Galeria Lume em novo endereço

27/nov

A Galeria Lume inaugura seu novo espaço no Jardim Europa, São Paulo, SP, e abre a exposição coletiva “Blow Up!”, com obras de todos os artistas por ela representados. Sob curadoria de Paulo Kassab Jr., aproximadamente 40 trabalhos, entre fotografias, esculturas objetos e pinturas, compõem a mostra, que propõe uma nova forma de pensar e analisar a arte, alheia a preconceitos ou amarras pré-estabelecidas.

 

Em um momento especial para a Galeria Lume, a inauguração de seu novo espaço, “Blow up!” desafia o espectador a decifrar as obras de uma maneira particular. Na ocasião, um recorte do portfólio da galeria perfaz a mostra coletiva: diferentes séries, conceitos, olhares e materiais se misturam para instigar distintas formas de pensar. Entre alguns dos trabalhos expostos, temos a série “Flying Houses”, do fotógrafo francês Laurent Chéhère; “Ladies Room Around the World”, da norte-americana Maxi Cohen; “The Non Conformists” e “The Last Resort”, do britânico Martin Parr; e entre os brasileiros, “Priva-Cidade”, “Publi-Cité”, de Rodrigo Kassab; “São Paulo Verticais”, de Paulo D’Alessandro, “Corpo Vago”, de Gal Oppido; a pintura realista “Cantareira”, de Kilian Glasner; além de pinturas de Paulo von Poser e esculturas de Florian Raïss.

 

Fundada em 2011, a Galeria Lume cresceu; os limites de sua antiga sede já não comportavam mais seu vasto portfólio. Com novos artistas, começou a explorar novas mídias, para as quais o espaço físico é primordial. “Além disso, há muito tempo queríamos ter a galeria com acesso mais fácil, e agora chegou o momento.”, comenta Felipe Hegg. Com uma localização privilegiada, a Lume dá um passo adiante e se estabelece como uma referência no mercado. A nova galeria abrigará não apenas exposições como também debates, saraus, cursos livres e, em breve, uma residência artística.

 

Em meio a tamanha diversidade, alguns talvez enxerguem o conjunto de obras dispostas em Blow Up! como belas paisagens, imagens históricas, esculturas e telas tecnicamente perfeitas, seguindo a exatidão de olhos apegados à realidade. Já os afeitos à imagem poética, à imaginação, “verão cheiro de infância em casas que flutuam, ouvirão contos através de indiscretas janelas e questionarão cobras que transformam-se em rios, criando nostalgias de um tempo vivido na memória.”, conclui Paulo Kassab Jr.

 

 

De 27 de novembro a 17 de fevereiro de 2015.

Recortes de uma coleção – Marcelo Cintra

25/nov

A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura nova edição do projeto “Recortes de uma Coleção” trazendo uma seleção de fotografias do colecionador Marcelo Cintra, em exposição pela primeira vez no circuito cultural paulistano. Com curadoria de Ricardo Camargo e texto de Diógenes Moura, a mostra exibe 18 fotografias – p&b e cor – de dez autores renomados do circuito brasileiro e internacional, como Begoña Egurbide, Cristiano Mascaro, Mario Cravo Neto, Miguel Rio Branco, Pedro David, Pedro Motta, Pierre Verger, Robert Mapplethorpe, Sebastião Salgado e Tuca Reinés.

 

 

O recorte elaborado para a mostra é composto por imagens que, de alguma forma, por algum ângulo, em algum momento entre o olhar e a apreensão da cena pelo profissional, retrata a figura humana; no todo ou em partes, em movimento ou estático. “O conjunto de imagens escolhido na coleção de Marcelo Cintra trata dessa relação: o fotógrafo e o outro, ele mesmo.”, define Diógenes Moura.

 

 

Fases representativas dos fotógrafos com trabalhos icônicos das mesmas estarão dispostas lado a lado, formando um painel visual harmônico e ao mesmo tempo diversificado, abrangendo temas dos mais variados como crenças populares, sadomasoquismo, sensualidade, entre outras.

 

 

A coleção de Marcelo Cintra possui como base primordial o olhar criterioso do colecionador: “somente compro as fotos que me emocionam; seja pelo tema abordado ou pela técnica utilizada” define Marcelo Cintra. A inclusão da fotografia em seu acervo pessoal ocorreu após uma visita, já há alguns anos, a semana de Fotografia em Madrid; sendo que nos dias atuais estas já respondem por 20% de suas obras de arte.

 

 

 

A palavra de Ricardo Camargo

 

 

Em 2010 criamos a exposição “Recortes de uma Coleção” com a intenção de expor obras de criteriosos colecionadores de arte. Neste momento em que a fotografia já é uma realidade de mercado por meio de galerias, feiras e leilões especializados, coloquei-me o desafio de realizar uma exposição totalmente voltada a esta arte. Conheço o Marcelo Cintra há alguns anos e constatei a qualidade de sua coleção, por isso propus a ele apresentarmos um pequeno recorte com 18 selecionadíssimas fotografias adquiridas ao longo dos anos.

 

 

 

Texto de Diógenes Moura

 

A garganta das coisas

 

 

Inventamos a fotografia por quê? Se vemos todas as coisas, por que inventamos fixá-las? Não é bastante vê-las, cada um do seu jeito? O que é uma fotografia se não podemos decifrá-la? Nada. Nenhuma fotografia é a mesma quando a olhamos duas vezes. É como um livro aberto: pode mudar a cada instante. O fenômeno da fotografia que muda a cada instante, como um livro aberto, é o mesmo que faz com que a figura humana transite, pertença, se modifique em signo e representação, apareça e desapareça diante do fotógrafo que terá como missão final de perpetuar uma imagem-persona ou fragmentá-la para sempre. Portanto, o fotógrafo diante da figura humana estará diante de si mesmo, não em um autorretrato, mas, sobretudo, na construção de uma imagem derradeira ou não. Esse o desafio.

 

 

O conjunto de imagens escolhido na coleção de Marcelo Cintra trata dessa relação: o fotógrafo e o outro, ele mesmo. Em situações variadas, em territórios diversos, interiores ou não, prontos para serem investigados como na imagem de Begoña Egurbide, que propõe um jogo de percepções, uma terceira dimensão a partir do inconsciente óptico que provoca uma mudança de cena onde a figura humana aparece e desaparece, avança e recua dependendo da forma e de onde o espectador se coloca diante da imagem, numa proposta contemporânea de busca por uma “outra coisa” que seja interpretada como fotografia.

 

 

Sempre um exercício de linguagem. Que poderá ser no Pelourinho ou em Havana. E sendo assim, unir três nomes fundamentais para a compreensão da fotografia brasileira: Mario Cravo Neto, Miguel Rio Branco e Pierre Verger, o francês Fatumbi, o homem que possuía e possui para sempre os olhos de Xangô. Havana líquida nas imagens de Rio Branco, o automóvel-símbolo, o luminoso como linha do tempo, os cantos da cidade, a silhueta de um homem que quase caminha em direção à câmera do fotógrafo que o vê como uma aparição. Presença e passagem. Como nas imagens de Cravo Neto, ele, que varou as ruas de Salvador para encontrar Legbá, o semelhante junguiano de Exú que o fez transformar Laróyè numa das séries mais importantes e definitivas da fotografia brasileira: sal e iodo sobre o corpo negro, Cristo e Iemanjá barrocos e profanos.

 

 

No universo de um o universo do outro. Exu entende Verger, um mesmo campo ancestral: no candomblé de Joãozinho da Goméia ou multiplicados, Verger no plural sendo um só: em Canudos ou na Guiné-Bissau. Tudo fluxo, natureza em festa na ponta da pedra, no Porto da Barra onde Cristiano Mascaro viu o menino pular de ponta cabeça que virado ao contrário poderá ser o mesmo dorso de Tuca Reinés, longilíneo, um Botticcelli afro, o homem desdobrado no casal que Mapplethorpe levou para o estúdio. Figuras humanas que passam a pertencer à idade do tempo, porque vão do ontem ao muito além. Algo que nos pertence tanto quanto a paisagem submersa de Pedro David e Pedro Motta, os dois corpos que flutuam (não como os corpos/árvore iluminada por feixes de luz de Sebastião Salgado) nas águas que inundaram os sete municípios no nordeste do estado de Minas Gerais, para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Irapé, no leito do rio Jequitinhonha. As casas demolidas, as famílias devastadas. O silêncio que a imagem guardará para sempre.

 

A fotografia é assim, como um livro aberto: poderá mudar a cada instante.

 

 

 

De 25 de novembro a 17 de dezembro.

Raquel Arnaud apresenta Carla Chaim e Ding Musa

A galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta duas exposições simultâneas: Carla Chaim e Ding Musa.

 

 

Carla Chaim

 

Composta por diferentes suportes como desenho, fotografia e escultura, as obras recentes de Carla Chaim na mostra “Pesar o Peso” ocupam o térreo da galeria. Em todas essas mídias, a artista estabelece um diálogo entre o corpo e formas básicas geométricas. As obras evidenciam a dicotomia existente entre o corpo, orgânico em movimento, e as formas duras e estáticas dos desenhos e de peças que parecem ora flutuar, ora pesar no espaço.

 

Nesta exposição, segundo Chaim, o corpo se mostra como agente do trabalho de arte, surgindo como personagem que se transforma em esculturas e volumes. Já os desenhos insinuam o corpo como agente inicial e, no processo de feitura, aparece como agente primordial. Alguns são construídos com grafite em pó sobre papel, matéria primeira de desenhos, rascunhos e anotações. Eles falam do próprio processo de construção de planos, e quase se transformam em esculturas, ou desenhos tridimensionais, pela sutil dobra do papel.

 

Para o crítico Cauê Alves, que assina o texto expositivo, “a discussão da noção de corporeidade fica mais explícita nas fotografias em que a superfície do corpo da artista, em escala real, surge parcialmente coberta pelo mesmo papel japonês de outros trabalhos. Mas nele as dobras retas claramente não se adaptam ao corpo em movimento da artista e, aos poucos, dão lugar aos amassados. A impossibilidade de encontrar uma sincronia completa, um encaixe perfeito entre o corpo e as dobras do papel, resultam em imagens em que os movimentos dos braços e pernas são limitados pela geometria. Mas ao se aproximar da dança, é como se a artista elevasse ao grau máximo a expressividade que uma folha retangular desenrolada pode adquirir. O conflito entre o corpo humano e o corpo do papel se resolve na constatação da origem orgânica em comum compartilhada por ambos”, afirma.

 

Na série “Queda”, o conceito de desenho e de escultura se fundem tanto nos materiais quanto nos diálogos que a artista cria entre as obras e entre a arquitetura da galeria. O plano bidimensional e o  tridimensional se confundem entre o processo inicial e o resultado final da obra. Eles coexistem do início ao fim do processo, se transformando em “desenhos tridimensionais” e “esculturas bidimensionais”.

 

 

Ding Musa

 

No segundo andar, em sua exposição de estreia na galeria Raquel Arnaud, Ding Musa reúne em “Equações” uma série de trabalhos que lida ao mesmo tempo com o conceito de infinito de limite. “A idéia de infinito como experiência sensorial fracassada, ou como uma tentativa humana de experimentá-la através da estética aliada à matemática e a representação e seus limites”, ressalta o artista.

 

Esses trabalhos recentes de Musa, fotografias, objetos de metal, parede de azulejos, e instalação com espelhos, fotografia – singulares ou em duplas, com paralelismos ou espelhamentos, segundo o crítico Paulo Miyada faz pensar em fórmulas químicas, proporções algébricas, equivalências geométricas e equilíbrios de forças. “São notações fundamentais para toda a educação porque nos deixam expressar, quantificar e calcular relações entre grandezas mais ou menos abstratas”, afirma.

 

Segundo Miyada, ainda, muitas das obras da exposição de Ding Musa, principalmente quando há duas ou mais partes similares, convidam o espectador a perscrutar possíveis diferenças entre elas. “Perceber as relações de equivalência aparente e a infinita desigualdade que a realidade traz. É prática que faria bem também para duvidar da pecha de “exatas” que a educação aplica aos campos de conhecimento mais afins às fórmulas e equações”, completa.

 

 

De 26 de novembro a 20 de dezembro.

Exposição de Bel Pedrosa na Gustavo Rebelo Arte

19/nov

A galeria Gustavo Rebello Arte, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta ao público carioca a exposição “Partituras no Asfalto”, um ensaio geométrico e abstrato de colagens de fotos da sinalização de trânsito no asfalto de várias cidades, da fotógrafa carioca Bel Pedrosa. A mostra, que já passou por São Paulo, chega agora ao Rio de Janeiro composta de 17 fotografias que revelam formas geométricas e abstratas com cores vibrantes do cenário urbano, resultado das andanças da fotógrafa por bairros do Rio de Janeiro e de cidades como Santiago do Chile, São Paulo, Belo Horizonte e Búzios.

 

Em 2012, durante uma viagem ao Chile, Bel observou um quebra-molas e começou a série. Passou a registrar a sinalização de trânsito no asfalto, faixas de pedestres, ciclovias, pistas exclusivas de ônibus, alerta de fiscalização eletrônica, etc. Num primeiro momento, ela decompõe a sinalização para depois construir digitalmente imagens, paisagens urbanas. As “colagens” são formadas ao agrupar as fotos abstratas, e por isso nem sempre identificáveis, de acordo com a cor, a cidade, o bairro e a rua. O resultado são trabalhos que revelam cores e traços marcantes de paisagens urbanas.

 

No texto de apresentação da exposição a pesquisadora, fotógrafa e doutora em comunicação Cláudia Linhares Sanz, que escreve críticas e artigos para o site de fotografia Icônica, discorre sobre o universo lúdico de Bel Pedrosa: “Por onde se inicia o jogo que Bel Pedrosa nos propõe? Sua coleção de pequenos pedaços do mundo nos faz percorrer múltiplos itinerários: não sabemos ao certo por onde é dada a partida; somos, no entanto, levados pelos movimentos das imagens, vetores que direcionam nosso olhar, setas apressadas, cortes diagonais desviantes; círculos às vezes vagarosos, outras, apressados. A cada lance, é possível reiniciar a jogada, começar talvez pelo meio do tabuleiro: e se o olho agora andasse por outra direção, e se brincássemos num zigue-zague, e se recomeçássemos dessa vez de trás pra frente? Onde parar? Quando cessar o trânsito? Uma olhadela seria suficiente para ver seus tabuleiros ou a singularidade de seus diagramas surge na duração que cada jogada permite? Um mapa do mundo dos detalhes: despercebidos, discretos, inexpressivos, tocam, nas imagens de Bel Pedrosa, uma espécie de partitura secreta. Mapas de pequenos enigmas”.

 

 

Sobre a artista

 

Bel Pedrosa, Rio de Janeiro, 1962, fotógrafa. Começou a fotografar nos anos 80. Foi assistente de Carlos Freire e fez estágio no famoso laboratório Publi’Mod Photo, em Paris. No fim dos anos 80, morando em São Paulo, trabalhou como repórter fotográfica no jornal Folha de São Paulo, até 1995, quando resolveu ser fotógrafa independente e se mudou para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Trabalha para vários jornais e revistas brasileiras (Valor Econômico, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, IstoÉ, Época, Carta Capital, entre outros) e estrangeiros (El País, Le Monde, Liberation, The New York Times, Art Presse, Village Voice, Studio Voice, entre outros). É conhecida por seus retratos de escritores nacionais e estrangeiros para diversas editoras, tais como Companhia das Letras, Objetiva, Planeta do Brasil, Agir, Cosac Nayfi, Bloomsberry, Picador, Tusquets, Luchterhand. Participou de mais de 20 exposições coletivas no Brasil, na Europa e na América Latina. Realizou 5 individuais no Rio de Janeiro, São Paulo, Angola e Equador. Faz parte da Coleção Masp-Pirelli (2006) e tem fotos em diversas coleções particulares em diversos países.De 27 de novembro a 20 de dezembro.   TAGS:  Partituras no Asfalto – Bel Pedrosa, Gustavo Rebello Arte, Claudia Linhares Sanz, Valor Econômico, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, IstoÉ, Época, Carta Capital, El País, Le Monde, Liberation, The New York Times, Art Presse, Village Voice, Studio Voice, Companhiaa das Letras, Objetiva, Planeta do Brasil, Agir, Cosac Nayfi, Bloomsberry, Picador, Tusquets, Luchterhand.

 

 

De 27 de novembro a 20 de dezembro.

Eixo Arte reúne 24 artistas

18/nov

Fechando o ano e iniciando sua primeira exposição coletiva, a EIXO Arte, Urca, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Paisagens inventadas”. Sob a curadoria de Marco Antônio Portela a exposição leva ao visitante, fotografias e vídeos de 24 artistas. A exposição propõe a reinvenção da paisagem sob uma perspectiva contemporânea, usando como forma de circulação a rede mundial de computadores para refletirmos sobre a noção de paisagem frente aos desafios que a contemporaneidade apresenta.

 

Importantes nomes das artes visuais estarão presentes na primeira coletiva da jovem, porém inovadora plataforma. A novidade para esta coletiva, contam Sara Figueiredo e Sandra Tavares (fundadoras da Eixo) é que a  exposição virtual 3D será projetada em espaço real no momento exato de seu lançamento na web, fato este que marcará um novo momento na trajetória da Eixo.

 

A escolha do Ateliê da Imagem, situado na Urca, não foi por acaso.  Entre artistas, estudantes, amigos e o tradicional bairro nobre da Zona Sul da cidade do Rio, o Ateliê da Imagem vem se consolidando como uma das principais referências brasileiras no ensino, produção e pensamento sobre a fotografia e a imagem contemporânea. Uma escola livre de imagem, responsável pela formação de uma nova geração que hoje é revelada em concursos, editais e projetos em todo o Brasil.

 

 

Artistas participantes

 

Albé, Alexandre Hypólito, Ana Costa Ribeiro, Ana Dalloz, André Sheik, Angela Rolim, Bruno Veiga, Carolina Cattan, Carolina K, Celina Portella, Cleantho Viana, Felipe Braga, Greice Rosa, Ismar Ingber, João Araújo, Kitty Paranaguá, Leandro Pimentel, Leonardo Ramadinha, Marcos Bonisson, Monica Mansur, Patrícia Gouvea, Roberto Unter, Rogério Reis e Thiago Barros.

 

 

Sobre a EIXO

 

A EIXO Arte é um espaço que trabalha exclusivamente com exposições virtuais, e marca sua presença no segmento artístico utilizando-se de recursos 3D e multimídia, com o intuito de apresentar novos trabalhos e, de maximizar as possibilidades do espaço expositivo convencional, onde, apesar da liberdade metafórica, existe a delimitação de ordem física.

 

 

Dia 28 de novembro, às 19h no Ateliê da Imagem.

Recortes de uma coleção na Ricardo Camargo Galeria

 

A Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, inaugura nova edição do projeto “Recortes de uma Coleção” trazendo uma seleção de fotografias do colecionador Marcelo Cintra, em exposição pela primeira vez no circuito cultural paulistano. Com curadoria de Ricardo Camargo e texto de Diógenes Moura, a mostra exibe 18 fotografias – p&b e cor – de dez autores renomados do circuito brasileiro e internacional, como Begoña Egurbide, Cristiano Mascaro, Mario Cravo Neto, Miguel Rio Branco, Pedro David, Pedro Motta, Pierre Verger, Robert Mapplethorpe, Sebastião Salgado e Tuca Reinés.

 

O recorte elaborado para a mostra é composto por imagens que, de alguma forma, ângulo, ou em algum momento entre o olhar e a apreensão da cena pelo profissional, retrata a figura humana; no todo ou em partes, em movimento ou estático. “O conjunto de imagens escolhido na coleção de Marcelo Cintra trata dessa relação: o fotógrafo e o outro, ele mesmo.”, define Diógenes Moura.

 

Fases representativas dos fotógrafos com trabalhos icônicos das mesmas estarão dispostas lado a lado, formando um painel visual harmônico e ao mesmo tempo diversificado, abrangendo temas dos mais variados como crenças populares, sadomasoquismo e sensualidade, entre outras.

 

A coleção de Marcelo Cintra possui como base primordial o olhar criterioso do colecionador: “…somente compro as fotos que me emocionam; seja pelo tema abordado ou pela técnica utilizada” define Marcelo Cintra. A inclusão da fotografia em seu acervo pessoal ocorreu após uma visita, já há alguns anos, a semana de Fotografia em Madrid; sendo que nos dias atuais estas já respondem por 20% de suas obras de arte.

 

 

De 25 de novembro a 17 de dezembro.

Oske exibe Samsara

17/nov

A 1500 Babilônia, Leme, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Samsara”, do fotógrafo nipo-brasileiro Hirosuke Kitamura (apelidado de Oske), composta por 16 imagens feitas durante suas viagens à Índia.

 

Nascido em Osaka, Japão, e morador de Salvador, Bahia, Oske se sentiu impactado durante suas expedições pela Índia. A cultura extremamente exótica e o caos desenfreado das cidades o impregnaram a ponto de lhe dar a sensação de estar percorrendo um labirinto. Não obstante essa realidade desordenada, Oske percebeu uma ordem natural operando através do forte contato entre os seres humanos e os elementos da natureza, de tal modo que uma profunda serenidade emana entre aquele povo.

 

Esta conexão entre o homem e a natureza, a transformação, a morte e a vida infinita é uma crença espiritual enraizada na cultura indiana. Desta percepção surgiu a série “Samsara”, na qual o fotógrafo explora o movimento dos corpos humanos, cenas cotidianas como o banho no Ganges, a textura da carne crua dos animais, que se transformam pela passagem do tempo. O cenário gerado por essas imagens não expressa alegria, preocupação, tristeza nem raiva, simplesmente vai passando com o silêncio que emana dele.

 

Dentro do hinduísmo e de outras religiões orientais, “Samsara” representa o ciclo de renascimento. Segundo esta filosofia, após a morte, a alma vai para Lua, cai com a chuva e passa para as plantas. A planta, ao ser comida pelo homem, é absorvida e se transforma no esperma. Após o sexo, o espírito volta novamente à vida através do nascimento de um novo ser. Estes fenômenos de interligação entre todos os elementos – ambiente, corpo e espírito – aparecem e desaparecem na escuridão, mostrando o círculo infinito de “Samsara”.

 

Neste novo trabalho, não há separação de tempo e espaço, paraíso e inferno, dia e noite, pois não existe definição de nada, apenas a mistura desses elementos silenciosos com a natureza humana. Nas palavras de Oske: “Ainda não consigo compreender exatamente o que eu vi na Índia. Talvez este mundo sem rumo, sem certezas, também seja como o círculo de Samsara, que segue misterioso e me hipnotizando.” Direção: Alex Bueno de Moraes.

 

 

De 27 de novembro de 2014 a 21 de fevereiro de 2015.

Pedro David e a Fase Catarse

12/nov

 

Fotógrafo representado pela Galeria da Gávea, Rio de Janeiro, RJ, Pedro David apresenta sua “Fase Catarse” em sua primeira exposição individual na cidade. A mostra reúne três séries produzidas entre 2008 e 2011 – “Aluga-se”, “Coisas caem do Céu” e “Última Morada”. Em comum, elas trazem a interpretação do ambiente urbano particular do artista mineiro nascido em Santos Dumont.

 

A exposição traduz a leitura de Pedro David para momentos de introspecção, incômodo e superação vivenciados nestes quatro anos. Aborda a exaustiva busca para encontrar um lugar para se viver nos centros urbanos, a falta de educação de vizinhos, e o esforço de recuperação após a morte da mãe por meio de um olhar poético sobre seu ambiente e pertences.

 

Cada um dos trabalhos foi produzido enquanto o artista vivenciava tais situações cotidianas, em um processo no qual a fotografia servia, a cada registro, como instrumento de catarse. “As fotos me guiaram por essas situações, me ajudando a entendê-las e a passar por elas. Não à toa decidi reunir as três séries em uma única mostra, pois juntas representam um momento importante na minha vida”, comenta.

 

São ao todo cerca de 30 fotografias impressas em diversos tamanhos, além de uma instalação áudio visual composta por fotografias editadas em vídeo, acompanhadas por pequenos poemas autorais que introduzem cada série.

 

 

Aluga-se, 2008

 

Na primeira série, o artista apresenta uma coleção de fotografias realizadas em apartamentos vazios, oferecidos para locação e visitados em 2008 enquanto procurava um novo lar. São paredes vazias, que registram o caminho da luz dentro destes ambientes. “Aluga-se” parte de uma metáfora sobre a vida nos grandes centros. A busca da luz, presente nas fotografias, alude diretamente à observação do futuro inquilino, que observa a luminosidade dos apartamentos visitados, e simboliza a busca de sentido do urbanóide contemporâneo”, explica.

 

 

Coisas Caem do Céu, 2008/2009

 

Já no segundo momento, objetos insignificantes, lançados por vizinhos por suas janelas e depositados na área privativa de seu apartamento após busca frenética registrada na série “Aluga-se”, foram colecionados e cuidadosamente fotografados em ´close up´,  técnica semelhante à utilizada para fotografar esculturas. “Objetos que nem sequer mereceram ser dispensados à lixeira, tinham sido simplesmente lançados para fora das vidas dessas pessoas. Ganharam então uma atenção especial depois de serem encontrados sobre o piso cimentado da minha residência”, conta.

 

 

Última Morada, 2010

 

A trilogia é encerrada com 15 fotografias editadas em um vídeo, sequenciadas em lentas fusões e acompanhadas por um som ofegante de respiração. Os trabalhos representam o retorno do artista ao apartamento que antes compartilhava com sua mãe, após morte dela, para esvaziá-lo. Foi um mês de visitas antes de tirar qualquer coisa, fotografando sua última morada. Com o auxilio dos registros, a antiga presença foi transformada em permanente ausência.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no município de Santos Dumont, Minas Gerais, em 1977, Pedro David vive e trabalha entre Nova Lima e Belo Horizonte. Fotógrafo e artista visual, graduado em jornalismo pela PUC-MG, em 2001, cursou pós-graduação em artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard, UEMG, 2002. Tem três livros publicados – “Paisagem Submersa” pela Cosac Naify 2008, “O Jardim”, pela Funceb 2012 e “Rota Raiz” pela Tempo D´Imagem 2013. O artista possui trabalhos em coleções como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Musée du Quai Bralnly, Paris, e a prestigiada Coleção Pirelli – MASP.

 

Entre as mostras individuais, destacam-se a realizada na Galeria Astarté, Madri, Espanha – 2014, MAM – Bahia, Salvador, 2012, Lemos de Sá Galeria, Belo Horizonte, 2012, Fauna Galeria, São Paulo, 2012, as mais recentes. Entre as coletivas, participou da I Bienal de Fotografia do MASP, São Paulo, 2013, Photoquai, Paris, 2013 e em Esquizofrenia Tropical, Photoespaña – Madri – 2012, além das realizadas no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Fortaleza-CE, 2012, Ex-Teresa arte Actual, México D.F., 2011, Museu da Imagem e do Som, São Paulo – 2011, Geração 00, Sesc Belenzinho – São Paulo, 2011, Noordelicht Photogallery, Groningen, Holanda, 2008 e na 5ª Bienal de Fotografia e Artes Visuais de Liége, Mammac – Liége, Bélgica, 2006. No currículo contam ainda prêmios como o Nexo Foto, Madri, Espanha, 2014, o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, 2011, Prêmio União Latina – Martín Chambi de Fotografia, 2010 e o Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia, 2005, entre outros.

 

 

De 14 de novembro de 2014 a 30 de janeiro de 2015.

Em São Paulo e Ribeirão Preto

06/nov

Desde que inaugurou a unidade de São Paulo em março deste ano – a Galeria Marcelo Guarnieri encerra a programação de 2014 com a coletiva “Contínuo”, unindo, simultaneamente, uma  exposição nas duas unidades, em São Paulo e Ribeirão Preto. A partir do dia 08 de novembro (sábado), no espaço da Alameda Lorena, o público pode conferir as recentes pesquisas de 27 artistas da geração contemporânea, em diversas linguagens como vídeo, instalação, pintura, fotografia e escultura. Destaques para a instalação de Amélia Toledo, para o ensaio sobre a Amazônia do fotógrafo Edu Simões, e para as obras de artistas como Deborah Paiva, Ana Paula Oliveira, Pedro Urpia, Marcus Vinicius, Luiz Paulo Baravelli, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado e Rogério Degaki.

 

Dando continuidade em suas pesquisas acerca da pintura tridimensional, Amélia Toledo apresenta a instalação “Sem Título”, como um dos destaques inéditos da exposição. Cordas que pendem do teto ao chão, pintadas na cor azul, verbalizam um convite à relação entre o espaço, a obra e a percepção do público. “Horizonte”, instiga pelo inusitado uso de acrílico com o linho em grande dimensão.

 

Integrante do novo elenco que a galeria exibiu na edição da SP-Arte/Foto deste ano, Edu Simões propõe a série dos anos 80 com 12 imagens intituladas “Amazônia”. Na poética visual do artista, salta aos olhos o uso da linguagem P&B, como contraponto ao imaginário recorrente quando se aborda uma das regiões mais ricas em natureza do país. Há espaço nas fotografias para os nativos e trabalhadores, como para a vegetação e a paisagem com as suas texturas, dobras que criam outras figuras e refletem o papel que o jogo de luzes possui em sua fotografia autoral.

 

Na pintura, o trabalho de Deborah Paiva sugere temas do cotidiano, as relações sociais pensadas a partir das distâncias espaciais e temporais, a impossibilidade dialógica na solidão, como inevitáveis da condição humana. Suas imagens trabalham estes temas, contrapondo-os com o uso da técnica de guache sobre papel. Utilizando uma técnica diversa, a de óleo sobre papel, a artista possibilita outro olhar de seu trabalho em obras como “Dança”, “Sem Título”, “Sem Título” e “Vernissage”, todas de 2014, nas quais os tons de preto e branco prevalecem. Por seu turno, Marcus Vinicius, mostra um desdobramento de sua individual realizada na unidade de São Paulo neste ano.  Em seu universo de pesquisa, manifesta-se sua investigação a partir da materialidade das obras, de um elemento central desenvolvido em quinze anos de carreira, a Estrutura Quadro. O conceito deve ser compreendido como uma estrutura com dimensões pré-estabelecidas, que ligada à parede preserva seus caracteres bidimensionais, cujos elementos podem ser estudados separadamente e repropostos segundo uma ordem estabelecida pelo artista.

 

Ana Paula Oliveira repensa as dimensões das obras na sua pesquisa em “Harbour View”,  ao propor esculturas em pequeno formato. Criando uma espécie de sobreposições de telas de vidros transparentes colocadas assimetricamente lado a lado, os objetos sugerem espaços e perspectivas de olhares em relação com o ambiente. Pedro Urpia mostra o seu “Arquivo à deriva”, um objeto em formato de arquivo, no qual mini portas laterais guardam seis pinturas diferentes. Apresentadas na década de 80 no MAM-SP as icônicas estruturas de metal de Luiz Paulo Baravelli integram-se à exposição com mais uma série de pinturas inéditas. As esculturas vazadas podem ser compreendidas, a partir de suas interações com pontos de apoios, como a parede. Ainda nesta linguagem, duas esculturas de parede em preto e dourado de Flávia Ribeiro. Conhecido pelo seu universo com forte apelo do imaginário lúdico, Rogério Degaki – artista falecido em 2013 – terá duas peças esculturas apresentadas.

 

Num total de mais de 70 obras, o conceito curatorial de “Contínuo”, além da aproximação de diversas linguagens e artistas de vários períodos, insere a possibilidade de conhecer desdobramentos das recentes pesquisas dos 27 nomes que integram a coletiva. “Trata-se de um panorama dos artistas representados pela Galeria”, explica Marcelo Guarnieri. Em março, durante a ocasião de abertura da unidade de São Paulo, o galerista afirmou, ainda, o desejo em propor um intercâmbio entre as duas unidades.

 

“Contínuo” encerra o ano de 2014 na esteira desta proposta, trazendo a mais recente produção artística contemporânea, com nomes como Alice Shintani, Amelia Toledo, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Cristiano Mascaro, Deborah Paiva, Edu Simões, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado, Gerty Saruê, Guilherme Ginane, Guto Lacaz, Ivan Serpa, João Paulo Farkas, José Carlos Machado, Liuba, Luciana Ohira e Sergio Bonilha, Luiz Paulo Baravelli, Marcello Grassmann, Marcus Vinicius, Mariannita Luzzati, Masao Yamamoto, Paola Junqueira, Pedro Hurpia, Renata Siqueira Bueno, Rogerio Degaki e Silvia Velludo.

 

 

Abertura em São Paulo: 08 de novembro (sábado), das 10 as 19 horas.

 

Abertura em Ribeirão Preto: 28 de novembro (Sexta-feira), das 19 as 22 horas.

O TOM DO AZUL

04/nov

O Gris Escritório de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP,  abre a exposição coletiva “#kindofblue”, com curadoria de Sue-Elie Andrade-Dé, composta por cerca de quarenta fotografias de Beto Riginik, Cassandre Sturbois, Cholito Chowe, Julia Milward, Gabriela Portilho, Luiz Trezeta e Victor Dragonetti, dois desenhos e uma peça exclusiva do designer de mobiliários e artista plástico Rodrigo Edelstein, além de uma instalação com esculturas, da artista plástica Norma Grinberg, e um livro de Julia Milward. Inspirada na cor azul e em todas as possibilidades criativas que a envolvem, a mostra acontece sob uma perspectiva de improvisação, de multiplicidade, imersa em cores que delimitam o espaço do indefinível, construindo e desconstruindo elementos.

 

Através do tempo, o azul deixou de ser apenas uma cor – evoluiu e se tornou um conceito versátil. Em nossa sociedade, o azul tem o efeito psicológico do frio e da masculinidade, mas é também considerado como a cor da verdade, e de forma mais negativa, da melancolia e da morte. “Quem nunca se assustou ao ver aparecer o famoso ‘blue screen’ na tela do computador?”, comenta a curadora da exposição. Em “#kindofblue”, a intenção é explorar todos esses conceitos, em obras que não necessariamente reproduzem a coloração, mas que, de alguma forma, transmitem as sensações que o azul carrega. Citando algumas peças que fazem parte da mostra, uma fotografia de um crânio humano coberto com tinta azul, de Cholito Chowe; Gabriela Portilho expõe “Luz”, com uma paisagem composta por coqueiros e um fundo degradê com tonalidades que vão do cinza ao azul; Victor Dragonetti apresenta “Ana”, fotografia em preto e branco retratando uma mulher tirando a blusa, sozinha em um ambiente melancólico; e “Ópera do Malandro”, em que Beto Riginik fotografa um homem vestido de mulher em um clima vintage de câmeras analógicas antigas, com fundo que mescla diferentes tons de azul.

 

Para a mostra, destacam-se como referências o famoso disco de jazz de Miles Davis, “Kind of Blue” – do final da década de 1950, composto como uma série de esboços “modais”, com o intuito de deixar os músicos interpretarem as músicas no improviso, da forma mais espontânea possível; O artista francês Yves Klein, que se proclamava dono do céu, inventando o IKB (International Klein Blue), um pigmento azul que tem a capacidade de provocar uma sensação quase perturbadora de proximidade e de infinito simultaneamente; Claude Machurat, psicanalista da Association Lacanienne Internationale pour le Cercle Castellion, que evoca o azul como a “música dos olhos” – fazendo referência ao compositor Frédéric Chopin em sua busca da “note bleue”.
Contribuindo com a proposta original do GRIS Escritório de Arte, “#kindofblue” traz para seu acervo novas linguagens, com foco na fotografia emergente e incentivando projetos singulares, proporcionando ao público a oportunidade de vivenciar uma experiência cultural consistente, em um ambiente criativo e inspirador.

 

 

De 08 de novembro a 20 de dezembro.