Suzuki no Espaço Citi

14/ago

O Espaço Cultural Citi, Paulista, São Paulo, SP, inaugurou exposição “Yukio Suzuki – O Exato Momento da Inefável Aparência das Coisas”, mostra póstuma de pinturas e desenhos. A curadoria é do crítico Jacob Klintowitz. Trata-se de uma exposição de rara oportunidade, pois o artista sempre foi muito discreto no seu convívio público. E é uma mostra de imensa delicadeza pois este é o perfil de sua obra.

Yukio Suzuki por Jacob Klintowitz
Yukio Suzuki.

 

O exato momento da inefável aparência das coisas.

Um homem contempla a imagem de um homem projetada num espaço sem registro e parâmetros. Espaço no qual está ausente a gravidade. Um espaço na Terra que parece não pertencer à Terra. Nem a gravidade da atração dos corpos, nem a gravidade de comportamento do homem que sabe o que seja a realidade. Em Yukio Suzuki a verdade é um complexo sistema de aparências, reflexos da aparência e percepção de sombras.

 

Yukio Suzuki, 1926-2004, foi um artista único, inventor de visualidades sutis. Foi pioneiro da ideia de apropriação, que nele foi grandiosa: certo dia ele se apropriou da praia de Copacabana. Na foto lá está Yukio, sereno, e uma pedra com a sua assinatura pousada na areia mais conhecida do país. E, ao mesmo tempo, foi o mais silencioso dos artistas. Ele tinha a convicção de que a obra falava por si mesmo. Era assim que se movia.

 

Suzuki não sabia de realidade nenhuma que não fosse a de imagens existentes em dois planos, o físico e o pressentido. Ou, talvez, em três, o físico, o psíquico e o de uma sensação intuída, habitante em lugar desconhecido. E é esta intuição, além da categorização, distante da nomeação, o que se impõe no seu percurso. Yukio Suzuki é o artista que registra o sistema do que não está sistematizado, do existente apenas porque sentido por um ser humano.

 

A comprovação da existência desta intuição, o que lhe dá súbita corporeidade, é ter sido captada por este artista que se entrega à ela, que aceita o luminoso mundo, já distante das sombras, que se impõe a ele como um modelo absoluto e ao qual ele se submete e dedica a vida. Sentir é o objetivo do artista e com uma delicadeza infinita apesar de humana, ele assinala este sentimento do mistério. É uma arte do inefável e ele, de uma modéstia infinita apesar de humana, está a serviço do inefável e é o seu sacerdote.

 

Poucas vezes encontramos um artista tão disponível e que se deseja instrumento de seu sentimento do mistério. Talvez, em algum momento, este artista sorriu diante de seu continente descoberto, do imerso que emerge, mas este sorriso não aflorou e permaneceu, também ele, como um movimento interior, como o reconhecimento de que ele encontrara a sua verdadeira pátria, o lugar dos reflexos da aparência, o desfiladeiro das sombras, o horizonte do arco-íris, o continente do inefável, que parece o ter escolhido como porta-voz.
Até 11 de outubro.

Arte Cinética

13/ago

Através da criteriosa seleção dos artistas representados e suas obras, e contando com grandes nomes da arte brasileira além da aposta em jovens artistas com trajetória emergente, Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro RJ, investe na divulgação e propagação da cultura brasileira. Dando curso à programação 2013, agora o artista escalado é Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética no Brasil. Abraham Palatnik apresenta nesta exposição individual 31 trabalhos — dos quais quatro são “Objetos cinéticos” e apenas um “Aparelho cinecromático”.

 

 

O artista por Felipe Scovino

 

Pintura em movimento

 

Em recente entrevista ao autor, Palatnik afirmou que era essencialmente um pintor. Coloca-se, portanto, uma das questões mais pertinentes em sua obra: propor ao espectador que ele está diante de uma pintura sem anular a ideia da escultura, principalmente nos casos dos Aparelhos cinecromáticos (produzidos a partir de 1951) e dos Objetos cinéticos (produzidos a partir de 1964). Sua obra gravita em um limite, em uma linha tênue entre esses dois suportes.

 

Limites, passagens e invenções são circunstâncias muito próprias e constantes na obra do artista. Quando volta ao Brasil, em 1948, depois de morar na Palestina por 15 anos, um dos seus tios cede um cômodo em um apartamento em Botafogo, que se transforma no seu ateliê. Provavelmente por conta dos estudos envolvendo mecânica e física, assim como as aulas de arte (todos desenvolvidos na Palestina) e da qualidade típica de inventor, Palatnik começa a produzir uma das obras mais importantes da arte cinética: o Aparelho cinecromático. A primeira obra dessa série é fruto de uma tecnologia que variava entre a intuição e os anos de aprendizado de física, feita com materiais baratos e efêmeros, com lâmpadas articuladas por motores e comandadas por uma espécie de CPU – que executava os tempos e as sequências de cada foco luminoso da obra – construídas pelo próprio artista. Essa obra expõe claramente os caminhos que ele adotaria: mesmo partindo de uma forma tridimensional, nunca deixou de pensar como um pintor. O movimento, a dinâmica e o deslocamento tanto do objeto quanto do espectador são características centrais de sua obra, que, mais do que nos entreter, nos “hipnotiza” com os desenhos construídos no espaço e, com o ritmo – quase como uma dança –, em particular nos Objetos cinéticos, embalado pelo ruído da passagem de tempo emitido pelos seus mecanismos internos. O modo como elabora arte, tecnologia e cinetismo é muito particular, pois se faz presente pela organicidade dos materiais e pela delicadeza, muito vezes beirando o improvável, como é o caso dos relevos em jacarandá, nos quais os veios da madeira, dispostos em filetes e colocados lado a lado, produzem um efeito de expansão e movimento que faz com que uma onda vibratória siga para além do espaço restrito da tela ou da madeira. Por fim, sua vontade construtiva se manifesta no desejo bauhasiano de articular arte, sociedade e indústria, que pode ser observado nas poltronas, mesas, móveis, jogos e pequenos animais feitos em acrílico e tinta entre as décadas de 1950 e 1990. É interessante perceber que mesmo produzindo os móveis, o artista não deixou de exercer a pintura, já que feita em vidro adornava esses móveis e foi um passo importante para a série seguinte do artista, quando nos anos 1960 começou a utilizar o jacarandá e o cartão como meios de produção pictóricos. Esse caráter inventivo e experimental também está presente na série de pinturas com barbante e tinta acrílica realizada a partir de meados dos anos 1980. A pintura ganha um leve volume que auxilia na formação de um efeito ótico que equilibra a “tecnologia precária” do barbante com uma pesquisa rigorosa e sensível sobre o cinetismo e as possibilidades de expansão da forma e da cor através de um duplo movimento (das linhas e do espectador). Em vários momentos, percebemos um equilíbrio perfeito entre cores que são altamente dissonantes. Em uma das obras da série Permutáveis, estão integradas e associadas um núcleo em rosa, outro em verde, e diferentes módulos permeados por tons de cinza. A harmonia e a construção do ritmo se dão na forma como são suavizadas essas gritantes dissonâncias cromáticas.

 

O segundo momento de um paradigma em sua carreira, que, sem dúvida alguma, tem uma relação intrínseca com o Cinecromático, no sentido de iniciar sua pesquisa com o cinetismo, é o convite que recebe, ainda como pintor figurativo, de Almir Mavignier para visitar o Hospital Psiquiátrico Pedro II sob a coordenação de drª Nise da Silveira. Trava contato com a produção dos pacientes e fica impressionado com a qualidade das pinturas, especialmente com as obras de Raphael Domingues e Emygdio de Barros, que produziam imagens tão densas sem jamais terem passado por uma escola de artes: “Pensava que eu era um artista formado. Resolvi começar de novo. A disciplina escolar, de ateliê, não servia para mais nada”.[3] Foi o momento de abandonar a figuração, mas não a pintura.
Outra circunstância de passagem é quando Palatnik transita dos Objetos cinéticos – que se movem por circuitos próprios e independentes da ação do espectador – para uma participação virtual, na qual o corpo do sujeito é elemento fundamental para se perceber as distintas qualidades cromáticas, cinéticas e, por conseguinte, físicas que a obra promove. Diante de seus relevos e de suas pinturas, para conhecer todas as suas imagens ou possibilidades ilusórias – as variações de enquadramento e foco –, o espectador precisa experimentar um mínimo de movimento. A obra parece expandir-se e contrair-se, pois são criadas imagens virtuais que redimensionam o espaço a nossa volta. Guardadas as suas devidas especificidades, os Aparelhos cinecromáticos são gerados em um momento no qual a pintura amplia o seu limite e conceito. Se a pintura atravessava novos procedimentos para a sua apreensão e comunicação ao estabelecer diálogos intensos com a performance nos anos 1950 e 60, como foram os casos do dripping de Pollock e as antropometrias (1960) de Yves Klein, a ampliação do termo “pintura” em Palatnik se deu a partir de uma matriz construtiva e tecnológica, mas nem por isso menos intensa e importante que a vivenciada por esses artistas. Por outro lado, não podemos esquecer a relação formal dos Cinecromáticos e dos Objetos cinéticos com o campo escultórico, e como os Cinéticos parecem ser a estrutura interna, o “esqueleto”, dos Cinecromáticos. Ao fazer essa alusão, penso que Palatnik se distingue da tradição da op art e do cinetismo europeu, pela forma como constrói as suas obras: sempre pelo prisma da artesania. Sua “tecnologia” é composta de barbantes, lâmpadas, parafusos, e em alguns casos objetos mecânicos construídos por ele mesmo. Essa artesania própria o faz estar próximo da série Contínuo-Luz (c. 1963-66) de Julio Le Parc e do Penetrável (1967) de Soto, e não apenas pelo uso de materiais menos nobres associados à pesquisa cinética mas também pela economia de formas com que essa poética é regida.
Esta exposição apresenta também obras do artista pouco vistas pelo público. Desde um Relevo dourado passando por telas produzidas nos anos 1990 nas quais são aplicadas em sentido vertical finas camadas de cola sobre o plano, formando módulos de cor que transmitem um volume à pintura, um efeito semelhante ao que ocorre com a série Cordas. Em relação a esta série, há uma obra em especial que difere do conjunto mais conhecido ao ter a sua estrutura mais próxima de uma natureza com influência “africana”. Em um conjunto de três pinturas dos anos 1960, percebemos a mesma influência, e com um acento ainda mais totêmico em sua estrutura. É curioso perceber como a pesquisa com o cinetismo e o seu interesse pessoal por arte popular produziram uma série que diversifica os meios da pintura de matriz construtivista.
É importante ressaltar que a obra do artista obteve um lugar importante na passagem da modernidade para a contemporaneidade no país, no âmbito de suas pesquisas envolvendo pintura, tecnologia, escultura e design. Embora estivesse no seio da discussão sobre a chegada e, anos mais tarde, a maturidade da abstração geométrica (inclusive participando do Grupo Frente), Palatnik sempre quis se manter à margem de qualquer manifesto ou participação mais “política”. Ele, Almir Mavignier, Mary Vieira, Rubem Ludolf, entre outros, foram artistas que trilharam um caminho importante para a arte brasileira, em particular suas aproximações com a op art, o cinetismo e o design, mas que ainda merecem um estudo mais qualificado sobre as contribuições que ainda continuam realizando, no caso dos dois primeiros. Na virada dos anos 40 para os anos 50, em um rápido panorama, Mário Pedrosa defende a sua tese “Da natureza afetiva da forma na obra de arte”; Mary Vieira está realizando os seus Polivolumes e Palatnik, construindo o seu primeiro Aparelho cinecromático, sendo que a Bienal de São Paulo ainda nem existia. É fundamental destacar o pioneirismo desses artistas e, ao mesmo tempo, as bases para a modernidade nos anos 1950 (leia-se a maturidade da abstração geométrica, que foi e continua sendo um pensamento estético importante para a compreensão sobre as artes visuais brasileiras, e a institucionalização da arte por meio da inauguração dos museus de arte moderna e da própria Bienal), mas essencialmente o grau de invenção desses artistas que não foram apenas importantes para a produção nacional, mas ocuparam um lugar de destaque no cenário internacional, e juntamente com outros artistas sul-americanos, em particular os argentinos e venezuelanos, construíram uma produção de arte cinética tão qualitativa quanto qualquer produção europeia ou americana realizada no mesmo período.

 

 

 

Até 14 de setembro.

Insólitos e Concretos na Arte Aplicada

No mercado há mais de três décadas, a galeria Arte Aplicada, Jardins, São Paulo, SP, tem como principal foco a diversidade. A galeria marcou o início da carreira de artistas hoje renomados, como Guto Lacaz e Palatnik, entre muitos, e também do argentino León Ferrari no Brasil, e mantém ainda olhos abertos para o futuro, apostando sempre em novos nomes. O próximo cartaz da Arte Aplicada é o pintor Herton Roitman, com 20 obras das séries inéditas “Insólitos e Concretos“, curadoria de Sabina de Libman, com assamblage, colagens e pinturas. Na mesma ocasião, realiza o lançamento do livroIntensa Magia“, da jornalista, escritora e dramaturga portuguesa, radicada no Brasil, Maria Adelaide Amaral.

 

Seguindo uma constante em seu trabalho, Herton Roitman utiliza-se de objetos e materiais não inerentes à pintura na criação da série “Insólitos”. Com obras tridimensionais – feitas a partir de fragmentos pinçados na realidade urbana da cidade – Roitman transmite sua influência teatral, cenográfica. Já em “Concretos”, o artista exibe seu lado criterioso e perfeccionista, ao utilizar-se, organizadamente, de formas geométricas e de cores intensas, remetendo seu trabalho a um conceito, de certa forma, utópico. Sintonizado com o tempo e com o mundo que o cerca, Roitman define-se como um observador, imerso em um grande centro urbano caótico, porém inspirador: “Me encantam as grandes cidades….Tenho minhas defesas, como a musica que é minha grande paixão. Meu trabalho é minha interferência no meio deste caos”.
Livro
Por sua vez, Maria Adelaide Amaral retrata, em “Intensa Magia”, um lançamento da Giostri Editora, apresenta uma comédia dramática focada na relação familiar. O tema é discorrido a partir do aniversário do patriarca da família, Alberto, indivíduo descontente com a vida e amargo, que decide expor, de maneira inesperada, as insatisfações familiares acumuladas ao longo dos anos. As declarações ocorrem na mesma data em que Zezé, sua filha mais nova, faz o anúncio de seu noivado.
Sobre o artista

 

Herton Roitman nasceu em Porto Alegre, RS. Pintor e gravador, reside e trabalha em São Paulo, SP, desde 1968. Formou-se como ator pela Universidade Federal de Minas Gerais. Estudou desenho, tecnologia da cor e História da Arte em cursos de extensão universitária pela mesma Universidade. Foi coordenador cultural de artes cênicas da Fundação Itaú Clube de 1978 a 1987. De 1979 a 1984 foi professor de educação artística nos colégios Palmares e Galileu Galilei. Desde 1986 dedica-se exclusivamente às artes visuais realizando exposições individuais e coletivas em salões e galerias profissionais no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

 

 

Sobre a escritora

Maria Adelaide Amaral  é jornalista, escritora e dramaturga, sua primeira peça foi “A Resistência”, 1975, mas o primeiro texto montado foi “Bodas de Papel”, em 1978, em São Paulo. Publicado em 1986, “Luísa, Quase uma História de Amor”, deu-lhe o prêmio Jabuti de melhor romance daquele ano. O convite para a TV veio em 1990, quando Cassiano Gabus Mendes a chamou para escrever com ele a novela “Meu bem, meu Mal”. Autora de vários romances, adaptações e traduções de textos teatrais, sua biografia “A emoção libertária”, escrita por Tuna Dwek, foi publicada pela Imprensa Oficial.

 

 

De 17 a 31 de  Agosto.

 

RAQUEL ARNAUD EXIBE SILVIA MECOZZI

12/ago

Após um período sem expor na cidade, a última individual foi em 2005, na Pinacoteca do Estado, Silvia Mecozzi exibe na galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, a exposição “Branco de Si“. A exposição reúne uma instalação com placas em mármore que revestem o piso, uma escultura de cerca de 3 metros presa ao chão e outra com 70 cm fixa na parede, ambas produzidas no mesmo material. Em 2011 a artista realizou a série de fotografias “deserto das p_almas”, na qual retratava palmas das mãos de pessoas do seu círculo afetivo. Na série atual, a artista tratou de ampliar estes registros e esculpir no mármore as linhas das mãos fotografadas, criando relevos na pedra.

 

A plasticidade característica do mármore permitiu à artista gravar linhas e criar planícies e depressões, como numa mão. Em formato circular, a instalação deve ser sentida pelo público, que pode andar sobre as placas. Segundo Yuri Quevedo, que assina o texto sobre o trabalho de Silvia Mecozzi, o branco e o cinza do mármore e os sulcos que o trabalho fez nele, tornam-se matéria etérea e sensual, e intrigam pela luz. “Esses elementos guardam em si seu próprio segredo, e a relação entre eles parece ocultar uma história de relações que se expressa no relevo de um deserto […Espaço do afeto e não da história. Fronteira daquilo que cada corpo sabe de si mesmo]”, conclui.

 

 

Sobre a artista

 

Filha e neta de pintores, Silvia Mecozzi estudou com Carlos Fajardo e Sergio Fingermann e foi assistente de Luiz Paulo Baravelli. Em sua primeira individual, organizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1994, recebeu o Prêmio Revelação de Pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte. Desde 2000, destacam-se as individuais “Mera Esfera Espera Espinho”, apresentada no Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador; Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre, RS, e no Espaço Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, RJ, em 2003, e na Galeria Raquel Arnaud, em 2004. Em 2005, apresentou “Ouriças” na Estação Pinacoteca, São Paulo, SP, e em 2007, realizou individual na Galeria Sycomore Art, Paris. Em 2009, apresentou a obra “Libérer l’horizon, réinventer l’espace”, na Cité Internationale des Arts, Paris, e a videoinstalação “Olódòdó”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador. Participou também de importantes exposições coletivas desde a década de 1990: “O Traje como Objeto de Arte”, no Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG, e na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, ambas em 1990; 5ª Bienal de Santos e 23º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, em 1995, obtendo neste o Prêmio Aquisição; “Temporada de Projetos”, no Paço das Artes, São Paulo, SP, 1997 e “Viagens e Identidades”, United Artists V, na Casa das Rosas, São Paulo, 1999. Entre 2000 e 2008, além de exposições coletivas, como “Ópera Aberta”, na Casa das Rosas, 2002, e “Natureza-morta/Still Life”, na Galeria de Arte do Sesi e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ, 2004, integrou “Arte Contemporânea: uma história em aberto”, 2004, “Transparências”, 2007, e “Entre o plano e o espaço”, 2008, organizadas pela Galeria Raquel Arnaud, que representa a artista desde 2002.

Paralelamente, no piso térreo da galeria, é exibida a coletiva “Em Movimento” com obras dos artistas cinéticos Carlos Cruz-Diez, Dario Pérez-Flores, Elias Crespin, Luis Tomasello e Jesús Soto.

 

 

De 15 de agosto a 14 de setembro.

 

 

NOVÍSSIMOS!!!

07/ago


A Galeria de Arte Ibeu, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Novíssimos 2013”, em sua 43ª edição, onde as inquietações comuns a artistas de diversas gerações e localidades estão reunidas em um mesmo espaço expositivo. O objetivo de ” NOVÍSSIMOS” é reconhecer e estimular a produção desses novos artistas, e com isso apresentar um recorte do que vem sendo produzido no campo da arte contemporânea brasileira.

 

Para a crítica de arte Fernanda Lopes, que assina o texto desta exposição: “Deslocar. Tirar alguém ou alguma coisa (seja um objeto ou ideia) do lugar competente, de seu papel ou função esperados. Esse parece ser o mote dos trabalhos dos 16 artistas selecionados para a 43a edição do Salão de Artes Visuais Novíssimos da Galeria IBEU. Em um contexto geral onde as dúvidas parecem não ter mais espaço, a produção selecionada para esta exposição parece ter como um ponto em comum a tentativa de indicar folgas, revelar falhas, abrir brechas em uma zona de conforto, restituindo ao público, à instituição e ao artista o incômodo e difícil benefício da dúvida.”

 

Em 51 anos de existência, participaram deste Salão artistas como Anna Bella Geiger, Ivens Machado, Ascânio MMM, Ana Holck, Mariana Manhães, Bruno Miguel, Pedro Varela, Gisele Camargo, entre outros. Até 2012, 566 artistas já haviam participado desta coletiva anual.
A edição “Novíssimos 2013″ conta com a participação de 16 artistas que apresentam trabalhos em desenho, pintura, instalação, objeto, vídeo e fotografia. Os artistas selecionados são: André Terayama (São Paulo), Carolina Martinez (Rio de Janeiro), Daniel Frota (Rio de Janeiro), Eduarda Estrella (Rio de Janeiro), Fernanda Furtado (Rio de Janeiro), Frederico Filippi (São Paulo), Íris Helena (Paraíba), Luisa Marques (Rio de Janeiro), Luiza Crosman (Rio de Janeiro), Maíra Dietrich (São Paulo), Marcela Antunes (Rio de Janeiro), Marcelle Manacés (Rio de Janeiro), Mario Grisolli (Rio de Janeiro), Mayra Martins Redin (Rio de Janeiro), René Gaertner (Rio de Janeiro) e Rodrigo Moreira (Rio de Janeiro). O artista em destaque no Salão de Artes Visuais Novíssimos 2013 será contemplado com uma exposição individual na Galeria de Arte Ibeu em 2014.

 

 

Até 30 de agosto.

A pintura de Lucy Citti Ferreira

05/ago

A Pinacoteca de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Lucy Citti Ferreira”, com cerca de 60 trabalhos realizados entre 1930 e 1990. As obras fazem parte de um conjunto de pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, recortes de jornal, manuscritos, correspondências e documentos pessoais, catálogos e convites de exposições, que foram doados por Lucy -São Paulo, SP, 1911 – Paris, França, 2008 – para a Associação Pinacoteca Arte e Cultura-APAC, poucos meses antes de sua morte. A doação foi recebida por Regina Teixeira de Barros, curadora da Pinacoteca que, junto com Rosa Esteves, pesquisadora do Museu Lasar Segall e amiga da artista, ficaram responsáveis por organizar e catalogar todo o conteúdo recebido. “Estimava-se, à primeira vista, que houvesse cerca de 600 obras sobre papel a serem catalogadas (…). Entretanto, após quase três anos chegou-se a um número mais do que cinco vezes maior: foram catalogadas 3219 obras de Lucy”, afirma Regina Teixeira de Barros, curadora da mostra.
Esta exposição é a mais completa já realizada sobre sua obra. É uma rara oportunidade de ver um significativo conjunto da artista reunido num só espaço, pois sua última mostra individual aconteceu em 1988 no Museu Lasar Segall, ocasião em que também doou para a Pinacoteca cinco obras, um desenho e quatro xilogravuras.  A exposição Lucy Citti Ferreira começa com pinturas realizadas no período de formação da artista em Paris e termina com um conjunto de paisagens imaginárias realizadas em aquarela, na década de 1980. Entre os dois extremos estão os desenhos, aquarelas e pinturas que a artista produziu entre 1935 e o final da década de 1950, período mais produtivo de sua carreira. Aí estão contemplados retratos, naturezas-mortas, grupos de figuras, cenas de interiores e, em maior evidência, os autorretratos, que se sobressaem tanto pela  qualidade da pintura quanto pela quantidade de variações sobre o tema. Por meio dessa seleção de obras também é possível acompanhar as sutilezas das transformações formais que se apresentam nesse intervalo: do alinhamento às características do retorno à ordem, às simplificações da figura levemente contaminadas pelas tendências abstracionistas do pós-Guerra.
“A mostra tem como objetivo evidenciar a qualidade da obra de Lucy e reparar, na medida do possível, o apagamento a que foi relegada. Ao mesmo tempo, a ocasião é propícia para explicitar sua singularidade, que muitas vezes foi posta em dúvida devido à (superficial) similaridade de algumas obras com aquelas de Lasar Segall, de quem foi modelo e discípula. Finalmente, essa mostra tem a intenção de saldar um compromisso selado muitos anos antes, de acolher sua obra, estudá-la e divulgá-la com a merecida distinção, de maneira a inseri-la efetivamente na história da arte brasileira”, afirma a curadora Regina Teixeira de Barros.
Sobre a artista

Lucy Citti Ferreira, nasceu em São Paulo, SP, em 1911 e faleceu em Paris, França, em 2008. Foi pintora, desenhista, gravadora e professora. Viveu a infância e adolescência na Itália e na França com a família. Em 1930 frequenta o curso noturno de desenho de modelos clássicos na École Régionale des Beaux- Arts do Havre, França. Inicia seus estudos de pintura com André Chapuy. De 1932 a 1934, freqüenta a École Nationale des Beaux-Arts, em Paris. Aperfeiçoa-se em Pintura com Fernand Sabatté e escultura com Armand Matial. Expõe no Grand Palais e no Salon des Tuilleries. Retorna ao Brasil e instala seu ateliê na Rua Martinico Prado, em Higienópolis, em São Paulo. Conhece o pintor Lasar Segall, de quem se torna aluna e modelo. Volta a morar em Paris em 1947 e, no ano seguinte, expõe na Galerie Jeanne Bucher, em Paris. Em 1954, faz exposição individual no Museu de Arte de São Paulo. Em 1988, realiza a exposição individual “Sombras e luzes” no Museu Lasar Segall. Nessa ocasião, doa cinco obras (um desenho e quatro xilogravuras) para a Pinacoteca do Estado de São Paulo e sete obras (seis pinturas e um desenho) para o Museu da Arte Moderna de São Paulo. Em 2000 participa da exposição “Mostra do redescobrimento: Negro de corpo e alma”, organizada pela Fundação Bienal de São Paulo. Em 2004 participa da exposição “Mulheres pintoras”, na Pinacoteca do Estado, São Paulo e da mostra “O olhar modernista de JK”, no Ministério das Relações Exteriores, Palácio do Itamaraty, Brasília, DF.
Até 19 de outubro.

 

 

Nuno Ramos, Anjo e Boneco

02/ago

Chama-se “Anjo e Boneco” a nova exposição individual de Nuno Ramos na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP.  A mostra traz uma série de desenhos em larga escala, inéditos, todos realizados com guache. O título da exposição é parte de um verso extraído da obra “Elegias de Duíno “, de Ranier Maria Rilke – “Anjo e boneco: haverá espetáculo” (tradução de Dora Ferreira da Silva). Nuno Ramos, ele mesmo também um escritor, inspira-se frequentemente na obra de outros poetas, escritores e compositores. Sua série de desenhos anteriores partia do famoso diário de memórias de Daniel Paul Schreber, e em “Faca só Lâmina”, uma série de desenhos sobre alumínio, Nuno utilizava versos extraídos de um poema de João Cabral de Melo Neto, para citar apenas alguns exemplos.

 

Porém, diferentemente de desenhos anteriores, o artista trabalha com poucos elementos e materiais para compor os trabalhos desta nova série. As composições são todas feitas somente com guache, carvão e pastel seco apresentando em sua maioria apenas uma cor em contraste com o negro do carvão. Há formas geométricas combinadas com linhas gestuais, como em “Anjo e Boneco 18: Compreendemos Facilmente os Criminosos”. O jogo entre as linhas e formas parece estar sempre na beira do desequilíbrio. Há uma expectativa do porvir, a composição não é estática. Nuno também incorpora escorridos e manchas causados pelas tintas, trazendo o acaso para o processo de criação.
Comum a quase a todos os desenhos, além do título da série, são diferentes versos, também extraídos da IV Elegia de Rilke, impressos sobre o papel em letras de forma com carvão. “Como o coração de uma bela maçã” ou “abandonas a serenidade dos mortos” podem ser lidos entre as linhas, semicírculos e tinta, formando a composição. Ao extrair os versos de seu contexto original e incluí-los nos desenhos, Nuno explora a ressonância das palavras em um contexto de abstração. Ao alinhar todos os desenhos, apoiados na parede, bem perto uns dos outros, contornando o espaço da galeria, o artista cria a sua própria narrativa, o seu próprio poema, visual e literário. Há uma beleza latente, da mesma potência de suas esculturas.

 

Sobre o artista

 

Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1982. Artista plástico, compositor, cineasta e escritor, participou de diversas exposições coletivas e individuais, destacando-se recentemente: em 2012, “O Globo da morte de tudo” (em parceria com Eduardo Climachauska) na Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, “Ai Pareciam Eternas!” na Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte e “Solidão, Palavra” no Sesc Pompéia, São Paulo; em 2010 “Fruto Estranho” no MAM, Rio de Janeiro; e a 29ª Bienal Internacional de São Paulo. Publicou em 2011 seu oitavo livro, Junco, pela editora Iluminuras, vencedor do prêmio Portugal Telecom de Literatura na categoria poesia. Em 2008, venceu Prêmio Portugal Telecom para melhor livro do ano com Ó, também da Iluminuras.

 

Até 14 de setembro.

Waltercio Caldas na Paulo Darzé

31/jul

A Paulo Darzé Galeria de Arte, Corredor da Vitória, Salvador, Bahia, apresenta série de novos trabalhos de Waltercio Caldas, através da exposição denominada “O que é mundo. O que não é”. Waltercio Caldas é um dos maiores nomes da arte contemporânea brasileira e internacional. Esta é uma frase direta que serve precisamente para afirmar a criação de esculturas, desenhos, objetos, livros e maquetes realizados por Waltercio Caldas, um artista que nas palavras de José Thomaz Brum, constrói “com aço inoxidável traços que circunscrevam o ar, deixando permanecer uma relação de contiguidade entre o desenho e o objeto, dotando estes de pausas, e suas linhas de intervalos, como um músico, concretizando esses anseios e os explorando”.

 

Waltercio Caldas nasceu no Rio de Janeiro, em 1946, e nos anos 60 começa a expor. Em sua trajetória realizou exposições individuais em alguns dos mais conceituados museus e galerias do mundo e participou de eventos como a Bienal de Veneza, Itália, e a Documenta de Kassel, Alemanha, tendo obra, entre outros, no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York. A diversidade de meios com que trabalha e seu absoluto domínio sobre os materiais nos faz pressentir a passagem de uma matéria para a outra, as relações entre pesos, densidades e transparências, e uma obra que se constitui um eterno processo, um fluxo constante que interliga a presença e a ausência, o sólido e o ar, o pleno e o vazio. Experimentação e questionamento, o fluir entre as coisas, a ocupação do espaço, a linha e o ar, um desenho do espaço induzindo o espectador a lembrança da figura, e utilizando uma diversidade de materiais, oferecendo a todos um sentido ou as possibilidades do olhar, num convite a imaginação, é que fazem a obra de Waltercio Caldas ser considerada pela crítica internacional como uma das mais importantes na arte contemporânea internacional.

 

Experimentação e questionamento, o fluir entre as coisas, a ocupação do espaço, a linha e o ar, um desenho do espaço induzindo o espectador à lembrança da figura, e utilizando uma diversidade de materiais, oferecendo a todos um sentido ou as possibilidades do olhar, num convite a imaginação tornaram a obra de Waltercio Caldas destacada pela crítica internacional como uma das mais importantes na arte contemporânea internacional.

 

Até 31 de agosto.

Mario Cravo Neto – Butterflies and Zebras

30/jul

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Luz, Praça da Luz, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Butterflies and Zebras” de Mario Cravo Neto, artista falecido em 2009. Considerado um dos mais representativos fotógrafos brasileiros, a mostra reúne 250 fotografias inéditas feitas entre os anos de 1969 e 1970, período em que o artista viveu em Nova Iorque, dedicando-se também aos estudos da escultura e pintura. Nelas podemos notar a procura do fotógrafo por ângulos inusitados, realizados nos apartamentos onde viveu, nas ruas, nas estações e dentro dos vagões do metrô. Muitas delas foram feitas a partir de janelas, numa série em busca de descobertas, nada mental, com planos e cortes realizados ao acaso, o que faz com que o conjunto se torna ainda mais provocante ao descrever movimentos que transitam entre um mundo interior e outro, exterior.

Por uma decisão curatorial e para que o público tenha uma compreensão maior sobre a obra de Mario Cravo, também serão exibidas 45 imagens em preto e branco, ícones na obra do artista, que originalmente fizeram parte da série “O Fundo Neutro e Seus Personagens” realizada entre 1980 e 1999 que foram o ponto de partida para o livro “The Eternal Now”. Segundo Diógenes Moura, curador da mostra, “Butterflies and Zebras não é apenas uma exposição, um livro. É uma experiência sobre o tempo, sobre o destino, sobre o amor, sobre a vida, sobre a morte e sobre de como se poderá ir do ontem ao muito além”.
A mostra começou a ser pensada pelo artista e pelo curador em 2006. Um trabalho de edição e pesquisa através das centenas de imagens produzidas por ele. A primeira fase do trabalho que foi interrompido em 9 de agosto de 2009 pela morte do artista.

 

 
A palavra do curador
“Mario Cravo Neto me falou e mostrou as fotografias. Falou-me apenas: “São as fotos que fiz em Nova Iorque”. Cada vez que eu olhava cada uma das imagens ficava imaginando de que forma cada uma delas teria sido feita. Juntas, formam uma série. Separadas, cada uma delas representam um instante preciso. São como fotogramas. São ao mesmo tempo fotografia e cinema e fotografia. Revelam personagens anônimos tornados mais anônimos ainda, caminhantes nas ruas da cidade; recortam figuras descendo as escadas ou dentro do metrô e as leva para dentro numa mesma cédula não identificável; aproxima e afasta gente de automóveis por dentro e por fora. Ali, há aproximação e distância. Uma cidade dilatada.”

Sobre o artista

Estudou em Berlim e Nova York, acentuando suas pesquisas sobre escultura e fotografia. Em 1970, publicou sua primeira fotografia fora do Brasil no catálogo da exposição “Information”, do Museum of Modern Art, MoMA, em Nova York. Durante os anos 1970, dedicou-se à criação de projetos in situ, interferindo na natureza do sertão baiano e no perímetro urbano de Salvador. Expôs inúmeras vezes no Brasil e no exterior. Publicou cerca de catorze livros em diversas línguas, assim como matérias em revistas e jornais. Tem obras no acervo de importantes museus e em coleções particulares em todo o mundo. Em 2000, numa busca sempre imersa no mundo mítico e na natureza de seu país, publicou “Laróyè (Áries)”, no qual procura o semelhante junguiano de Exu nas ruas de Salvador, e realizou exposição homônima na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Sua última exposição foi realizada na galeria Paulo Darzé, em Salvador, sob o título “A flecha em repouso”.

Até 10 de novembro.

Roberto Alban apresenta Willyams Martins

29/jul

A Roberto Alban Galeria de Arte, Ondina, Salvador, Bahia, apresenta a exposição “Peles do Cárcere“, individual de Willyams Martins, que ocupará o espaço expositivo com 30 obras inéditas. As obras apresentadas fazem parte da série “Peles Grafitadas”, compostas por imagens das superfícies murais das cidades através da técnica de remoção e deslocamento. Desta vez, o artista pesquisou e descolou imagens desgastadas existentes nas paredes da Penitenciária Lemos Brito, onde os presidiários imprimiram suas expressões subjetivas durante anos.

 

Em “Peles do Cárcere”, Willyams Martins expõe todo o trabalho de pesquisa realizado no Complexo Penitenciário. “A parede do presídio torna-se um suporte mediador de onde se retiram signos de referências sociais e artísticas, deslocando uma produção visual, um repertório de identificação”, explica o artista. A arte de Martins traz assim um olhar cuidadoso e com aspectos etnográficos sobre a vida no cárcere, ao mesmo tempo em sintonia e em oposição ao cotidiano estritamente urbano da vida moderna.

 

A mostra “Peles do Cárcere” busca lançar um olhar diferenciado das imagens comuns existentes nas superfícies das paredes internas, externas e do urbanismo. “As imagens que estavam encarceradas formam uma polifonia de significados produzindo uma conexão entre o perto e o longe, o interno e o externo, aquilo que foi extraído da parede encarcerada e que agora está livre”, diz o artista.

 
As imagens que compõem a mostra foram retiradas do presídio através da técnica de remoção, onde se utiliza voille e resina de poliéster aplicado sobre a imagem para remover a “pele” das superfícies.

 

 
Sobre o artista

 

O artista visual Willyams Martins vive e trabalha em Salvador, Bahia. É mestre em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia. A arte feita por Willyams Martins tem como fonte de inspiração, além do urbanismo, a música e a estética do punk nacional. Martins foi um dos fundadores da banda “Dever de Classe” nos anos 80. Possui ampla experiência em oficinas em diversas instituições culturais, como, por exemplo, as de “laboratório instantâneo” em arte contemporânea apresentada no MAM-BA, relacionados à 29 Bienal de São Paulo – Obras selecionadas. Suas obras transversais são permeadas pela articulação de diversos campos estéticos. Participou do documentário “paredes que hablam”, para a TV do México e da Argentina. Participou de uma exposição coletiva em Bogotá – Colombia. Realizou exposição individual na Estação Central do Metrô de Belo Horizonte – MG. Foi selecionado para a 11ª Bienal Nacional de Santos, e seu trabalho intitulado “peles grafitadas”, foi premiado pelo Braskem de Cultura e Arte, além de ter sido selecionado em diversos editais, etc. Atualmente foi selecionado com a oficina “salinas compartilhada” para o Programa BNB de Cultura – Edição 2012, como também foi citado na tese de doutorado: Enterros: Momentos Específicos, de Rebeca Stumm. Já foi professor de Pintura  e Teoria e Técnica de Pintura, na EBA – UFBA. Atualmente é professor de Desenho VI (murais) e Processos Artísticos pela mesma Escola.

 

 

De 02 a 31 de agosto.