Exposição individual em parceria

14/set

 

 

Gretta Sarfaty apresenta “Revelações” na Marli Matsumoto Arte Contemporânea, Sumarezinho, São Paulo, de 24 de setembro a 01 de outubro. Realizada em parceria com a Central Galeria e com curadoria de Tálisson Melo, a mostra compreende a reencenação da performance “A Maga” (1978) e a série fotográfica Kabbalah (1984-1985), até então inédita.

 

Em 1978, Gretta Sarfaty participou do happening coletivo “Mitos Vadios”, orquestrado por Ivald Granato. Cerca de vinte artistas participaram com propostas efêmeras de performance e instalação – como Hélio Oiticica, Anna Maria Maiolino, Regina Vater, Lygia Pape, José Roberto Aguilar e Marta Minujín. Gretta, totalmente vestida de branco, encarnou uma personagem, “A Maga”, enquanto perambulava pelo estacionamento da Rua Augusta abordando pessoas para conversas individuais, leituras de suas mãos e aura, ou breves meditações numa tenda de tecido. Essa foi a primeira performance pública da artista, que prosseguiu em sua busca mística e de interação identidade-alteridade.

 

Mais tarde, entre 1984 e 1985, vivendo em Nova York, Gretta passou a frequentar lições de Kabbalah no Eastern Parkway, Brooklyn, e as festas da comunidade judaica local. Tendo sido uma das primeiras mulheres a ter acesso às aulas sobre Kabbalah, carregou sua câmera fotográfica e realizou uma série de registros das interações entre as pessoas numa observação aguda e sutil das dinâmicas sociais que a circundavam.

 

A inauguração de “Revelações”, que ocorre na antevéspera do Ano Novo Judaico, terá ainda a apresentação do shofar (tradicional instrumento de sopro) executado por Lúcia Chermont, celebrando o início de um novo ciclo.

 

Novo representado pela Galatea

 

A Galatea, Jardins, São Paulo, SP, anuncia a representação do artista carioca Allan Weber.

 

Sobre o artista

 

Weber nasceu em 1992 na comunidade das 5 Bocas em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Entre as experiências que despertaram seu interesse pela arte estão o seu contato com a pixação e com a fotografia, esta última pela via do skate. Desde então, aprofunda e desenvolve a sua pesquisa no campo da fotografia e da produção de objetos e instalações. Em 2021, realizou o curso Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e abriu a galeria 5 Bocas, localizada no bairro onde mora.

 

O artista aborda, por meio de diferentes linguagens, o dia a dia em uma comunidade do Rio de Janeiro. Ao fazê-lo, não se posiciona simplesmente como um observador: esta realidade que compartilha com o público é a sua e a de todos que o circundam. Por meio do título de sua primeira exposição individual, Weber nos diz Existe uma vida inteira que tu não conhece (2020) – e, desse modo, evidencia o seu interesse.

 

Em maio de 2020, a série fotográfica Tamo junto não é gorjeta, feita durante o primeiro confinamento provocado pela pandemia do coronavírus, quando trabalhou como motoboy de aplicativo,foi capa da revista Zum #20, editada pelo Instituto Moreira Salles. Nessas imagens que retrataram um momento histórico e trágico da pandemia, o abismo entre a vivência dos seus colegas de trabalho e aquela dos clientes dos deliveries é explicitado. No mesmo ano, publicou em edição independente o fotolivro Existe uma vida inteira que tu não conhece, que toma emprestado o título da sua primeira individual.

 

Entre as principais exposições que participou, estão: Abre Alas 17, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2022; Saravá, Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, 2022; A gente precisa se ver pra acreditar que é possível, 5bocas, Rio de Janeiro, 2021; Rebu, Parque Lage, Rio de Janeiro, 2021; Existe uma vida inteira que tu não conhece, Dízimo A Noiva, Rio de Janeiro, 2020.

 

Dando início a essa parceria, a Galatea apresentará na ArtRio 2022, que acontece entre os dias 14 e 18 de setembro, o projeto Allan Weber: Traficando arte, exibindo um grande conjunto de obras produzidas para a série Traficando arte. Nela, o artista propõe uma subversão da ideia negativa de tráfico de drogas para uma proposição positiva de tráfico de arte, pensada a partir da noção de troca, negócio e diálogo. Ou, em suas palavras: “Minha obra fala sobre a geopolítica carioca e a produzo desconstruindo objetos e códigos usados pelo tráfico de forma subjetiva para a criação de novos conceitos.”

 

É, portanto, com muito entusiasmo que anunciamos Allan Weber como o nosso primeiro artista representado.

 

 

Afinidades e contrastes em exposição

12/set

 

 

A exposição “Anima e Furor”, Galeria Mamute, Porto Alegre, RS, integrando o roteiro de mostras da 13ª Bienal do Mercosul, no projeto Portas para a Arte, reúne cinco artistas que participam da Bienal – Bruno Borne, Elias Maroso, Karola Braga e o duo Ío (Laura Cattani e Munir Klamt), apresentando obras inéditas. A mostra com a curadoria de Henrique Menezes multiplica as oportunidades de encontro do público com a produção de nomes em ascensão na arte nacional.

 

A palavra do curador

 

Operando na mediação entre a consciência e o mundo, a linguagem intervém como um universo de construção de sentidos e expressão do pensamento. Ao mesmo tempo que a opacidade da língua apresenta-se como um desafio para espelhar de forma cristalina o mundo, essa mesma característica é também a vocação mais fértil dos vocábulos: as palavras permitem a constante expansão de seus sentidos, tanto pela fricção de seus significados quanto pela soma ou repulsa de suas acepções.

 

Encarar a língua como uma entidade viva, talvez, seja uma das abstrações mais fascinantes da cultura: seja pela tradução, pelas migrações e trânsitos, ou puramente pela evolução natural dos signos a partir do seu exercício, há sempre uma intimidade essencial entre os indivíduos e as palavras.

 

Ferreira Gullar – exímio ao lapidar imagens através do vigor e do rigor das palavras – sugere: “Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem”. Conjugar esses três conceitos aparentemente díspares – o Ser, a vertigem e a língua – é uma das possíveis provocação para adentrar Anima e Furor, uma exposição que oscila entre as afinidades e os contrastes evocados por tais termos.

 

Com origem no Latim, a palavra anima remete à imagem de sopro, ar ou brisa, assumindo ao longo do tempo os conceitos de princípio vital ou alma – este último, altamente combalido pelo misticismo e pela religiosidade. Recorrente na poesia, a expressão ganhou novos semblantes através da psicologia analítica de Carl Jung: anima é empregado como um dos componentes da psique ligado ao inconsciente coletivo, uma das estruturas que representam a característica contra-sexual de cada indivíduo. Se anima nos transmite uma aura de placidez, o emprego de furor, por sua vez, evoca estados de grande excitação, frenesi e inspiração. É um impulso incontrolável, igualmente impetuoso e inconsequente: percebemos aqui uma vibração intensa ora apontando à fúria e ora acercando-se da paixão desmedida.

 

A exposição Anima e Furor reúne obras inéditas de Bruno Borne, Elias Maroso, Karola Braga e o duo Ío (Laura Cattani e Munir Klamt), cinco artistas presentes na Bienal do Mercosul de 2022 – não é coincidência que o tema dessa mostra seja Trauma, sonho e fuga, remetendo a fenômenos que se manifestam no inconsciente. Sem buscar limitações ou similitudes entre as obras, o conjunto de trabalhos expande e aprofunda as pesquisas individuais de cada artista, entrelaçando a centralidade do indivíduo a sistemas simbólicos que trazem ecos da mitologia e da ótica, perpassando a percepção sensorial e espacial.

 

Transpor qualquer discurso em gesto artístico assume ritmos e tons imprevisíveis: Jung via o processo da anima como uma das fontes da potência criativa, aliada à sensibilidade e ao inconsciente. Em uma aproximação semântica e sintática, furor é também o sintoma de certos delírios, evocando a agitação violenta dos ânimos – manifestada por palavras, ações ou intenções.

 

Até 29 de outubro

 

Universo vegetal

 

 

A exposição “Há céu por toda parte”, de Mercedes Lachmann, projeto curatorial de Marisa Flórido, em cartaz na Galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, São Conrado, Rio de Janeiro, RJ, é uma investigação sobre o universo vegetal e suas potencialidades. A artista coleta plantas, árvores e folhas caídas pela cidade, e com elas elabora seu jardim particular. Os trabalhos irradiam a medicina das ervas, sugerem novos ciclos de vida para folhas maduras, e denunciam a derrubada das florestas.

 

Sobre a galeria

 

Gaby Indio da Costa atua no mercado de arte desde 2009 e desde então acompanha de perto a produção de vários artistas. Realizou diversas exposições, algumas em parcerias com instituições e a maioria com a curadoria de críticos e curadores renomados. Em 2017 cria a galeria Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea que tem como objetivo principal, divulgar a produção dos artistas que representa e suas propostas, promover projetos e exposições e manter um diálogo constante com críticos, curadores e colecionadores, incentivando a formação de novas coleções e buscando fortalecer as que já existem. A galeria trabalha com artistas jovens e consagrados, alguns com trajetória consolidada, todos eles comprometidos com a experimentação, a ousadia no âmbito da linguagem que define a arte contemporânea. Prova disso são os convites constantes para compor exposições nacionais e internacionais, e o interesse crescente de jovens colecionadores, além de coleções estabelecidas, públicas e privadas.

 

Até 28 de outubro.

 

A partida de Emanoel Araújo

 

 

A Galeria Simões de Assis, Curitba e São Paulo, comunica com profundo pesar o falecimento do grande artista, curador, gestor cultural e colecionador Emanoel Araujo. Seja em seus mais de 60 anos de produção, na liderança de importantes instituições e museus, ou no incansável trabalho de descobrir, colecionar e preservar obras e memórias fundamentais para a cultura brasileira, Emanoel Araújo nos deixa um legado imensurável.

Natural de Santo Amaro da Purificação (1940-São Paulo, 2022), Bahia, iniciou-se ainda criança no ateliê de Eufrásio Vargas. Mais tarde, mudou-se para Salvador e frequentou a Escola de Belas Artes da UFBA, onde estudou gravura sob os auspícios de Henrique Oswald. Em 1977, participou do II Festac, um festival internacional realizado em Lagos, na Nigéria, onde se reuniram artistas africanos e da diáspora para celebrar a cultura negra. Ali, Emanoel Araújo pode identificar a raiz de seu pensamento abstrato e de seu interesse pelas manifestações simbólicas na arte. A partir de então, sua produção ganhou contornos tridimensionais, materializada principalmente em relevos geométricos de ângulos agudos e volumes que exploravam cheios e vazios, sombra e cor. No início da década de 1980, atuou como diretor do Museu de Arte da Bahia e, em 1988, foi convidado a lecionar na The City University of New York, onde conheceu importantes artistas e pensadores estadunidenses. No início da década de 1990, assumiu a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e foi figura crucial na reestruturação do museu, liderando a iniciativa de reforma do prédio que contou com projeto de Paulo Mendes da Rocha. Também organizou algumas das mais relevantes mostras da instituição, como a de Rodin e a de Niki de Saint Phalle. Deixou a Pinacoteca em 2002 e, em 2004, fundou o Museu Afro Brasil, em São Paulo, que dirigiu até a sua morte.

O Museu Afro, como é carinhosamente conhecido, tem um acervo de mais de 8 mil peças, sendo grande parte advinda da coleção pessoal de Araújo, resultado de décadas de pesquisa incessante. Araújo foi também um figura essencial na difusão de artistas negras e negros no Brasil. Agora, Emanoel Araújo deixa uma obra pessoal incomparável, além de um patrimônio público de valor inestimável.

 

 

Festança Gentil

06/set

 

 

Assinale-se que A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, completou 19 anos de vida neste dia 06 de setembro.

 

No sábado, dia 10 de setembro, A Gentil Carioca do Rio de Janeiro comemora a data em uma grande festa com DJ, bolo e cerveja; e abrirá a mostra “BREJO”, de Vinícius Gerheim. Agradecem e avisam que: “Seguimos pulsantes, acreditando cada dia mais na arte e em toda sua potência transformadora, sonhando com uma sociedade mais igualitária e que respeite as diferenças. Desejamos que este novo ciclo nos abra os caminhos; que através da democracia possamos reunir forças em prol da cultura, da ciência, da educação, da arte, do conhecimento, do amor, da inteligência e sensibilidade humana. Nessas quase duas décadas de existência, resistimos e dividimos momentos que jamais poderíamos esquecer. Agradecemos aos que estiveram conosco e convidamos a todes para celebrar, na nossa encruzilhada, mais um aniversário”.

 

Na exposição, biomas mineiros da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica materializam corpos ex-castrados em novas possibilidades de liberdade. O artista parte da memória, tangenciando padrões e repetições de uma atmosfera autobiográfica. Perpassa lembranças, visita a História da Arte e trava negociações entre figuras e fundos.

 

Paralelamente à exposição, será lançada a “Camisa Educação Nº 88: Em curvas de subjetividades”, por Vinicius Pinto Rosa. Esperamos vocês! DJ – Alucas do Trópico Sul, Bolo – Rita Lara, da @naturalfit.box, Apoio – Beck’s

 

Visitação até 15 de outubro.

 

MADE IN USA

 

 

Com fotografias de Luiz Carlos Felizardo feitas no Arizona, Estados Unidos, entre 1984 e 1985, “MADE IN USA” é o título da exposição de Luiz Carlos Felizardo na Galeria Utópica, Vila Madalena, São Paulo, SP. Trata-se de uma seleção de 23 fotografias feitas durante o período no qual trabalhou intensamente sob a supervisão de Frederick Sommer. A exposição abre no dia 17 de setembro às 11h e ficará em cartaz até 22 de outubro.

 

Todas as cópias são vintages ampliadas impecavelmente pelo autor, com os preceitos, cuidados e toda a maestria que caracterizam a ampla e tradicional corrente de fotógrafos laboratoristas norte-americanos entre os quais Frederick Sommer ocupa um lugar de destaque.

 

Entre as imagens, algumas cenas e detalhes que fazem parte do imaginário fotográfico do oeste americano e uma paisagem antológica no Vale da Morte na Califórnia, Zabriskie Point, locação e título de um dos filmes mais marcantes do período da contracultura rodado em 1970 e dirigido pelo cineasta italiano, Michelangelo Antonioni.

 

O texto de apresentação é de Rubens Fernandes Junior.

 

 

 

Novos sentidos e sonoridades

05/set

 

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 06 de setembro a exposição “Klangfarbenmelodie – Melodia de timbres”, com obras de Lenora de Barros, Rosana Palazyan, Waltercio Caldas, Augusto de Campos, Paulo Vivacqua, Yolanda Freyre, Cristiano Lenhardt e Antonio Manuel.

 

Os trabalhos gravitam em torno da ideia de melodia de timbres criada em 1911 pelo gênio Arnold Schoenberg (1874-1951), autor da revolução que introduziu um novo campo na música, a música atonal, que rompe com o sistema verticalizado da harmonia, e cria a música horizontal, serial. A melodia passeia entre os vários timbres dos instrumentos, e cada nota passa a ter igual valor no espaço e no tempo, como pontos que flutuam. A mostra antecipa a celebração de 70 anos de “Poetamenos” (1953), de Augusto de Campos, com poemas desenvolvidos a partir da ideia de Schoenberg, e que é apontada como obra precursora do concretismo brasileiro.

 

A exposição reúne trabalhos de artistas que pesquisam, em variadas formas, as poéticas da ressonância como lugar de encontro, seja na intimidade do próprio ser ou no desejo de encontro com o outro. As obras manifestam um espaço para que as vibrações, em suas múltiplas potências, possam se somar entre si, ecoando novas palavras, sentidos e sonoridades.

 

Mostra a dois na Carpintaria

02/set

 

 

A exposição “FALA COISA” na Carpintaria, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 03 de setembro, é um diálogo entre trabalhos inéditos de Barrão, representado pela Fortes D’Aloia & Gabriel e Josh Callaghan, representado pela Night Gallery, de Los Angeles.

 

Com curadoria de Raul Mourão, a mostra suscita pontos de contato entre cada um dos artistas, cujas assemblages têm em comum um modo de crescimento vegetal, como se objetos banais ou de uso industrial pudessem brotar e crescer a partir da aglutinação de fragmentos heterogêneos. O título da exposição, “FALA COISA”, sugere um passo além da fisicalidade muda do objeto de arte e situa as obras no plano de uma cena dialógica envolvendo o espectador, o artista e os objetos eles próprios. Nessa interação, as identidades ou usos pré-atribuídos de cada coisa dão lugar a um regime relacional de comunicação semelhante a uma dramaturgia objetual, ressaltando os componentes teatrais e cenográficos da obra dos dois artistas.