Novo representado pela Simões de Assis

25/ago

 

 

O artista visual Mano Penalva agora passa a ser representado pela Simões de Assis. Vive atualmente em São Paulo, onde mantém seu ateliê junto ao projeto Massapê, plataforma que idealizou para possibilitar o pensamento e produção de arte, exposições e ações em conjunto com outros artistas. A pesquisa de Penalva se alinha profundamente ao programa que a Simões de Assis vem desenvolvendo há quase 40 anos, cujo foco principal reside na cultura brasileira. Sua produção parte das mais diferentes manifestações populares do país para, por meio de procedimentos variados, deslocar e ressignificar fragmentos e objetos do cotidiano, muitas vezes reutilizados e apropriados. Sua linguagem transita pela abstração e pela figuração, tendo como linha-mestre o interesse pelas questões materiais que as obras de arte suscitam.

 

Sobre o artista

 

Mano Penalva transita por diversas linguagens, como instalações, esculturas, pinturas, vídeos e fotografias. Artista visual, formado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008), frequentou cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 2005 e 2011. Em suas pesquisas, Penalva busca investigar a formação da cultura brasileira e suas manifestações variadas. Um dos procedimentos utilizados em seu trabalho é o deslocamento preciso e incomum de fragmentos e objetos do cotidiano, muitas vezes reutilizados e apropriados, refletindo seu interesse pela antropologia e cultura material. Seus trabalhos operam em diferentes meios, desde a forma cotidiana da construção urbana, passando pelo uso decorativo e prático dos objetos que refletem as realidades socioeconômicas e culturais do povo brasileiro, em suas complexidades, até instalações na natureza e ações performáticas. Para o artista, tudo pode ser fonte de pesquisa, tendo mercados, ruas e casas populares como seus objetos de estudo. Mas é no gesto – escultórico, apropriativo, da costura, da colagem, – que ele busca entender as nuances de separação e sobreposição entre arte e vida. No trabalho “Ode ao vento I” (2020), Penalva reflete sobre a força implacável da natureza, sua imprevisibilidade e como se dão as fronteiras. Na Praia do Pacífico, no México, Penalva içou uma bandeira que trazia as fronteiras internas entre os países latino-americanos, e que com o passar do tempo, os elementos compositivos iam se desvanecendo, apagando as fronteiras, ocasionando na dissolução dos estados e províncias metafóricas no branco. Outro trabalho relevante é “Litro por Kilo” (2019), em que pensou a permutabilidade de funções e valores que os objetos adquirem nos mercados populares e nas típicas chamadas de vendedores ambulantes como “três por dez, dois por cinco” em que revelam uma equivalência incerta. Nos últimos anos participou de diversas residências artísticas, como Casa Wabi, Puerto Escondido (2021); Fountainhead Residency, Miami (2020); LE26by, Felix Frachon Gallery, Bruxelas (2019) e AnnexB, Nova Iorque (2018). Dentre suas exposições individuais, destacam-se: “Hasta Tepito”, B[X] Gallery, Brooklyn (2018); “Requebra”, Frédéric de Goldschmidt Collection, Bruxelas (2018); e “Proyecto para Monumento”, Passaporte Cultural, Cidade do México (2017). Dentre as exposições coletivas integrou: “What I really want to tell you…”, MANA Contemporary, Chicago (2020); “Tropical Gardens”, Felix Frachon Gallery, Bruxelas (2019); Bienal das Artes, SESC DF, Brasília (2018); “Blockchain/Alternative barter: a new method of exchange?”, B[x] Gallery,  Brooklyn (2018); e “L’imaginaire de l’enfance”, Cité Internationale des Arts, Paris (2015). .

Evandro Carlos Jardim no Instituto Tomie Ohtake

24/ago

 

 

A exposição “Evandro Carlos Jardim: Neblina” está organizada em torno de um conjunto chamado “Tamanduateí Contraluz”, que reúne 50 obras impressas desde 1980 até hoje. A mostra, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, até 16 de outubro, ressalta a perseverança do artista no tema -cidade São Paulo -, ao longo de décadas, e como explorou a infinita capacidade de transformação e nuance da gravura, suporte que adotou como linguagem.

 

Segundo os curadores Paulo Miyada e Diego Mauro, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake, todas essas imagens foram construídas a partir de uma só matriz de cobre, sobre a qual o artista uma vez desenhou o Palácio das Indústrias e o pilar de sustentação de um viaduto, tal como vistos desde as margens do Rio Tamanduateí, em São Paulo. “A partir desse traçado primeiro, Jardim operou a gravura como uma espécie de avesso da arqueologia, como uma prática de escavação que, ao invés de revelar um fato do passado, produz infinitos novos traçados”, comenta a dupla de curadores.

 

Nesta série evidenciam-se duas persistências notáveis na obra de Jardim: a gravura e a representação da cidade de São Paulo. O título da exposição “Neblina” destaca as inscrições realizadas por Jardim em alguns de seus trabalhos, especialmente a “neblina”, condição atmosférica dessa cidade que Jardim tem acompanhado detidamente ao longo de quatro décadas, por meio de sua produção. “Há essa característica a mais para a imaginação e a memória: se relacionar com essa São Paulo da gravura e, ao mesmo tempo, rememorar um pouco de uma cidade que já foi mais povoada pela neblina e se tornou conhecida pela garoa”, comentam os curadores.

 

A obra de Jardim subverte o princípio serial de uma técnica de reprodução ao aprofundar-se nas possibilidades criativas dos processos de gravação, impressão e transformação da imagem. O compromisso do artista com a gravura já se estende por mais de seis décadas de produção – e por sua incansável dedicação ao ensino, que o levou a atuar como professor na Escola Belas Artes, FAAP e ECA-USP.

 

Segundo os curadores, na longeva série “Tamanduateí Contraluz”, depois de impressa, a matriz fica sujeita a novos polimentos e incisões, enquanto a própria folha impressa pode eventualmente receber riscos e acréscimos por colagem ou, mesmo, por outras matrizes de madeira. “Jardim descobre assim novas formas de apalpar as mínimas e máximas variações do gravar, em uma busca que acompanha a duração do tempo e carrega alguma analogia com a sucessão de grandes e pequenos acontecimentos que perfazem a vida da cidade”, ressaltam.

 

“Assim como para Jardim não existem duas imagens iguais ou equivalentes – e por isso o artista se permite voltar uma e outra vez ao mesmo ponto de partida, à mesma cena, aos mesmos elementos, sutilmente recombinados – também a condensação parcial da umidade do ar tornou-se mais rara ao longo dessas quatro décadas, a ponto de a neblina e a garoa pertencerem cada vez mais ao âmbito da imaginação. Imaginação essa que Jardim também convoca, fazendo nossa mente povoar a multiplicidade de seus trabalhos”, completam Miyada e Mauro.

 

“Evandro Carlos Jardim: Neblina”, viabilizada com o apoio da Galeria Leme, é também uma oportunidade para o público aprofundar o olhar sobre a gravura, em um exercício que poderá se desdobrar no contato com a mostra “O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina” que será inaugurada em setembro próximo, no Instituto Tomie Ohtake.

 

Calder + Miró na Casa Roberto Marinho

22/ago

 

 

Através da exibição da mostra “Calder + Miró”, dois artistas fundamentais da arte internacional e da História da Arte entram em cartaz na Casa Roberto Marinho,  Rio de Janeiro, RJ. Visitações até 20 de novembro de terça-feira a domingo das12h às 18h.

 

A palavra do diretor da Casa Roberto Marinho

 

Calder + Miró assinala um momento muito especial da Casa Roberto Marinho, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, ao reunir dois fraternos gigantes do século XX, interlocutores numa extensa conversa lúdica envolvendo invenção, humor, sínteses e afinidades.

 

É também a primeira mostra alavancada pelo acervo de um dos filhos do nosso patrono: a coleção Karin e Roberto Irineu Marinho. Às suas obras juntam-se, no espaço do Cosme Velho, sob a batuta de Max Perlingeiro, trabalhos de 6 instituições e de 32 particulares. A eles o nosso agradecimento.

 

O Rio de Janeiro é assim agraciado com uma exposição que já nasce inscrita como uma das mais importantes na cidade. Com alegria convidamos cada pessoa a nela mergulhar.

 

Lauro Cavalcanti / Diretor Casa Roberto Marinho

 

Coleção de bichos contemporâneos e atemporais

17/ago

 

 

A Belizário Galeria, Pinheiros, São Paulo, SP,  exibe – “A Arca de Noé/A Bicharada” – primeira exposição que inaugura o projeto – “Porão da Belizário”. A curadoria das ações do novo espaço é assinada pelo jornalista, fotógrafo, consultor e curador independente Renato De Cara. O conceito do curador para o “Porão” é o de proporcionar uma maior amplitude de artistas e obras ao público que vai à galeria incentivando o contato com novas formas de criação, um dos propósitos básicos da Belizário desde seus primeiros dias. A convivência e a aceitação de novas formas de arte e criatividade necessita de estímulos, desafios e constância.

 

Em sua primeira mostra, Renato De Cara traz uma coletiva com 16 artistas – Ariel Spadari, Arivânio Alves, Charles Cunha, Ciro Cozzolino, Daniel Malva, Delfina Reis, Francisco Maringelli, Gilles Eduar, Lucas Lenci, José Raimundo, Rosa Hollmann, Suellen Estanislau, Ulysses Bôscolo, Vitor Mizael, Vinicius Flores, Wagner Olino – que utilizam suportes variados como pintura, escultura, fotografia e gravura.

 

No conceito selecionado, a liberdade criativa da arte permite questionamentos improváveis. “Consideremos Deus arrependido no mito da Arca,  o bicho-homem e as bestas. Aquele acúmulo de animais com a missão de perpetuar as raças. No ainda aguardado fim-do-mundo, onde predicados, gêneros e hegemonias são questionadas, a quem deveríamos poupar?”, pergunta o curador.

 

Mesmo que o momento presente nos induza a ter respostas não muito positivas à pergunta proposta, pois como diz Renato De Cara, “…pensamos a todo instante no quanto a humanidade não deu certo. Mas vejamos o quanto tudo isso é relativo. A civilização, não podemos negar, muito se desenvolveu técnica e cientificamente até aqui”. A arte e a ciência são provas latentes de que vivemos melhor e podemos ser pessoas melhores. As obras escolhidas nos brindam com uma profusão de cores e formas que enlevam o espírito lembrando o lado positivo da natureza, fonte de toda a beleza em formas modelares.

 

Citando um pouco os trabalhos presentes, na linha costurada pelo curador para unir artistas criativos tão distintos e relevantes em suas variantes técnicas, unindo linguagens mais populares e contemporâneas, além de peças cedidas por colecionadores, obras ousadas, às vezes consideradas mais “ingênuas” de Arivânio Alves (CE), José Raimundo (MG), Suellen Estanislaw (PR) e Vinícius Flores (SC) travam diálogos com Wagner Olino, Vitor Mizael, Ariel Spadari, Charles Cunha e Daniel Malva com linguagens contemporâneas entre desenhos, taxidermia, uso de aplicativos, fotografia  e escultura, enquanto Delfina Reis, Gilles Eduar e Rosa Hollmann trabalham em um universo quase infantil. Com uma linha mais clássica, as fotografias de Lucas Lenci e as pinturas de Ulysses Bôscolo compõem uma unidade visual com as esculturas em bronze de Francisco Maringelli e as pinturas, representativas da “Geração 80″, de Ciro Cozzolino.

 

“A Arca de Noé/A Bicharada”, através da criatividade, técnica e sensibilidade dos artistas convidados, apresenta uma coleção de bichos contemporâneos e atemporais. Como define Renato De Cara, “…cada narrativa procura estabelecer lembranças e sugestões para nos manter ainda em contato com a fauna tradicional. Licenças poéticas para o casting de uma arca repleta, onde casais, singles, e outras relações possam conviver em harmonia”.

 

Sobre o curador

 

Renato de Cara nasceu em Lins, SP, 1963. Vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP (1985). Interessado em cultura, especializa-se em arte e moda contemporânea, produzindo, escrevendo, editando e fotografando para marcas e veículos de comunicação. Entre 2006 e 2017, dirige a Galeria Mezanino, respondendo pela produção e curadoria de inúmeras exposições, tanto individuais como coletivas fazendo com que o espaço se consolide como um celeiro para novos nomes e também de resgate para artistas em meio de carreira, cruzando linguagens e propondo novas abordagens no mercado de arte contemporânea. Assumiu em 2018 a Diretoria do Departamento de Museus municipais de São Paulo, coordenando quinze espaços museológicos e históricos, construídos entre os séculos XVII e XX. Atua como curador independente e consultor de arte, acompanhando artistas em parcerias com diversas instituições culturais.

 

Abertura: 20 de agosto, sábado, das 14h às 18h.

Período: de 22 de agosto a 08 de outubro.

 

Galeria Provisória em versão pop-up

12/ago

 

Mantendo sua vocação itinerante, democratizando a arte em espaços diversos por períodos indeterminados, a partir do dia 15 de agosto, a Galeria Provisória, do artista plástico Anderson Thives, ocupará espaço no Botafogo Praia Shopping, Rio de Janeiro, RJ, em uma versão pop-up. Além de promover um passeio por suas exposições, Thives dá um toque “instagramável” ao ambiente, para que os visitantes possam fazer suas postagens em um ambiente conceitual e divertido, seguindo a concepção do projeto. A iniciativa, uma parceria com a administradora do shopping, Ancar Invanhoe, surgiu da ideia de levar cultura aos frequentadores do empreendimento, contemplando novos projetos do artista, além de previews de outras exposições.

 

“É um prazer para o Botafogo Praia Shopping receber uma exposição tão inovadora quanto a de Thives. Ações como essa reforçam nosso compromisso com os moradores do bairro e dos arredores, oferecendo opções culturais gratuitas e de muita qualidade. Dessa forma, incentivamos que nossos frequentadores tenham um contato mais próximo com a arte”, celebra Juliana Haddad, gerente de marketing do empreendimento.

 

Especializado em colagens e inspirado em ícones da Pop Art, o artista utiliza cerca de cinco mil recortes coloridos por metro quadrado em suas criações. A galeria ocupará o segundo piso, em frente à loja L’Occitane au Brésil. A entrada é gratuita e algumas obras estarão apenas expostas, enquanto outras selecionadas estarão disponíveis para venda. Entre os  temas escolhidos, além de uma série autoral, estão releituras de grandes pintores, como Leonardo Da Vinci, Van Gogh, Salvador Dalí e Frida Kahlo.

 

“O objetivo principal, mais do que vender, é levar arte e novos olhares ao público local. O conceito de se configurar como uma grande instalação, assim como na galeria de Ipanema, é o mesmo, agora mais compacta e de certa forma intimista. É uma ótima opção de passeio! Botafogo, como um bairro super cool, merece esse programa na agenda”, afirma Thives.

 

Sobre a Galeria Provisória

 

Idealizada pela arquiteta Aline Araújo em parceria com Thives, a galeria inaugurou no início do ano, no coração de Ipanema, em um imóvel que pertence a empresa da família de Aline. Sua efemeridade estabelece uma analogia com os tempos atuais de pandemia. Nesta primeira ocupação, trouxe uma retrospectiva da carreira de Thives: cerca de 40 peças abordando mostras realizadas desde o início, assim como projetos recentes, que abrangem previews de novas exposições e instalações. Tudo isso exibido ao longo dos meses de permanência, com a proposta de reunir também outros artistas que dialoguem com a proposta do espaço. Recentemente, o artista realizou um grande painel instagramável no Píer Mauá, em frente ao Museu de Arte do Rio, em comemoração ao mês Orgulho LGBTQIA+.

 

Sobre o artista

 

Anderson Thives é um dos únicos artistas brasileiros a trabalhar exclusivamente com colagem, em uma técnica que consiste em juntar milhares de quadrados de papel nas mais variadas cores, tons e tamanhos, retirados de revistas e catálogos para formar as imagens. Com uma grande influência da Pop Art, além de artistas como Pablo Picasso, Andy Warhol, Tom Wesselman e Richard Hamilton, com seu estilo e gosto pela cultura das imagens, específica, direta e fácil de assimilar, o artista retrata através de suas colagens toda sensibilidade, expressão e impacto formado por uma técnica pouco convencional. Sempre coloridas, alegres e vibrantes, suas obras podem ser vistas em diversos museus e galerias do mundo afora, pois Thives também é representado pela Abraham Art, situada na Holanda, uma das maiores distribuidoras de galerias do mundo. Em Paris, depois de trabalhar com duas renomadas galerias da cidade luz e fazer a maior art fair na Bastille, em 2015 o artista fixou uma nova galeria que leva seu nome, em Rueil-Malmaison, situada ao lado do Jóquei Clube de Paris. Nos Estados Unidos, fez exibições em San Francisco e Nova York, com grande sucesso, e desde 2016 faz parte do coletivo GAB Gallery, em Wynwood District. Entre seus clientes, nomes conhecidos como o do empresário Eike Batista, os escritores de novelas Cristianne Fridman e Rui Vilhena, as atrizes Cláudia Raia, Juliana Paes, Lilia Cabral, Regina Duarte, Deborah Secco, Claudia Abreu, Letícia Spiller, Carol Castro, Emanuelle Araújo, Viviane Pasmanter, Leandra Leal, Paloma Bernardi, a socialite Narcisa Tamborindeguy, o músico Tico Santa Cruz, passando pelas cantoras brasileiras, Ivete Sangalo, Anitta, Ludmilla, Vanessa Da Mata, Preta Gil e Ana Carolina, o cantor sírio-Libanês Mika, a pop star Madonna, e, mais recentemente, Mark Zuckerberg, criador do Facebook, só para citar alguns.

 

As paixões na Laura Alvim

09/ago

 

 
“Incomensurável Paixão” é o nome da nova exposição de Isabela Francisco, na Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra contará com cerca de 30 obras, entre elas o livro-instalação “Equilíbrio” e uma peça com quatro metros. A ideia é aproximar do espectador as paixões desmedidas que avassalam, principalmente o universo feminino, e mostrar que a vulnerabilidade, infelizmente, ainda se faz presente. As visitas poderão ser feitas até 09 de outubro.

 

Entre os quadros e instalações podemos destacar: “Matadouro”, é simplesmente o amor desmedido que explode.  Já o livro instalação “Equilíbrio” simboliza a vida. “Vou nascer e morrer de  uma de nebulosa. Durante todo trajeto me equilibro em um fio, tentando atingir o inalcançável. As batidas do coração são meu norte e o sangue arterial e venoso me acompanham pelo caminho”. Nas “Encabeladas”, a artista utiliza seus próprios cabelos, se fazendo presente neles. Ali deixa a sua marca, seu DNA. O crescimento da “Árvore da Paixão” simboliza as artérias em que fios de cobre se entrelaçam e de onde rompem frutos da paixão.

 

Ações paralelas

 

Isabela Francisco fará algumas ações paralelas como a visita comentada (a ser disponibilizada também on-line), a veiculação de um vídeo da mostra nas redes sociais e a postagem semanal nas redes sociais no programa “Fazendo Arte por Toda Parte”.

A Amazônia de Renata Padovan

08/ago

 

 

Em exposição na CASNOVA, Jardim Paulista, São Paulo, SP, Renata Padovan nos revela o caminho à frente ao traçar as ameaças que circundam a floresta Amazônica. A mostra “Para Saber Aonde Está Pisando” conta com uma instalação que narra o cenário da represa hidrelétrica de Balbina no estado do Amazonas. E originando o título da mostra, temos a obra em tapete que mapeia as diversas áreas da floresta.

 

Em pura lã e bordado à mão pelas artesãs da Casa Caiada, esse trabalho nasceu de uma pesquisa que busca uma melhor compreensão do panorama ambiental. Aqui, a área da Pan Amazônia é dividida em cinco categorias: as áreas preservadas (em verde), as desmatadas (em vermelho), aquelas consideradas terras indígenas (ocre) e as áreas reservadas para a extração do petróleo (em cinza). As áreas na cor cru são as “não destinadas”; aquelas que costumam ser loteadas ilegalmente e estão mais suscetíveis à grilagem de terra. O tapete aponta para uma disputa ininterrupta entre preservação e exploração, mantendo a poética que é a trama do título.

 

Sobre e artista

 

Renata Padovan nasceu em São Paulo, onde vive e trabalha. É graduada em Comunicação Social pela FAAP, ganhou a bolsa Virtuose em 2001 para mestrado na Chelsea College of Art and Design, Londres. Participou de diversos programas internacionais como artista residente, entre eles Banff Centre for the Arts, Canadá; Nagasawa Art Park, Japão, Braziers international arists workshop, Inglaterra e NES, Skagaströnd, Islândia. Entre as exposições individuais: Galeria Baró, Galeria Eduardo H. Fernandes, Galeria Thomas Cohn, Centro Cultural São Paulo, Galeria Millan, Galeria Valu Oria, Museu Brasileiro da Escultura em São Paulo, e no Rio de Janeiro no Espaço Cultural dos Correios, Paço Imperial e Museu do Açude. Seu trabalho tem sido mostrado em exposições coletivas e festivais internacionais.

 

No Planetário do Carmo

29/jul

 

 

Proporcionando uma experiência sensorial e artística num espaço científico de pesquisa astronômica, a artista visual Marcia Ribeiro vai interseccionar saberes e criar relações de complementaridade entre as dimensões do macro e do microcosmos na mostra gratuita “Elipse, Eclipse, Apocalipse”, em ocupação que ocorrerá entre 31 de julho a 30 de outubro, no Planetário do Carmo, em São Paulo, SP.

 

Com obras pictóricas, instalações e proposição de exercícios criativos, ela estabelece pontes entre as noções de subjetividade e de coletividade. Em todas as obras, Marcia propõe uma reflexão sobre a nossa condição enquanto “parte de um todo”, exercitando a noção de consciência universal. “Ao olharmos para o céu, nos deparamos com algo expandido, desconhecido, preenchido de vazios e corpos celestes que sabemos imensos, mas que, ao mesmo tempo, parecem mínimos. Quando observamos o mais longínquo da dimensão do fora, nos deparamos com o infinito, mas somos, também, convidados a olhar para o que está dentro de nós”, afirma a artista.

 

Através dessas intersecções entre elementos opostos e complementares, a artista desenha um percurso com obras que espelham corpos celestes e átomos e que jogam com as noções de observação e imaginação, de atemporalidade e instante, de subjetividade e objetividade.

 

Sobre as obras

 

Na primeira instalação, um conjunto de bandeiras, com as palavras “Galáxia”, “Universo” e “Planeta” Marcia dialoga com o trabalho do artista brasileiro Antonio Dias, “Anywhere is my land”. Nela, discute o conceito de território e o apagamento das fronteiras em um mundo globalizado onde, para além das delimitações de ordem política e econômica, tem-se uma casa comum, habitada por todos. Já em “Cápsula Atômica”, o visitante adentra um espelho circular composto por três arcos, experimentando a sensação de perder-se o chão, de flutuar no céu e de, ao mesmo tempo, ser o núcleo de um átomo. Mais adiante, em uma sequência de oito pinturas de grande porte suspensas no ar por cabos, camadas de tinta são sobrepostas e expostas, através do gesto de raspagem, o que conduz o visitante a percorrer um caminho imagético contínuo e, ao mesmo tempo, fragmentado. Nas camadas da memória e do corpo da matéria em sobreposição, o tempo se revela em movimento contínuo e em pausas. Nas palavras de Ulisses Carrilho, crítico que escreveu o texto da exposição: “Em tinta acrílica, guache, bastão oleoso ou lidando diretamente com pigmentos, percebemos um corpo de trabalhos que ora parecem ser um gozo liberado de experimentação da forma, ora parecem ter o ímpeto de revelar o que a ciência ainda não conseguiu desvelar. Como espécies de mirações ou visões alucinógenas, percebemos uma psicodelia da forma que não obedece à rigidez dos projetos concretos e neoconcretos, tão importantes para a arte brasileira, mas ainda assim percebemos uma vontade geométrica nas composições estruturadas pela artista”. “Ao mirar suas pinturas”, continua ele, “reconhecemos enigmas que demandam tempo do espectador: desobedecem à rapidez da ordem do dia, parecem esgarçar o tempo, convidar a uma vagareza. Tal demora, própria da reflexão, poderia levar-nos a viajar no tempo e especular um regime de concomitâncias, de associações livres de respaldo ou fixidez: em Hilma af Klint (1862-1944), pintora sueca que experimentou o abstracionismo antes mesmo de Kandinsky ou Mondrian, também percebemos uma representação física, em tela, daquilo que não é visível”. Na arte de Hilma, “a tinta relembra que a matéria, por meio do gesto, não opera apenas naquilo que é concreto ou apreensível, por meio do que já foi elucidado. Ganha um quê espiritual – própria não apenas dos alfarrábios da história da arte, mas também possível de ser pareada à arte contemporânea brasileira produzida por artistas indígenas”, na análise Ulisses Carrilho.

 

Em outra obra, “Ciao Mondo – Réquiem Elíptico” – que se realiza no grande domo do planetário -, Marcia projeta cores e estrelas no imenso espaço esférico, com uma trilha sonora polifônica composta por Arthur Braganti que indica o ciclo de um dia. A imersão na luz e no som leva o visitante a uma viagem cósmica. No lugar da noite como espaço para criação de futuro e novas possibilidades e cantando em uníssono com o neurocientista Sidarta Ribeiro, a artista  coloca o sonho em um lugar central, importante, na vida de todos nós. E, quem sabe, como nós encontraremos o caminho para um amanhã melhor. “O trabalho propõe tomar consciência do fluxo dos próprios pensamentos, instigando a reflexão, o mergulho onírico e a renovação numa nova manhã”, enumera Marcia. O título sugere chegada e também partida.

 

O último trabalho, a proposição “Escrito nas Estrelas”, será interativo. A ideia é que o público compartilhe seus sonhos, desejos e pensamentos num ritual digital, através da #elipseeclipseapocalipse. O público torna-se coautor de uma grande obra coletiva, com infinitas possibilidades imaginativas. Trabalha-se, então, com as noções de destino, imaginação e transformação da realidade. Com esse exercício imaginário, diante de um momento em que a perspectiva da nossa condição planetária é apocalíptica, Márcia sugere uma espécie de elipse, uma volta para que possamos cultivar nossas potencialidades transformadoras: a nossa subjetividade e a noção de coletividade – de maneira espelhada. Segundo Carrilho, “em “Elipse, Eclipse, Apocalipse”, Marcia insiste na percepção. Provoca o encontro de seus trabalhos com aqueles que vêm até o planetário para, por meio de seus corpos, ter uma noção ampliada do universo onde vivemos – e morreremos”. Por fim, a artista acredita que realizar uma mostra de arte nesse local mágico, que permeia nosso imaginário e nos oferece um céu lúdico que estimula a sonhar, se torna pertinente sobretudo neste momento em que uma lógica perversa domina as diretrizes vigentes e explicitamente nega a ciência, a arte, a pesquisa. A natureza sinaliza que os impactos do Antropoceno já são irreversíveis, exigindo uma mudança comportamental urgente. Olhando para “fora”, questionamos o que está “dentro”, onde estamos e o que fazemos com isso. Ao olhar para o céu, temos o infinito como referencial e as coisas se ressignificam, do micro ao macro. É imaginar o “impossível” para pautar o possível!

 

A mostra ainda conta com uma apresentação especial do Corpo de Theatro Municipal de São Paulo em data a ser confirmada.

 

Sobre a artista

 

Trabalhando com pintura, instalação e desenho, Marcia Ribeiro tem como parte da sua poética os elementos do universo, das camadas do tempo e da memória dentro de uma perspectiva arqueológica, processos alquímicos, noções de coletividade e subjetividade. Formada em artes plásticas pela FAAP – SP, com pós-graduação em Ensino da Arte pela UERJ – RJ. Realizou as exposições individuais “In Between” na Svenska Kyrkan, NYC e “Um Pouco do Nada”, Casa da Luz, em São Paulo. Sua exibição mais recente foi a coletiva “Still Utopia: Island” na MC Gallery em NYC. É cocriadora do Festival Cajubi.

 

 

Exibição de Pedro Weingärtner

25/jul

 

 

Com obras distribuídas entre pinturas e desenhos de um dos grandes nomes da arte brasileira inaugura a exposição “Pedro Weingärtner, nosso contemporâneo” em 30 de julho, e segue até 27 de agosto na Galart, Porto Alegre, RS. A mostra coordenada pelo empresário, colecionador e marchand Heitor Bergamini inclui obras apresentadas pela primeira vez  ao público.

 

Exposição de caráter histórico “Pedro Weingärtner, nosso contemporâneo” apresenta 23 obras do célebre artista sendo apresentada pelo historiador da arte e professor Paulo Gomes, um dos principais pesquisadores da obra do artista que afirma: “Seu diálogo preciso com seu tempo, visível nas pinturas de paisagens e de gênero, colocaram o Rio Grande do Sul no mapa artístico do Brasil, um feito inigualável na arte brasileira, talvez equiparado somente às realizações do Clube de Gravura e do Grupo de Bagé, isso mais de cinquenta anos depois”.

 

Trata-se de uma oportunidade para o público conhecer obras raras de Pedro Weingärtner. Boa parte das produções integra o acervo da própria GalArt, além de peças raras do período neoclássico e do modernismo. “Há uma década, quando colecionador iniciante, adquiri a primeira obra de PW (eu me permito tratá-lo assim pela intimidade adquirida nesses anos de convívio). A obra está comigo até hoje. É um retrato de um velho com barba longa com os olhos baixos como a fitar o chão. O desenho é autenticado por nada mais nada menos que Ângelo Guido (outro dos grandes) e integra a exposição”, revela Heitor Bergamini. “Em Pedro Weingärtner eu vejo um artista admirado e valorizado, um dos mais importantes que já surgiu no Rio Grande do Sul e que foi e continua sendo reconhecido nacionalmente”, ressalta.

 

A exposição, antes de sua abertura, já é considerada como fundamental para quem quiser conferir aspectos até então inéditos da obra (atemporal) de um dos mais importantes artistas brasileiros de uma época e da história do Rio Grande do Sul.

 

Sobre o artista

 

Filho de imigrantes alemães, Pedro Weingärtner nasceu em Porto Alegre, RS, em 1853, onde viveu até 1929. Foi pintor, desenhista e gravador. Estudou na Europa e viveu um longo tempo em Roma. Nas obras que compõem a presente exposição destacam-se os retratos, as cenas cotidianas da aristocracia, as paisagens e os desenhos. São justamente os desenhos, a parte menos conhecida e acessível de toda a produção de Weingärtner, mas não menos meritória. “Sua maestria no desenho, disperso em dezenas de folhas, demonstra, de modo cabal, todo o intenso e cuidadoso trabalho de concepção de suas obras, marcado pelos modos da pintura acadêmica (aqui no sentido de filiada aos modos de fazer das academias) que exigia o desenho como base de todo o trabalho”, analisa o historiador Paulo Gomes. Neles, o artista registra seu trabalho em campo nas anotações para paisagens. Denotam ainda a observação atenta dos modos e expressões de modelos nos retratos. Sobre os outros elementos presentes na exposição, Paulo Gomes faz algumas reflexões. “Suas paisagens eram identitárias, fator importante na sua consolidação como artista do Sul do Brasil. Suas pinturas de antiguidades atendiam a um gosto de época. Seus retratos ficaram para trás, perdidos no passado”, reconhece. “Mas restam valores inquestionáveis, como a excelência da sua fatura artística, da sua pintura, do seu desenho e da sua gravura, que impressionam ainda hoje pela qualidade, pela beleza e pelo requinte e finalmente, o seu testamento para nós, seus conterrâneos distantes no tempo”, finaliza.

 

 

Miniarte Magia

 

 

A primeira edição do Projeto Miniarte Internacional ocorreu em 2003 na Usina do Gasômetro, com mais de cem participantes sob a chancela da Prefeitura Municipal de Porto Alegre Alegre.

 

Desde sua fundação pela artista plástica Clara Pechansky, o objetivo do projeto é democratizar a arte permitindo acesso livre aos artistas, que não são submetidos a qualquer seleção, e divulgando as obras para um público cada vez mais diversificado. Desse modo, o Projeto Miniarte Internacional cumpre um duplo papel social. Ao longo de seus 19 anos, sempre organizado por artistas independentes, em espaços públicos e gratuitos, o projeto já percorreu os cinco continentes.

 

Para a edição de 2022 foi ecolhido o tema “Magia”, abrangendo uma grande variedade de interpretações e técnicas, como Pintura, Desenho, Gravura, Colagem, Fotografia, Escultura e Cerâmica.

 

A “Miniarte Magia” vai mostrar 192 (cento e noventa e dois) artistas que representam Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, Equador, Estados Unidos, Índia, Irã, México e Portugal somando ao todo 21 (vinte e um) Artistas Convidados, 12 (doze) Artistas Líderes de Grupo, cada um trazendo consigo mais de 10 (dez) artistas, e 33 (trinta e três) Artistas Prestígio, uma inovação introduzida nesta edição.

 

A 42ª edição do Projeto Miniarte Internacional terá sua inauguração, mantendo a tradição, no Centro Municipal de Cultura de Gramado, RS, dia 30 de julho, e a 43ª edição acontecerá em Porto Alegre, RS, em 08 de outubro no espaço profissional da Gravura Galeria de Arte.

 

42ª edição – Gramado – até 30 de agosto.

43ª edição –  Porto Alegre – até 29 de outubro.