SIM Galeria na SP-Arte/Foto 2015

17/jul

Todas as atenções se voltarão para a fotografia durante a 9ª edição da SP-Arte/Foto, Shopping JK Iguatemi, 3º piso, Vila Olímpia, São Paulo. A feira de fotografia é considerada a mais importante da América Latina e terá a participação de 30 galerias de arte do Brasil, que trabalham a partir do suporte fotográfico. Em sua quarta participação na SP-Arte/Foto, a SIM Galeria vai apresentar obras de cinco artistas: Isidro Blasco, Marcelo Moscheta, Julia Kater, Romy Pocztaruk e Rodrigo Torres.

 

A instalação fotográfica “New York I”, do artista espanhol Isidro Blasco será um dos destaques da SIM na feira. Feita em impressão colorida, madeira e passe par tout, a obra é uma ‘fotoforma’ (objetos tridimensionais) criada a partir do encadeamento de imagens planas. O trabalho retrata Nova York, cidade onde o artista reside desde 1996, e também a maneira particular de Isidro Blasco enxergar a realidade a sua volta.

 

Os recortes e colagem de fotografias sobre papel algodão assinados pela Julia Kater também foram selecionados para esta ocasião. De poética envolvente, as obras da artista fazem referência à relação entre projeção de luz e desenho, pois fica a dúvida se a paisagem que ela sutilmente sugere se encontra abaixo da superfície, se foi projetada sobre o papel ou, ainda, se é imaginária.

 

Romy Pocztaruk, importante nome da fotografia brasileira contemporânea,  também terá suas obras expostas na SP-Arte/Foto. A SIM selecionou os trabalhos da artista que retratam a exploração fotográfica da rodovia Transamazônica e da cidade abandonada de Fordlândia. Essas obras da Romy foram apresentadas na última Bienal de São Paulo.

 

3 D – O público da SP-Arte/ Foto vai poder conferir a série ‘Geographic Misionformation System’ (recortes em impressão colorida, papel algodão e lápis) do Rodrigo Torres. O objetivo do artista ao criar a série foi construir um grande mapa 3D, por meio de colagem de fotografias utilizando imagens provenientes de satélite, assim como fotografias do solo feitas pelo próprio artista a curta distância. Entretanto, as imagens foram combinadas  para formar um novo relevo, ou seja, não indicam uma localização, mas criam um novo lugar.

 

Um dos trabalhos mais recentes do artista plástico Marcelo Moscheta, a série A.A.A. (Arquivo Araucária Angustifolia), que aproxima a estética científica a uma abordagem sensível da flora paranaense, também será levada para a feira. A série resulta do tratamento minucioso da fotografia como forma de análise de um objeto que se torna quase irreconhecível, sobrepujado pelo volume das fotos dispostas como absurdas fichas de catalogação ou gavetas de ficheiro.

 

 

Sobre a SIM Galeria

 

Fundada em 2011 em Curitiba, a SIM Galeria nasceu para atuar como um espaço difusor de arte contemporânea, exibindo artistas brasileiros e internacionais com investigações nos mais variados suportes:  pintura, fotografia, escultura e vídeo. Ao longo dos últimos três anos, a SIM foi palco de uma série de mostras individuais e coletivas organizadas por curadores convidados, como Agnaldo Farias, Jacopo Crivelli, Denise Gadelha, Marcelo Campos, Fernando Cocchiarale e Felipe Scovino. A galeria também é responsável pela assinatura de catálogos e outras publicações. A SIM ainda trabalha em conjunto com instituições brasileiras e estrangeiras com o intuito de promover exposições e projetos de artistas nacionais e internacionais.

 

 

De 20 a 23 de agosto.

Bate papo na TATO

A Galeria TATO, Vila Madalena, São Paulo, SP, convida para um bate papo no dia 18/07/15, sábado, às 16:00h, com os artistas Aloysio Pavan, Diego Castro, Luiz 83, Monica Tinoco e Victor Lema Riqué e a curadora Juliana Monachesi sobre a exposição “A abstração como imagem – Parte 1″.

 

 

A mostra reúne trabalhos recentes de 8 artistas que incorporam de alguma forma o pensamento sobre “abstração” em suas obras: Aloysio Pavan, Diego Castro, Evandro Soares, Fernando Velázquez, Luiz 83, Monica Tinoco, Paulo Pasta e Victor Lema Riqué.

 
Aloysio Pavan trabalha predominantemente com desenho, muitas vezes usando a superfície do papel como se fosse uma tela. Quatro desenhos que realizou neste ano, cada um flertando com um tipo diferente de abstração.Monica Tinoco é fotógrafa de formação, mas utiliza-se de diferentes suportes e linguagens em sua pesquisa. Após trabalhar em pinturas que citavam os abstracionistas brasileiros, a artista desenvolve uma série de abstrações têxteis. Paulo Pasta pode ser considerado um mestre para diversos dos artistas presentes na exposição; o pintor participa como convidado especial, apresentando pinturas sobre papel e tela.

Iole de Freitas no MAM/Rio

Neste sábado, dia 18 de julho, às 15h, o MAM Rio, Parque do Flamengo, inaugura a exposição “Iole de Freitas – O peso de cada um”. Com curadoria de Ligia Canongia, a mostra vai ocupar o Espaço Monumental do Museu com uma instalação inédita, feita especialmente para o local, composta por três esculturas de grandes dimensões, duas suspensas e uma no chão, em aço inox espelhado e fosco, que pesam no total quase quatro toneladas.

 
Um dos grandes nomes da arte contemporânea, Iole de Freitas comemora 70 anos em 2015, e a exposição no MAM traz ainda trabalhos em vidro com impressão fotográfica sobre película, da série “Escrito na água”, de 1996/1999, pertencentes a seu acervo pessoal e à Coleção Gilberto Chateaubriand/ MAM Rio.

 
Com uma trajetória de mais de quarenta anos de atividade, celebrada em exposições em espaços prestigiosos no Brasil e no exterior, Iole de Freitas está trabalhando agora com chapas de aço, e não mais com as estruturas em policarbonato e tubos de aço inox, que marcaram sua produção desde 2000, quando expôs no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, no Rio.

 
Iole de Freitas construiu para o Espaço Monumental do Museu duas esculturas aéreas, suspensas no ar, com chapas de aço inox de 6m x 1,5m, curvadas, com fortes torções, tensionadas por linhas de aço – que a artista chama de “flechas” – pesando cada em torno de 700 a 800 quilos. A terceira escultura estará no chão, em meio às outras duas, pesando em torno de duas toneladas, com aproximadamente 7,80m de comprimento, cinco de metros de largura e três metros de altura. Envio abaixo o convite virtual.

 

 

Texto de Ligia Canongia

 

Nesta exposição, Iole de Freitas substitui as placas de policarbonato anteriores por

lâminas de aço inox, cuja resistência é maior e a maleabilidadedifícil, exigindo torções

mais intensas.Apesar dessas propriedades, contudo, as esculturas são suspensas no

ar, evoluem como uma coreografia aérea imponderável, contrapondo a seu peso

original a ideia de leveza e movimento.

 

A linha tênue entre o gesto expressivo e a precisão formal, que sempre acompanhou o

trabalho, permanece agora, mas com a recuperação discretados reflexos e

espelhamentos que a artista utilizava nas peças dos anos 1970.

 

De sua formação em dança, Iole guardou o valor dos deslocamentos e da elasticidade

dos corpos no espaço, assim como o caráter ao mesmo tempo preciso e volúvel das

formas. As placas resistentes do aço surgem, portanto, como um desafio para o

trabalho, com novos arranjos formais, maior dispêndio de forças em seu equilíbrio,

tensões mais arrojadas entre a escultura e o lugar, além de um embate enfático entre

o poético e o estrutural.

 

Entre o espelhamentoturvo de um lado da lâmina e a opacidade absoluta da outra

face, inscreve-se simultaneamente um corpo rígido e fluido, que ora absorve o

exterior, ora se afirma como obstáculoradical ao olhar. A obra, afinal, delimita um

campo ambíguo, que, em última instância, flutua entre o gosto clássico e o espírito

pré-romântico, no debate constante entre o exame racional das formas e sua

exuberância lírica.

 

Ligia Canongia

Fernando Limberger no CCBB/Rio

Fernando Limberger faz sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro. Este é o segundo projeto do Prêmio CCBB Contemporâneo apresentando “Desmoronamento, Azul”, criação do artista plástico Fernando Limberger, um dos dez projetos selecionados para a temporada de 2015-2016. na Sala A do CCBB Rio de Janeiro. “Desmoronamento, azul” é uma instalação pensada especificamente para esta sala do CCBB carioca, que tem 141 m2, com seis metros de pé direito.

 

O artista gaúcho, radicado em São Paulo, cria uma nova paisagem no espaço expositivo. São 20 toneladas de areia tingida de azul, formando uma elevação topográfica irregular, sobre a qual Limberger finca troncos de árvores queimados organicamente, de tamanhos variados, distribuídos sobre a areia. Este material é atóxico, resultado de areia e pigmento naturais.

 

O tom de azul escolhido é o celeste que alude à cor do céu e traz para o espaço a impressão de aridez, invasão e transitoriedade. Os troncos, pretos da queima pelo fogo, remetem à transformação, à vida, à morte e ao renascimento. O azul irregular e horizontal [areia] se soma graficamente ao preto vertical assimétrico [troncos].

 

A partir de mitos de alguns povos indígenas da queda do céu, o desmoronamento da Terra e o fim do mundo, Limberger situa sua instalação:

 

– De forma livre, o projeto “Desmoronamento, Azul” faz alusão a esses mitos e traz reflexões sobre o ambiente natural do mundo contemporâneo. Questões relacionadas ao desmatamento, à erosão, à alteração e à destruição da paisagem natural, causas da mudança climática vivida globalmente na atualidade estão sugeridas no trabalho, diz o artista.

 

 

Sobre o artista

 

Fernando Limberger nasceu em Santa Cruz do Sul, RS, 1962, é  artista plástico e paisagista. Vive e trabalha em São Paulo. Limberger participou da Bienal do Mercosul de 1997 e 2013, do Panorama da Arte Brasileira de 1985, 1987 e 1990, no MAM SP, de  “Espelhos e Sombras”, no MAM SP [1994] e CCBB RJ [1995], e “Ecológica”, no MAM SP [2010]. Em 2008 realizou o trabalho “Verde e Amarelo” no jardim central do Centro Cultural São Paulo. Ele tem trabalhos públicos permanentes no Parque Marinha do Brasil [Porto Alegre], Praças Central e Bica D’água [Catingueira, Paraíba] e Fazenda Serrinha [Bragança Paulista, SP]. Junto com outros artistas criou o grupo Arte Construtora, que realizou trabalhos específicos para espaços significativos nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo entre 1992 e 1996. Entre os anos de 2002 e 2006, participou do JAMAC|Jardim Miriam Arte Clube, no qual desenvolveu o projeto “Um Jardim para o Jardim Miriam”, na região sul da capital paulista. Fernando Limberger é formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Frequentou cursos livres ligados às artes, à jardinagem e ao paisagismo.

 

 

 

Sobre o Prêmio CCBB Contemporâneo 2015-2016

 

Em 2014, pela primeira vez, o Banco do Brasil incluiu no edital anual do Centro Cultural Banco do Brasil um prêmio para as artes visuais. É o Prêmio CCBB Contemporâneo, patrocinado pela BB Seguridade, que contemplou 10 projetos de exposição, selecionados entre 1.823 inscritos de todo o país, para ocupar a Sala A do CCBB Rio de Janeiro.

 

O Prêmio é um desdobramento do projeto Sala A Contemporânea, que surgiu de um desejo da instituição em sedimentar a Sala A como um espaço para a arte contemporânea brasileira. Idealizado pelo CCBB em parceria com o produtor Mauro Saraiva, o projeto Sala A Contemporânea realizou 15 individuais de artistas ascendentes de várias regiões do país entre 2010 e 2013.

 

A série de exposições inéditas, em dez individuais, começou com grupo Chelpa Ferro [Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler], e segue com as mostras de Fernando Limberger [RS-SP], Vicente de Mello [SP-RJ], Jaime Lauriano [SP], Carla Chaim [SP], Ricardo Villa [SP], Flávia Bertinato [MG-SP], Alan Borges [MG], Ana Hupe [RJ], e Floriano Romano [RJ], até julho de 2016.

 

Entre 2010 e 2013, o projeto que precedeu o Prêmio realizou na Sala A Contemporânea exposições de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marilá Dardot, José Rufino, do coletivo Opavivará, Gisela Motta&Leandro Lima, Fernando Lindote, da dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel, Cinthia Marcelle, e a coletiva, sob curadoria de Clarissa Diniz.

 

 

De 21 de julho a 17 de agosto.

Vergara no Instituto Ling

11/jul

Com curadoria de Luisa Duarte, a exposição “Carlos Vergara – Sudários”, em cartaz na Galeria

Instituto Ling, Porto Alegre, RS, traz obras representativas do percurso de experimentação do

artista que, desde os anos 80, investiga o campo expandido da pintura, utilizando novas

técnicas, materiais e pensamentos que resultam em obras caracterizadas pela inovação. A

exposição é composta de quatro telas – monotipias sobre lonas, realizadas entre 1999 e 2005

–, nas quais Vergara emprega pigmentos naturais e minérios para transferir texturas para a

tela, explorando, assim, o contato direto com o meio natural.

 

 

Uma grande instalação inédita, intitulada “Sudários”, apresenta 250 monotipias realizadas em

lenços de bolso, resultados de viagens para diversas regiões do mundo, como São Miguel das

Missões, Capadócia, Pompéia e Cazaquistão. Completam a exposição dezenas de fotografias

em pequeno formato com os registros das ações que originam os “Sudários”, sublinhando

assim a importância do processo para a obra como um todo. A exposição tem patrocínio da

Fitesa e financiamento do Governo RS / Sistema Pró-Cultura / Lei de Incentivo à Cultura.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Carlos Vergara possui uma obra extensa e consistente, que vem produzindo desde os anos

sessenta e que lhe conferiu posição de destaque na arte contemporânea brasileira. Nascido na

cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941, Vergara iniciou sua trajetória nos anos

60, quando a resistência à ditadura militar foi incorporada ao trabalho de jovens artistas. Em

1965, participou da mostra Opinião 65, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um

marco na história da arte brasileira, ao evidenciar essa postura crítica dos novos artistas diante

da realidade social e política da época. A partir dessa exposição formou-se a Nova Figuração

Brasileira, movimento que Vergara integrou junto com outros artistas, como Antônio Dias,

Rubens Gerchmann e Roberto Magalhães, que produziram obras de forte conteúdo político.

 

 

Nos anos 70, seu trabalho passou por grandes transformações e começou a conquistar espaço

próprio na história da arte brasileira, principalmente com fotografias e instalações. Desde os

anos 80, pinturas e monotipias tem sido o cerne de um percurso de experimentação. Novas

técnicas, materiais e pensamentos resultam em obras contemporâneas, caracterizadas pela

inovação, mas sem perder a identidade e a certeza de que o campo da pintura pode ser

expandido. Em sua trajetória, Vergara realizou mais de 200 exposições individuais e coletivas

de seu trabalho, dentre elas a Bienal de Medelin 1970, Bienal de Veneza de 1980, Bienal de

São Paulo edições de 1963, 1967, 1985, 1989 e 2010, Bienal do Mercosul edições 1997 e 2011.

 

 

 

Até 23 de agosto.

Conversa com a artista

08/jul

A Galeria de Arte Mamute, Centro Histórico, Porto Alegre, RS, convida para a “Conversa com a Artista Patrícia Francisco”, dia 15 de julho, quarta-feira, às 19h. A conversa terá como ponto de partida o processo de criação de “Slide”, sua atual exposição na galeria. Com curadoria de Elaine Tedesco, a mostra apresenta um conjunto de trabalhos que privilegia o uso do vídeo e da fotografia para desenvolver versões do real.

 

 

Sobre a artista

 

Mestrado em Artes – ECA/USP, 2008. Orientação Artística com Carlos Fajardo, São Paulo (2005-2007). Graduada em Artes – IA/ UFRGS. Representada pela Galeria Mamute em Porto Alegre-BR. Artista residente “Programa Internacional de Residências Artísticas”, Fundación ‘ACE, Buenos Aires-AR (2014)  Programa”Obras em Construção”, Casa das Caldeiras, São Paulo-BR (2011). Obras em Coleções: Museu de Arte Contemporânea–MAC (Porto Alegre-BR) Fundação Vera Chaves Barcellos – FVB (Porto Alegre–BR); Videothèque Joaquim Pedro de Andrade – Maison du Brésil – Cité Internationale Universitaire (Paris–FR). Principais Exposições Slide (individual), Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS. (junho/2015) De Longe, de Perto, curadoria Angélica de Moraes, Galeria Mamute, Porto Alegre/ RS; Sul-Sur 2014, Espacio de Arte Contemporáneo – EAC, Montevideo, Uruguay ; X Muestra Monográfica de Media Art – Festival Internacional de La Imagen, Manizales, Colombia., 4o Prêmio Belvedere Paraty de Arte Contemporânea (Artista Finalista), Casa de Cultura, Paraty/ RJ;10o Salão de Arte Contemporânea, Marília/ SP; (Prêmio Prata Banco Bradesco); A Inventariante, VIDEOAKT 03 –Bienal Internacional de Vídeo Arte, Barcelona/ES; Entre, curadoria Ana Zavadil, MAC RS, Porto Alegre/RS.

 

 

Quando: 15 de julho – 19h – Rua Caldas Júnior, 377, 3º and.

As figuras de Florian Raiss

07/jul

A Galeria Lume, Jardim Europa, São paulo, SP, expõe “Mitologias Pessoais”, do artista plástico brasileiro Florian Raiss, com curadoria de Paulo Kassab Jr. A mostra é composta por 250 azulejos, 4 desenhos e 8 esculturas, trabalhos inéditos da produção mais recente do artista, resultado de sua atitude contemplativa em relação ao universo que o cerca, sendo a figura humana seu foco principal. Em “Mitologias Pessoais”, o artista expõe peças elaboradas por meio de três tipos de técnicas distintas: azulejos em cerâmica pintados em baixo esmalte, esculturas em cerâmica e bronze, e desenhos em aquarela. Em comum, entre todas as obras, as figuras masculinas, femininas e mitológicas que habitam o inconsciente do artista.

 

 

 

Regido por uma motivação inata a sua existência, Florian Raiss desenha desde criança. Este impulso inventivo atiça a imaginação do artista, que transfere para o trabalho questões existenciais e curiosidades particulares, no intuito de enxergar a si próprio em sua criação. “Cada obra é o pedaço de um mosaico que poderá se tornar um espelho. Minha obra sou eu.”, comenta. Aliando técnica e disciplina à prática do cotidiano, Florian Raiss reúne as informações que observa ao seu redor e elege o ser humano como centro de sua criação, pois acredita que, na figura humana, o universo está condensado em todo seu mistério, beleza e complexidade.

 

 

 

Apesar de certa atmosfera teatral que envolve as personagens do artista, sua real proposta é criar objetos de contemplação, apenas. No entanto, para alguns, a sensação é de assistir a uma peça, com atores “fictícios”. “Alheio a conceitos e definições complexas, o artista cria pela necessidade de relatar, em íntimas mitologias, a sua própria existência.”, comenta o curador Paulo Kassab Jr. A coordenação é de Felipe Hegg e Victoria Zuffo

 

 

 

De 14 de julho a 25 de agosto.

“Ficções, curadoria de Daniela Name

A mostra “Ficções” reúne obras em várias linguagens e contará com performances na abertura na Caixa Cultural, Galeria 3, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exposição “Ficções”, mergulha no universo da narrativa de alguns dos maiores artistas contemporâneos em atividade no país tomando como ponto de partida o livro homônimo publicado pelo mestre argentino Jorge Luis Borges, em 1944. Com curadoria da crítica Daniela Name, a mostra reúne mais de 40 obras entre pinturas, instalações, vídeos e outras linguagens de 33 artistas brasileiros.

 

 

Durante a abertura, o artista Jozias Benedicto apresentará a performance “Escrita automática”, e Delson Uchôa percorrerá as ruas do Centro do Rio em direção à CAIXA Cultural com a ação performática “Bicho-da-seda urbano”. “Ficções” também assinala a pluralidade da arte brasileira. Além de apostar na força da cena carioca, a mostra reúne obras de artistas de outras cidades e, também, de alguns que moram há muito tempo no Rio.

 

 

“Recursos narrativos como a alegoria são muito importantes quando o assunto é arte brasileira. Esta é uma mostra formada a partir das encruzilhadas entre a arte contemporânea e a literatura, o cinema, o teatro e a música, entre outras linguagens. Em nenhum momento estamos ilustrando o livro de contos”, afirma Daniela Name.

 

 

 

Criatividade e imaginação

 

 

Ficções propõe ao espectador uma viagem pela narrativa por meio das obras dos artistas e começa no foyer da CAIXA Cultural Rio de Janeiro com a exposição de uma kombi batizada de “Catarina”. A instalação integra o trabalho “Fala dos confins”, de Virginia de Medeiros, uma das artistas vencedoras do Prêmio CNI Sesi Senai Marcantonio Vilaça. As esculturas “Bichos-da-seda”, de Delson Uchôa, pontuarão o caminho do visitante até o segundo piso, onde ele será recebido pelo trabalho “Lista de coisas brancas”, de Raquel Stolf, além de uma instalação de Andrey Zignnatto feita com tijolos, e um conjunto de trabalhos de Vitor Mizael.

 

 

O público também apreciará as pinturas inspiradas em viagens de Julia Debasse e a obra “Satélite”, de Ismael Monticelli. Fotos de Delson Uchôa serão vizinhas dos trabalhos de Marilá Dardot. O público verá, ainda, as pranchetas de Reginaldo Pereira e Marcelo Moscheta. Já Guilherme Dable apresentará aquarelas. Rosângela Rennó produziu o vídeo “Vera Cruz” – só com falas e nenhuma imagem – sobre a chegada de Pedro Álvares Cabral à Ilha de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil. O artista paulistano Luiz Zerbini apresenta sua pintura monumental “A onda”, seguida de três fotos de Adriana Varejão: “Canibal e nostálgica”, “Castelo da sereia” e “Castelinho de areia”.

 

 

A curadoria recupera um trabalho do início da carreira de Marcos Chaves, o hoje histórico “Não falo duas vezes”, e o aproxima de “I love you”, colchão e jardim de tecido criado por Ana Miguel. A obra de Lourival Cuquinha propõe uma reflexão sobre capital e utopia e a figura do dinheiro como uma grande ficção. Na última ala, “Ficções” apresenta pinturas de Daniel Lannes, o vídeo “Buruburu”, de Ayrton Heráclito, “Escoras”, de Alessandro Sartore, conjuntos de trabalhos de Pedro Varela e Marcone Moreira, e o perfil “@Desdicionário”, no qual Daniela Belmiro reinventa definições de palavras nas redes sociais.

 

 

 

Artistas participantes

 

 

Adriana Varejão, Alessandro Sartore, Ana Miguel, Andrey Zignnatto, Ayrson Heráclito, Barrão, Daniel Lannes, Delson Uchôa, Elisa Castro, Guilherme Dable, Ismael Monticelli, Jozias Benedicto, José Rufino, Julia Debasse, Lia Chaia, Lourival Cuquinha, Luiz Zerbini, Marcelo Moscheta, Marilá Dardot, Mayana Redin, Marcone Moreira, Marcos Chaves, Mario Grisolli, Nazareno, @Desdicionário(Daniela Belmiro), Nino Cais, Pedro Varela, Raquel Stolf, Reginaldo Pereira, Rosana Ricalde, Rosângela Rennó, Virginia de Medeiros e Vitor Mizael.

 

 

 

De 11 de julho a 06 de setembro.

A influência de Picasso

A exposição “Picasso e a Modernidade Espanhola”, que reúne obras de Pablo Picasso e de outros artistas espanhóis, chegou ao Rio de Janeiro. A exposição, com aproximadamente 90 obras de 37 autores, aborda a contribuição de Pablo Picasso ao cenário espanhol e internacional da arte e a influência do fundador do cubismo e de seus contemporâneos. A maioria das obras de Picasso e dos demais artistas pertencem ao Museu Rainha Sofía de Madri.

 

 

Entre as obras de Picasso presentes na mostra destacam-se Cabeza de Mujer (1910), Busto y Paleta (1932), Retrato de Dora Maar (1939), El Pintor e la Modelo (1963) e Mujer Sentada Apoyada Sobre los Codos (1939). Entre as pinturas, esculturas, desenhos e gravuras da mostra também destacam-se as obras Siurana, el Camino, de Miró; El Violín, de Juan Gris e Composición Cósmica, de Óscar Domínguez.

 

 

A mostra está dividida em oito salas, entre as quais “Picasso: O Trabalho do Artista” e “Picasso, Variações”, que mostram a relação do artista com a modernidade e sua diversidade criativa. Uma terceira sala entra no imaginário do artista para tentar descrever como ele concebeu “Guernica” e inclui estudos da obra sobre o bombardeio nazista sofrido por essa cidade. Os outros espaços mostram de forma transversal a relação do pintor malaguenho e dos demais modernistas espanhóis.

 

 

 

Até 07 de setembro.

Metamorfoses e Heterogonia

Para ocupar o Projeto Parede do segundo semestre de 2015, o MAM-SP, Portão 3 do Parque

do Ibirapuera, convidou o artista Walmor Corrêa que apresenta a obra “Metamorfoses e

Heterogonia”, feita especialmente para o corredor de acesso entre o saguão de entrada e a

Grande Sala do museu.

 

A produção do artista destaca-se pela profunda pesquisa sobre temas históricos e científicos e

envolve o olhar do estrangeiro (através de cartas ou desenhos) sobre o novo mundo. Assim,

Walmor aproxima a relação entre arte e ciência e atribui verossimilhança às narrativas

fantásticas em solo brasileiro. Com diferentes técnicas e linguagens como desenhos, dioramas,

animais empalhados e emulações de enciclopédias, cartazes e documentos, Corrêa recria

histórias que vão dos mitos populares brasileiros (como Curupira e sereias) até os relatos dos

primeiros naturalistas viajantes dos trópicos.

 

Para o MAM, o projeto consiste numa interferência arquitetônica que dá acesso a um novo

setor fictício dentro do museu sob o termo Setor de Taxidermia. Na sequência, é encontrado

um grande diorama que representa o mapa do estado de São Paulo, com destaque para o

planalto, a serra e o litoral sul – locais por onde os jesuítas passaram, e que registra,

sobretudo, o caminho por onde o Padre José de Anchieta passou e, possivelmente, encontrou

os animais descritos e resignificados pelo artista.

 

O mapa conta com cerca de 15 animais empalhados dispostos sobre as possíveis áreas de

localização, confeccionados pelo artista por processo de metamorfose, unindo cabeças de

roedores a corpos de aves. É importante frisar que nenhum animal foi sacrificado para a obra.

Os corpos dos bichos estrangeiros foram comprados em lojas autorizadas para este fim.

 

“No mês de outubro, o MAM apresenta o 34º Panorama da Arte Brasileira que dá destaque a

artefatos arqueológicos pré-coloniais cujos significados são enigmáticos e referências

históricas. Para criar um diálogo maior entre as mostras, o MAM nos pediu a indicação de

artistas para ocuparem o corredor. Pensando nisso, é fortuito que tal projeto prepare uma

zona indistinta entre ciência e arte, pesquisa e narrativa, história e ficção, e o trabalho do

Walmor Corrêa oferece uma relação tênue com a exposição de outubro”, afirma Paulo

Miyada, um dos curadores ao lado de Aracy Amaral.

 

Metamorfoses e Heterogonia parte de um estudo de anotações sobre a fauna e flora

brasileiras encontradas em cartas escritas pelo padre José de Anchieta (1534-1597), que

identificavam espécies de pássaros inexistentes, cuja preciosa descrição refletia o pioneirismo

da observação de Anchieta, que era um exímio pesquisador. Ao invés de censurar os

equívocos, Walmor Corrêa propõe um desdobramento imersivo, dando a eles sustentação.

“Desta forma, crio seres empalhados e dioramas que atestam as descrições do século XVI, com

pássaros que se alimentam de orvalho e outros que são ratos com asas”, descreve o artista. A

obra constitui um recorte fictício de um museu de história natural e, ao mesmo tempo, dá

embasamento sobre a história real dos jesuítas no Brasil ao reproduzir o caminho percorrido

por Anchieta no estado de São Paulo.

 

 

Sobre o artista

 

Natural de Florianópolis, Walmor Corrêa cursou as faculdades de Arquitetura e de Publicidade

e Propaganda na UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos – São Leopoldo).

Atualmente, vive e trabalha em São Paulo. Participou da Bienal de São Paulo, em 2004; além

da Bienal do Mercosul e do Panorama de Arte Brasileira, do MAM, em 2005; foi recentemente

laureado com uma bolsa de pesquisa e produção pelo Smithsonian Institution nos Estados

Unidos; dentre outras exposições nacionais e internacionais.

 

 

De 07 de julho a 11 de setembro.