Cidades invisíveis de Luiz Martins

04/jul

O Museu de Arte Sacra de São Paulo -MAS-SP, Estação Tiradentes, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado, inaugura “Cidades Invisíveis”, do artista plástico brasileiro Luiz Martins, sob curadoria de Ian Duarte Lucas. A mostra – formada por esculturas, fotografias e vídeos – elege o tempo presente, mesmo que instantâneo, como tema, e se desenvolve a partir do livro homônimo de Ítalo Calvino. Atento à passagem do tempo – em especial acerca de como o indivíduo se relaciona com seus entornos privado e coletivo -, o artista busca, nesta produção, uma poética dentro da relação homem – cidade, considerando vestígios esquecidos pelas ruas.

 

A cidade é cenário para importantes manifestações humanas, que se desdobram em suas entranhas. “Em constante mutação, o homem se insere neste novelo de passagem: passagem do tempo, que tudo transforma, e cria novos significados na memória de quem habita a cidade. E essa poética se manifesta pelos objetos que o homem cria e utiliza em suas mais diversas atividades”, comenta o curador. Em “Cidades Invisíveis”, Luiz Martinsutiliza a linguagem tridimensional para abordar o espaço e suas novas possibilidades territoriais, restaurando e ressignificando o cotidiano pela aplicação do conceito de “semióforo” em objetos e fragmentos, os quais perdem o status de “coisa” e passam a transmitir energia e força afetiva. Nas palavras de José Carlos Marçal de Barros, diretor executivo do MAS-SP: “Na mostra, Luiz Martins nos mostra as cidades que não vemos, nos conduz a pensar no que existe por traz da máscara arquitetônica de grandescidades nas quais vivemos e que, na realidade, não conhecemos. Sentimentos, paixões, alegrias e tristezas, emoções que poucas vezes afloram à vista do público”.

 

Ao se deparar com a presente exposição, espera-se que o espectador entenda a potencialidade de cada objeto, os quais representam, em suma, os reflexos do drama interior do homem em sociedade. Espera-se que sentimentos da individualidade contemporânea se tornem visíveis através deste processo mental. Nos dizeres do curador: “O homem, enquanto um ser artista, é antes de tudo um ser sociável: se expressa na construção de diferentes diálogos com o seu tempo, a sociedade em que se insere, e consigo mesmo. Materializar esta expressão na forma da obra de arte é a maneira mais sublime de contemplar a fugacidade destas relações. O esquecimento desfigura os vestígios que o homem produz, e cabe ao artista revelar a poética destes objetos, por meio de sua sensibilidade, ao perceber algo latente e revelador nas coisas mais simples do cotidiano, memórias de uma vida que o tempo implacavelmente apagou”.

 

 

Sobre o museu

 

Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o Museu de Arte Sacra de São Pauloé uma das mais importantes instituições do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulopassou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulodetém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

IMS – SP exibe Seydou Keïta

28/jun

O Instituto Moreira Salles, Avenida Paulista, exibe a extraordinária coleção de fotografias do malinês Seydou Keïta. Ao longo de sua carreira, Seydou Keïta (1921-2001) produziu inúmeros retratos dos habitantes de seu país. Em seu estúdio, localizado perto da estação ferroviária de Bamako, registrava as expressões, os vestuários e os gostos dos visitantes que passavam por lá. Realizadas entre 1948 e 1962, suas imagens também mostram um período de transformação no Mali, quando o país caminhava rumo à sua independência, em 1960.

 

A exposição apresenta 130 obras do fotógrafo, considerado um dos precursores dos retratos de estúdio na África. A curadoria é de Jacques Leenhardt, diretor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, e Samuel Titan Jr., coordenador executivo cultural do IMS.

 

A mostra, um recorte da extensa produção do fotógrafo, inclui 48 tiragens vintage, em formato de  18 x 13 cm, ampliadas e comercializadas pelo próprio Keïta em Bamako, nenhuma delas jamais mostrada no Brasil. As demais 88 obras são fotografias ampliadas na França, sob a supervisão de Keïta, ao longo da década de 1990, quando sua obra é redescoberta no país e também nos Estados Unidos. Em formatos mais clássicos (40 x 50 cm e 50 x 60 cm) ou francamente murais, chegando a 1,80 x 1,30 m, sinalizam a entrada do seu trabalho num circuito internacional de galerias e museus.

 

 

 

Até 29 de julho.

Performance inédita

Francisco Dalcol é o curador de “∆ORIST∆” e Andressa Cantergiani a convidada da Galeria Ecarta, Porto Alegre, RS. A exposição destaca a produção da artista gaúcha no campo da performance. Fundadora e gestora da galeria Península e da Bronze Residência, ambas em Porto Alegre, Andressa Cantergiani tem realizado projetos individuais e em programas de residência, resultando em ações performáticas tanto em espaços públicos quanto institucionais de cidades como Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Berlim e Lisboa.

 

Para apresentar um olhar curatorial sobre essa produção artística que se dá ao vivo diante do público, deixando posteriormente apenas registros como imagens e outros rastros, o curador Francisco Dalcol toma a noção de “aoristo” como mote conceitual.

 

“Trata-se de um tempo verbal remoto, existente em línguas como o grego e o sânscrito, que se refere a um passado indefinido e indeterminado. Ao emprestar o sentido de uma ação ou um acontecimento sem que se defina seu tempo de ocorrência ou duração, a expressão é mobilizada pela curadoria como estratégia de abordagem para revisitar performances que serão apresentadas na exposição por meio de fotografias, vídeos e objetos, com interesse na performatividade própria ao devir desses vestígios”, comenta o curador.

 

Integram o projeto expositivo novas ações e trabalhos que a artista desenvolverá no contexto da mostra na Galeria Ecarta, com destaque para “Combate”, uma performance no Museu do Exército de Porto Alegre, em que Andressa Cantergiani passará vivendo por 7 dias entre os tanques de guerra, carros de combate e objetos bélicos.

 

 

De 28 de junho a 29 de julho.

FIC: Rosângela Rennó e Nervo Óptico

Seminário Ponto de Fuga: Rosângela Rennó na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, a artista mineira é a convidada do último Seminário Ponto de Fuga. O fim de semana traz, ainda, oficina para crianças e Cine Iberê com lançamento de documentário sobre o grupo Nervo Óptico.

 

 

Inscrições online

 

No sábado, 30, às 16h, acontece o último encontro do Seminário Ponto de Fuga, com a artista visual mineira Rosângela Rennó. A artista vai apresentar destaques de sua trajetória e, em especial, seu último trabalho: “Rio Utópico”. Apresentado em 2018 no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, “Rio Utópico” faz um mapeamento fotográfico espontâneo de comunidades do Rio de Janeiro cujos nomes sugerem uma situação utópica. Para a obra, Rosângela trabalhou com jovens moradores dessas comunidades, que foram orientados a fotografar e pesquisar o local onde vivem. A exposição mostra como as pessoas representam seus próprios lugares, como se mobilizam em torno da produção de imagens e como a paisagem do Rio de Janeiro é muito mais diversa do que estamos acostumados a ver.

 

 

Sobre a artista

 

Rosângela Rennó é artista visual e seu trabalho explora fotografias, instalações e objetos por meio da utilização de imagens fotográficas de arquivos públicos e privados, abordando questões acerca da natureza da imagem, seu valor simbólico e seu processo de despersonalização. Realizou diversas exposições individuais, entre elas, na Fundação Gulbenkian, Lisboa/Portugal, Fotomuseum, em Winterthur, e Photographer’s Gallery, em Londres. Seus trabalhos estão em alguns dos principais museus de arte do mundo, como o Reina Sofia, em Madri, Tate Modern, em Londres, Arts Institute of Chicago, Guggenheim, em Nova York, e  Stedelijk, Amsterdan. É formada em Arquitetura pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (1986) e em artes plásticas pela Escola Guignard, Belo Horizonte (1987). É Doutora em artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo (1997).

 

 

30 de junho de 2018, sábado, 16h.

Nova galeria em Ipanema

26/jun

A nova Galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou com exposição sob a curadoria de Marcelo Campos. O casarão amarelo da Aníbal de Mendonça, no conhecido “quadrilátero dourado” de Ipanema, passou a abrigar o espaço dedicado à arte contemporânea cuja proposta é ser um centro propulsor da arte, com exposições, mas também performances, workshops, visitas guiadas, com vistas a uma programação diversificada. A exposição de inauguração “Luzes indiscretas entre colinas cônicas” reúne obras de 13 artistas que têm em comum temas relacionados à luz, ao corpo e a paisagem. Os expositores são Anna Kahn, Brígida Baltar, Claudio Tobinaga, Hugo Houayek, Jimson Vilela, Leo Ayres, Lívia Flores, Osvaldo Gaia, Roberta Carvalho, Robnei Bonifácio, Thiago Ortiz, Tiago Sant’Ana e Yoko Nishio.

 

 

A palavra do curador e a exposição

 

A proposta de Marcelo Campos com esta exposição é unir trabalhos que tratem de ideias relacionadas à luz, ao corpo e a paisagem. Ele se baseou no relato de viajantes que se deparavam com as cidades brasileiras e em três conceitos que se tornaram evidentes: a luz, a transbordante paisagem e o gentio. 

 

“Recebi o convite e todo o material dos artistas e logo percebi o interesse da galeria sobre discussões atuais e sociais. A exposição inaugural vai trazer um pouco da consciência de assuntos do presente, cedendo espaço para artistas atuais”.

 

“Mário de Andrade, em O turista aprendiz, destaca a luz das manhãs no subúrbio do Rio de Janeiro e uma ‘certa’ característica “indiscreta” nas pessoas, nas ruas. George Gardner, em Viagem ao interior do Brasil, inicia seu trabalho de campo no litoral e não se furta em valorizar a transbordante beleza da natureza, a cidade por entre ‘colinas cônicas’,” 

 

Os artistas desta exposição olham a cidade como se fôssemos mergulhar de trampolim em direção ao pleno viver. Porém, há outras luzes que transcendem e atravessam esta observação, a luz da noite, das encruzilhadas, dos paraísos artificiais, dos néons, dos espelhos, conclui o curador

 

 

A palavra de Simone Candinelli

 

“A galeria tem a proposta de formar, administrar e representar a carreira de artistas. Por isso, inauguramos com um portfólio diverso, mas em total harmonia com o tema proposto”.

 

 

Até 08 de agosto.

Tunga no MAR

O Museu de Arte do Rio – MAR, sob gestão do Instituto Odeon, abre ao público “Tunga – o rigor da distração”. Tendo como eixo central a produção em desenhos do artista, a mostra reúne cerca de 200 obras, muitas delas inéditas, criadas entre 1975 e 2015. O projeto foi realizado pelos curadores Luisa Duarte e Evandro Salles, diretor cultural do MAR, em parceria com o Instituto Tunga, guardião do conjunto da obra do artista. Esculturas, filmes, fotografias e textos (pensados pelo artista como obras) completam a mostra, que acontece 12 anos depois da última individual do artista no Rio de Janeiro e é a primeira após o seu falecimento, em 2016, na cidade em que escolheu viver.

 

Organizada cronologicamente, a mostra revela que Tunga não era especialista em apenas uma linguagem. “Em Tunga, o desenho era tomado como o seu espaço de elaboração. É a partir deles que, muitas vezes, nascem e se desenvolvem as poéticas fundamentais de sua obra, que depois se expandem para outras mídias, como fotografias, performances, vídeos e textos ficcionais”, conta Evandro Salles.

 

O público poderá acompanhar esse processo ao longo de um percurso que inclui desde trabalhos dos anos 1970, quando já se anunciava o forte vínculo de Tunga com a psicanálise, passando por núcleos que apresentam momentos marcantes da obra, como as séries “Xifópagas Capilares” (1984) e “Semeando Sereias” (1987) e, mais recentemente, as aquarelas “Quase Auroras” (2009). Estarão ainda em exibição uma série de estudos – desenhos que se relacionam com obras escultóricas por vir.

 

Outro aspecto que fica evidente são as parcerias feitas pelo artista ao longo da vida. No vídeo “Resgate” (2001) estão presentes o compositor e poeta Arnaldo Antunes e a coreógrafa Lia Rodrigues. O filme em 16 mm “Heaven Hell’s/Hell’s Heaven” (1999) traz a respiração de Marisa Monte e Arnaldo Antunes como trilha sonora. Já o filme “Nervo de Prata” (1986), por sua vez, é uma parceria com Arthur Omar.

 

A exposição traz também uma cronologia da obra do artista e diversos fragmentos de seu pensamento através de entrevistas em vídeo e trechos de falas inscritos nas paredes. A ideia é promover um encontro do público com a potência do pensamento de Tunga. “São várias as entrevistas nas quais o artista descreve a si mesmo como um clínico geral e teórico. Ou seja, alguém que tinha um programa poético que podia ser desdobrado em inúmeras linguagens – escultura, desenho, performance, filme, texto, etc. Tunga pensava muito bem e de forma muito clara, tanto sobre seu próprio trabalho como sobre a arte em geral. Acho que esse pensamento tem um poder de atração imenso”, comenta Luisa Duarte.

 

Segundo a curadora, o título da exposição, retirado de um escrito do próprio artista, reflete o interesse de Tunga pela aliança entre inconsciente e programa poético: “O rigor da distração condensa uma ideia importante para o artista, qual seja, a de valorizar o que acontece enquanto estamos distraídos ou mesmo dormindo, sonhando – quando o inconsciente emerge – e conectar isso a um rigor, um fazer que possui um programa poético extremamente sofisticado tanto em termos formais quanto em temos conceituais”, finaliza Luisa Duarte.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

Nascido em Pernambuco e radicado no Rio de Janeiro, Tunga tornou-se um dos nomes mais importantes de sua geração. Integrou a X Documenta de Kassel, 1997, com curadoria de Catherine David. Tunga também foi o primeiro artista contemporâneo a ter uma obra exposta na pirâmide do Museu do Louvre, Paris, em 2005.

 

 

Abertura: 30 de junho, às 16h.
Performance de música experimental com O Grivo:

sábado, 30, às 17h30 e às 18h.

Domingo, 1º, às 16h30.

 

 

De 30 de junho até o final de novembro.

Recorte contemporâneo

A exposição que está em cartaz no Grande Hall do Santander Cultural, Porto Alegre, RS, denominada “RSXXI – o Rio Grande do Sul Experimental”, recebeu a assinatura de Paulo Herkenhoff na curadoria.

 

A exibição reúne 80 obras de 12 destacados artistas da nova cena contemporânea gaúcha.
Esta exposição, que parte de uma sigla de fácil memória e que provoca curiosidade, “RSXXI”, se propõe a articular a força do processo de criação contemporâneo de artistas locais. Ainda que sem a pretensão de um levantamento completo, a iniciativa se firma como um foro de reconhecimento com um relevante recorte: André Severo, Cristiano Lenhardt, Daniel Escobar, Laura Cattani e Munir Klamt (Ío), Isabel Ramil, Ismael Monticelli, Leandro Machado, Marina Camargo, Michel Zózimo, Rafael Pagatini, Romy Pocztaruk e Xadalu apresentam fotografias, livros, instalações, vídeos, objetos, esculturas, serigrafias e documentos.

 

 

Até 29 de julho.

Fotografias da fé

19/jun

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, Luz, ao lado da estação Tiradentes do Metrô, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe “Guarda o Círio de Nazaré”, da fotógrafa brasileira Soraya Montanheiro, sob curadoria de Juan Esteves. A mostra apresenta 45 fotografias realizadas a partir de 2013, as quais retratam fiéis envolvidos na liturgia que aproxima a Imagem Original da Nossa Senhora de Nazaré – única de origem amazônica e venerada na basílica do Santuário, em Belém, PA – à Imagem Peregrina, confeccionada no final dos anos 1960 pelo escultor italiano Giácomo Vincenzo Mussner. Na ocasião da abertura da exposição, também será lançado livro de título homônimo, contendo o trabalho completo desenvolvido pela fotógrafa.

 

A atração de Soraya Montanheiro pelo ritual do Círio de Nazaré vai além de sua fé católica e de uma curiosidade por novas histórias.  Desde sua primeira participação no evento, em Belém, ficou fascinada pela ação da Guarda do Círio, evidenciada na organização dos cortejos. “A Guarda da Nossa Senhora de Nazaré é composta por 2.000 homens voluntários, que acompanham a Imagem e trabalham por dias consecutivos durante os festejos do Círio de Nazaré, e pelas cidades que a Imagem é levada. O objetivo do meu trabalho é o registro e pesquisa da atividade desses homens da Guarda de Nazaré”, comenta a fotógrafa. A partir de então, a autora seguiu a Imagem Peregrina por cidades como Rio de Janeiro e Niterói, pela região do Baixo Amazonas – como Terra Santa, Porto Trombetas, Juriti Velho, Óbidos, Santarém e Oriximiná. Por Viana, no Maranhão; Muaná, na Ilha de Marajó; e São José do Rio Preto, em São Paulo. Um caminho sustentado não apenas por sua crença mais pessoal, mas por uma complexa articulação profissional, resultando em uma intimidade com a temática, obtida sistematicamente nestes percursos que representam uma amplitude documental inédita.

 

Ao abordarem uma grande diversidade de expressão religiosa, as imagens concretizam um trabalho de representação documental de uma fé elevada. Nas palavras do curador Juan Esteves: “Estas fotografias, que contornam a inefabilidade, nos trazem a certeza na percepção de que a manifestação perene dos devotos, expressa no culto a Nossa Senhora de Nazaré, nos conduz ao pensamento mais complexo e duradouro da fé cristã no Ocidente”.

 

 

De 28 de junho a 29 de julho.

Mostras prorrogadas

18/jun

As exposições “ARRUDA, Victor”, uma retrospectiva da trajetória do artista Victor Arruda, com curadoria de Adolfo Montejo Navas, e “Monolux”, de Vicente de Mello, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, foram prorrogadas até o dia 9 de setembro de 2018, e as exposições “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado, ficam em cartaz até o dia 22 de julho de 2018. “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, foi prorrogada até o dia 12 de agosto de 2018.

 

 

No próximo dia 27 de junho, devido ao jogo do Brasil, o MAM Rio abrirá excepcionalmente às 10h30 e fechará às 14h. A bilheteria será encerrada às 13h30.

 

O MAM Rio está com oito exposições em cartaz nos três andares do icônico prédio modernista projetado por Affonso Reidy (1909-1964). No foyer, o artista Matheus Rocha Pitta faz uma homenagem às vítimas da violência no Rio, com três instalações na exposição “memória menor”, em curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, curadores do Museu. No segundo andar, estão a retrospectiva “Victor Arruda”, com obras emblemáticas do artista nascido em 1947, com curadoria de Adolfo Montejo Navas; “Monolux”, o poético trabalho de Vicente de Mello, com fotografias feitas sem câmera, em que objetos foram colocados diretamente sobre papel fotográfico dentro do laboratório,  com curadoria de Eucanaã Ferraz; “Chutes Inesquecíveis”, de Analívia Cordeiro, com curadoria de Fernando Cocchiarale, que reúne obras feitas a partir da decodificação de três chutes emblemáticos: dois de Pelé, e um de Bruce Lee; e a exposição fotográfica “Escrever com a luz – Vittorio Storaro”, do renomado diretor de fotografia italiano Vittorio Storaro, com curadoria de Giovanni Storaro. No terceiro andar, o público poderá percorrer um panorama da história da arte moderna e contemporânea, em três exposições com destaques do vasto acervo de mais de 16 mil obras do Museu: 250 trabalhos de cerca de 90 importantes artistas brasileiros e estrangeiros, em “Alucinações à beira Mar”, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, “Guy Brett – a proximidade crítica” e “Estados da abstração do pós-guerra”, com curadoria de Paulo Venancio Filho, curador convidado.

 

Matheus Rocha Pitta – memória menor
Espaço: Foyer
Até o dia 1º de julho de 2018

 

ARRUDA, Victor
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Vicente de Mello – Monolux  
Espaço: Segundo andar – 2.4 (parcial)
Até o dia 9 de setembro de 2018

 

Analívia Cordeiro – Chutes Inesquecíveis
Espaço: Segundo andar – 2.3

Até o dia 12 de agosto de 2018

 

 

Escrever com a luz – Vittorio Storaro Período
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Vittorio Storaro Período – Escrever com a luz 
Espaço: Segundo andar – Salão Monumental
Até 08 de julho de 2018

 

Estados da abstração no pós – guerra e Guy Brett: A proximidade crítica
Espaço: Terceiro andar – 3.1 e 3.2
Até o dia 22 de julho de 2018

 

Alucinações à beira mar
Espaço: Terceiro andar – 3.3
longa duração

O Inquietante na Verve Galeria

05/jun

A Verve Galeria, Jardim Paulista, São Paulo, SP, inaugura “O Inquietante”, exibe coletiva com 21 trabalhos dos artistas Farnese de Andrade, Flávio Cerqueira, Francisco Hurtz, Luciano Zanette, Luz Dubois, Monica Piloni, Tomoshige Kusuno, Walmor Corrêa e Wesley Duke Lee, sob curadoria de Agnese Fabbiani e Ian Duarte Lucas. A mostra, composta por desenhos, esculturas, fotografias e pinturas, busca despertar no espectador sentimentos diversos acerca do dissonante, daquilo que mexe com nossas mais profundas inquietações, abordando o estranho e as reações que são desencadeadas a partir desse contato. No intuito de promover o diálogo entre diferentes públicos e gerações, a exposição apresenta obras de artistas tanto representados pela Verve Galeria, como por outras galerias do circuito paulistano.

 

Das bizarras cenas de Hyeronymous Bosch, passando pelos surrealistas, que encontraram embasamento teórico no repertório de imagens reprimidas enquanto expressão do inconsciente, dos sonhos e de outras inúmeras teorias freudianas relativas ao medo da castração, aos fetiches e ao sinistro, é fato que o tema sempre esteve presente na história da Arte. Nos dizeres dos curadores: “Nossa proposta é a de investigar estes diversos processos que encontram paralelo nas artes visuais, possibilidade viável apenas em uma exposição coletiva, na qual se permite ter contato com seus mais diversos desdobramentos”, concluem os curadores.

Convém assinalar que “O Inquietante” conta com trabalhos históricos dos artistas Farnese de Andrade, Tomoshige Kusuno, e a “Série das Ligas”, de Wesley Duke Lee – cuja polêmica marcou sua primeira exposição nos anos 1960. A coordenação é de Allann Seabra.

 

 

De 08 de junho a 21 de julho.