No SESC Santo André

17/abr

O Sesc Santo André, SP, exibe “A Experiência da Arte”, com curadoria de Evandro Salles e nove obras, independentes entre si, dos artistas Cildo Meireles, Eduardo Coimbra, Eleonora Fabião, Ernesto Neto, Waltercio Caldas, Wlademir Dias-Pino e Vik Muniz. Entre esculturas, fotografias, instalações, obras sonoras, performances e poemas visuais, a mostra propõe uma imersão plena no universo poético da arte, ao apresentar peças com diferentes abordagens e estratégias de relação com o público: algumas de total interatividade, outras reflexivas ou inteiramente contemplativas.

 

Concebida no formato de grandes instalações, expostas em aproximadamente 1.700m2 de área interna e externa, “A Experiência da Arte” proporciona ao público a vivência da arte como um acontecimento especial, essencialmente poético, de natureza individual e intransferível. O projeto curatorial repensa o papel da mediação entre obra e espectador, no intuito de incentivar a criação de sistemas próprios de vivência e usufruto da arte. Neste sentido, são evitadas legendas, informações biográficas, discursos comparativos, informações históricas, abordagens sociológicas, antropológicas e demais informações que, segundo Evandro Salles, funcionam como “impedimentos que atravessam e obstruem o caráter essencialmente poético do objeto de arte”.

 

Entre os trabalhos expostos, Cildo Meireles apresenta “RIO OIR” e “Malhas da Liberdade – versão nº 4″. O primeiro, uma obra sonora criada pelo artista em 2012 e que acabou se transformando em longa-metragem, CD e instalação. A obra reúne o som gravado nos principais rios da enorme rede fluvial brasileira, do Amazonas ao São Francisco. “RIO OIR – Ouvir o Rio” convida o público a pensar a água como elemento fundamental da vida no planeta. Por sua vez, “Malhas da Liberdade – versão nº 4″ representa uma estrutura de plástico, feita de maneira que as peças podem se encaixar umas às outras indefinidamente, gerando uma variedade incontável de formas e configurações. Apesar da estrutura criar grades que limitam e, de alguma maneira, cerceiam o fluxo, seu desenho permite um inesperado espaço de ultrapassagem, de liberdade de articulação, onde o público interfere e opera um subversivo encontro de saídas e alternativas de caminho.

 

Eduardo Coimbra exibe “Escultura V”, um conjunto escultórico-arquitetônico composto por módulos em estrutura de ferro pintado, com formato de cubos em três tamanhos distintos. Essas peças, de forte inclinação construtivista, são empilhadas criando uma enorme estrutura, que pode ser escalada, ocupada e utilizada pelos visitantes de infinitas maneiras.

 

Por sua vez, a artista Eleonora Fabião traz um conjunto de trabalhos que denominou “Ações Andeenses”, sendo a obra central a performance “Converso Sobre Qualquer Assunto”, na qual se disponibiliza para conversar sobre qualquer coisa, com qualquer pessoa que reaja ao convite da artista. Esta ação ocorrerá uma vez por mês, durante os seis meses de duração da mostra.

 

“Riogiboia” é o título da obra de Ernesto Neto, também concebida especialmente para a exposição. Grande escultura penetrável, de forte impacto visual, tem o formato de uma cobra-labirinto com 122 metros de extensão, podendo ser percorrida em seu interior. Seu piso é feito de madeira, com incrustações de pedra que formam desenhos de signos indígenas tradicionais. Em torno dessa estrutura, grandes painéis são cobertos por fotografias da selva amazônica, justapostas à selva de edifícios que São Paulo configura. Entre esses dois blocos de imagens, as nuvens definem um fluxo do mais precioso líquido: a água. A oposição Urbe-Floresta se apresenta como fonte de reflexão sobre os mitos culturais brasileiros, a necessidade de sua preservação e, ao mesmo tempo, sua projeção no universo urbano.

 

Waltercio Caldas expõe as obras “Camuflagem” e “Inflamáveis”. A primeira, um corredor feito por espelhos, onde algumas poucas palavras problematizam a passagem do público pela estrutura, fazendo com que o olhar do visitante torne-se o objeto central da própria obra. Inflamáveis trata de linguagem e suas codificações. Um carrinho de bombeiro, colocado provocativamente dentro de uma grande vitrine, não possui sua cor característica – o vermelho –, cor esta que “escorrega” literalmente para a parede localizada em frente à vitrine. Significado e significante se descolam um do outro, fazendo com que o carrinho, totalmente branco, revele-se de forma imprevista e inusitada ao olhar do público.

 

Wlademir Dias-Pino, um dos fundadores dos movimentos de poesia construtivista no Brasil e do Poema Processo, apresenta uma nova versão de seu clássico livro “A Ave”. O poeta, hoje aos 88 anos de idade, propõe uma instalação na qual o público, usando o mesmo universo de palavras do poema e seu sistema de leitura, pode produzir novas articulações da obra em uma enorme superfície, coberta com tinta magnética. Assim, os vocábulos e linhas do poema, impressos em forma de imãs, podem ser manipulados em infindáveis possibilidades.

 

Vik Muniz apresenta quatro grandes trabalhos fotográficos em metacrilato, e oferece ao público o seu “Estúdio Vik Muniz”. Neste espaço interativo, seu método de trabalho e de criação fotográfica é disponibilizado, para que qualquer pessoa produza suas próprias imagens, as quais são impressas e também postas em exposição.

 

A mostra, que não tem nenhum roteiro de visitação pré-fixado ou trajetória pré-estabelecida, tem entretanto como seu espaço introdutório a “Sala de Encontro”, usada tanto para receber o público em seus primeiros momentos na área expositiva como para prepará-lo para percorrer um dos trajetos possíveis da mostra. Esta sala funciona como uma espécie de “passagem” entre o mundo cotidiano e o mundo da arte, onde o visitante se preparar para percorrer um universo de natureza mais sensível e complexa.

 

“A Experiência da Arte” não tem um tema central, nem busca a uniformidade de leitura entre estilos e técnicas artísticas. Elimina ao máximo todo tipo de mediação, em prol da livre absorção da poética do objeto de arte. Nas palavras do curador, “Uma exposição de arte é um lugar para ver e experimentar objetos totalmente diferentes daqueles do mundo cotidiano. Eles funcionam para o pensamento, para o olhar e para o coração.”.

 

 

De 21 de abril a 25 de outubro.

Tozzi com Ricardo Camargo

16/abr

A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, inaugurou exposição com o artista plástico Claudio Tozzi, exatos 13 anos após sua última individual na galeria. As 18 obras selecionadas abrangem trabalhos do final dos anos 1960 até 2000, com destaque para os desenvolvidos sob o signo da Pop Art, como “Cinturão”, e também obras de caráter conceitual como “Vegetal”,  participante da XXXVII Bienal de Veneza em 1976.

 

 

Sobre o artista

 

Tozzi iniciou seu percurso artístico no começo da década de 1960. Desde então, obteve  reconhecimento e grande aceitação no meio cultural e também pelo grande público. Nessa época trabalhou com a apropriação de objetos, imagens icônicas e jornais, história em quadrinhos e fotografias. A partir de 1970 apresenta um tratamento cromático mais elaborado em suas pinturas que adquirem uma conotação simbólica, com a utilização de signos que traduziam a opressão do período. É quando começa a usar elementos metafóricos e mais sutis. O parafuso é o primeiro deles, elemento até hoje presente em suas obras. Ainda nos anos 1970, Claudio Tozzi experimenta novas linguagens e expande sua obra para outros campos, diversificando suportes e meios, pesquisando novos pigmentos e materiais que o  aproximam da vertente conceitual.

 

 

Até 09 de maio.

Op-Art em São Paulo

15/abr

O Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, apresenta, até 01 de junho, a exposição “Op-Art – Ilusões do Olhar”, um vasto panorama da optical art, ou arte ótica, e sua influência no Design, Arquitetura, Mobiliário, Moda, Cinema e Publicidade. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra foi idealizada pela Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha, e tem patrocínio da Allergan do Brasil e Acuvue.

 
“Op-Art – Ilusões do Olhar” é a primeira mostra abrangente, realizada no Brasil, sobre esse movimento, surgido no final da década de 1950. A exposição conta com mais de 200 itens, que estarão divididos em três módulos temáticos: 1. Design gráfico, mobiliário e objetos; 2. Obras de arte; e 3. Moda, cinema e publicidade. A lista de artistas participantes inclui alguns dos mais importantes e expressivos representantes do movimento no Brasil e no exterior, dos concretistas aos contemporâneos, mostrando como, na era digital, a Op-Art voltou a ser uma referência. Estarão em exposição, por exemplo, trabalhos dos designers Alexandre Wollner, Almir Mavignier e Antonio Maluf; dos estilistas: Alceu Penna, Versace, Gareth Pugh, Martha Medeiros e Sandro Barrros; além dos artistas plásticos Abraham Palatnik, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Luiz Sacillotto, Angelo Venosa, Hilal Sami Hilal, Julio Le Parc, Victor Vasarely e Carlos Cruz-Diez.

 
Com expografia de Guilherme Isnard, que utilizará efeitos de luz e profundidade para acentuar as características da mostra, OP-Art terá um espaço interno para a Fundação Oftalmológica Rubem Cunha que realizará, durante o período expositivo, a medição da acuidade visual a estudantes atendidos pelo Educativo MCB. “O desconhecimento de problemas visuais é um dos principais elementos responsáveis pela evasão escolar no Brasil”, afirma o Dr. Marcelo Cunha, da Fundação Rubem Cunha. “Dessa forma, a exposição Op-Art – Ilusões do Olhar cria um evento único, associando design, arte e moda a uma causa social”, conclui o médico.

 

 
Conteúdos da exposição por módulos:

 
1: Op-art no Design gráfico, mobiliário e objetos

 
Cartazes originais de Rubem Ludolf, Alexandre Wollner e Antonio Maluf; design gráfico da Tricot-lã, década de 1960, Adolpho Leirner;  cerca de 50 objetos entre pratos, canecas, xícaras, luminárias, mouse-pads, skates, almofadas e relógios de parede de designers brasileiros e estrangeiros; mobiliário de Zanine Caldas, Abraham Palatnik e Julien Pecquart;  exemplos de arquitetura Op-Art no Brasil e no mundo, em projeções; projeto original de Raymundo Colares para pintura em prédio no Rio de Janeiro.

 
2 : Arte

 
Cerca de 30 trabalhos, entre pinturas, esculturas e objetos de artistas brasileiros, pinturas de Lygia Clark, Hélio Oiticica, Aluísio Carvão, Luiz Sacillotto, Mauricio Nogueira Lima, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Geraldo de Barros, Lothar Charoux, Ivan Serpa, Ubi Bava, Hilal Sami Hilal, entre outros; esculturas e objetos de Abraham Palatnik, Mary Vieira, Raymundo Colares, Paulo Roberto Leal, Angelo Venosa, entre outros. Artistas estrangeiros: Julio Le Parc, Victor Vasarely, Carlos Cruz-Diez, entre outros.

 
3: Moda, Cinema e Publicidade

 
Vestido de noite de Alceu Penna e Hercules Barsotti, 1960; vestidos criados especialmente para a mostra pelos estilistas Sandro Barros e Martha Medeiros; roupas vintage como capa de chuva em vinil, vestidos curtos, blusa Versace; projeção com fotos de roupas de época e dos desfiles de Givenchy (2010),Louis Vuitton (2013), Mark Jacobs (2013), Gareth Pugh (2014), entre outros; acessórios vintage e contemporâneos: bolsas, óculos, sapatos, lenços etc.; publicidade: Pond’s, Ferrari, Avon, entre outras, apresentados em vídeo;  cinema: “The Responsive Eye”, de Brian de Palma e “Anémic Cinema”, de Marcel Duchamp.

 

 
Sobre a OP-Art

 
A Op-Art surgiu no final da década de 1950, e despontou internacionalmente a partir da exposição “The Responsive Eye”, organizada pelo MoMA, de Nova York, em 1965. Descendente de movimentos como o Suprematismo, Construtivismo e Concretismo, seus trabalhos têm como principais características a repetição de formas simples, o uso do preto e branco, os contrastes de cores vibrantes e as luzes e sombras acentuadas. A ambiguidade entre primeiro plano e fundo gera ilusões de movimento e profundidade. As obras da Op-Art criam um espaço tridimensional, que não existe, mas parece tornar-se real. Tais efeitos despertaram uma nova relação com a obra de arte, exigindo do público uma verdadeira participação.

 

 
Sobre a curadoria

 
Denise Mattar é uma das mais conhecidas e premiadas curadoras do Brasil. Em instituições trabalhou no Museu da Casa Brasileira, SP (1985-1987), MAM-SP (1987-1989) e MAM-RJ (1990-1997). Como curadora independente realizou de 1997 a 2014 mostras retrospectivas de Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho (Premio APCA), Ismael Nery (Prêmios APCA e ABCA), Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor (Prêmio APCA), Frans Krajcberg, Mary Vieira, Maria Tomaselli, Aluísio Carvão, Abelardo Zaluar, Raymundo Colares, Hildebrando de Castro, Norberto Nicola, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard. E as mostras temáticas (2004/14): “Traço, Humor e Cia”, “O Olhar Modernista de JK”, “O Preço da Sedução”, “O’ Brasil”, “Homo Ludens”, “Nippon”, “Brasília- Síntese das Artes”, “Tékhne” e “Memórias Reveladas”( prêmio ABCA), “Pierre Cardin”, “Mário de Andrade – Cartas do Modernismo”, “Projeto Sombras”, “No Balanço da Rede” e “Duplo Olhar”.

 

 
Sobre a Fundação Dr. Rubem Cunha

 
A Fundação Oftalmológica Dr. Rubem Cunha é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo prevenir e tratar doenças oculares da população de baixa renda. Em 2007, foi reconhecida como entidade filantrópica OSCIP, faz parte da associação GIFE e do Instituto Azzi. Os recursos levantados pela Fundação, por meio de eventos socioculturais, subsidiam os custos relacionados aos exames e consultas, proporcionando aos pacientes armações e lentes de óculos, medicamentos e tratamento cirúrgico. A Fundação trabalha com os projetos: Boa Visão, Boa Educação, voltado às crianças em idade escolar; Nosso Olhar, vinculado à APAE, e Senhor Olhar, para a terceira idade, além de projetos especiais como Olhar do Sertão, realizado recentemente no interior de Alagoas. A mostra Op-Art – Ilusões do Olhar comemora os dez anos de trabalho filantrópico prestado a crianças e idosos carentes pela entidade criada pelos Drs. Rosana e Marcelo Cunha.

 

 
Até 31 de maio.

Uma paixão francesa no MAR

O Museu de Arte do Rio – MAR, Praça Mauá, Centro, Rio de janeiro, RJ, traz à cidade uma seleção de 75 fotografias e vídeos que, provenientes dos acervos das mais respeitadas instituições francesas – Centre Georges Pompidou, Maison Européenne de la Photographie (MEP), Société Française de la Photographie e Musée Nièpce -, retratam o Rio de Janeiro por ângulos originais e singulares. “Rio – Uma paixão francesa” reúne registros feitos por artistas como os brasileiros Marc Ferrez, Augusto Malta, José Oiticica, Alberto Ferreira e Rogério Reis, os franceses Raymond Depardon e Vicent Rosenblatt, o marroquino Bruno Barbey e o romeno Ghérasim Luca, entre outros expoentes da fotografia do século 19 à atualidade. A produção videográfica será representada por Katia Maciel, JR e Stephen Dean, entre outros.

 
A exposição, que faz parte das comemorações do aniversário de 450 anos da cidade e abre a programação oficial do FotoRio 2015, tem a curadoria assinada por Jean-Luc Monterosso e Milton Guran, com curadoria-adjunta de Cristianne Rodrigues. Resultado de dois anos de pesquisa, “Rio – Uma paixão francesa” é dividida em quatro núcleos – Histórico, Modernista, Contemporâneo e Documental – que apresentam ao público imagens raras, obras emblemáticas e o olhar do estrangeiro sobre cenas do cotidiano carioca.

 
“Até a Segunda Guerra Mundial, o Rio de Janeiro ficava atrás apenas de Paris entre as cidades mais fotografadas do mundo. Isso se deu, em parte, em função de suas belezas naturais e do exotismo – em relação aos padrões europeus –, da civilização que aqui se desenvolvia, mas também devido ao apoio do Governo Imperial. A França, naturalmente, como pátria da fotografia, foi destinatária de uma seleção expressiva dessa produção que integrava relatórios administrativos ou álbuns específicos, sobretudo no século 19. Ao longo do século seguinte, embora por outros caminhos, importantes autores que documentaram o Rio entraram nas coleções de museus públicos franceses”, explica Milton Guran.

 
Entre as curiosidades apresentadas estão os retratos de famílias da elite carioca registrados pelo português Joaquim Insley Pacheco e a panorâmica da missa campal pela abolição da escravatura, realizada em 17 de maio de 1888, capturada por A. Araujo de Barros. Um dos primeiros expoentes brasileiros do modernismo na fotografia, José Oiticica, aparece ao lado de outros nomes do movimento como Emanuel Couto Monteiro e Sylvio Coutinho Moraes. Outros destaques são as fotografias de Raymond Depardon, um dos principais artistas franceses na atualidade, e o trabalho de Vincent Rosenblatt sobre a cultura funk na cidade.

 

No dia da abertura, às 15h, acontece uma Conversa de Galeria com a participação de Milton Guran, Cristianne Rodrigues, Rogério Reis e Bruno Barbey. No dia 16, às 15h, é a vez de Jean-Luc Monterosso falar com o público. Junto com “Rio – Uma paixão francesa”, o MAR abre ao público a mostra “Kurt Klagsbrunn, um fotógrafo humanista no Rio (1940-1960)”.

 
Artistas: A de Barros Araujo, Alberto Ferreira, Augusto Malta, Bruno Barbey, Chakib Jabor, Emanuel Couto Monteiro, Eugenia Grandchamp, Ghérasim Luca, Joaquim Insley Pacheco, JR, José Oiticica, Katia Maciel, Marc Ferrez, Marcelo Lins Martins, Paul Almasy, Raphaël Landau, Raymond Depardon, René Burri, Rogério Reis, Stephen Dean, Sylvio Coutinho Moraes, Thierry Cohen e Vincent Rosenblatt.

 

 
Até 09 de agosto.

 

 
Sobre o Museu de Arte do Rio

 
O MAR é um espaço dedicado à arte e à cultura visual. Instalado na Praça Mauá, ocupa dois prédios vizinhos: um mais antigo, tombado e de estilo eclético, que abriga o Pavilhão de Exposições; outro mais novo, de estilo modernista, onde funciona a Escola do Olhar. O projeto arquitetônico une as duas construções com uma cobertura fluida de concreto, que remete a uma onda – marca registrada do museu –, e uma rampa, por onde os visitantes chegam aos espaços expositivos.

 
O MAR, uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar –, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação a partir do programa curatorial que norteia a instituição.

 
O museu tem o Grupo Globo como mantenedor, a Vale e a BG Brasil como patrocinadores e o copatrocínio do Itaú, além do apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e a realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A gestão fica a cargo do Instituto Odeon, uma associação privada, sem fins lucrativos, que tem a missão de promover a cidadania e o desenvolvimento socioeducacional por meio da realização de projetos culturais.

Duas mostras no MAM-Rio

13/abr

O MAM- Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, inaugura duas duas exposições: a primeira mostra individual do consagrado artista mexicano Damián Ortega e “Ver e ser visto”, que abordará as relações entre arte, imagem e psicanálise.

 

O artista Damián Ortega, que se divide entre a Cidade do México e Berlim, apresentará no Espaço Monumental do MAM Rio a exposição “O fim da matéria”, com uma instalação inédita em que um grande cubo de isopor de cerca de 6mx6mx6m será transformado durante o período da exposição por um grupo de escultores anônimos brasileiros, que originalmente trabalham para o carnaval. Todos os dias eles irão retirar pedaços deste cubo para fazer esculturas que, juntas, funcionarão como uma espécie de inventário da história da escultura. Dentre as obras que serão feitas em isopor estão trabalhos de artistas como Alberto Giacometti, Louise Bourgeois, Jeff Koons, Henry Moore, Ernesto Neto, Rodin, entre outros. Esta é a primeira exposição individual do artista no Rio de Janeiro, que só expôs anteriormente em uma instituição no Brasil em 2007, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte,MG.

 

 

Até 14 de julho.

 

 

Ver e ser Visto

 

Já a mostra “Ver e ser Visto” tem curadoria do psicanalista Guilherme Gutman e terá obras em diferentes técnicas e suportes, como pinturas, desenhos, esculturas e instalações, de cerca de 60 artistas brasileiros e estrangeiros, como Artur Barrio, Angelo Venosa, Anna Maria Maiolino, Carlos Zílio, Djanira, Gustavo Speridião, José Damasceno, Mira Schendel, Pancetti, Vieira da Silva, Waltercio Caldas, Wesley Duke Lee, entre outros.

 

Como parte da exposição, serão realizadas performances no MAM Rio.

 

No dia da abertura, às 19h, o artista Tiago Rivaldo apresentará “Horizonte de nós dois”.

 

No dia 18 de abril, às 16h, serão realizadas mais três performances: a terceira etapa da performance “Horizonte de nós dois”, chamada “Banco de Olhos”; “(Estudo para) um corpo ideal”, de Raphael Couto, e “Veste Nu”, de Daniel Toledo, Ana Hupe.

 

 

Até 19 de julho.

Inhotim no Itaú Cultural/SP

08/abr

O Inhotim, em parceria com o Banco Itaú e o Itaú Cultural, realiza pela primeira vez a itinerância de parte do acervo do instituto. “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”, exposição que estreou em Belo Horizonte no ano passado, está em cartaz e pode ser visitada gratuitamente no Itaú Cultural, Paulista, São Paulo, SP. A mostra celebra cinco anos de apoio mútuo entre as instituições.

 
A mostra itinerante “Do Objeto para o Mundo – Coleção Inhotim”- deixou sua sede, em MG – e chegou a SP para ocupar três andares do Itaú Cultural. A obra “Seção Diagonal”, de Marcius Galan, instalada em Inhotim desde 2010, foi readequada para o espaço da exposição. Dividida em seis núcleos temáticos, a coletiva possibilita ao público conhecer como a arte neoconcreta influenciou decisivamente as técnicas contemporâneas.

 
Localizado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o instituto oferece a seus visitantes uma experiência única, na medida em que propõe uma relação espacial entre a arte e a natureza, caracterizando-se como o maior complexo museológico do país.

 
Parte desse acervo, em “Do Objeto para o Mundo” investiga quatro momentos de formação da arte contemporânea – o neoconcretismo brasileiro, a produção dos anos 1960, o grupo de vanguarda japonesa Gutai e as práticas de acionismo e de performance dos anos 1970 – e exibe obras produzidas entre 1950 e as primeiras décadas dos anos 2000. O título da exposição faz menção ao movimento de aproximação do objeto de arte à experiência cotidiana do espectador.

 
Com curadoria de Rodrigo Moura e Inês Grosso, o percurso da mostra contempla várias mídias e suportes, apresentando obras de artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Rivane Neuenschwander, Channa Horwitz, Décio Noviello, Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Melanie Smith. No dia 02 de maio aconteceu um bate-papo com os artistas David Lamelas e Michael Smith, com mediação dos curadores.

 

 
Até 31 de maio.

Ocupação Galo

A “Ocupação Galo” será inaugurada na Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, no dia 08 de Abril, às 18 horas, quando será realizada, pela primeira vez, uma residência artística de uma semana, na qual o artista Galvani Galo expandirá suas pinturas murais em todas as paredes da galeria. Munido de tinta e pincéis em mãos, Galo realizará um trabalho site specific com seus personagens, híbridos de animais e máquinas, que possuem articulações mecânicas detalhadas e descritas em um sofisticado complexo que reporta aos manuais técnicos de engenharia mecânica. De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, sua pintura é carregada de ironia e reflete a inquietação do artista que tem exibidos seus trabalhos nas paredes  das construções das periferias dos grandes centros, sobretudo da grande São Paulo, cidade onde trabalha e reside.

 
A exposição terá ainda alguns objetos escultóricos (Toy Art), trabalhos em acrílica sobre tela e gravuras produzidas recentemente. Na mesma ocasião será lançado o programa Amigos do IPN, com o objetivo de sensibilizar um número maior de pessoas sobre a importância da preservação do sítio arqueológico, por meio de um sistema de doações voluntárias. A coordenação geral é de Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos e a produção traz a assinatura da Quimera Empreendimentos Culturais.

 
A Galeria Pretos Novos tem acolhido dentro de sua programação diversas temáticas de exposições de artes visuais, realizadas por artistas contemporâneos do Rio de Janeiro e de outras localidades. A partir de pesquisa realizada pelo curador do espaço, os artistas convidados apresentam livremente suas propostas, tendo como ponto de partida suas percepções sobre o ambiente expositivo e a importante história que ele abriga. Esta experiência tem superado expectativas e trazido excelentes resultados, que se refletem na crescente visitação que a Galeria Pretos Novos vem recebendo, desde a sua inauguração.

 

 
De 08 de abril a 23 de maio.

RIEN exibe “Origem”

A mulher é a origem da vida e do amor. Este é o principal mote da nova série de RIEN, artista multidisciplinar que tem mostra aberta na Galeria Crivo, Vila Madalena, São Paulo, SP. A exposição, intitulada “ORIGEM”, reúne dez peças inéditas que buscam discutir questões muito mais fundamentais do que simplesmente a sensualidade e o sexy.

 

De acordo com o curador, Douglas Negrisolli, na série produzida por RIEN é possível identificar aspectos que vão além do trivial. “Há tópicos importantes, como a violência à mulher, como elas são subjugadas, maltratadas, mutiladas e humilhadas. Por isso, ele as retrata também para contemplá-las, como se, com isso, pudesse livrá-las da dor”.

 

O artista, de apenas 24 anos, revela que se baseia muito no controverso artista francês Gustave Courbet (1819 – 1877), autor de “A origem do mundo” (1866), obra que causa ainda hoje sentimentos diversos mundo afora. “Todos nós viemos de um ventre. É algo natural e deveria ser encarado como tal”, completa.

 

“ORIGEM” traz, além das imagens- pinturas e gravuras digitais – com certo grau explícito, uma outra curiosidade: a captação de sons. Durante toda a mostra, os visitantes são convidados a uma imersão no assunto, já que terão a percepção e interpretação visual e serão acompanhados de áudios provocantes e inspiradores, como a música que o artista ouviu durante dias a fio para pintar alguns quadros da exposição.

 

Devido à composição dos trabalhos, o curador Douglas Negrisolli sugere classificação etária de 12 anos para a visitação, disponível até o próximo dia 22 de maio.

 

 

Parceria

 

RIEN é representado de forma exclusiva pela OMA | Galeria, que cede seus trabalhos para a Galeria Crivo, em forma de parceria, com intuito de ampliar a visibilidade e criar novas oportunidades para que seguidores de outras regiões possam acompanhar o artista.

 

 

De 07 de abril a 22 de maio.

Graziela Pinto mostra Bios Vida

07/abr

Na mostra “BIOS VIDA”, individual de Graziela Pinto na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a artista apresenta 12 trabalhos (entre telas e instalações e um vídeo), utilizando técnica mista (grafite, tinta à óleo e estêncil), fruto de sua pesquisa e dedicação à produção desta série. A artista busca uma síntese formal de elementos recorrentes em sua poética, cheia de feminilidade, e elementos que compõem a natureza. As aves, por vezes tão fielmente retratadas, são insinuadas por meticulosas penas pintadas sobre telas ou bolas de madeira, estas protegidas por estruturas emaranhadas em cobre oportunamente chamadas de “ninhos”, grande novidade da mostra, inéditos em suas exposições.

 

Esferas brancas simuladas na pintura ganham diferentes cargas simbólicas conforme o desejo da artista: parecem ora leves, frívolas e efêmeras como bolhas de sabão, ora densas e firmes como feitas de pedra ou madeira maciça. No meio termo dessas permanências, elas são a vida presente, sugerida como tatu ou como ovo que secreta nova existência. A arte é, muitas vezes, entendida como espelho que reflete o espírito do artista e seu estado de ânimo. Se é verdadeira, essa colocação esclarece a representação de abrigos como os ninhos, os ovos, a carapaça do tatu ou as cascas que protegem as sementes dos frutos no momento em que Graziela, grávida, aguarda a chegada de seu segundo filho.

 

 

De 16 de abril a 20 de maio.

Marino Marini no Brasil

02/abr

A exposição “Marino Marini: do arcaísmo ao fim da forma” abre a programação 2015 da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. Com curadoria de Alberto Salvadori, a entidade gaúcha inaugura a primeira exposição do consagrado artista no Brasil, um nome de projeção internacional.

 

 
Sobre a obra e o artista

 
Do arcaismo ao fim da forma Marino Marini nasce em uma pequena cidade, Pistoia, onde não permanece indiferente às grandes lições giottescas, às de Masaccio e de Pisano e, particularmente, às importantes coleções etrusca e egípcia do museu arqueológico da vizinha Florença. A ligação do artista toscano com a antiguidade faz parte de uma dimensão que pertence ao tempo de seu estudo e de sua formação. As suas esculturas, assim como as egípcias, apresentam-se por assemblage lógica, sem nenhum interesse ilusionístico, introduzindo, assim, outro dado essencial para ler a sua obra: o valor absoluto que ele confere à relação entre arte e arquitetura. Quatro temáticas tiveram particular importância para Marini, três das quais antigas: o retrato, a Pomona e os cavaleiros. A essas deve se somar o tema do circo, com os malabaristas, as bailarinas e os acrobatas. Marino era extremamente fascinado pelo mundo do circo, e a natureza do ofício do malabarista, do palhaço, dos acrobatas intrigava-o. Entreter o público, ser capaz de pertencer a uma tipologia de máscara eterna, tinha tornado esses sujeitos importantes para o seu imaginário. As Pomonas, ao contrário, são a encarnação, segundo Marini, do eterno feminino. A antiga divindade da fertilidade nos é posta como metáfora do nascimento, da plenitude sensual da vida. O cavaleiro e o cavalo estão, desde os anos 30, dentre os temas que mais interessaram a pesquisa de Marino Marini. “As minhas estátuas equestres exprimem o tormento causado pelos eventos deste século. A inquietude do meu cavalo aumenta a cada nova obra. Eu aspiro tornar visível o último estágio da dissolução de um mito, do mito do individualismo heróico e vitorioso do homem de virtudes, dos humanistas”. Convivem história e mito, realidade e fé, testemunhas de que as obras do artista devem ser lidas como passagens que marcam o devir da história. As coisas mudam com o proceder do confronto bélico na Europa, as esculturas se tornam formas seccionadas arquitetonicamente pela grande tragédia. O próprio Marino define as obras do período como arquiteturas de uma enorme tragédia que se liberará, em seguida, no famoso Anjo da cidade, de 1950, que até hoje domina o Canal Grande. A partir dos anos 50 Marini volta a praticar a pintura com maior intensidade. Com cores brilhantes e encorpadas, fechadas em um campo geometrizante que se destaca sobre o fundo plano e com formas sempre mais desagregadas, as obras pictóricas definem, assim como a escultura, uma evidente mudança de chave expressiva. Desenho, gráfica, pintura e escultura vivem em Marini uma simbiose dinâmica, um enredo dificilmente desatável, carregado de tensões e de páthos. O retrato se insere no percurso de Marini como representação dos valores humanos, no qual ele ensaiou o limite mais alto de um criador de formas. A capacidade plástica e a pura invenção são subjugadas à verdade fisionômica do modelo, e os quatro retratos aqui expostos nos colocam diante de tamanha força da representação. O ano de 1950 é decisivo porque o artista decidiu aceitar o convite para ir a Nova York. Em 14 de fevereiro, foi aberta a primeira individual de Marini na cidade americana e iniciou-se um percurso de reconhecimentos internacionais que não mais se encerrou. Estamos na série dos Milagres, eventos ao mesmo tempo terrenos e sobrenaturais, que aludem à morte do homem, ao seu declínio. Dentre as obras presentes nas mostras de 1951 e de 1952, são representadas a dissidência, a ruptura da harmonia entre cavalo e cavaleiro, a ingovernabilidade dos eventos. Tal condição fora de controle constitui o ato final de uma tragédia que encontra no Grito, de 1962, também presente na mostra, sua conclusão. Uma palavra-chave para compreender a escultura de Marino é “tensão”. O artista, mais que sobre o próprio movimento, incide sobre o instante de imobilidade que aparece forçado pela forma na composição e, através do qual, surge o movimento ou a escultura morre. Dentre os oito pequenos bronzes presentes nesta mostra, em Figuras abstratas e Composições, dos anos 60, não é mais perceptível a presença de cavalos e cavaleiros que vivem escondidos nos planos e nos cortes da matéria. Abstração e geometrização não são outra coisa que a ampliação da gama expressiva, da figuração de Marino Marini. Em Uma forma em uma ideia, de 1964, o artista atinge a desagregação e constitui o ato final de uma tragédia interior. Eis então que a série sobre papel Composição, de 1960, e as três grandes têmperas sobre papel – Intensidade (1967), Energias e Vivacidade, ambas de 1968 – colocam-nos de frente a uma pintura íntima e que se esquiva de qualquer construção formal, própria de um artista que não ficou fora de seu tempo. A obra Dois elementos (1971) fecha a narrativa escultural de Marini.

 

 
De 10 de março a 20 de junho.