Seminário

18/ago

A partir dos temas presentes nas obras da exposição “Álbum de Família”, a curadora Daniella Géo organizou um seminário, que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de agosto, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, com dezoito profissionais de diversas áreas que discutirão ao longo de três dias, em painéis e mesas-redondas, este universo sob vários pontos de vista. Serão debatidos desde a condição de moradores de rua; envelhecimento e perda de memória; situações de violência, tanto domiciliar como externa, e o impacto que causam; diásporas e identidade cultural; às questões de rearranjos de gênero na contemporaneidade, a sexualidade e as paternidades.

 

Pesquisadora e doutora em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Université Sorbonne Nouvelle, de Paris, Daniella Géo fará a abertura do seminário, que terá a participação de artistas, antropólogos, sociólogos, psicanalistas e psicólogos, profissionais de saúde, advogados. O jornalista Eduardo Souza Lima será o mediador das mesas-redondas. A diretora e curadora do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Izabela Pucu, abordará o trabalho realizado pela instituição junto ao Projeto Circulando, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que associa os equipamentos culturais da cidade no processo de reinserção social dos clientes dos abrigos municipais.

Conversa entre artista e curadora

14/ago


Neste sábado, dia 15 de agosto, às 16h, o MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, realiza uma conversa gratuita com a artista Iole de Freitas e a curadora Ligia Canongia na exposição “O peso de cada um”. A mostra, que pode ser vista até o dia 13 de setembro, ocupa o Espaço Monumental do Museu com uma instalação inédita, feita especialmente para o local, composta por três esculturas de grandes dimensões, duas suspensas e uma no chão, em aço inox espelhado e fosco, que pesam no total quase quatro toneladas. A exposição traz ainda trabalhos em vidro com impressão fotográfica sobre película, da série “Escrito na água”, de 1996/1999, pertencentes ao acervo da artista e da Coleção Gilberto Chateaubriand/ MAM Rio.

Francisco Dalcol apresenta Antônio Augusto Bueno na Galeria Mamute

12/ago

A Galeria Mamute, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, divulga e convida para a abertura da

exposição “Antes era só o vão”, do artista Antônio Augusto Bueno. A mostra com curadoria de

Francisco Dalcol apresenta um conjunto de trabalhos abrangendo pinturas, instalação, vídeo

com participação de Bebeto Alves, Eduardo Montelli e Luís Filipe Bueno e, gravuras em metal

impressas por Marcelo Lunardi.

 

 

A palavra do curador

 

Antes era só o vão

 

Os trabalhos de Antônio Augusto Bueno parecem atravessados por algo que não lhes

pertence, mas ao mesmo tempo os constitui. Esse aparente desacerto vem de uma indisciplina

do artista, no sentido de uma postura interessada na liberdade de experimentar no trânsito

entre linguagens, sem se prender a uma ou outra, intercambiando constantemente técnicas e

procedimentos.

 

Nas obras que integram a nova série “Antes era só o vão”(1), pintura é também gravura, assim

como escultura é desenho, e gravura é pintura. Os inversos também, pois um está sempre no

outro, formando zonas de indefinição. E ao se contaminarem, trazem como recompensa a

descoberta, com todas as aberturas e possibilidades que os momentos de incerteza ensejam.

 

A montagem da exposição na Mamute busca tirar força desses rebatimentos, do ir e vir que se

estabelece entre as obras e as diferentes modalidades artísticas que as compõem, propondo

ao espectador, a partir da disposição dos trabalhos, algumas relações visuais; umas mais

imediatas, outras menos explicitadas.

 

A instalação na entrada da galeria ocupa o pequeno espaço vago ao lado da escada. Se antes

era só um vão, há agora ali a tentativa de transformar esse não lugar em uma situação.

Realizado especialmente para esta mostra, o trabalho é composto por gravetos que Antônio

Augusto recolhe e estrutura em forma de armações, filiando-se a uma série de outras obras de

viés escultórico que tem realizado ao longo de sua produção. É como se ele desenhasse o

objeto no espaço, vendo nos galhos as linhas do desenho, mas também as manchas, quando

reunidos como espécie de grandes maços e ramalhetes.

 

As salas expositivas do andar de cima apresentam as novas pinturas e gravuras da série “Antes

era só o vão”. Nas telas em grande formato, as manchas carregam um aspecto de vestígios

ancestrais, como marcas de um tempo passado. Também lembram os troncos das árvores do

quintal do Jabutipê, o ateliê na antiga casa que Antônio Augusto mantém em uma rua ainda

silenciosa no Centro Histórico de Porto Alegre. Remetem ainda às paredes rachadas,

descascadas e fraturadas que permanecem em pé no casarão em ruínas próximo ao Jabutipê

onde foi gravado o vídeo do qual vem o título desta exposição.* De algum modo, essa

visualidade do entorno cotidiano do artista está impregnada nessas pinturas.

 

Mas nada seria assim sem a bem-vinda intromissão da gravura. Nessas pinturas, está plasmado

um processo alongado e pausado, fruto de um procedimento experimental. Sobre a massa de

pigmentos e tinta acrílica, o artista sobrepõe betume em algumas áreas. Esse material, muitas

vezes usado nos processos de gravura, vira tinta também, compondo novas manchas. As

camadas acumuladas são frequentemente raspadas, em um gesto de adição e subtração de

matéria, e também cavoucadas, como nos procedimentos de incisão da gravura. É um

processo não imediato, que leva dias, como o tempo de espera que muitas vezes a gravura

demanda. E nesse transcorrer, que permite um olhar mais vagaroso e, por isso, reflexivo, as

dúvidas advindas sempre dão a ver possibilidades a serem testadas e encaminhadas.

 

Pode-se pensar nesse sentido as gravuras da série. Pela primeira vez, Antônio Augusto

apresenta em público um conjunto representativo de trabalhos gráficos, essa modalidade

artística de tanta tradição e relevância histórica na arte gaúcha. Novamente, interessa ao

artista a margem experimental, aqui oferecida pela gravura em metal e pelo tempo próprio a

seu processo. Isso começa nos modos com que explora o desenho sobre as matrizes, passa

pela alquimia de ácidos e outros materiais aplicados nas placas como se ele as estivesse

pintando, e chega à etapa de impressão, cujas primeiras provas sempre levam o artista a

refazer o percurso do processo em busca de novos efeitos. Assim, a imagem final fixada sobre

o papel é antecedida por uma série de testes e experimentos. O que se obtém são resultados

sobrepostos e acumulados. Ao fim, continua sendo gravura, mas também desenho e pintura. E

ainda escultura. Se na instalação os gravetos se articulam como linhas no espaço, na gravura se

dá o oposto, com as linhas do desenho se tramando como se fossem elas os gravetos.

 

Em um olhar atento, é possível perceber que, ao longo da série “Antes era só o vão”,

evidencia-se um aspecto central que perpassa a totalidade da obra de Antônio Augusto de um

modo tão pessoal: o gosto pela artesania e pelo vagar que lhe é inerente, opções que, ao

serem assumidas pelo artista, ganham certo caráter político em tempos tão apressados e

automatizados como os nossos. Tempos esses dos quais apartar-se conscientemente significa

não só um ato de resistência, mas um gesto autêntico e singular de se colocar no mundo.

 

Francisco Dalcol

(1) “Antes era só o vão” é um trecho do texto de Luís Filipe Bueno que integra o vídeo

apresentado na exposição.

 

 

Sobre o artista

 

Antônio Augusto Bueno é Bacharel em Desenho (2004) e Escultura (2008), pelo Instituto de

Artes da UFRGS. Desde 1998 vem realizando exposições individuais, dentre elas “Cabeças –

armadilhas para um significado” no Museu do Trabalho / POA; “Anotador de Faces” Galeria

Municipal de Arte em Florianópolis, “Uma Maneira de Pensar” no MALG, Pelotas/RS, “As

desórbitas do avesso” na Arte&Fato galeria, POA/RS, “Gravetos Armados” no MAC RS,  Galeria

Iberê Camargo,  Porão do Paço Municipal, POA/RS, “Desenhos” no Estudio Dezenove, Rio de

Janeiro/RJ, “Um outro outono” MARGS.  Desde 1996 participa de exposições coletivas como

“Do Atelier ao cubo branco”, “A bela morte” e “O Cânone Pobre” no MARGS, POA/ RS, “Idades

Contemporâneas”, ”Entre A-Z” e “Da matéria sensível” no MAC-RS em POA/RS, “Desvenda” no

Museu da República, Brasília/DF, ArtLive 2011 na CATM Chelsea, Nova York/EUA. Participou de

salões, dentre eles o Salão do Jovem Artista no MARGS, POA/RS, Salão da Câmara, POA/RS e o

Salão Nacional de Cerâmica no Museu Alfredo Andersen, Curitiba/PR. Em 2015 lançou o livro

Jabutipê, em 2012  o livro “O último homem na lua” com exposição no MAC-RS e Ilustrou o

livro “Arame falado” editado pela editora 7 letras do Rio de Janeiro/RJ . Em 2007 recebeu o

Prêmio Açorianos na categoria Melhor Exposição Coletiva com o Grupo Passos Perdidos e em

2008, o Prêmio Açorianos na Categoria Cerâmica com o Bando do Barro, além de ser indicado

na categoria Artista Revelação. No ano de 2009 foi indicado na categoria Desenho, pela

exposição “Tempo sobre Papel”, em 2012 foi indicado na categoria Escultura pela exposição

“Gravetos Armados” e em 2013 foi indicado em cinco diferentes categorias. Em 2013 recebeu

menção honrosa no 2° `Prêmio IEAVi pela exposição “Circulando linhas”. Tem trabalhos em

acervos do MARGS, MACRS, UFRGS, Fundação Franklin Cascaes e Fundação Kingler Filho.

Participou em 2000, da criação do Atelier João Alfredo 512, onde trabalhou até 2007. Em 2007

e 2008 integrou o grupo do Atelier Subterrânea. Desde 2008 realiza seus trabalhos, ministra

aulas e coordena o espaço expositivo do Jabutipê, situado no centro histórico de Porto Alegre.

É artista representado pela galeria Mamute.

 

 

Sobre o curador

 

Francisco Dalcol é doutorando em História, Teoria e Crítica pelo Programa de Pós-Graduação

em Artes Visuais (PPGAV) do Instituto de Artes da UFRGS. Mestre pelo Programa de Pós-

Graduação em Artes Visuais (PPGART), da UFSM, na linha de pesquisa Arte e Cultura, com

ênfase em história, teoria e crítica (2013). Graduado em Comunicação Social, com habilitação

em Jornalismo, pela Universidade Federal de Santa Maria (2003), com especialização em

Comunicação e Projetos de Mídia, ênfase em arte, cultura, internet e cibercultura, pelo Centro

Universitário Franciscano – Unifra (2008). Também trabalha como jornalista (repórter e editor)

no jornal Zero Hora – Grupo RBS, sendo setorista de artes visuais. Tem experiência na área de

Comunicação, com ênfase em Jornalismo, Editoração, Jornalismo Cultural e Jornalismo Digital,

e também na de Artes e Cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: história, crítica

e discursos sobre a arte e a produção cultural.

 

 

Até 09 de outubro.

Julião Sarmento no Galpão Fortes Vilaça

Denomina-se “Easy, Fractals & Star Map”, a nova exposição do artista português Julião

Sarmento, em sua primeira no Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda, São Paulo, SP. A mostra é

composta por pinturas e esculturas recentes e estabelece uma relação ficcional entre Edgar

Degas e Marcel Duchamp – “gigantes da história da arte”, nas palavras do artista. Ao criar um

diálogo entre os dois mestres, Julião reafirma temas frequentes de sua própria obra: o hiato

entre ficção e realidade, mecanismos de representação e erotismo.

 

O arquétipo feminino – elemento central na prática de Julião Sarmento – reaparece em “Fifth

Easy Piece”, tomando como inspiração a icônica obra de Degas, “La Petite Danseuse de

Quatorze Ans” (c. 1881). Na reinterpretação do artista, a dançarina adolescente é

transformada em uma mulher madura, moldada através de um moderno processo de

impressão 3D. Em “Alma”, os moldes de gesso são arranjados em uma armação de ferro,

expondo o avesso da escultura e aludindo dessa vez a Duchamp – algo ainda mais explícito na

obra “O Grande Vidro”, feita especialmente para a mostra.

 

A referência aos dois mestres espalha-se ainda nas pinturas da exposição, seja por citações

gráficas, seja por alusões obscuras. Nesse conjunto de obras, Sarmento emprega diferentes

pigmentos, solventes e técnicas, criando formas triangulares que se multiplicam como fractais.

A quase completa ausência de cor, outro traço marcante do artista, reafirma o forte diálogo

que sua pintura mantém com o desenho. Os títulos referem-se a nomes de estrelas e, uma vez

espalhadas na parede, parecem formar constelações. Em “Piscis Austrinus”, um díptico de

cinco metros de largura, manchas orgânicas se contrapõe às formas geométricas e criam uma

elegante composição. Os volumes prateados de “Sirrah”, por sua vez, evocam a superfície

lunar.

 

Ao cruzar diferentes tempos históricos e planos físicos, “Easy, Fractals & Star Map” instaura

uma narrativa fictícia, possível apenas no campo da arte. As associações livres propostas por

Sarmento apontam para o desconhecido, como um convite para mapear os astros.

 

 

Sobre o artista

 

Julião Sarmento nasceu em Lisboa, em 1948, e atualmente vive e trabalha em Estoril, também

em Portugal. Considerado um dos mais renomados artistas portugueses, ele esteve em duas

edições da Documenta de Kassel (1987 e 1982) e em duas Bienais de Veneza (2001 e 1997),

além de muitas outras mostras. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: Una

forma extrema de privacidad, Museo de Arte Carrillo Gil (Cidade do México, 2013); Noites

Brancas, Museu Serralves (Porto, 2012); Artist Room, Tate Modern (Londres, 2010); Grace

under Pressure, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2009). Sua obra está presente em diversas

coleções públicas, entre as quais: Guggenheim (Nova York), Tate Modern (Londres), SFMOMA

(San Francisco), Moderna Museet (Estocolmo), Centre Pompidou (Paris), CaixaForum

(Barcelona).

 

 

De 15 de agosto a 26 de setembro.

Mostra inédita de Andy Summers

A Leica Gallery São Paulo, Higienópolis, São Paulo, SP, promove sua inauguração com a mostra “Del Mondo”, exibição individual do músico e fotógrafo inglês Andy Summers, e curadoria de Karin Rehn-Kaufmann. A exposição, composta por 42 imagens em preto e branco, feitas entre 1978 e 2014, apresenta registros da vida do artista em viagens que fez ao redor do planeta, evidenciando um estilo de fotografia de rua emotivo e atento.

 

Desde 1978, Andy Summers exercita, com a fotografia, um olhar afiado. Quando os membros da banda The Police decidiram cada um seguir seu próprio caminho, em meados da década de 1980, o guitarrista se aproximou do jazz e da música clássica e, simultaneamente, passou a dedicar ainda mais tempo à câmera fotográfica. Sua produção artística é influenciada tanto por viagens, da Tanzânia a Shangai, quanto por seu profundo interesse pela música, experimentando diferentes tipos de filmes fotográficos, lentes, ângulos e composições. Saindo noite após noite, vagando pelas ruas com sua câmera, Andy Summers registrava cenas noturnas em lugares como Los Angeles, Tóquio, Londres, Bali, Nepal, Macau ou por onde quer que passasse. “É você e o mundo ao redor. Reagindo a isso. Olhando para isso. Se eu saio pela rua, estou olhando, estou procurando. Vendo o que aparece. Poderia ser uma forma, um movimento.”, comenta o fotógrafo.

 

Neste contexto, “Del Mondo” apresenta fotografias de vendedores, pedestres, motoristas, quartos de hotel, garçons e até do próprio artista. Cenas espontâneas, que o fotógrafo encontrava em suas andanças pelo mundo.

 

Esta mostra inédita no Brasil marca a inauguração da Leica Gallery São Paulo, a primeira na América do Sul, e traz ao país Karin Rehn-Kaufmann, responsável pela curadoria de todas as unidades da Leica Gallery no mundo. A partir de agosto, o público encontra um lugar dedicado à fotografia, localizado em uma região privilegiada de Higienópolis, entre universidades e escolas de arte e design. Construída em um edifício da década de 1930 – em processo de tombamento como Patrimônio Histórico -, a galeria reúne o estilo Art Deco da fachada com um espaço interior bastante moderno, complementado por dois containers, anexos ao edifício em uma área externa. A proposta da Leica Gallery São Paulo é apoiar artistas, promover workshops e encontros, no intuito de gerar uma relação íntima entre fotografia, espectador e espaço expositivo.

 

 

Até 05 de outubro.

Baró Galeria realiza retrospectiva de Almandrade

11/ago

A mostra é constituída de diversos suportes utilizados por Almandrade. São trabalhos elaborados dentro de princípios e critérios que vêm direcionando a produção do artista, por mais de quatro décadas.

 

Entre a geometria e o conceito, entre a forma e a palavra, entre o rigor espacial e a poesia. Assim caminha a obra do artista plástico Antonio Luis Morais Andrade, o Almandrade, expoente baiano da arte conceitual e, hoje, um dos grandes nomes das artes visuais brasileiras, com uma produção respeitada nos principais circuitos de arte do país e reconhecida internacionalmente. A partir do dia 22 de agosto, parte dessa produção poderá ser vista na Galeria Baró, Barra Funda, São Paulo, SP, integrando a mostra “Do Poema Visual a Poética do Plano e do Espaço”, sob curadoria de Marc Pottier.

 

Almandrade compromete-se com a pesquisa de linguagens artísticas que envolve artes plásticas, poesia e conceitos. No percurso do artista destaca-se a passagem pelo concretismo, poesia visual, poema / processo e a arte conceitual, nos anos 70, o que contribuiu fortemente com a incessante busca de uma linguagem singular, limpa, de vocabulário gráfico sintético. De certa forma, um trabalho que sempre se diferenciou da arte produzida na Bahia.

 

Na Bahia, Almandrade foi solitário no seu engajamento à arte concreta e conceitual. Ainda assim, conquistou o respeito crítico. Suas obras, alvo de pelo menos 30 exposições individuais, já frequentaram pelo menos quatro edições da Bienal de São Paulo e hoje integram importantes coleções particulares e de museus como Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Museu Nacional de Belas Artes (RJ), Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu Afro (SP) e Museu Nacional (DF).

 

 

Até 17 de outubro.

Smithsonian em SP

10/ago

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciam a abertura da exposição “Gullah, Bahia, África”.

 

A mostra apresentará ao público a vida e a pesquisa pioneira desenvolvida pelo primeiro linguista afro-americano, Lorenzo Dow Turner. Expoente acadêmico da comunidade negra americana nos anos 1930, Turner identificou a fala da comunidade gullah, do sul dos EUA, e rastreou seus registros na África e no Brasil, ligando, dessa forma, comunidades da diáspora africana através da linguagem. Originalmente criada e exibida em 2010 pelo Anacostia Community Museum, integrante da Smithsonian Institution, de Washington DC (EUA), a exposição tem curadoria da brasileira Alcione Meira Amos.

 

Fazem parte da mostra fotografias que registram o trabalho de campo do professor Turner; um painel comparando palavras usadas no gullah, inglês e português do candomblé, com as suas origens nas línguas da África; um raro registro da fala gullah e cinco vídeos, incluindo “Raízes da África: ligações entre as palavras”, mostrando falantes de línguas africanas, um americano, um gullah e um brasileiro, que repetem as mesmas palavras em cada uma das línguas, demonstrando suas raízes africanas.

 

 

Sobre a exposição

 

“Gullah, Bahia, África” conta três histórias em uma: a trajetória acadêmica de Lorenzo Dow Turner; sua jornada para desvendar um código linguístico e suas descobertas, que atravessaram continentes. Já nos anos 1930, a pesquisa pioneira de Turner demonstrou que, apesar da escravidão, os africanos trazidos aos EUA transmitiam sua identidade cultural a seus descendentes por meio de palavras, músicas e histórias.  Estudioso de várias línguas africanas, como twi, ewe, iorubá, bambara e wolof, além do árabe, Turner utilizou seu conhecimento para se dedicar à pesquisa da fala da comunidade gullah/geechee, da Carolina do Sul e da Geórgia, no sul dos EUA, até então desprezada como um “inglês mal falado”.  Os estudos de Turner confirmaram que, pelo contrário, o povo Gullah falava uma língua crioula, com elementos linguísticos próprios e da cultura de seus ancestrais africanos.

 

As explorações linguísticas pela diáspora africana levaram Turner até a Bahia, onde ele novamente validou sua descoberta a respeito das continuidades africanas.  Uma das seções da exposição é dedicada à pesquisa do Professor Turner sobre cultura afro-brasileira na Bahia, juntamente com algumas das mesmas línguas que influenciaram o gullah. Na Bahia, a sobrevivência da cultura africana pode ser percebida por Lorenzo Dow Turner particularmente no candomblé, quando integrantes dos terreiros reconheciam palavras em gravações que ele havia feito em outras partes do mundo.  Os muitos escritos de Turner incluem o livro “Africanismos do Dialeto Gullah” (Africanisms in the Gullah Dialect), publicado em 1949, que permanece como uma das principais referências para a pesquisa das línguas crioulas.

 

Encontro com a curadora da exposição Alcione Meira Amos: ”A Coleção Fotográfica de Lorenzo Dow Turner: Gullah Bahia África e os Retornados Afro-Brasileiros”(com visita à exposição)

 

Local: Museu Afro Brasil (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, tel.: 11 3320-8900): 20/08, às 15h.

 

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do diretor curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de seus mais de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

 

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil- Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

 

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

 

 

Sobre o Anacostia CommunityMuseum

 

Museu integrante da Smithsonian Institution, o Anacostia está localizado em Washington DC (EUA) e abriu suas portas em 1967, como o primeiro museu comunitário do país financiado com recursos federais.  O nome atual foi adotado em 2006, quando o museu ampliou seu foco, originalmente com uma ênfase afro-americana, para examinar o impacto de questões sociais contemporâneas em comunidades urbanas.

 

 

Até 18 de outubro.

Schoeler Editions na SP-Arte/Foto 2025

07/ago

A Schoeler Editions participa da SP-Arte/Foto 2015, Shopping JK Iguatemi | 3º piso, Vila Olímpia, levando para seu stand portfólios e prints avulsos de consagrados fotógrafos brasileiros e estrangeiros, como Bob Wolfenson, Marcelo Greco, Peter Scheier, entre outros. Durante a feira, a Schoeler Editions também apresenta uma edição comemorativa do portfólio de Cristiano Mascaro, que terá um único exemplar para venda, e homenageia o fotógrafo e editor Jay Colton, em memória ao quinto ano de seu falecimento, com a exposição de uma versão especial do trabalho “Haiku of Flowers”.

 

Após se estabelecer no mercado com portfólios e projetos editoriais de luxo, em edições limitadas e confeccionados com materiais de primeira qualidade, a Schoeler Editions apresenta novidades na SP-Arte/Foto 2015, como os novos prints da coleção de Marcelo Greco, agora em tamanho 1,0 x 1,5 m, que serão exibidos pela primeira vez nessas dimensões. Além desses novos prints, o portfólio de Cristiano Mascaro ganha duas unidades, uma para exibição e outra para venda, em uma versão exclusiva – com revestimento em linho preto, acabamento sofisticado e todas as 18 fotografias assinadas individualmente pelo autor -, comemorando a venda de 30 portfólios do fotógrafo. Ainda durante a feira, a Schoeler Editions exibe uma versão especial do portfólio de Jay Colton, Haiku of Flowers: em caixa revestida com seda preta, o trabalho conta com 24 imagens do fotógrafo americano e 17 Haikus, caligrafados por Sanae Yamazaki, a lendária primeira mulher diretora de arte da Times Magazine.

 

Convidada a fazer parte do catálogo da Library of Congress (Estados Unidos) com três de seus títulos – “Diário da Viagem” de Peter Scheier, “Internal Affair” de Marcelo Greco e “Falling Beauty” de Christian Maldonado -, a Schoeler Editions da continuidade a seu cronograma de eventos e lançamentos, seguindo a proposta de elaborar projetos editoriais exclusivos. Todas estas edições poderão ser adquiridas durante a feira e, posteriormente, pelo site da editora.

 

 

De 20 a 23 de agosto.

Das ruas para as telas

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta a mostra “Movimentos”, do artista visual André De Castro. A exposição traz retratos e referências de jovens que participaram de manifestações democráticas no Brasil, em 2013, e também na Turquia, Grécia e Estados Unidos, formando um painel com 35 telas em serigrafia. No dia da abertura, haverá o lançamento de um catálogo bilíngue produzido pela Aeroplano Editora e Pratt Press.

 

O painel que compõe a mostra, iniciado em 2013 e em constante expansão, está sendo concluído nas exposições do Brasil com telas inéditas. A escolha da técnica não foi por acaso. O silkscreen, também conhecido como serigrafia, é associado a movimentos políticos históricos e a mitificação de personalidades, como Che Guevara, Marilyn Monroe e o presidente Barack Obama, por exemplo. A exposição na CAIXA Cultural traz ainda um texto inédito, bilíngue, do historiador Daniel Aarão Reis.

 

Para reunir as imagens e referências de cada jovem, André De Castro manteve contato com os manifestantes pelo mesmo meio que eles utilizaram para organizar as passeatas na época: a internet.

 

“Busquei contato por hashtags, em grupos do Facebook e no Twitter. A grande maioria dos participantes é de jovens que estão sempre conectados, e assim que os identifiquei, conversei sobre o projeto e ​pedi a cada retratado que enviasse uma foto de rosto e respondesse a uma série de perguntas relacionadas ao movimento político de seu país e sua identidade”, conta André, que não pretende, com seu trabalho, enaltecer heróis ou representantes dos movimentos, mas usar a técnica da serigrafia para valorizar o conjunto formado por indivíduos únicos. ​

 

A individual já foi exibida em Miami, durante a Art Basel; e em Nova York, na BKLYN Fair e na Opus Galery; e foi vista por cerca de 30 mil pessoas em Brasília e Belo Horizonte. Este ano, para dedicar-se à exposição “Movimentos”, no Brasil, o artista transferiu seu estúdio para a antiga fábrica da Behring, no Rio de Janeiro.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no Brasil, o artista visual André De Castro vive e trabalha ​​entre o Rio de Janeiro e Nova York​. Em 2011, mudou-se para NY para cursar o Master of Fine Arts (MFA), no Pratt Institute e, desde 2013, mantém seu estúdio no bairro do Brooklyn e trabalha como diretor de arte na Saatchi and Saatchi.

 

Em 2009, André publicou seu primeiro livro “Funk – que batida é essa”, um conjunto de ilustrações que retratam o funk carioca, fruto do projeto de graduação na PUC, RJ. O artista venceu, em 2013, o prêmio ​Never Stop Never Settle, ​promovido pelo Pratt Institute e Hennessy US​ com o projeto “Movimentos”.

 

 

De 12 de agosto a 12 de setembro.

Tuca Reinés no Santander Cultural

06/ago

Em 2013, o Santander Cultural, Porto Alegre, RS, convidou Tuca Reinés para realizar uma série fotográfica de diversas cidades do país, onde foram instaladas, na época, as primeiras agências do segmento Select. Em pouco tempo de trabalho, o projeto superou as expectativas e se transformou num acervo sem precedentes sobre as cidades brasileiras no século 21. Muito mais que um registro, as imagens evidenciaram uma análise visual sobre a ocupação do espaço urbano por todo o Brasil, sob o olhar de um artista. A exposição “Tuca Reinés: o olhar vertical”, tem curadoria de Agnaldo Farias e está em exibição na Galeria superior da entidade.

 

 

Até 30 de agosto.