Toz lança livro

26/mar

Quem é carioca ou costuma passear pela cidade com certeza já prestou atenção em algum desenho de Toz (Tomaz Viana), dono do traçado que mais se vê no Rio de Janeiro, que desde os anos 90, alegra e enfeita as paredes e muros através de sua arte cheia de cores. O artista é representado pela Galeria Movimento e já conquistou uma série de colecionadores, que hoje, devido à consagração do grafite como obra de arte, desejam os traços do movimento em suas paredes. Na virada para o século XXI, a cultura hip hop e os skatistas fortaleceram um tipo de tribo urbana capaz de criar um repertório para estes desenhos feitos com spray. Surgiu então uma poderosa geração de grafiteiros, que tem em Toz um de seus trunfos.

 

Apreciador de craques como Carlos Vergara, Waltércio Caldas, Bispo do Rosário, Luiz Zerbini, entre outros grandes, Toz, aos 36 anos, produziu em janeiro seu maior mural de grafite, de 2.100 metros quadrados, 30 metros de altura e 70 metros de largura. O artista usou 1.500 latas de tinta no painel que fica na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Os holofotes aos trabalhos de Toz vieram com o talento do artista e seu grande parceiro e galerista Ricardo Kimaid. Esta trajetória de sucesso será contada no Livro “TOZ, TRAÇO E TRAJETÓRIA”, produzido de forma independente pelos dois amigos, para celebrar a e contar a história da arte de Toz. O livro, assinado pelo designer Marcelus Viana, tem texto de Toz e Ricardo e conta a história dos emblemáticos personagens através de uma seleção cronológica de telas representativas dos últimos cinco anos. O lançamento acontecerá na Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. “A idéia é que o público perceba e acompanhe a evolução do trabalho do artista, desde quando ele deixava sua marca nos muros da cidade até hoje, onde ele é convidado para os principais eventos de grafite do mundo”, conta Ricardo Kimaid.

 

Sobre o artista

 

Baiano, que veio para o Rio ainda adolescente, Toz inventou uma família de personagens misturando referências quase universais do grafite – a animação e os mangás japoneses – com seu mundo particular. No trabalho que sai das ruas para ganhar vida em telas, desenhos e objetos, ficam mais claras as referências às estamparias de tecidos populares no Mercado Modelo e à profusão de cores da Baixa do Sapateiro de sua infância em Salvador. Um americano, segundo marido de sua avó, o levava para pescaria e lhe explicava tudo sobre lulas e polvos. Este avô gringo e marítimo, quase um pirata, encheu seus personagens de memórias aquáticas: eles exploram o mundo em navios e caravelas e se transformam em seres vindos da água salgada. Nina, a mocinha linda e flutuante, mas melancólica e eternamente insatisfeita, frequentemente ganha uma cauda de sereia, traduzindo o mistério que as mulheres representam para o sexo oposto. Homem que não quer crescer ou neném com insights de ancião? O BB Idoso pode ser uma coisa ou outra, mas traduz de forma quase arquetípica uma geração com complexo de Peter Pan, que demorou a sair da barra da saia da mãe. Shimu, o mostro-ameba criado para atender à rapidez do spray, virou marca registrada da alegria e da esperança dentro da Família Toz, que se completa com o amigo-urso Julius e o esquentado Romeu. O personagem Insônia surgiu quando Toz se separou e começou a frequentar mais a noite. O Vendedor de Alegria, foi inspirado nos vendedores que vão pelas ruas com bolas coloridas.

 

Lançamento: 26 de março.

Gianotti: exposições, seminário e livro

30/jan

Na Galeria Raquel Arnaud, Vila Madalena, São Paulo, SP, o pintor Marco Giannotti apresenta “Penumbra”, exposição que reúne 14 telas de grandes e pequenos formatos feitas a base de têmpera, esmalte (spray) e óleo, realizadas em 2012, após sua estada de um ano em Kioto, Japão, em 2011.

 

“Penumbra” é o ponto de transição entre a luz e sombra, trata-se de uma área iluminada a meia-luz. O artista retoma questões presentes já no seu mestrado em filosofia em 1993, quando traduziu parcialmente a “Doutrina das Cores” de Goethe. Na introdução do livro, o autor nos diz que as cores “são ações e paixões da luz”, ou seja,  a cor nasce do embate entre luz e escuridão. Ao retomar uma concepção clássica, Goethe inaugura, por outro lado, uma interpretação fisiológica da cor, que passa a ter uma importância enorme para os pintores a partir do impressionismo. De fato, a teoria física sobre o fenômeno cromático não trata propriamente da percepção da cor, fundamental para a pintura.

 

Ao término da exposição, dia 9 de março, na galeria, o livro será lançado em sua terceira edição pela editora Nova Alexandria, desta vez com ilustrações coloridas, celebrando os vinte anos de sua primeira publicação aqui no Brasil.

 

Além da obra de Goethe, outro ponto de partida para esta exposição é “Em louvor da sombra”, de Junichiro Tanizaki, célebre escritor japonês do século XX. Nesta obra, o autor afirma que o aposento japonês é comparável a uma pintura monocromática a sumi, (tinta a base de nanquim em gradações de preto e branco) em que os painéis (shoji) correspondem a tonalidade mais clara e o nicho (tokonoma) à mais escura. Ele lamenta a introdução da luz elétrica no Japão, analisando como mais um elemento ocidental exógeno que vem a desconfigurar a cultura Japonesa.

 

Por fim, outra referência importante que deve ser levada em consideração é a obra “Shadows” de Andy Warhol, feita em homenagem ao pintor metafísico Giorgio de Chirico após sua morte em 1978 e atualmente presente no Dia Art Foundation. Trata-se talvez da obra menos pop do artista, que flerta com a abstração e uma dimensão mais metafisica da pintura.

 

A exposição de certa forma representa também uma síntese de duas exposições anteriores do artista “Passagens” realizada em 2007 na Pinacoteca do Estado e “Contraluz”, feita em 2009, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud.

 

De 02 de fevereiro a 09 de março.

 

 

Gianotti: livro e exposição 

 

Paralelamente à sua exposição de pinturas na Galeria Raquel Arnaud, será lançado no Instituto Tomie Ohtake, Pinheiros, São Paulo, SP, juntamente com uma exposição, o caderno de viagem de Giannotti, concebido durante a sua permanência em Kioto, em 2011. Ao longo do período em que ministrou aulas de cultura brasileira na Universidade de Estudos Estrangeiros de Kioto, o artista e professor escreveu uma série de artigos para o jornal O Estado de S.Paulo. Esses textos e as obras – colagens e fotografias – produzidas a partir desta experiência no Japão estão reunidos em “Diário de Kioto”, editado pela WMF Martins Fontes.

 

O livro traz as impressões poéticas, plásticas, intelectuais e afetivas de Giannotti sobre suas visitas a templos budistas e xintoístas, a vilas, como a Katsura, bem como a museus contemporâneos, como o Benesse Art Site, em Naoshima, projeto de Tadao Ando, ou o Museu Miho, feito pelo arquiteto I. M. Pei. O dia-a-dia de Kioto e as inúmeras cerimônias e rituais que demarcam a passagem das estações são também observados pelo autor.

 

De 21 de fevereiro a 21 de abril.

 

 

Gianotti : seminário

 

Em março, Marco Giannotti promove um Seminário internacional sobre a Cor, no Centro Universitário Maria Antonia, Consolação, São Paulo, SP, contando com a participação de professores e curadores como David Anfam (editor da Phaidon Press, premiado pelo catálogo raisonné de Rothko), Takashi Suzuki (curador do museu Kawamura em Chiba, Japão) e, Toshya Echizen (professor de estética da universidade Doshisha, em Kioto) e Ana Magalhães, curadora do MAC de São Paulo (Centro Universitário Maria Antonia).

 

Dias 03 e 04 de março.

Livros na Cosmocopa

08/dez

A Cosmocopa + Apicuri lançam dia 13 de dezembro no Shopping dos Antiquários, na Galeria Cosmocopa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, livros individuais sobre a obra dos artistas Felipe Barbosa e Leila Danziger.

 

O livro “Estranha economia” traça uma panorâmica da obra de Felipe Barbosa, com imagens de seus trabalhos no ateliê e em espaços expositivos. A edição, com foco no processo criativo do artista, apresenta textos críticos de Alvaro Seixas, Luciano Vinhosa e Sheila Cabo Geraldo. Estranha economia é também o título da série de trabalhos em que o artista usa objetos do cotidiano recobertos de picotes de papel-moeda e os agrupa em instalações que revelam ambientes familiares porém cheios de estranheza. Outras séries de trabalhos do artista mostram bolas de futebol desconstruídas em seus gomos e remontadas em planos ou outros formatos, palitos de fósforo agrupados para formar esferas orgânicas, casas de cachorro montadas em “condomínios”, martelos totalmente recobertos por pregos.

 

Já o livro “Todos os nomes da melancolia, de Leila Danziger, apresenta imagens de trabalhos reunidos sob o traço da melancolia o que para Luciano Vinhosa “… Leila nos prepara uma finíssima tessitura de narrativas visuais que retomam o tempo contemplativo da reflexão e da apreciação estética. É notável o cuidado artístico com que trata a presença ordinária das coisas que a cercam, transformando-as em um mundo extraordinário para os olhos e a imaginação, seja por meio de fotografias com referências ao mundo doméstico ou por meio de gravuras retomadas da história da arte, ou ainda pelo próprio ato de reconstruir novas imagens a partir de imagens já desgastadas. Por exemplo, quando trabalha com as folhas de jornais, escalpelando-as, Leila extrai delas todo o excesso para fixar apenas aquilo que interessa: uma imagem surpreendentemente bela de uma romã partida e/ou reinserindo em suas páginas linóleo-gravuras e versos, um balbuciar quase eloquente daqueles que tiveram suas vozes caladas à força”.  E Luciano Vinhosa prossegue afirmando que “… A melancolia, sentimento normalmente vivido na intimidade, ganha em seus trabalhos uma dimensão social e coletiva quando a artista a faz deslizar da experiência particular, centrada em seu universo familiar, para experiências mais amplas da humanidade: o massacre dos judeus na Segunda Guerra, a diáspora palestina, o sofrimento do negro desterrado tomado pela saudade de sua terra natal, o drama dos desabrigados…”.

Maureen Bisilliat lança livro

09/nov

A consagrada Maureen Bisilliat lança, na Livraria Cultura, Conjunto Nacional, São Paulo, SP, pela editora Terra Virgem, o livro “Maureen Bisilliat”, contendo 50 imagens registradas ao longo de sua trajetória fotográfica. A origem desse trabalho remonta a cópias manuseadas pela autora há décadas, entre fotografias em branco e preto, coloridas,  tonalizadas, alteradas, interferidas e guardadas. Essas obras estão reproduzidas da maneira em que foram encontradas: ampliações dobradas, amassadas, manchadas e metamorfoseadas pelo esquecimento.

 

A seleção de imagens que compõem a publicação obedece a uma metodologia básica e intuitiva, que permitiu criar um fluxo abrangente, atemporal e descompromissado, diferente das cronologias anteriores que Bisilliat estabeleceu em seus projetos.

 

O livro “Maureen Bisilliat” apresenta fotografias já conhecidas do público, marcantes na carreira da fotógrafa, além de imagens inéditas e faz parte da coleção “Fotógrafos Viajantes”, da editora Terra Virgem, da qual já foram lançados exemplares de Pierre Verger, Cássio Vasconcellos, Pedro Martinelli e Loren McIntyre, sob a batuta do editor Roberto Linsker.

 

Sobre a artista

 

Fotógrafa e documentarista, Maureen Bisilliat foi bolsista da Fundação Guggenheim, do CNPq e da FAPESP. Nascida na Inglaterra, a artista vive no Brasil desde 1952, radicando-se no país. Iniciou na fotografia em 1962, tendo atuado por dez anos nas revistas Realidade e Quatro Rodas. Estas “andanças” resultaram na elaboração de um projeto traçando equivalências fotográficas dos mundos retratados por Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto e Adélia Prado; publicou em livros os resultados desse traçado. De 1972 a 1977 visitou diversas vezes o Xingu. Em 1979, lançou, em coautoria com os irmãos Villas-Bôas, a publicação “Xingu / Terra” e participou com uma sala especial da XIII Bienal Internacional de São Paulo, 1975. Em 1988, foi convidada por Darcy Ribeiro para contribuir na criação de um acervo de arte popular latino-americana, do qual nasceu o Pavilhão da Criatividade no Memorial da América Latina. Foi diretora deste espaço de 1989 a 2010. Em 2003, o Instituto Moreira Salles adquiriu seu acervo fotográfico, publicando, em 2009, o livro “Fotografias / Maureen Bisilliat”. O interesse do Instituto Moreira Salles pela sua obra reavivou o interesse da própria autora pelos seus trabalhos, até então esquecidos nos armários do tempo. O “Prêmio Porto Seguro de Fotografia”, a Ordem do Ipiranga, a Ordem do Mérito Cultural e a Ordem do Mérito da Defesa, recebidos todos no ano de 2010, indicam a repercussão desta redescoberta.

 

Lançamento: 13 de novembro.

Terranova, poesia em livro

29/out

Franco Terranova lança “Sombras”, novo livro com exposição no MAM, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. Poeta de mão cheia, com 13 livros publicados, Franco Terranova não desenha e nem pinta. Mas foi justamente dentro deste universo que ficou conhecido. Fundador da memorável Petite Galerie, a primeira galeria de arte moderna no Brasil, que funcionou de 1954 a 1988 no Rio de Janeiro, o eterno marchand está à frente de um projeto grandioso: a publicação de um livro de poesia ilustrado com obras de arte especialmente criadas por 73 artistas plásticos.

 

Artistas participantes: Abraham Palatnik, Adriano de Aquino, Alexandre da Costa, Amélia Toledo, Angelo de Aquino, Angelo Venosa, Ana Bella Geiger, Anna Letycia, Anna Maria Maiolino, Antonio Dias, Antonio Henrique Amaral, Antonio Manuel, Artur Barrio, Ascânio MMM, Avatar Moraes, Barrão, Benevento, Carlos Fajardo, Carlos Vergara, Chica Granchi, Cildo Meireles, Cristina Salgado, Daniel Senise, Dileny Campos, Eduardo Sued, Enéas Valle, Ernesto Neto, Florian Raiss, Franco Terranova, Frans Krajcberg, Frida Baranek, Gastão Manoel Henrique, Gianguido Bonfanti, Hildebrando de Castro, Iole de Freitas, Ivald Granato, Jac Leirner, José Resende, José Roberto Aguilar, Leda Catunda, Lena Bergstein, Lu Rodrigues, Luiz Alphonsus, Luiz Aquila, Luiz Paulo Baravelli, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Malu Fatorelli, Marcia Barrozo do Amaral, Marco Terranova, Maria Bonomi, Maria do Carmo Secco, Millôr Fernandes, Mo Toledo, Monica Barki, Myra Landau, Nelson Leirner, Paola Terranova, Roberto Magalhães, Rubem Grilo, Samico, Sergio Romagnolo, Serpa Coutinho, Sérvulo Esmeraldo, Siron Franco, Tino Stefanoni, Tomoshige Kusuno, Tunga, Urian, Victor Arruda, Waltercio Caldas, Wanda Pimentel, Wesley Duke Lee.

 

O time de artistas que participa de “Sombras” é forte, artistas que aceitaram sem pestanejar o convite feito por Franco Terranova há quase 10 anos. O texto de abertura é do poeta e amigo de longa data, Ferreira Gullar.

 

A  obra será lançada junto com uma exposição dos trabalhos originais. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta as obras inéditas que estão no livro e cerca de 80 fotografias dos artistas e dos vernissages que aconteceram na Petite Galerie. “Este livro é dos artistas que, com sua generosidade, interviram em meu texto acreditando cegamente (ou quase) na qualidade dele. Muito devo aos que participaram deste projeto comigo e aos ausentes sempre presentes”, diz Franco.

 

Edição de luxo, o livro presta uma homenagem a um dos mais importantes marchands brasileiros. Os artistas utilizaram técnicas variadas sobre papel fabriano 300g. Dois filhos de Franco participam do projeto: a artista plástica Paola Terranova, responsável pela diagramação e arte final; e o fotógrafo Marco Terranova, que assina a imagem de capa da publicação. As poesias contidas em “Sombras”, segundo Franco, funcionam como uma “autobiografia inventada”, organizadas de acordo com suas lembranças afetivas. Entram flashes de sua vivência na Itália, do mundo das artes e das perdas de amigos como Millôr Fernandes, Mário Faustino, Iberê Camargo, Angelo de Aquino, Volpi, Pancetti, Avatar Moraes, Moriconi, Bruno Giorgi, Guignard, Maria Leontina e tantos outros.

 

Vindo da Itália em 1947, depois de lutar na Segunda Guerra Mundial, Terranova criou a Petite Galerie em um diminuto estabelecimento na Avenida Atlântica, em Copacabana. Seu último endereço, na Barão da Torre, fechou ao longo de três dias de 1988, num evento que Terranova batizou de “O eterno é efêmero”, com artistas criando obras nas paredes, em seguida pintadas de branco. A galeria foi berço para muitos dos principais artistas plásticos do Brasil contemporâneo. O marchand também é reconhecido por introduzir no mercado brasileiro técnicas atualizadas de marketing cultural, realizar os primeiros leilões de arte moderna e fomentar a produção cultural no país. Desde 1988, quando sua galeria fechou as portas por contingências do mercado, Terranova tem se dedicado de forma mais exclusiva a escrever poesias.

 

Até 11 de novembro.

Jaildo Marinho na Pinakotheke Cultural

A Pinakotheke Cultural, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique”, com obras produzidas nos últimos dez anos pelo artista nascido em Pernambuco, em 1970, e radicado na França desde 1993. A curadoria é de Max Perlingeiro. “Jaildo Marinho – Le Vide Oblique” foi apresentada em Paris, de março a junho deste ano, na Maison da América Latina, com curadoria do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do diretor da Pinakotheke Cultural, Max Perlingeiro.

 

Serão apresentadas 39 obras, dentre pinturas e esculturas, produzidas entre 2002 e 2012, algumas inéditas. Jaildo Marinho faz um permanente diálogo com o construtivismo. Suas esculturas, em mármore branco de Carrara e de Thassos, têm formas geométricas, algumas com a utilização da cor em tinta acrílica. As pinturas são em tinta acrílica sobre madeira e fio de algodão.

 

Na abertura da exposição será lançado um livro com a qualidade que marca a Editora Pinakotheke, com 157 páginas, trilíngue (português/inglês/francês), com textos do poeta Lêdo Ivo, do crítico de arte francês Jacques Leenhardt e do jornalista e escritor Mario Hélio Gomes, além do registro fotográfico das esculturas e pinturas realizadas nos últimos quinze anos.

 

Sobre o artista

 

Jaildo Marinho teve sua formação artística na Universidade Federal de Pernambuco.Viajou para Paris em 1993, onde trabalha e vive com a família. Em 1999, iniciou um trabalho como professor no ateliê de escultura e fundição da ADAC Ville de Paris. Na França, conheceu Carmelo ArdenQuin e passou a fazer parte do Grupo MADI. O reconhecimento pelo seu trabalho veio com o titulo de cidadão parisiense concedido pelo Governo francês em 2008.

 

Realizou exposições individuais nos seguintes espaços: Hungarian Academy of Sciences – Centre for Regional Studies, 2010; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Galeria Manuel Bandeira – ABL, Rio de Janeiro, 2008; Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, DF, 2007; Palais Omnisports de Paris Bercy, Paris, 2006; Casa do Brasil,  Espanha, Bibliothèque Historique de la Ville de Paris, ambas em 2004; Centre Culturel Franco-Brésilien, 1999 e 2003 e Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, 2002, entre outras.

 

As principais exposições coletivas foram no Musée d’Art et d’Histoire de la Ville de Cholet, França, Palais de Glacê, Buenos Aires, em 2011; Castel  dell’Ovo, Itália, 2010;  Conservatoire des Arts Plastiques de Montigny-le-Bretonneux e no Grand Palais, Maison de L’Amérique Latine, França; Spazio Arte Pisanello, Itália, 2008; Satoru Sato Art Museum, Japão, 2007; Moscow Museum of Contemporary Art, Moscou; Ludwig Museum,  Alemanha, Fondation Nationale des Arts Graphiques et Plastiques, França, em 2001, entre outros.

 

Recebeu os seguintes prêmios: Medalha de Ouro do Festival Internacional de Mahares, Tunísa, em 1995, e 3º Prêmio em escultura da Bienal de Malta, em 1999.

 

De 30 de outubro a 08 de dezembro.

Três no Palácio Capanema

08/out

A galeria da Funarte, Centro, situada no mezanino do Palácio Gustavo Capanema, apresenta “Palácio”, exposição dos artistas Alvaro Seixas, Hugo Houayek e Rafael Alonso. O projeto foi contemplado com a Edição 2011 do ‘Prêmio Funarte de Arte Contemporânea – Projéteis Funarte de Artes Visuais Rio de Janeiro”. Os três artistas apresentam trabalhos que estabelecem estreito diálogo entre si e constituem uma grande instalação concebida especificamente para o espaço em questão. A monumentalidade da maioria das obras e a sua relação com a arquitetura do edifício paradigmático do modernismo brasileiro, propiciam uma potente presença teatral para os objetos expostos, que se situam estrategicamente entre categorias como a pintura, a escultura e o design. Um catálogo da exposição será posteriormente editado, contendo imagens das obras e entrevistas dos três artistas com o crítico de arte Felipe Scovino e o artista e crítico de arte Fernando Gerheim.

 

Alvaro Seixas, vive e trabalha na cidade de Niterói, expõe mais de uma dezena de telas-objetos de grande formato, pintadas à mão – grande parte delas dotadas de estruturas de ferro aparentes. Esses trabalhos, em seu conjunto e em sua relação com a arquitetura, nos remetem simultaneamente a certas formas e composições surgidas da associação entre a pintura, a geometria e o design ao longo do século XX.  As obras – que em parte se “comportam” aparentemente como objetos utilitários – do mobiliário doméstico ou ainda da sinalização urbana – fazem lembrar as formas emblemáticas do suprematismo e do construtivismo, mas também as práticas e questionamentos lançados por movimentos contemporâneos como o minimalismo e o pós-minimalismo, e o neo-geo e o neo-conceitualismo. A vaga repetição por Seixas de antigos – e recentes – modelos estéticos parece afirmar certo caráter paradoxal do fazer da “pintura” na atualidade, que se recusa a ser apenas mais uma peça em uma sequência lógica de fatos.

 

Hugo Houayek apresenta trabalhos que exploram os limites do campo pictórico. Um deles,  “Queda”, obra de grandes dimensões constituída de 100 metros de lona plástica, ocupa uma parte considerável do mezanino do Palácio Capanema. Nessa obra o artista explora as sensações táteis e visuais desse material banal – mas ao mesmo tempo profundamente enraizado em nossas atividades quotidianas. Através da sua vibração cromática e maleabilidade escultórica esse produto sintético é convertido num dispositivo expressivo de traços. Na série “Bancos”, Houayek “contamina” suas obras com o caráter utilitário dos objetos de design, produzindo peças de escultura-pintura-mobiliário. Desse modo, as obras de Houayek servem como elementos provocadores esteticamente – trata-se de objetos dotados de uma “camuflagem” que mimetiza outros objetos e outras coisas do mundo. Na exposição, esses trabalhos contaminam o espaço, são contaminados pelo espaço e se contaminam entre si.

 

Rafael Alonso, vive e trabalha no Rio de Janeiro. O artista apresenta uma massiva estrutura em forma de cubo, recoberta com largas faixas de papel adesivo multicoloridas, que a transformam num objeto opticamente ativo. Tais adesivos são do tipo conhecido popularmente como lambe-lambe, item muito utilizado como um ágil e improvisado veículo de divulgação publicitária nas grandes cidades, na maioria das vezes de modo ilegal. O grande objeto – que pode ser descrito como uma “Caaba ótica” – se afirma não apenas como um elemento formalmente ambíguo e, portanto, provocador, mas é também uma espetacular atração que se torna, a partir de certo momento, desconfortável para os olhos, tendo em vista o impacto visual obtido pela justaposição de inúmeras e estreitas linhas diagonais azuis, vermelhas e amarelas. O padrão ótico adesivado, que servirá em alguns momentos como “pano de fundo ativo” para as obras de Seixas e Houayek, é uma versão precária das formas geométricas vibrantes concebidas por movimentos históricos como o Art Déco e a Op-Art.

 

 

De 09 de outubro a 07 de novembro.

Toyota por Klintowitz

27/set

Klintowitz-Toyota

Reunidos, o Ministério da Cultura, Cinemateca Brasileira, Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural e Bradesco Seguros, apresentam o lançamento – com exposição de esculturas – do livro “A leveza da matéria” de autoria do crítico de arte Jacob Klintowitz. Nesse novo volume de sua extensa e criativa produção, Klintowitz aborda a obra do artista Yutaka Toyota e sobre o trabalho realizado afirma: “Pensar este livro, encontrar a palavra justa para criar a equivalência entre o verbo e a forma tão sutil e pura, foi significativo para mim: estive na dimensão da sensibilidade”. A mostra de esculturas de Toyota encontra-se em cartaz na Cinemateca Brasieleira, Vila Clementino, São Paulo, SP.

 

Trechos do livro

 

…Quem sonhou esta escultura que une dois continentes e povos foi um artista chamado Yutaka Toyota. Uma obra de arte é feita de sonho – alguém a sonhou – imaginação e matéria, concretude e desejo, signo e símbolo. É este conjunto que define a natureza da obra e nos diz de sua dimensão e de seu alcance. E de sua grandeza intrínseca.

 

…A permanente participação do público na sua obra tem outro caráter e é de natureza diversa. Yutaka convida o público a meditar sobre a essência do real, a descartar a aparência como verdade e a perceber o oculto como parte do existente. Mais até do que isto, a obra de Yutaka Toyota se oferece ao público para partilhar certo estado de percepção. Não para saber a verdade do invisível, do não visto, mas para estar neste espaço do oculto.

 

…O processo criativo de Yutaka Toyota se constitui a partir de dois estamentos constantes e exatos. O primeiro é a intuição, o sonho, o conceito, nesta ordem. Ele sonha com universos. Yutaka pensa o espaço sideral. E o segundo, é o minucioso trabalho de construtor que o leva à busca da forma impecável executada de maneira justa, perfeita, similar ao que a intuição lhe mostrara. Um engenheiro cósmico. É o método Yutaka Toyota.

 

…Neste sentido, à medida que o artista avança na sua procura e identificação do invisível, mais a sua obra é feita de desprendimento. O seu aprendizado é o de tornar-se, por sua vez, invisível. A escultura de Yutaka Toyota é feita de visibilidade e invisibilidade, de oculto e evidência, de claro e escuro, de cor e não cor. Entretanto, a obra é visível e o autor, cada vez mais, invisível.

 

De 30 de setembro a 06 de outubro.

Novo livro de Visconti

21/set

Patinhos no lago

O mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil, Eliseu Visconti, terá sua vida e sua obra apresentadas em novo livro. São 276 páginas, compreendendo textos de diversos autores e imagens das obras mais representativas da carreira do artista. O lançamento coincide com a oportunidade única de podermos apreciar um conjunto de obras emblemáticas do impressionismo europeu, na exposição de 85 telas do acervo do Museu d’Orsay, em apresentação no CCBB de São Paulo e, em breve, no do Rio de Janeiro.

 

Admirado mundialmente, o movimento impressionista representa o grande salto das artes plásticas para a modernidade. No Brasil, entretanto, os artistas que primeiro se deixaram influenciar pela pintura impressionista foram injustiçados por uma historiografia que preferiu renegar tudo o que ocorreu nas artes plásticas anteriormente à Semana de 22. Enquanto as obras modernistas foram associadas a uma produção genuinamente nacional, designou-se que as obras de nossos artistas impressionistas seriam imitativas e tardias. Como se o expressionismo e o cubismo não tivessem por aqui aportados, tal qual o impressionismo, cerca de duas décadas após terem surgido na Europa. Uma revisão dessa história está em curso, defendida por renomados críticos e professores de arte, como Rafael Cardoso, Jorge Coli e Paulo Herkenhoff, reposicionando a importância dos artistas que abriram caminho para o modernismo no Brasil e assegurando para Visconti seu lugar entre os maiores pintores brasileiros.

21 PINTURAS DE GONÇALO IVO

05/jul

Anita Schwartz Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição “Lamento”, do artista plático Gonçalo Ivo e lançamento do livro “Oratório” (Contra Capa Editora, 2012), que traz a produção pictórica de Gonçalo Ivo desde 2009 e inclui as séries que o artista batizou de “Oratório”, “Acorde”, “Fuga” e “Lamento”. Gonçalo Ivo exibe 21 pinturas em óleo sobre tela, produzidas entre 2010 e 2011.

 

Os trabalhos expostos estarão no livro e o titulo da exposição surgiu como alusão a um tipo de música muito usado pelos compositores do barroco alemão, inglês e italiano.

 

A palavra do artista

 

“Mesmo compositores de blues e jazz bem como algumas toadas nordestinas fazem referência a este ‘estilo musical’. Segundo os dicionários, tem a ver com canto de dor, e é neste sentido e também como exaltação da criação e num mergulho cada vez mais radical em minha própria poética – fazer a cor e o que ela engendra enquanto forma – que vejo a necessidade de expressar o que em mim é singular”.

 

“É uma série inédita, indivisível, formando uma só obra. É um poliptico onde cada pintura tem sua autonomia, porém se vincula ora formalmente, ora sob o ponto de vista cromático com o todo bem como com a que lhe precede ou sucede”.

 

 

Até 07 de julho.