Folia de Reis em 2018

13/dez

 

A exposição “Folia de Reis: Mensageiros dos Reis Magos”, que se realizará no Centro Cultural Light no Rio de Janeiro, de 05 de janeiro a 02 de fevereiro de 2018, apresenta uma coletiva de artistas – que reúne cerca de 70 obras, entre trabalhos inéditos de pintura, cerâmica, aquarelas e desenhos dos Ateliês Oruniyá e Escola Casa Amarela, além de fotografias do designer e curador Guilherme Lopes Moura, objetos utilizados pelos foliões: como instrumentos, roupas, bandeiras e adereços, e de gravações dos cantos dos grupos de Folia de Reis. Na abertura da exposição, acontecerá uma apresentação de Folia de Reis. Também está programada uma oficina de confecção de bandeiras e estandarte ministrada pelo mestre folião João da Rocha e uma roda de conversa com os artistas plásticos dos ateliês envolvidos no projeto.

 

 

Sobre a Folia de Reis 

 

A Folia de Reis está em processo de tombamento como patrimônio imaterial brasileiro pelo IPHAN, tendo em vista a sua importância cultural ao longo da história do Brasil. A Folia de Reis é praticada desde o século XVI, quando os jesuítas pretendiam catequizar os índios e negros na então colônia portuguesa.

 

 

Atividades paralelas 

 

· Apresentação de Folia de Reis: durante a abertura da exposição, no dia 5 de janeiro, às 19h, o grupo de Folia de Reis Penitentes do Santa Marta irá fazer uma apresentação, abrindo as atividades do projeto.

 

· Oficina de bandeiras e estandartes: Nos dias 18 de janeiro, às 16h (para adultos), e 19 de janeiro, às 14h (para crianças), o mestre de Folia de Reis João da Rocha ministrará uma oficina de confecção de bandeiras e estandartes, o objeto mais sagrado na Folia de Reis e também presente em diversos folguedos brasileiros.

 

· Roda de conversa com os artistas plásticos: no dia 25 de janeiro, às 17h, os artistas conversarão com o público sobre o processo criativo das pinturas, discutindo questões práticas e teóricas do tema. Entre esses artistas, estarão os professores Nelson Macedo, Ana Moura e Renato Alvim, todos professores de artes plásticas da UFRJ e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).

 

 

Atelier Oruniyá

 

O Atelier Oruniyá reúne cinco artistas – Ana Moura, Gilliatt Moraes, Lucas Moura, Nelson Macedo e Renato Alvim – que têm como propósito comum o processo de produção da imagem, investigando a construção do sentido abstrato e poético da forma visual e, a exemplo de tantos artistas que nos precederam, entendem que não há outro caminho senão o comprometimento com o legado da tradição.

 

 

Atelier Escola Casa Amarela

 

Grupo de Artistas e Artesãos oriundos do Espaço Atelier Escola, que buscam uma identidade Nacional, regional e local para sua produção artística e que tem na Arte Nacional e na Cultura do Médio Paraíba sua fonte de inspiração e pesquisa. Tem como objetivo criar um núcleo de Arte no interior do Estado do Rio de janeiro, criar uma pedagogia para criação de grupos artísticos para alavancar a fruição e o comércio das Artes e artesanato, constituir espaços de propagação da arte e do artista local/regional, tornar sustentável espaços culturais que não tem apelo massivos. Formado pelos artistas Francis Moraes Marques, Andreia Lima, Paulo Valério, Silas Almeida, Gerson Santos e Thaisa Moura.

 

 

Sobre o curador

 

Guilherme Lopes Moura é formado em Comunicação Visual – Design na UFRJ. É fotógrafo e pesquisador da cultura popular brasileira, autor do livro Folia de Reis na Serra Fluminense, que se encontra em fase de finalização. As fotografias utilizadas nesta exposição são parte do registro desenvolvido para este livro. Desde 2009 já desenvolveu identidade visual de mais de 60 projetos, entre mostras de cinema e peças de teatro. Entre as mostras: El Deseo – O Apaixonante Cinema de Pedro Almodóvar; A Luz (Imagem) de Walter Carvalho; Os Melhores Filmes do Ano – ACCRJ; José Wilker – 50 anos de cinema; O maior ator do Brasil – 100 anos de Grande Otelo. Entre os espetáculos teatrais: O Pastor; Agnaldo Rayol – A Alma do Brasil; Chica da Silva – O Musical; e Nordestinos.

 

 

Programação: 

 

 

05 de janeiro – 19h Abertura da exposição com a apresentação da Folia de Reis Penitentes do Santa Marta.

 

18 de janeiro – 16h “Oficina de bandeiras e estandartes de Folia de Reis” para adultos, com João da Rocha, mestre da Folia de Reis Bandeira Estrela da Luz do Dia. A oficina será gratuita. As informações sobre inscrição serão divulgadas na página de facebook da exposição.

 

19 de janeiro – 14h Oficina infantil “Estandartes de Folia de Reis com o mestre João da Rocha, da Folia de Reis Bandeira Estrela da Luz do Dia. A oficina será gratuita.

 

25 de janeiro – 17h Roda de conversa sobre o processo criativo das pinturas presentes na exposição com os artistas do Atelier Oruniyá, Nelson Macedo, Ana Moura, Renato Alvim, Gilliatt Moraes e Lucas Moura. Entrada franca.

 

Marcelo Guarnieri novo endereço

11/dez

Prestes a completar 4 anos de atividade na capital paulista, a Galeria Marcelo Guarnieri, atualmente com três unidades – São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, encontra-se em novo endereço em São Paulo (Alameda Lorena, 1835 – Jardins). Foi inaugurada com exposição de seu acervo para abertura deste novo espaço. A mostra conta com trabalhos de Sonia Andrade, Luiz Paulo Baravelli, Mariannita Luzzati, Masao Yamamoto, João Farkas, Edu Simões, Pierre Verger, Marcel Gautherot, Niobe Xandó, Marcus Vinicius, Liuba, Guto Lacaz, Gabriela Machado, Flávio Damm, Flavia Ribeiro, Ana Sario, Alice Shintani, Silvia Velludo e Fernando Vilela.

 

Ocupando um espaço maior – com mais dois andares – a galeria planeja apresentar exposições simultâneas em diferentes pavimentos, mantendo, em um deles, o seu acervo aberto para visitas. A ideia é montar exposições no térreo e também no segundo andar, exibindo trabalhos não só dos artistas da casa, como também de artistas convidados.

 

 

Até 27 de janeiro de 2018.

Surround por Michael Drumond

07/dez

Verve Galeria inaugura sua primeira pop-up internacional, em parceria com a Curator’s Voice Art Projects em Wynnwood, distrito das artes de Miami – EUA, exibindo Surround, do artista brasileiro radicado em Nova York Michael Drumondsob curadoria de Milagros BelloComposta por 05 obras da série “Surround – em técnica que combina pintura e fotografia –, a exposição trata da abstração de diferentes estados psicológicos do artistaque revisita momentos originalmente obscuros de sua trajetória, transformando-os em trabalhos caracterizados por sentimentos de beleza e redenção. 

 

Selecionados pela curadora Milagros Bello, os trabalhos ocupam uma sala da galeria em Wynnwood e são impressos em chapas de alumínio de grandes dimensões, no intuito de trazer a experiência imersiva ao espectador, sobre as quais são realizadas as intervenções em tinta esmalte high gloss precisamente pintadas. A série “Surround” explora o grande interesse de Michael Drumond por temas psicológicos, e vem sendo elaborada ao longo dos últimos dois anos, em constante “metamorfose” visual. Nas palavras do artista: “Além da questão conceitual, minhas obras incorporam pesquisas técnicas próprias da nova geração de artistasem que as linguagens se fundem e a tecnologia tem papel fundamental na metodologia e no processo de produção da obra de arte. 

 

O projeto acontece durante a Miami Art Week, que reúne as feiras Art Basel Miami Beach, Untitled, Scope, entre outros eventos paralelos, e atrai pessoas de todas as partes do mundo para a cidade, festejando o fim do calendário do circuito internacional das artes. “Esta iniciativa é o primeiro passo no projeto de internacionalização da galeria, que já representa artistas estrangeiros e propõe o constante intercâmbio de artistas brasileiros em projetos no exterior”, comenta Allann Seabra, que representa Michael Drumond no Brasil pela Verve Galeria.

 

De 08 de dezembro a 06 de janeiro de 2018.

Obras de Sérvulo Esmeraldo

05/dez

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, apresenta a exposição “PulsationsPulsações – Do arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo”, do artista cearense falecido em fevereiro deste ano, pouco antes de completar 88 anos. A exposição mostra uma das trajetórias mais originais da arte brasileira: conhecido por seu rigor geométrico-construtivo. O artista incursionou por técnicas diversas como escultura, gravura, ilustração e pintura. Sérvulo Esmeraldo é um dos pioneiros da arte cinética e autor de obras de geometria e luminosidade singulares.

 

A mostra, com curadoria de Ricardo Resende, traz 84 peças – entre gravuras, matrizes, desenhos, estudos, relevos, maquetes, instalações, documentos e fotografias – que fazem parte do arquivo do IAC – Instituto de Arte Contemporânea, São Paulo, SP. Organizada a partir do arquivo de Sérvulo Esmeraldo – atualmente sob a guarda do IAC, a exposição compreende a fase em que o artista viveu na França entre os anos de 1957 e 1980.

 

“PulsationsPulsações” joga uma luz sobre o rico processo criativo do artista em seus primeiros anos na França, uma fase de aprendizado, de iniciação nas técnicas da gravura em metal e litografia. Contempla os desenhos e as gravuras em metal que compõem esse período europeu, sob a influência do abstracionismo lírico que vigorava na capital francesa naquele momento, que seria uma resposta à action painting nova-iorquina. É acompanhada, ainda, de uma seleção de esculturas e de duas pinturas posteriores a essa fase, quando explorou a topologia das coisas e formas.

 

 

A palavra do curador

 

São trabalhos definitivos para a compreensão da importância de sua contribuição para a arte brasileira. O que se vê no arquivo agora exposto é esse mesmo olhar e os mesmos gestos divagantes, que passam por todas as formas de representação artística, principalmente daquelas que não conhecemos. Manchas, ranhuras, rabiscos e linhas, pulsações das quais saem novas formas sobre o papel e sobre o espaço.

 

Sobre o artista

 

Sérvulo Esmeraldo nasceu em 27 de fevereiro de 1929 no Crato, Ceará. Na infância morou no Engenho Bebida Nova, propriedade rural da família, produtora de açúcar mascavo, aguardente e rapadura. Ainda criança, fez incursões pela modelagem em barro e pequenos trabalhos tridimensionais em madeira de casca de cajá, onde reproduzia paisagens rurais. Aos 13 anos, criou sua primeira xilogravura, “Homem trabalhando com enxada”, impressa na tipografia do jornal A Ação, órgão da diocese. Na década de 60, ganhou uma bolsa de estudos do governo francês para estudar em Paris, na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Nessa época, passou a morar em Neuilly-Plaisance – onde viveu por quase 20 anos – e conheceu artistas como o argentino Julio Le Parc e o venezuelano Jesús Rafael Soto, que então davam os primeiros passos na chamada Arte cinética. Deixou de se dedicar exclusivamente à gravura e passou a experimentar outras linguagens como o tridimensional e, claro, a arte cinética. Sua série mais conhecida do período é “Excitáveis” – objetos feitos de acrílico, que reagem ao toque do espectador – trabalho que o destacou no cenário da arte cinética internacional. Entre muitas exposições realizadas com sua obra nos últimos anos, destacam-se a retrospectiva “Sérvulo Esmeraldo”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2011, e a individual “Arquivo vivo de Sérvulo Esmeraldo”, no Instituto de Arte Contemporânea, SP, em 2014, exposição que deu origem à mostra no Instituto Ling, em Porto Alegre. Sérvulo Esmeraldo faleceu em fevereiro de 2017, em Fortaleza. Criou até o seu último momento de vida, pouco antes de completar 88 anos de idade, deixando um legado dos mais inquietantes da arte brasileira dos séculos XX e XXI.

 

Organização: Instituto Ling e Instituto de Arte Contemporânea de São Paulo / Realização: Ministério da Cultura / Governo Federal / Patrocínio: Crown Embalagens

 

 

Até 31 de março de 2018.

Celina Portella na Inox

01/dez

A Galeria Inox, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, abriu a exposição “Dobras” de Celina Portella. A artista mostra uma nova série de foto-objetos e outros trabalhos em fotografia e vídeo. Ao usar o corpo e sua interação com o espaço físico em que se encontra, Celina propõe a ação entre a expressão corporal e a mídia e com isso torna a fotografia e o vídeo partes estruturais do próprio trabalho.

 

Na exposição, a artista explora as possibilidades a partir do 2D, da fotografia impressa. Por meio de uma dobra, ela confere volume e movimentação à figura e assim busca provocar a percepção do espectador. Tratam-se de imagens de partes do corpo que se transformam em foto-objetos, esculturas e interagem com o espaço ao se acoplarem na arquitetura. As obras são fixadas em cantos, no chão, no teto e ocupam o ambiente em função do gesto expresso em cada trabalho.

 

“Dobras” apresenta uma metáfora sobre o funcionamento orgânico do corpo, que se subdivide em linhas que nunca são retas. Em contrapartida, temos a arquitetura e tudo aquilo que é criado a partir de linhas retas e quadrados métricos. Celina transporta esse corpo orgânico para fotografias chapadas e métricas inserindo-o em quadros que questionam as curvas e movimentações naturais.

 

 

Sobre a artista

 

Celina Portella vive e trabalha no Rio de Janeiro, estudou design na Puc-Rio e se formou em artes plásticas na Université Paris VIII. Trabalha com artes plásticas e dança. A partir do vídeo e da fotografia, suas obras dialogam com a arquitetura, o cinema, a performance e ultimamente com a escultura, caracterizando-se especialmente por um questionamento sobre a representação do corpo e sua relação com o espaço. Foi contemplada recentemente pela Bolsa do Programa de Estímulo à Criação, Experimentação e Pesquisa Artística SEC + Faperj e também pelo I Programa de Fomento a Cultura Carioca em Artes Visuais, com a Bolsa de Apoio a Criação da Secretaria de Estado de Cultura e com a bolsa do Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV Parque Lage no Rio de Janeiro. Recebeu indicação ao prêmio da Bolsa ICCO/sp-arte 2016, ao prêmio de aquisição EFG Bank & ArtNexus na SP Arte 2015 e ao prêmio Pipa 2013 e 2017. Foi premiada na XX Bienal Internacional de Artes Visuales de Santa Cruz na Bolivia em 2016, assim como no II Concurso de Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco em Recife. Participou da residência no Centre international d’accueil et d’échanges des Récollets em Paris, da residência LABMIS, do Museu da imagem e do Som em São Paulo, na Galeria Kiosko em Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, entre outras. De participações em mostras coletivas, destacam-se a Frestas Trienal de Artes no Sesc Sorocaba, São Paulo, Dublê de Corpo na Galeria Carbono, Esboço para uma coreografia na Galeria Central, Verbo na Galeria Vermelho, III Mostra Do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, o 60°  Salão de Abril, Fortaleza, e o 15º Salão da Bahia. Como bailarina e co-criadora trabalhou com os coreógrafos Lia Rodrigues e João Saldanha.

 

 

Até 23 de dezembro.

Mostra Sylvio Back 8.0

16/nov

A Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, – em parceria com a Cinemateca de Curitiba, a Universidade Federal do Paraná (Pró-Reitoria de Extensão e Cultura), a Universidade Estadual do Paraná e a Faculdade de Artes do Paraná – apresenta, de 20 a 26 de novembro de 2017, com entrada gratuita, a “Mostra Sylvio Back 8.0 – Filmes Noutra Margem”, que comemora os oitenta anos do premiado cineasta Sylvio Back – nascido em Blumenau, SC, 1937 -, com a exibição de seus doze longas-metragens, todos remasterizados. A mostra esteve anteriormente, com grande sucesso de público, em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

 

A programação é composta pelos filmes “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “O Contestado – Restos Mortais” (2010), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “O Universo Graciliano” (2013), “Lost Zweig” (2003) e “Revolução de 30” (1980).

 

Complementando a mostra, uma exposição de fotografias de seus filmes e um catálogo, a ser distribuído aos espectadores, com ensaios das professoras Rosane Kaminski e Solange Stecz, – autoras de estudos sobre Sylvio Back -, e do cineasta catarinense, Zeca Pires, além de texto do próprio Back comentando o significado simbólico de seus oitenta anos. O catálogo traz ainda verbete da Enciclopédia do Cinema Brasileiro atualizado sobre a obra do cineasta, que abrange 38 filmes, 24 livros publicados, dez roteiros, nove poemas, além de contos e ensaios.

 

 

A palavra do cineasta

 

Sylvio Back comenta que “…nesse embalo de garimpo existencial é que topei dar passagem a esta inestimável retrospectiva fílmica para cravar minha nova idade”. “…Que os filmes falem por mim, eles sempre foram melhores do que eu! Que o digam as dezenas de colaboradores com quem, prazerosamente, compartilho a honra e a obra que, se subsiste, é graças ao estro e à expertise deles”.

 

O cineasta revela que guarda “…ralas e rasas glórias do passado a festejar”. “Pelo contrário. Em quantas meu cinema foi omitido, esquecido, desqualificado, ridicularizado, vitima de incompreensões, ou surdamente, patrulhado à direita e à esquerda, só porque caminho com os próprios pés e não alimento espírito de horda. Jamais flertei com o público, a crítica ou a mídia”. “São seis décadas circunavegando pela cultura brasileira a bordo de uma obra aberta, que não procura apascentar almas ou fundar verdades unívocas, nem levar o espectador pelas mãos. Adoro deixá-lo na maior orfandade, apenas com suas idiossincrasias, literalmente, consigo próprio. Ele cá e os filmes incólumes nas telinhas e telonas pelos anos afora”, completa.

 

 

Programação

 

20 a 26 de novembro de 2017

 

  • Dia 20 (segunda-feira) 19h – Abertura oficial – Exibição de “Lance Maior” (1968), seguida de conversa com Sylvio Back

 

  • Dia 21 (terça-feira) 17h – “A Guerra dos Pelados” (1971) – 19h – “O Contestado – Restos Mortais” (2010)

 

  • Dia 22 (quarta-feira) 17h – “Aleluia, Gretchen” (1976) – 19h – “Rádio Auriverde” (1991)

 

  • Dia 23 (quinta-feira) 17h – “Yndio do Brasil” (1995) – 19h – “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999)

 

  • Dia 24 (sexta-feira) 17h – “República Guarani” (1982) – 19h – “Guerra do Brasil” (1987)

 

  • Dia 25 (sábado) -17h – “O Universo Graciliano” (2013) – 19h – “Lost Zweig” (2003)

 

  • Dia 26 (domingo) 17h – “Revolução de 30” (1980) – 19h – “Lance Maior” (1968)

 

 

Sobre o cineasta

 

Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista, produtor e escritor. Filho de imigrantes – pai húngaro e mãe alemã – nasceu em Blumenau, Santa Catarina, em 22 de julho de 1937. Autodidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo realizado e produzido até hoje trinta e oito filmes – curtas, médias e os longas-metragens: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “Aleluia, Gretchen” (1976), “Revolução de 30″ (1980), “República Guarani” (1982), “Guerra do Brasil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999); “Lost Zweig” (2003); “O Contestado – Restos Mortais” (2010); e “O Universo Graciliano” (2013). Publicou vinte e quatro livros, entre poesia, contos, ensaios e os argumentos e roteiros de seus filmes. É um dos cineastas mais premiados do Brasil, com 76 prêmios nacionais e internacionais. Sua obra poética, especialmente, a erótica, é reconhecida pelos críticos como uma das mais importantes da atualidade. É fundador e presidente eleito da DBCA (Diretores Brasileiros de Cinema e do Audiovisual), associação de gestão coletiva pela defesa de direitos autorais no Brasil e no exterior.

Marilou Winograd nos Correios/Rio

14/nov

“Assim como Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas, pretendo levar o visitante da minha exposição para “o outro lado do espelho”, afirma, metaforicamente, Marilou Winograd. A artista visual comemora duas décadas de carreira na individual “a obra como espelho” no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria é de Ruy Sampaio. Obras grandes – instalações de 3 metros de altura por 6 metros de largura -, formam conjuntos ao lado de outras menores, como as quarenta caixas acrílicas que ostentam dedais, agulhas e fios de cobre que tecem redes de memórias que se ampliam, na concepção da artista. Fotografias ampliadas com layers de outras imagens rasgadas e sobrepostas funcionam “como se atravessassem os espelhos através das camadas da obra, numa viagem ao tempo/memória do visível, tornando o invisível parte da obra”, explica a artista.

 

 

Obras ocupam 650m² em três salões do terceiro andar

 

Na sala lateral, o site specific “Memórias do Corpo” traz 468 fragmentos e duas fotos impressas em lona de três metros por seis metros. No salão central, cerca de quatro conjuntos de fotos de tamanhos variados compõem painéis de 1,20 metros a 8 metros, impressos em papel fotográfico, acrílico e aço inoxidável, telas com volumes e um objeto com espelho “Le Baiser Mis a Nu”. Na terceira sala, uma obra branca ocupa posição central, em contraponto à instalação “Equilibrium”, com 40 caixas de acrílico, agulhas e fios de cobre.

 

 

Sobre a artista

 

Nascida no Egito, Marilou Winograd chegou no Rio de Janeiro em 1960. Formada em Artes no CEAC (Centro de Arte Contemporânea), IBA (Instituto de Belas Artes) e EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage), participou de exposições individuais, coletivas, congressos, seminários no Brasil e no exterior (1971/2017). É uma das curadoras e idealizadoras do projeto Zona Oculta – entre o público e o privado – com 350 artistas mulheres (2004/11), do projeto Acesso Arte Contemporânea com 158 artistas visuais (2011/17) e de muitas exposições coletivas, ocupações e convocatórias. Em 2002, publicou o livro ¨O Silêncio do Branco¨, relato visual da sua viagem à Antártica num contraponto com a sua obra.

 

 

Até 07 de janeiro de 2018.

É preciso ver no escuro

13/nov

Na exposição “É preciso ver no escuro”, o artista Laercio Redondo retoma a questão da memória coletiva e seus apagamentos em quatro diferentes leituras feitas a partir de fragmentos do seu arquivo pessoal, colecionados nos últimos 17 anos. Os fragmentos foram coletados em diferentes ocasiões, nas quais esses materiais, destinados ao descarte, se encontravam legados à deterioração ou ao desaparecimento por completo.

 

A exposição é composta de fotografias, cartas, textos e um filme que constrói uma teia delicada de supostos ecos do passado que ressoam no presente. Todos os elementos da exposição têm seu contexto e suporte reelaborados: uma carta escrita em alemão, datada de 1942, que boiava no mar em um porto grego, encontrada pelo artista em 2006; uma série de fotos de um casal que se fotografa mutuamente durante as férias; retratos de uma filha que jamais chega a retornar para casa dos pais durante a segunda Guerra Mundial; ou um fragmento de um filme em Super 8 de um baile de debutantes em 1974. Histórias de pessoas e lugares remotos que se conectam e potencializam a história do coletivo sob o ponto de vista individual atribuído a cada um destes personagens.

 

A exposição, que inaugura dia 23 de novembro, na Galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, traz ainda um texto do filósofo Pedro Duarte em torno das questões dos vestígios do passado no presente, num diálogo com o trabalho do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Laercio Redondo nasceu em 1967, no Paraná, e atualmente divide o seu tempo entre o Rio de Janeiro e a Suécia. Pós – graduado na Konstfack, University College of Art, Crafts and Design em Estocolmo, Suécia, o artista se dedica a pesquisa da memória coletiva e seus apagamentos na sociedade, e seu trabalho é frequentemente motivado pela interpretação de eventos específicos relacionados com a cidade, a arquitetura e representações históricas. Dentre as exposições individuais, se destacam: “Past projects for the future”, Dallas Contemporary, EUA; “O que termina todos os dias” no MAM-RJ, Brasil (ambas com curadoria de Justine Ludwig); “Contos sem Reis, Casa França-Brasil, Brasil, Fachada. Das coletivas, a da Galeria Nacional de Arte de Zachêta, Varsóvia; “O direito à cidade”, Stedelijk Museum Bureau, Amsterdã; “Os interiores estão no exterior” no SESC Pompeia, São Paulo (com curadoria de Hans Ulrich Obrist) e a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil.

César Brandão na Baró Galeria

A Baró Galeria, Jardins, São Paulo, SP, apresenta o artista mineiro Cesar Brandão em sua primeira individual na galeria. Em “Canteiro de Obras”, título de sua exposição, o artista explora a fronteira das linguagens – caminhando entre desenhos, pinturas, objetos, instalações, fotografias, além de suas apropriações de gambiarras como “espécies de ready mades”. Cesar Brandão define sua obra, como um “exercício experimental” entre a cultura e a vivência.

 

Filho de operário, viveu na infância e adolescência em um bairro pobre perto das indústrias com fornos para carbureto, ferro silício. Os elementos desse contexto industrial sempre estiveram presentes em sua obra, o fogo, fumaça, produtos resultantes nas fundições, e materiais ali utilizados: cal, carvão, pedra, quartzo, sucata, etc. Além do explícito contraste entre a tecnologia daqueles fornos, diante do improviso das inúmeras “gambiarras” presentes nas casas e quintais dos habitantes do lugar. Esse contexto gerou sua fascinação por fundições em contraste com as gambiarras, que permeiam sua produção. Trata-se, portanto, da poética sobre essas práticas da cultura popular, em contradição aos processos industriais.

 

“Assim, a obra de César Brandão talvez possa, por ironia, ser definida como espécie de “canteiro de obras”, onde ocorrem contaminação ou justaposição de ações, num repertório repleto de apropriações, gambiarras, rascunhos, rasuras, próteses fundidas… entre caos e fragilidade. Um amplo território de possibilidades no limiar do efêmero e provisório, e onde “a dúvida é motor do processo”, como próprio artista define.” (parte retirada do texto do curador Agnaldo Farias para a exposição). Cesar Brandão participou da XIX Bienal de São Paulo e têm obras nos acervos dos museus MAM SP e MAC USP.

 

 

Até 17 de dezembro.

Edu Simões – Clichê/Rio

07/nov

O fotógrafo Edu Simões realiza exposição individual a partir de 08 de novembro na Galeria Marcelo Guarnieri, Ipanema, exibindo em “Edu Simões – Clichê/Rio”, 36 imagens feitas cartões-postais do Rio de Janeiro. Simões, no entanto, lança um novo olhar sobre esses lugares, inspirado nos romances, contos, crônicas e poemas de grandes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Carlos Heitor Cony. As fotos são todas em preto e branco e foram produzidas entre 2000 e 2012.

 

“O Rio de Janeiro é uma das cidades mais fotografadas do mundo. Existe uma fórmula de se ver o Rio, por meio das alegorias do carnaval, das praias, das belezas naturais. O meu desejo, nesta exposição, é mostrar outros espaços não imaginados, tendo como inspiração o que a literatura brasileira pode oferecer na busca por outras formas”, explica Simões, motivado pelo desafio de enfrentar o que mais “assusta” um fotógrafo: o clichê.

 

Na exposição, o encontro entre a Fotografia e a Literatura evidencia-se, por exemplo, nas imagens dedicadas ao mineiro Carlos Drummond de Andrade, no ano de 2012. A praia de Copacabana, bairro onde residiu o poeta e escritor, ganha contornos modernistas, no qual a preocupação é o rigor geométrico, evidenciado pela perspectiva das linhas quadradas de uma trave de futebol na areia da praia, ou, ainda, na arquitetura do hall do Palácio de Capanema, antiga sede do Ministério da Educação, local em que Drummond trabalhou, bem como serviu de cenário a alguns de seus contos e crônicas.

 

Uma passagem de “O Búfalo”, conto de Clarice Lispector, descreve o peso natural do corpo de um elefante e o contraste de sua docilidade ao se deixar ser conduzido para um circo. Na poética visual de Edu Simões, o trecho transforma-se na imagem de uma tromba de elefante apoiada num muro branco no Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista. Num outro sentido de “animalidade”, desta vez artificial, a imagem “O Cisne” (2000/2001), mostra uma Lagoa Rodrigo de Freitas, presente nas crônicas de Carlos Heitor Cony, como o cenário de um filme noir; ao invés de destacar as águas envolvendo as ruas do bairro, Simões opta por colocar em primeiro plano a estrutura de um pedalinho de cisne e todos os seus detalhes.

 

Fotojornalista experiente, Edu Simões foi convidado em 2001 por uma publicação especializada em literatura para revelar, pela fotografia, a cidade do Rio de Janeiro como personagem, a partir da escrita de autores nacionais que imortalizaram, de forma direta ou indireta, os cartões-postais, ruas, morros, praias e demais paisagens da cidade. Para isto, o fotógrafo leu as obras dos escritores, e roteirizou o que aparecia em cada obra literária. Com o mapa traçado, Simões saía, como um flâneur, em busca do inesperado daqueles locais, que, quase sempre, já havia sido retratado por outros artistas da imagem.

 

Edu Simões acumulou, ao longo destes anos, um grande acervo de imagens, que materializam a procura de um Rio que não seja apenas um ideal de paisagem, mas uma personagem, a partir da incursão pelas letras e imaginários dos escritores. Desse modo, Edu Simões foi quase como guiado por suas histórias na escolha de seus assuntos e lugares, mantendo, em algumas dessas fotografias, o espírito da época da qual falavam. Um tipo incomum de viagem no tempo que tais imagens nos proporcionam: voltar ao passado a partir de um retrato do presente.

 

 

Sobre o artista

 

Edu Simões nasceu em São Paulo, em 1956. Vive e trabalha em São Paulo, SP, fotografou grandes nomes da cena política, cultural e artística brasileira, entre as décadas de 1970 e 1990, como editor de fotografia de revistas como Bravo, República e os Cadernos da Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles. Ainda no período de 1970/80, teve uma forte atuação no campo das hard news, fotografando os movimentos populares que desaguaram no fim da ditadura militar, sobretudo as greves do ABC e de São Paulo, ganhando em 1981, o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. A partir dos anos 2000, Simões assume um trabalho mais independente e autoral, que embora se distancie dos preceitos do fotojornalismo, ainda guarda algumas de suas marcas. Seus trabalhos integram importantes coleções, como Coleção Pirelli/MASP, São Paulo; MAM-São Paulo; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Museu da Imagem e do Som, São Paulo; Centro de La Imagen de México e Maison Européenne de la Photographie, França. Das diversas exposições individuais e coletivas que participou, destacam-se: Linguagens do corpo carioca (a vertigem do Rio), MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2016); Amazônia, La Quatrieme Image, Espace des Blancs-Manteaux, Paris, França (2014); Eu tenho um sonho, exposição à céu aberto na favela da Rocinha, Rio de Janeiro (2013); Trois Photographes de FotoRio – Gastronomie pour une dure journée de labeur, Maison Européenne de la Photographie, Paris, França (2011); Vestígios: O Rio de Machado de Assis, FotoRio, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro (2009); Sons e imagens da terra, Santander Cultural, Porto Alegre, Brasil (2006); Eine Sammlung – Die Photographische Sammlung des Museu de Arte Moderna de São Paulo, Galeria 68Elf, Espaço cultural Exit Art, Colônia, Alemanha (2001); Fotojornalistas Brasileiros, Museu da Imagem e do Som, São Paulo (1990); Fotografia Brasileira Contemporânea, SESC Pompéia, São Paulo (1993); Brésil des Brésiliens, Centre Pompidou, Paris, França (1983).

 

 

Sobre a galeria

 

Marcelo Guarnieri iniciou as atividades como galerista nos anos 1980, em Ribeirão Preto, e se tornou uma importante referência para as artes visuais na cidade, exibindo artistas como Amilcar de Castro, Carmela Gross, Iberê Camargo, Lívio Abramo, Marcello Grassmann, Piza, Tomie Ohtake, Volpi e diversos outros. Atualmente com três espaços expositivos – São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto – a galeria permanece focada em um diálogo contínuo entre a arte moderna e contemporânea, exibindo e representando artistas de diferentes gerações e contextos – nacionais e internacionais, estabelecidos e emergentes – que trabalham com diversos meios e pesquisas.

 

 

Até 09 de dezembro.