efervescência da arquitetura e do design nacional, principalmente após a construção de Brasília, o investimento na indústria, o surgimento do Movimento da Bossa Nova e a consolidação do movimento modernista nas artes.

 

“Trabalhamos há mais de trinta anos com obras de arte, formamos importantes coleções no Brasil e contribuímos para a internacionalização dos nossos artistas. Como sempre gostamos e tivemos peças de importantes designers brasileiros em nossa coleção particular, pensamos em estender isto ao público e aos colecionadores que já atendemos. O mobiliário de design brasileiro está alcançando grande projeção internacional, e nos vemos mais uma vez como um importante ponto de conexão”, explica Guilherme Simões de Assis, diretor e um dos idealizadores da Bossa – Mobiliário Moderno Brasileiro.

 

Comparadas a obras de arte, as mobílias e objetos e design da Bossa serão apresentadas em um formato de exposição, com lançamentos bimestrais. Em sua exposição de inauguração, contará com duas mostras individuais do maior arquiteto brasileiro de todos os tempos: Oscar Niemeyer. O empreendimento vai apresentar peças icônicas de Niemeyer, além de um conjunto de desenhos. Um dos destaques da exposição será a poltrona Chaise-Longue Rio, criada por Niemeyer em 1978. Além disso, em sua abertura a Bossa trará mobiliários assinados pelo consagrado arquiteto e designer polonês Jorge Zalszupin. Naturalizado brasileiro, ele desembarcou no país na década de 1950 depois de escapar da perseguição aos judeus em sua terra natal e ter cursado Arquitetura na Romênia.

 

“Estamos posicionando a Bossa como um espaço expositivo muito similar à de uma galeria de arte, e vamos trabalhar da mesma forma que na galeria. A experiência e o nome ajudam muito, desde a captação de peças até a entrada em importantes clientes. Já na abertura, queremos mostrar ao nosso público o que reflete os conceitos da Bossa – Mobiliário Moderno Brasileiro. Escolhemos dois nomes conhecidos internacionalmente para lançar esse novo projeto. Foram meses para a aquisição de peças muito especiais”, detalha Guilherme.

 

Um detalhe que diferencia a Bossa – Mobiliário Moderno Brasileiro ficará por conta do trabalho de restauro, caso seja interesse do comprador. Por se tratarem de peças originais de época, muitas delas com mais de 50 anos de história, alguns itens podem apresentar algum tipo de desgaste causado pelo tempo.

 

Além de Niemeyer e Zalszupin, a Bossa possui um acervo com peças de nomes como Carlo Hauner, Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues, Percival Lafer, Jean Gillon, Lina Bo Bardi, Liceu de Artes e Ofícios, Geraldo de Barros e Giuseppe Scapinelli. “A reposição de uma peça vendida será algo quase inusitado. Como trabalhamos com peças raras, o abastecimento será lento e seletivo. Queremos apresentar algo exclusivo e com muita história para o nosso público”, completa o diretor da Bossa.

 

 

 

A partir de 18 de março.

Individual de Luiz Ernesto

O Paço Imperial inaugura dia 16 de março, a exposição “Antes de sair”, de Luiz Ernesto.O trabalho ocupará a sala “Academia dos Seletos”. O artista apresenta uma instalação inédita que une imagem e texto, lidando com os sentidos possíveis dessa relação, na medida em que no cotidiano estamos impregnados de imagens e textos descartáveis e ligeiros.  Para Luiz Ernesto este é um campo fecundo, que amplia a gama desses significados.

 

Em 2007 ao esvaziar o apartamento de sua avó para vendê-lo o artista deparou-se com uma enorme quantidade de objetos, móveis e ambientes repletos de memórias e histórias. Em meio a um processo longo e dolorido, fez registros fotográficos dos cômodos e dos objetos que estavam sendo retirados de uma casa que havia sido marcante em sua infância. O que no início era um registro para recordação deu origem a um novo trabalho de arte.

 

Desde o ano 2000, Luiz Ernesto desenvolve pesquisas que discutem a relação entre imagens e palavras: “Palavras e imagens juntos tornam-se fecundos e têm sua gama de significados ampliada. Neste trabalho, memória e história são minhas principais matérias primas, objetos banais do cotidiano, móveis e ambientes nos quais o tempo imprimiu suas marcas. O que me interessa é explorar seus significados afetivos: as lembranças, as ocasiões, os lugares e as pessoas que aqueles suscitam. Ao longo do processo, fotos e textos tomaram seus próprios rumos libertando-se da obrigação de registrar fielmente a história vivida para gerar uma obra de ficção”, declara o artista.

 

A instalação “Antes de Sair” reúne cerca de 50 fotografias divididas em dez grupos acompanhados de pequenos textos.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Luiz Ernesto Moraes é artista plástico e professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Ex- aluno desta escola, Luiz Ernesto foi seu diretor de 1998 a 2002. Em 1992, contemplado com uma bolsa de estudos pelo Conselho Britânico, passou um ano na Escócia, no Glasgow Print Studio onde desenvolveu uma série de trabalhos em diferentes técnicas de gravura. Desde 1979, tem participado de exposições individuais e coletivas. Seu trabalho desenvolve-se em diversos meios, como desenho, pintura, objetos e fotografia e tem como ponto de partida os objetos banais do cotidiano. Para uma exposição sua em 1999, no Paço Imperial, o crítico Agnaldo Farias, assim se referiu ao trabalho do artista: “As pinturas, desenhos e assemblages de Luiz Ernesto sempre se propuseram a animar as coisas de sua letargia para deixá-las transbordar, fazê-las abandonar seu estado inicial rumo a uma condição próxima. O insólito, dizem seus trabalhos, está aqui mesmo.”

 

Desde 2001, Luiz Ernesto vem desenvolvendo um trabalho em fibra de vidro, resina de poliéster e fotografia. Sobre este trabalho o crítico Paulo Sérgio Duarte, num texto intitulado “ A solidão das coisas calmas”, escreveu: “ O que são esses trabalhos de Luiz Ernesto? Não são telas, nem é pintura, ao menos no sentido convencional. No entanto com esta se assemelham, não pela forma no sentido estrito, digamos que lembram a pintura pelo que em inglês chama-se shape. … Na sua fabricação obedecem aos procedimentos da escultura. Têm um molde e lá o artista deita seus lençóis de fibra, seus solventes e suas figuras e suas palavras. …Apesar de suas dimensões, o verdadeiro tema dos quadros é a nostalgia de um mundo em miniatura, sem violência ou nervosismo, onde as coisas calmas pudessem usufruir a sua solidão.”

 

 

 

De 16 de março a 21 de maio.

Alvaro Seixas em Salvador

15/mar

A poesia romântica e o caráter subversivo que marcam as obras de autores como Lord Byron, Marques de Sade e Álvares de Azevedo estão por trás da mostra que o artista carioca Alvaro Seixas apresenta em Salvador a partir do dia 23 de março, abrindo a temporada de exposições de 2017 da Roberto Alban Galeria, em Ondina. O trabalho de Seixas insere-se entre os mais representativos e expressivos da arte contemporânea brasileira, uma produção marcada por imagens abstratas, gestuais ou, como ele prefere situar, por uma “abstração literária”.

 

Intitulada “O Coxo, o Sádico e o Poeta”, a mostra é a primeira individual de Alvaro Seixas em Salvador. Sua obra, contudo, já é bastante reconhecida no país. Doutor em artes visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ, vem se consolidando como um dos artistas mais relevantes da sua geração. Em 2015, ele foi o mais jovem artista selecionado para concorrer em uma das mais importantes premiações brasileiras em artes visuais: o Prêmio Marcantonio Vilaça. Além disso, sua obra integra importantes coleções particulares, com trabalhos adquiridos recentemente pelo MAR (Museu de Arte do Rio) e pela importante Alex Katz Foundation, nos Estados Unidos. Dentre suas exposições recentes se destaca a X Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2015.

 

“A série de pinturas que apresentarei em Salvador pode ser “conceitualizada” como abstrata, gestual e outros termos familiares, mas eu gosto de pensar em uma outra ideia, a da “abstração literária”, uma vez que meu modo de pintar passou a admitir não apenas elementos do vocabulário das artes visuais, mas da literatura e da poesia, em particular da poesia romântica byronista e da literatura de Sade: suas contradições, fantasias e caráter subversivo”, justifica Alvaro Seixas.

 

Para ele, a academia acaba muito integrada à sua forma de trabalhar porque “ela deve ser um espaço pulsante, justamente para não corrermos o risco de reproduzirmos um novo “academicismo”, ou seja, cheio de regras de como ser um artista contemporâneo(…) Eu procuro sempre “puxar o meu tapete” quando estou dando aula ou pintando um quadro: considero a perplexidade um objetivo louvável do fazer artístico, seja sobre uma tela de pintura ou no âmbito de uma universidade”.

 

Nesse sentido, na exposição da Roberto Alban Galeria, Seixas disse ter buscado inspiração na persona e na obra de um autor não tão debatido nas universidades de artes plásticas brasileiras: Lord Byron. “Quando lemos uma poesia do Byron muitas vezes a cor de fundo é algo a ser decifrado ou inventado. Quando me proponho e decifrar uma obra complexa como “Don Juan”, em campos e rabiscos de cores, estou jogando com a maneira que o expectador ou observador lida com a pintura em contraste com a poesia”, explica.

 

Nas telas de Alvaro Seixas que serão expostas em Salvador, chama a atenção o uso que o artista faz das cores, que surgem de forma viva, com função de “criar contrastes visuais e teóricos, servindo também para seduzir e confundir o expectador”. Nessa profusão cromática, o artista estabelece um rico diálogo entre materiais tradicionais, como a tinta a óleo, e as tintas spray neon e estruturas metálicas pré-fabricadas. “O spray neon é uma paleta industrial de tempos recentes, cada vez mais popular. É a tinta que encontro tanto na loja de materiais de construção do lado do meu ateliê como também numa loja de street wear cool de Botafogo e do Leblon. Misturar esses universos: azul da Prússia e rosa neon, por exemplo, é fazer um jogo metafórico e narrativo com os materiais – a matéria tem a sua própria história para contar e mesclar essa história com a vida de figuras tão impressionantes como Byron, Azevedo e Sade me pareceu um grande e cativante desafio”.

 

O texto de apresentação da mostra é do crítico e curador Felipe Scovino, que ressalta que o caráter pensante da obra de Alvaro Seixas se traduz na sua capacidade de trabalhar conjuntamente a narrativa dos três poetas escolhidos: Lord Byron (o coxo), Sade (o sádico) e Álvares de Azevedo (o poeta). “Esses personagens e suas motivações contaminam e alimentam nesse momento a obra de Alvaro Seixas”, afirma Scovino, para quem o artista “não tem medo do ridículo, pois ele ridiculariza a si próprio antes de mais nada. É por essa atmosfera e personagens que tem o desejo, nas suas mais diversas ambições, o amor, a libido e a paixão violentamente expostas que a sua mostra segue”.

 
De 24 de março a 23 de abril.

Individual de Thiago Honório

14/mar

A Galeria Luisa  Strina, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta “Solo”, primeira exposição individual do artista mineiro Thiago Honório na galeria.Honório apresenta o trabalho “Roca”. Trata-se de uma cabeça de imagem de roca ou de vestir do século XVIII disposta sobre sólido geométrico produzido com um procedimento construtivo brasileiro utilizado no período colonial no repertório das construções dos séculos XVIII e XIX, conhecido como pau a pique, taipa de mão, taipa de sopapo ou taipa de sebe.

 

Essa técnica vernacular consiste no entrelaçamento de ripas ou toras de madeiras verticais com vigas de bambu horizontais e amarradas entre si por cipó, engendrando uma grande estrutura tramada cujos vãos se preenchem com barro, resultando numa parede. Das práticas da chamada arquitetura de terra é uma das mais recorrentes, principalmente nas zonas rurais.

 

A cabeça, estátua ou imagem de roca designa a tipologia de imagens sacras processionais que são travestidas com trajes de tecidos, perucas e adornadas com pedras preciosas, semipreciosas ou bijuterias. A palavra roca, como substantivo feminino, significa bastão, haste ou vara, possuindo na extremidade um bojo que se enrola a rama do algodão, do linho, da lã: roca de fiar. Também denota a formação volumosa e elevada de pedra, rocha, rochedo, penhasco.

 

Segundo Thiago Honório: “A imagem de roca tradicionalmente aparece em procissões e consiste numa estrutura de madeira articulável que dá a ver apenas a cabeça, mãos ou braços e, às vezes, os pés da peça esculpida, envolta em indumentária e adereços que a caracterizam conforme seus usos litúrgicos. Grande parte dessas imagens era construída numa escala aproximada da escala natural do corpo humano”. Este gênero de imagens adquiriu considerável difusão no Brasil, sobretudo na Bahia e em Minas Gerais durante o período Barroco, estendendo-se até meados do século XIX.

 

No caso de “Roca”, obra que ocupa sozinha grande área da sala de exposições, a cabeça da imagem de roca encontra-se no topo de um “monte” geométrico de pau a pique e taipa de mão.

 

Na exposição “Solo”, a obra “Roca” apresenta-se fincada na terra, solo; com o duplo sentido da ideia de solo, nesse caso tanto a apresentação destinada ao solista quanto a terra. O trabalho busca problematizar à maneira metalinguística as noções de solo, camadas da terra, piso, chão de construção ou casa, ou a superfície que é construída para se pisar; substrato físico sobre o qual se fazem obras. Em sentido figurado, faz referência a nação, país ou região: em solo brasileiro, solo fértil. A etmologia do substantivo solo vem do latim sŏlum, que significa fundo, fundamento, pavimento e planta do pé. E também solo no sentido de só; a solo na ideia de executado por uma só voz ou instrumento; do latim sōlus, a, um a partir da noção de só, solitário; e também pode ser a dança, a ginástica artística, o trecho musical, a apresentação teatral, a exposição individual ou a seção a ser executada por um único intérprete.

 

 

 

Sobre o artista

 

Exposições recentes do artista nascido em Carmo da Paranaíba, em 1979, incluem “Trabalho”, MASP Museu de Arte de São Paulo, 2016; “Boate Azul” em colaboração com Pedro Vieira, Museu de Arte da Pampulha, 2016; “Títulos”, Paço das Artes, 2015. Ainda em 2016, Thiago Honório lançou o seu primeiro livro intitulado {[( )]} – publicado pela editora IKREK – e premiado pelo ProAC. Em 2017 lançará “Augusta”, publicado pela mesma editora. Possui obras nos acervos do MASP; MAC/USP Museu de Contemporânea da Universidade de São Paulo; MAR Museu de Arte do Rio; MAM/SP Museu de Arte Moderna de São Paulo; MAB/FAAP Museu de Arte Brasileira e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

 

 

De 14 de março a 29 de abril.

Muntadas

“Dérive Veneziane”

 

Projeção no Anexo da Galeria Luisa Strina -aos sábados – Cerqueira César, São Paulo, SP.

 

18 Março – 29 Abril 2017

Abertura: 14 março, às 19hs

 

O filme – filmado durante a noite de um barco – propõe um lado diferente, alternativo da Veneza estereotipada e clichê – uma Veneza escondida, uma Veneza desconhecida, uma Veneza misteriosa.

 

Inspirando-se na deriva dos Situacionistas, teoria descrita por Guy Debord como “um modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana: uma técnica de passagem rápida por ambientes variados”, o filme “Dérive Veneziane” leva os espectadores a um passeio noturno, estranho e surreal, pelos canais icônicos de Veneza, onde eles encontram o inesperado e o imprevisto.

 

O filme estreou no 72º  Festival de Cinema de Veneza, Itália, em 2015.

Alfredo Jaar na Luisa Strina

A Galeria Luisa Strina, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta “The Politics of Images”, segunda exposição individual de Alfredo Jaar na galeria. Alfredo Jaar, Chile, 1956, é artista, arquiteto e vídeo maker. Após completar seus estudos no Chile, fixou-se – em 1982 -, Nova York, cidade onde vive e trabalha atualmente. Sua prática artística é focada na criação, distribuição e circulação de imagens na esfera pública.

 

O ponto de partida da exposição é a instalação “The Sound of Silence”, de 2006, “um teatro construído para uma única imagem” (Jacques Rancière). O trabalho conta a história de Kevin Carter (1960 – 1994), fotojornalista sul-africano que se tornou famoso por sua fotografia ganhadora do prêmio Pulitzer. Tirada enquanto Carter se reportava do Sudão em 1993, a fotografia mostra uma criança em estado de inanição se rastejando pelo chão enquanto um abutre a observa. Após o suicídio do autor, a fotografia se tornou propriedade de sua filha Patricia Megan Carter e seus direitos são controlados pela Corbis, a maior agência fotográfica do mundo, a qual controla mais de cem milhões de imagens e é de propriedade de Bill Gates. Usando uma linguagem sucinta, Jaar questiona não só os limites do representável e da possibilidade de observar, mas também trata de questões de responsabilidade tanto do fotógrafo individualmente quanto daqueles que controlam a circulação e a disseminação das imagens, e finalmente, o espectador.

 

“One Million Points of Light”, de 2005, foi realizado na costa de Angola, em Luanda. A câmera foi posicionada em direção ao oceano, apontando diretamente ao Brasil, em memória e homenagem aos 14 milhões de escravos enviados de Angola para o Brasil. A fotografia é reproduzida numa caixa de luz e em cartões postais que os visitantes são convidados a levar para casa.

 

“Searching for Africa in LIFE”, de 1996, foca na ausência de representação e na ausência da África na revista de notícias LIFE (a LIFE foi uma revista de fotojornalismo, fundada em 1936 por Henry Luce- também fundador da revista Time – e encerrou suas atividades com a edição de maio de 2000). O trabalho consiste em uma coleção de 2128 capas, de 1936 a 1996, mostradas em ordem cronológica e visando refletir a chocante escassez de cobertura do continente africano por uma das mais influentes revistas do mundo.

 

Jaar usa uma fórmula similar no trabalho intitulado “From Time to Time”, de 2006, o qual, outra vez, traz à tona os esteriótipos racistas que governam a percepção da mídia ocidental em relação à África. São nove capas recentes da revista Time dedicadas à África divididas pelos únicos três assuntos geralmente cobertos: doenças, fome e conflito armado.

 

 

Sobre o artista

 

Alfredo Jaar realizou exposições individuais em instituições como o New Museum, Nova York, 1992; White chapel Gallery, Londres, 1992; Museum of  Contemporary Art, Chicago, 1992; Moderna Museet, Estocolmo, 1994; Museum of Contemporary Art, Roma, 2005; Berlinische Galerie, Alte National galerie e Neue Gesellschaft für Bildende Kunst, Berlim, 2012; e Museum  of  Contemporary Art Kiasma, Helsinki, 2014.

 

O trabalho do artista faz parte de coleções tais como a do Museum of Modern Art, Nova York; Tate Collection, Londres; Guggenheim Museum, Nova York; LACMA e MOCA, Los Angeles; Centro de Arte Reina Sofia, Madrid; Centre Georges Pompidou, Paris; Moderna Museet, Estocolmo; e MASP, São Paulo.O artista participou de algumas das mais estabelecidas exposições coletivas ao redor do mundo, tais como a Bienal de Veneza (1986, 2007, 2009, 2013); Documenta, Kassel (1987, 2002); e Bienal Internacional de São Paulo (1987, 1989, 2010).

 

 

De 14 de março a 29 de abril.

Rubem Valentim em Brasília

Chama-se “Rubem Valentim Construção e Fé”, a mostra na Caixa Cultural, Brasília, DF, com curadoria de Marcus de Lontra Costa. A exposição exibe pinturas, relevos e esculturas do artista baiano Rubem Valentim. Suas obras sintetizam em formas geométricas as simbologias místicas de matriz africana e se destacam na arte moderna construtivista e concretista brasileira. Um artista vanguardista que, ao residir em Brasília na década de 1960, incorpora de forma única a tridimensionalidade à sua obra.

 

 

De 15 de março a 28 de maio.

12 Contemporâneos 

13/mar

A CAIXA Cultural, Galeria 1, 

 

Centro, Rio de Janeiro, RJ, recebe, de 18 de março a 14 de maio, a exposição coletiva “PINTURA (Diálogo de artistas)”, através de doze trabalhos de doze artistas diferentes, selecionados e dispostos de maneira que a unidade da mostra se dá pela investigação pictórica de cada participante e não pelo diálogo entre as obras. O projeto aposta na diversidade de pesquisas genuínas de pintura utilizando ora a tela e seus meios tradicionais, ora experimentações para ampliar o questionamento sobre as possibilidades da arte no tempo presente. O projeto tem patrocínio da CAIXA Econômica Federal e Governo Federal.

 

 

A proposta de diversidade reuniu artistas como os portugueses Rui Macedo e Ema M; o vencedor do prêmio PIPA Online 2014, Paulo Nimer PJota; além de Hugo Houayek, James Kudo, Pedro Varela, Rafael Alonso, Vânia Mignone, Zalinda Cartaxo, Alvaro Seixas, Elvis Almeida e Willian Santos.

 

 

No espaço expositivo, partindo do pressuposto de que toda exposição de artes visuais toma forma como um diálogo entre artistas, para construir essa discussão, decidiu-se afastar as possíveis semelhanças entre as obras, como suporte e técnicas, ao invés de aproximá-las. Acompanhado de um pequeno texto escrito por cada artista, cada trabalho pode expressar o entendimento próprio de seu criador sobre pintura.

 

 

Da mesma forma, a seleção de artistas esteve intimamente relacionada com as diferentes visões individuais sobre a pintura a partir de suas qualidades originais e essenciais. Não houve preferência por nenhum tipo de abordagem ou material. Assim, o público encontrará trabalhos em óleo, acrílicas, objetos em gesso e instalações.

 

 

Como parte da programação da mostra, haverá uma palestra sobre a pintura e seus desdobramentos com os convidados Fernanda Lopes, Ivair Reinaldin e Raphael Fonseca.

 

A palestra ocorre no dia 15 de abril, às 17h, no Cinema 1 da CAIXA Cultural Rio de Janeiro, com entrada fraca. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes na bilheteria do espaço.

 

 

 

Sobre os artistas

 

 

Alvaro Seixas

 

Nascido em Niterói, em seus trabalhos mais conhecidos, Alvaro Seixas explora as ideias de “pintura”, “abstração” e “apropriação” e como esses conceitos se relacionam com o panorama artístico-cultural atual. Recentemente, o artista tem incluído, em seus desenhos e pinturas, palavras e textos, valendo-se de sua força narrativa, teórica e crítica, mas sem deixar de encará-los como valiosos elementos plásticos e sensíveis. Dentre suas exposições recentes destacam-se a coletiva Ornamentos (2013), na Galeria A Gentil Carioca, no Rio de Janeiro; a individual Paintbrush (2015), na Galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, também no Rio; a coletiva Pequenas Pinturas (2016), no espaço Auroras, em São Paulo (2016). Em 2015 foi o mais jovem artista selecionado para concorrer à quinta edição do Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas e integrou a mostra coletiva por ocasião da premiação no MAC-USP. Em 2011, publicou o livro Sobre o Vago: Indefinições na Produção Artística Contemporânea e, em 2013, Palácio. Possui obras em diversas coleções particulares, destacando-se a Coleção Diógenes Paixão (Rio de Janeiro). Recentemente, uma série de seus desenhos passou a integrar a coleção do Museu de Arte do Rio (MAR). Alvaro é, ainda, editor da The Melting Painter Magazine TM, uma revista digital independente. Seu tema é exclusivamente a pintura, tendo a cada edição diversos pintores brasileiros como colaboradores.

 

 

 

Elvis Almeida

 

Nascido no Rio de Janeiro, Elvis Almeida é graduado em gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudou, ainda, serigrafia na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e História da Arte na Rede Maré (Rio de Janeiro, RJ). Recebeu bolsa da Incubadora Furnas Sociocultural para Talentos Artísticos (2007), o Prêmio Categoria Grafite do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2008) e bolsa Interações Florestais da Terra UNA (2011). Realizou sua primeira individual na Galeria Amarelonegro (Rio de Janeiro, RJ), em 2010 e participou de mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e EUA. Indicado ao Prêmio Pipa 2016.

 

 

Ema M

 

Portuguesa, Ema M é o pseudônimo artístico de Margarida Penetra Prieto. A artista é doutoranda em Artes Plásticas e promove exposições individuais e coletivas em Portugal desde 1999. Tem participado como ilustradora em publicações e livros dedicados, principalmente, a crianças. EMA M está representada em coleções particulares e institucionais, em Portugal, Espanha e França. No Brasil a artista já participou de exposições no Centro Cultural Oi Futuro (RJ), no Museu do Trabalho (RS) e na galeria Amarelonegro (RJ).

 

 

 

Hugo Houayek

 

Doutorando na Linha de Linguagens Visuais no programa de pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em pintura, atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, pintura, arte e história da arte. Possui experiência com curadoria e produção de exposições, edição e publicação de livros. Atua também como professor em cursos de artes visuais. Expõe regularmente desde 2002, além de possuir 2 livros publicados.

 

 

 

James Kudo 

 

Graduou-se em design gráfico pela Faculdade de Belas Artes em 1989. Morou em Nova York, de 1992 a 1994, onde estudou pintura abstrata na Art Student League, orientado pelo professor Bruce Dorfman. Trabalhou como pattern designer no escritório de arquitetura Diamond & Baratta. O artista a “topofilia” como tema principal de seu trabalho e busca lembranças da cidade natal, Pereira Barreto, que foi coberta parcialmente por água decorrente da construção de uma usina hidrelétrica. Kudo tem obras expostas no Museu de Arte Contemporanea (MAC) de São Paulo, na Pinacoteca do Estado de SP, no Miura Museum Matsuyama e outros. Entre as exposições individuais, destacam-se Topofilia, na Galeria Zipper e Telurica, na Galeria Laura Marsiaj. Entre as coletivas, destacam-se:Expeditionen in ästhetik und nachhaltigkeit, no Memorial America Latina, em São Paulo; Espelho Refletido, no Centro de Artes Helio Oiticica, no Rio de Janeiro; Entre Hemisferios, na Gunter Braunsberg Galerie, em Nuremberg, Alemanha e Today, no Museu Miura, em Matsuyama, no Japão.

 

 

Pedro Varela 

 

Graduado em Gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2005, foi bolsista do programa de iniciação cientifica pelo CNPq com a pesquisa: “A Pintura dos anos 80 no Brasil e seus desdobramentos”, orientado pela professora Angela Ancora da Luz e co-orientado pelos professores Júlio Sekiguichi e Lourdes Barreto. Entre 2001 e 2006 participou de cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre eles Arte e Filosofia, Pintura II e Arte Hoje. Participou também dos 33º, 35º, 36º e 37º Festivais de inverno da UFMG. Seus trabalhos podem ser encontrados em coleções do MAR (Museu de Arte do Rio), do Museu de Arte Moderna (MAM), também no Rio de Janeiro; na Coleção Gilberto Chateaubriand, em Montblanc, no Mexico; no SESC Brasil e na Sprint Nextel Art Collection.

 

 

 

P Jota

 

Vencedor do PIPA Online 2014, Paulo Nimer “PJota” vive e trabalha em São Paulo. Seus trabalhos carregam uma seleção de imagens, cores, símbolos e suportes que dialogam com princípios socioculturais emergentes, vasculhando entre paredes estreitas pelas relações entre cultura e sobrevivência e como isso se aplica na estética e na vida destes locais. Entre suas mais recentes exposições coletivas, destacam-se Synthesis between contradictory ideas and the plurality of the object as image II, em Maureen Paley (Londres); Synthesis between contradictory ideas and the plurality of the object as image I, na Mendes Wood DM (São Paulo); New Shamans/Novos Xamãs: Brazilian Artists, na Rubell Family Collection (Miami) e Beyond the cartoon, em Artuner (Nova Iorque).

 

 

 

Rafael Alonso 

 

Objetos, instalações e pinturas compõem o universo produtivo de Rafael Alonso. O artista é formado e mestre pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi professor entre 2009 e 2010. Entre as exposições mais recentes, destacam-se as individuais Torto e Panorama, ambas no Rio de Janeiro, e Calça de Ginástica, em Curitiba. O artista também já participou de inúmeras coletivas, como Atlas Abstrato, no Centro Cultural São Paulo, Alster Kunst Salon, em Hamburgo, e Cariocas, na Maison Folie Wazemmes.

 

 

 

Rui Macedo 

 

Nascido em Portugal, Rui Macedo já foi contemplado com bolsas de apoio de instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Promoción del Arte. Entre as exposições individuais, destacam-se: La totalidad imposible (Espanha), Memorabilia (Portugal) e In situ – carta de intenções (MAC de Niterói).  Em 2017, o trabalho do artista estará presente em exposições no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul e na Fundação Millenium BCP (Portugal). No Brasil o artista já participou de exposições no Museu da República (RJ), no Museu Nacional do Complexo Cultural da República (DF), no MAC Niteroi (RJ), na galeria Amarelonegro (RJ) e ainda tem participação confirmada em uma exposição agendada para 2017, no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.

 

 

 

Vânia Mignone 

 

Nascida em Campinas, Vânia Mignone é formada em Artes Plásticas pela UNICAMP e em Publicidade pela  PUC Campinas. A partir da década de 1990, envolveu-se com pintura e desenho, duas vertentes que se conjugam em sua obra desde então. O eixo central de sua pintura é a narrativa, que se constrói a partir de figuras, palavras e objetos equilibrados sem hierarquias no plano da tela. A artista faz uso despojado de um repertório de personagens, artefatos e artifícios mundanos. Já teve seus trabalhos expostos na Casa Triângulo (São Paulo), na Galeria Mercedes Viegas (Rio de Janeiro) e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

 

 

 

Willian Santos 

 

Graduado Bacharel em Artes Visuais com Ênfase em Computação Gráfica pela Universidade Tuiuti do Paraná. Envolve em suas obras a história da arte como matéria prima para analogias com o raciocínio de realidade ampliada abordada pela tecnologia. Com afinco na investigação, na manufatura e no desenvolvimento destes e outros conceitos em torno da pintura, a história se refaz aspirando suas relações de “presentidade”, onde o real, os símbolos e os ícones nos são indagados por suas energias capciosas. Num processo de cordialidade, o artista está intencionado a desenvolver experiências que fomentam um público desperto. Destaca-se, entre as suas últimas atividades, a premiação no 19º Edital de Incentivo à Produção Chico Lisboa no MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 2016. Em 2015, as exposições coletivas LIMIAR, na Sim Galeria; Aí estão elas que se diz já foram e nunca faltam, na Galeria Casa Imagem, em Curitiba; e 40º SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto, no MARP.

 

 

 

Zalinda Cartaxo 

 

Como artista, o trabalho de Zalinda Cartaxo está voltado para a reflexão das possibilidades da pintura. A partir do conceito de pintura, a artista pensa a mesma como conceito. Os doutorados que realizou, ambos em artes, viabilizaram o exercício da conciliação entre o pensamento e a prática. É doutora em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Também realizou pós-doutorado na Faculdade de Belas-Artes do Porto (FBA), em Portugal. É professora adjunta na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO), onde faz parte do corpo docente do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas (PPGAC) como professora colaboradora.  Também é autora, tendo publicado o livro Pintura em Distensão.

 

 

De 18 de março a 14 de maio.

Legendas: Rui Macedo

Vânia Mignone