Afinidades e contrastes em exposição

12/set

 

 

A exposição “Anima e Furor”, Galeria Mamute, Porto Alegre, RS, integrando o roteiro de mostras da 13ª Bienal do Mercosul, no projeto Portas para a Arte, reúne cinco artistas que participam da Bienal – Bruno Borne, Elias Maroso, Karola Braga e o duo Ío (Laura Cattani e Munir Klamt), apresentando obras inéditas. A mostra com a curadoria de Henrique Menezes multiplica as oportunidades de encontro do público com a produção de nomes em ascensão na arte nacional.

 

A palavra do curador

 

Operando na mediação entre a consciência e o mundo, a linguagem intervém como um universo de construção de sentidos e expressão do pensamento. Ao mesmo tempo que a opacidade da língua apresenta-se como um desafio para espelhar de forma cristalina o mundo, essa mesma característica é também a vocação mais fértil dos vocábulos: as palavras permitem a constante expansão de seus sentidos, tanto pela fricção de seus significados quanto pela soma ou repulsa de suas acepções.

 

Encarar a língua como uma entidade viva, talvez, seja uma das abstrações mais fascinantes da cultura: seja pela tradução, pelas migrações e trânsitos, ou puramente pela evolução natural dos signos a partir do seu exercício, há sempre uma intimidade essencial entre os indivíduos e as palavras.

 

Ferreira Gullar – exímio ao lapidar imagens através do vigor e do rigor das palavras – sugere: “Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem”. Conjugar esses três conceitos aparentemente díspares – o Ser, a vertigem e a língua – é uma das possíveis provocação para adentrar Anima e Furor, uma exposição que oscila entre as afinidades e os contrastes evocados por tais termos.

 

Com origem no Latim, a palavra anima remete à imagem de sopro, ar ou brisa, assumindo ao longo do tempo os conceitos de princípio vital ou alma – este último, altamente combalido pelo misticismo e pela religiosidade. Recorrente na poesia, a expressão ganhou novos semblantes através da psicologia analítica de Carl Jung: anima é empregado como um dos componentes da psique ligado ao inconsciente coletivo, uma das estruturas que representam a característica contra-sexual de cada indivíduo. Se anima nos transmite uma aura de placidez, o emprego de furor, por sua vez, evoca estados de grande excitação, frenesi e inspiração. É um impulso incontrolável, igualmente impetuoso e inconsequente: percebemos aqui uma vibração intensa ora apontando à fúria e ora acercando-se da paixão desmedida.

 

A exposição Anima e Furor reúne obras inéditas de Bruno Borne, Elias Maroso, Karola Braga e o duo Ío (Laura Cattani e Munir Klamt), cinco artistas presentes na Bienal do Mercosul de 2022 – não é coincidência que o tema dessa mostra seja Trauma, sonho e fuga, remetendo a fenômenos que se manifestam no inconsciente. Sem buscar limitações ou similitudes entre as obras, o conjunto de trabalhos expande e aprofunda as pesquisas individuais de cada artista, entrelaçando a centralidade do indivíduo a sistemas simbólicos que trazem ecos da mitologia e da ótica, perpassando a percepção sensorial e espacial.

 

Transpor qualquer discurso em gesto artístico assume ritmos e tons imprevisíveis: Jung via o processo da anima como uma das fontes da potência criativa, aliada à sensibilidade e ao inconsciente. Em uma aproximação semântica e sintática, furor é também o sintoma de certos delírios, evocando a agitação violenta dos ânimos – manifestada por palavras, ações ou intenções.

 

Até 29 de outubro

 

Artista multifacetado

 

“Natureza torta – Renato Matos 70 anos” é o evento de abertura da exposição e visitação de 09 de setembro a 23 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 20h, no Espaço Cultural Renato Russo – Praça Central, Sala Marco Antônio Guimarães, Brasília, DF.

Consagrado pelas frequentes aparições no Concerto Cabeças, baiano de Salvador,  Renato se mudou para Brasília e ajudou a desbravar a capital federal. Inventou o reggae tipicamente candango, onde mesclava romantismo e urbanismo, compôs a clássica canção Um telefone é muito pouco. Ainda assim, as obras do artista não se limitaram à musical, tendo visitado o cinema, o teatro e as artes visuais.

Desde 1970, o talento do artista brinda a cidade com obras em diversas linguagens. Diante disso, Renato se vê em uma relação de reciprocidade para com Brasília. “A própria Brasília, para mim, é uma grande influência. É um lugar contemporâneo, e eu já vim trabalhando a minha arte em cima do tropicalismo e da arte moderna. Brasília é um grande resultado disso”, afirma o autor. Ele explica que o propósito da exposição passa por aproximar o público das origens locais e da diversidade artística que realiza. “É uma mistura de tendências. Não tenho um perfil, é uma exposição de quase tudo o que eu faço”, complementa.

“Natureza Torta – Renato Matos 70 anos” expressa a identidade cultural dos brasilienses. Com a curadoria e a expografia do arquiteto, artista plástico, escritor e cineasta mineiro Luis Jungmann Girafa, a seleção das obras explora o que há de mais extraordinário em Renato. “Ele tem uma pintura irônica. É um cara ousado, que não tem medo de errar, então é um cara que faz”, comenta o curador. Para ele, cabe a cada pessoa presente interagir com o conteúdo trazido. “A narrativa é poética. As peças falam por si. Vai valer muito a vivência de cada espectador para absorver, da melhor forma possível, o trabalho que o Renato apresenta.”

A partir de um recorte muito significativo, a idealização da data comemorativa foi projetada para imergir o público nos trabalhos que expõem uma cidade de delírios, por meio de sons, palavras, cores e imagens percorridas por diferentes linguagens. Nesse cenário, a versatilidade da mostra também abrange o audiovisual, com a exibição dos filmes “Acaso” (2021), de Luis Jungmann Girafa, e “Ziriguidum Brasília – A arte e o sonho de Renato Matos” (2014), de André Luiz Oliveira, além do lançamento do catálogo e da videoarte “Ruidismos limítrofes”, com produção musical homônima.

Natureza torta – Renato Matos 70 anos

Os filmes serão exibidos toda quinta-feira, às 19h, entre 15 de setembro e 20 de outubro. O lançamento do catálogo ocorre em 25 de setembro, às 16h.

O espaço contará com monitores habilitados em Libras para guiar os visitantes que precisarem de auxílio. O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC).

Até 23 de outubro.

 

 

Harmonia nas obras de Patricio Farías

31/ago

 

 

A exposião “Reticulados & Mitológicos” abrange duas vertentes da produção recente do artista Patricio Farías envolve gravuras digitais, desenhos e esculturas. A mostra – em cartaz até 01 de outubro – é uma realização da Ocre Galeria, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. A exibição conta com o apoio da Fundação Vera Chaves Barcellos, e o texto de apresentação é de Adolfo Montejo Navas.

 

Artista chileno radicado há quase 40 anos no Brasil, Patricio Farías possui uma ampla produção escultórica, além de sua atuação como desenhista, gravador e com experimentações multimídia. Na série “Reticulados” (2020/2022), estão reunidas composições minimalistas com herança cinética incluída, que respondem a uma geometria icônica – mais onírica e sonhadora como pedia o neoconcretismo brasileiro. Já a série “Mitológicos” (2021/2022) traz figuras antropomórficas e animais imaginários mitológicos, com inspiração em formas pré-colombianas que ressaltam a simplificação do essencial.

 

“Há uma compressão visual em ambos trabalhos apresentados, aumentando sua compreensão energética e semântica, seu “minimal” expressivo atinge ao máximo compartido: austeridade, síntese, manufatura em peças que exalam simetria, harmonia, ritmo, com sua chave de humor própria, para abrir a fechadura das imagens. Aliás, no caso do artista chileno, rigor e humor nunca são instâncias antípodas e sim combinatórias.” (Trecho do texto de Adolfo Montejo Navas, em agosto de 2022).

 

A Percepção Cinética na América Latina 

29/ago

 

 

A galeria Simões de Assis, Curitiba, PR, anuncia a “A Percepção Cinética na América Latina”, mostra que reúne, pela primeira vez, quatro dos principais expoentes da produção cinética e óptica: Jesús Rafael Soto, Carlos Cruz-Diez, Antonio Asis e Abraham Palatnik.

 

Os quatro artistas têm muito em comum: suas raízes latinas, integram a mesma geração, e criaram arte abstrata de cunho concreto, mais precisamente arte cinética, que envolve luz e movimento, além de contar com a participação do espectador.

 

As primeiras obras de arte cinéticas desses artistas surgiram num período de forte modernização da América Latina, e o continente desempenhou papel fundamental nesse movimento, algo que só recentemente foi reconhecido pela história da arte, sempre eurocêntrica. A mostra, que conta com texto crítico de Pieter Tjabbes, apresenta trabalhos históricos de Palatnik, com dois Objetos Cinéticos da década de 1960, além de dois relevos em cartão e diversas peças da série “W”. Já Antonio Asis integra a exposição com suas icônicas grades, ou “Grilles”, trabalhos que realizou a partir de sua convivência com Jesús Rafael Soto. O argentino foi assistente do venezuelano quando ambos já estavam radicados em Paris. As obras Soto, por sua vez, fazem parte do vocabulário matérico do artista, com o uso do metal e da cor em interações que exploram o movimento real e percebido. Por fim, há três séries distintas – e amplamente conhecidas – de Cruz-Diez, exemplares notáveis das “Physichromies”, das “Colores Aditivas” e das “Cromointerferencias Espaciais”.

 

A obra cinética não quer apenas traduzir ou representar o movimento, busca realmente se movimentar. Algumas peças utilizam o deslocamento ótico, e a op art parece ser uma descrição adequada para todas as obras aqui reunidas: elas mostram um universo vibrante, com movimentos sutis e ritmos envolventes. Embora as obras sejam, na realidade, estáticas, nossa percepção é de um movimento real no caso de Soto, Cruz-Diez e Asis, e de um movimento temporariamente contido na obra de Palatnik.

 

Até 22 de Outubro.

 

Em cartaz no FAMA Museu

 

 

Sob a titulação “Desconstruções e Articulações Dinâmicas espaciais – Galáxias” a exposição de Marcos Amaro no FAMA Museu, Itu, São Paulo, SP, é apresentada e traz a assinatura do crítico de arte Fabio Magalhães em sua curadoria.

 

A palavra do curador

 

Em 2016, incentivado pelo artista Gilberto Salvador (1946), fui à cidade de Itu para conhecer a obra de Marcos Amaro (1984). Gilberto já me informara das qualidades do artista, do modo vigoroso de sua linguagem, do aproveitamento de sucata de aviões que depois de desmontadas as peças eram reaproveitadas para formar grandes esculturas. Ainda assim me surpreendi com o que vi.

 

Marcos Amaro instalou seu ateliê em dois imensos galpões industriais que pertenciam à Fábrica São Pedro, ambos com escala compatível com a dimensão de suas obras. Um dos espaços abrigava um denso conjunto de trabalhos já terminados e, assim, pude constatar que se tratava de um artista de grande força expressiva e de identidade pessoal. Nesse ano, como diretor cultural do MACS – Museu da Arte Contemporânea de Sorocaba – interessei-me em promover uma exposição individual do artista no museu. A exposição com o título de “Desconstruções e Articulações” também foi posteriormente exibida no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, e no MARGS – Museu de Arte de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.

 

Hoje, além de artista, Marcos Amaro tornou-se um grande colecionador de artes plásticas e desde 2018 disponibilizou sua coleção à visitação pública. Para tanto, adquiriu todo o espaço da fábrica São Pedro (antiga fábrica têxtil) com 25 mil metros quadrados de área construída, e nela implantou um grande centro cultural que abriga o FAMA Museu.

 

Desconstruções e Articulações Dinâmicas espaciais – Galáxias

 

Quando nos defrontamos com uma nova poética, sempre procuramos estabelecer relações de linguagens para, desse modo, detectar com maior acuidade os aspectos daquela expressão em particular. Percebemos que Marcos Amaro incorporou elementos do dadaísmo em sua produção atual. Alguns exemplos me vêm à memória, entre eles, as colagens de Kurt Schwitters (1887-1948). Também, os readymade de Marcel Duchamp (1887-1968); as assemblages neodadaístas de Robert Rauschenberg (1925-2008), realizadas na década de 1960, com materiais considerados vulgares – trash, ou ainda, as esculturas com fragmentos de carrocerias de automóvel do escultor John Chamberlain (1927-2011). O espírito dadaísta tem forte presença na arte contemporânea e, sobretudo, na arte brasileira.

 

Marcos Amaro não trabalha apenas com sucata de aviões, apesar da aviação ter um forte significado na sua biografia e no seu imaginário. O artista incorpora também inúmeros outros objetos e materiais, todos eles vulgares (brutti, sporchi e cattivi), destituídos de prestígio social. Marcos procura coisas que foram descartadas, que foram afastadas do nosso convívio para revitalizá-las e reincorporá-las à sua obra, agregando a elas novos significados.

 

Marcos Amaro descontrói os objetos na forma e no significado para reinventá-los. Entretanto, os fragmentos incorporados e reordenados pelo artista, trazem consigo registros de seus significados anteriores, como, por exemplo, um pedaço de tecido, ou uma camisa, nos remetem aos personagens ocultos que as utilizou. Ou ainda, partes de uma porta de garagem, sugerem o passar do tempo (energias armazenadas) e vivências acumuladas. São, portanto, sinais de vida que ainda palpitam nos objetos descartados aparentemente sem nenhum valor. O artista, ao incorporá-los à sua obra, afere a eles um novo pulsar de vida e agrega expressiva e renovada força poética.

 

A presença desses vestígios (significados anteriores) não foi totalmente apagada pelo artista. Faz parte da sua linguagem manter, ainda que dissimulados, esses vínculos de experiências passadas, esses murmúrios do tempo. Os sinais de origem, atuam como memórias e, retrabalhados pelo artista, são testemunhos pulsantes e revigoram os conteúdos de seus trabalhos.

 

Ao preservar as vozes de tempos anteriores, o artista incorpora no seu trabalho uma sofisticada noção de tempo, da sua intensidade, da sua entropia. Discute ciclos de vida e sua escatologia (ideia de morte e ressurreição); questiona as crenças na tecnologia e no progresso contínuo.

 

Marcos Amaro desenvolve poéticas que articulam os opostos – desconstrução e construção – para ordenar é preciso desordenar. Não obstante, através de uma intervenção de lógica compositiva, que está presente em todos os seus trabalhos, o artista estabelece equilíbrio no aparente caos. Em algumas obras de parede, principalmente naquelas que utilizam chassis como suporte, encontramos princípios de ordem geométrica que são prevalentes. E, nesses trabalhos, não em outros, podemos estabelecer analogias com as linguagens contemporâneas de construção geométrica.

 

Vale ressaltar que a geometria, apesar de não ter protagonismo, está presente nas grandes esculturas de sucatas, de metal, de tecidos e materiais diversos. Nelas sentimos a presença de uma geometria disciplinadora que organiza e ordena o conjunto.

 

Marcos Amaro acrescenta em seus trabalhos dois elementos de grande força expressiva: a luz neon (cor) e as imagens gravadas em vídeos, de programas aleatórios de canais abertos de televisão. A luz de neon, no meu entender, é uma expressão de glamour, culturalmente vinculada à vida noturna, à sedução, mas também se refere aos sinais luminosos presentes no espaço urbano e em determinados códigos de navegação.

 

As imagens gravadas em vídeo trazem testemunhos e experiências de vida que acrescentam e aprofundam as narrativas das obras. Em alguns casos contrastam, noutros ajustam-se com os elementos de conteúdo materializados na plástica de Marcos Amaro.

 

Fabio Magalhães

 

Novo representado pela Simões de Assis

25/ago

 

 

O artista visual Mano Penalva agora passa a ser representado pela Simões de Assis. Vive atualmente em São Paulo, onde mantém seu ateliê junto ao projeto Massapê, plataforma que idealizou para possibilitar o pensamento e produção de arte, exposições e ações em conjunto com outros artistas. A pesquisa de Penalva se alinha profundamente ao programa que a Simões de Assis vem desenvolvendo há quase 40 anos, cujo foco principal reside na cultura brasileira. Sua produção parte das mais diferentes manifestações populares do país para, por meio de procedimentos variados, deslocar e ressignificar fragmentos e objetos do cotidiano, muitas vezes reutilizados e apropriados. Sua linguagem transita pela abstração e pela figuração, tendo como linha-mestre o interesse pelas questões materiais que as obras de arte suscitam.

 

Sobre o artista

 

Mano Penalva transita por diversas linguagens, como instalações, esculturas, pinturas, vídeos e fotografias. Artista visual, formado em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008), frequentou cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage entre 2005 e 2011. Em suas pesquisas, Penalva busca investigar a formação da cultura brasileira e suas manifestações variadas. Um dos procedimentos utilizados em seu trabalho é o deslocamento preciso e incomum de fragmentos e objetos do cotidiano, muitas vezes reutilizados e apropriados, refletindo seu interesse pela antropologia e cultura material. Seus trabalhos operam em diferentes meios, desde a forma cotidiana da construção urbana, passando pelo uso decorativo e prático dos objetos que refletem as realidades socioeconômicas e culturais do povo brasileiro, em suas complexidades, até instalações na natureza e ações performáticas. Para o artista, tudo pode ser fonte de pesquisa, tendo mercados, ruas e casas populares como seus objetos de estudo. Mas é no gesto – escultórico, apropriativo, da costura, da colagem, – que ele busca entender as nuances de separação e sobreposição entre arte e vida. No trabalho “Ode ao vento I” (2020), Penalva reflete sobre a força implacável da natureza, sua imprevisibilidade e como se dão as fronteiras. Na Praia do Pacífico, no México, Penalva içou uma bandeira que trazia as fronteiras internas entre os países latino-americanos, e que com o passar do tempo, os elementos compositivos iam se desvanecendo, apagando as fronteiras, ocasionando na dissolução dos estados e províncias metafóricas no branco. Outro trabalho relevante é “Litro por Kilo” (2019), em que pensou a permutabilidade de funções e valores que os objetos adquirem nos mercados populares e nas típicas chamadas de vendedores ambulantes como “três por dez, dois por cinco” em que revelam uma equivalência incerta. Nos últimos anos participou de diversas residências artísticas, como Casa Wabi, Puerto Escondido (2021); Fountainhead Residency, Miami (2020); LE26by, Felix Frachon Gallery, Bruxelas (2019) e AnnexB, Nova Iorque (2018). Dentre suas exposições individuais, destacam-se: “Hasta Tepito”, B[X] Gallery, Brooklyn (2018); “Requebra”, Frédéric de Goldschmidt Collection, Bruxelas (2018); e “Proyecto para Monumento”, Passaporte Cultural, Cidade do México (2017). Dentre as exposições coletivas integrou: “What I really want to tell you…”, MANA Contemporary, Chicago (2020); “Tropical Gardens”, Felix Frachon Gallery, Bruxelas (2019); Bienal das Artes, SESC DF, Brasília (2018); “Blockchain/Alternative barter: a new method of exchange?”, B[x] Gallery,  Brooklyn (2018); e “L’imaginaire de l’enfance”, Cité Internationale des Arts, Paris (2015). .

Exposição de Boris Kossoy em Fortaleza

18/ago

 

 

“Um mundo de estranhamento diante de situações banais que harmoniza cultura, mistério, história e memória”. É assim que o fotógrafo Boris Kossoy sintetiza sua exposição “Estranhamento” que estreia no Museu da Fotografia Fortaleza, CE. A mostra comemora o Dia Mundial da Fotografia. Sob curadoria de Diógenes Moura, a mostra apresenta 92 obras do artista, algumas delas inéditas, e ficará em cartaz por três meses. O artista Boris Kossoy e Diógenes Moura se reúnem para uma roda de conversa com os visitantes e uma sessão de autógrafos. A partir de 20 de agosto.

 

Sobre o artista

 

Boris Kossoy, natural de São Paulo, é fotógrafo, teórico e historiador da fotografia. A Arquitetura (Universidade Mackenzie) e as Ciências Sociais (Escola de Sociologia e Política de São Paulo) somam-se à sua formação, tendo obtido os títulos de mestre e doutor por esta última instituição. Paralelamente à sua carreira profissional, acadêmica e artística dedicou-se desde cedo ao magistério. É professor livre-docente e titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Na área institucional foi diretor do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (1980 – 1983) e diretor da divisão de pesquisas do Centro Cultural São Paulo (1995 – 1997).  Participou como conferencista convidado de dezenas de eventos acadêmicos nos EUA, Europa e América Latina. Ao longo de sua trajetória a fotografia tem sido o centro de suas investigações em diferentes áreas: teoria, história e poética. Como pensador e pesquisador, seus trabalhos mais conhecidos são focados na história da fotografia no Brasil e na América Latina, nos estudos teóricos da expressão fotográfica e, na aplicação da iconografia como fonte de pesquisas nas ciências humanas e sociais. Alguns de seus livros nessas áreas se tornaram obras de referência como o clássico “Hercule Florence, a descoberta isolada da fotografia no Brasil”, livro que mereceu edições no México, Espanha, Alemanha, França, Inglaterra e Estados Unidos. É autor também de  “Viagem pelo Fantástico”; “Dicionário Histórico-Fotográfico Brasileiro”; “Fotografia e História”; “Realidades e Ficções na Trama Fotográfica”; “Os Tempos da Fotografia”; “O Olhar Europeu: o Negro na Iconografia Brasileira do Século XIX”, (em coautoria com Maria Luiza Tucci Carneiro); “Um Olhar sobre o Brasil: A Fotografia na Construção da Imagem da Nação” (org.); “Encanto de Narciso”; “L’ Éphemère et l’Éternel dans L’image Photographique”, entre outras obras. A trajetória do acadêmico caminhou paralelamente à uma longa carreira como fotógrafo:  fotografias de sua autoria integram as coleções permanentes do Museum of Modern Art (NY), Bibliothèque Nationale (Paris), Centro de la Imagen (México DF), Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, entre outras instituições. Em 1984, recebeu a condecoração Chevalier de l’ Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura e da Comunicação da França, pelo conjunto de sua obra.

 

Sobre o curador

 

Diógenes Moura é escritor, curador de fotografia, roteirista e editor independente. Em 2019, foi semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura com “O Livro dos Monólogos (Recuperação para Ouvir Objetos)”, publicado pela Vento Leste Editora. Em 2018/2019 foi curador da mostra “Terra em Transe”, que ocupou todo o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, fazendo parte do Solar Foto Festival. Premiado no Brasil e exterior, foi curador de Fotografia da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 1998 e 2013. Seus livros, nove ao todo, habitam o campo da experimentação, da coragem e originalidade na abordagem dos temas, na busca por uma dicção própria, pelos traços de narrativas concisas, sem apego às descrições realistas tão em voga na literatura brasileira contemporânea. Tem uma relação bem próxima com o Museu da Fotografia Fortaleza. Além de “Estranhamento”, também assina a curadoria das exposições de longa duração, “O olhar não vê. O olhar enxerga” e “Não danifique os sinais”. Antes, foi curador da mostra “Estúdio de Arte Irmãos Vargas encontra Martín Chambi”, que já esteve em exposição no segundo andar do equipamento e, atualmente, faz parte do Museu Itinerante, projeto do Museu da Fotografia Fortaleza que percorre espaços públicos em na capital e em cidades do interior do Ceará.

 

Mazé Mendes no MON

17/ago

 

 

A exposição “Recortes de Um Lugar”, da artista paranaense Mazé Mendes, será apresentada – a partir de 19 de agosto – na Sala 7 do Museu Oscar Niemeyer (MON), Centro Cívico, Curitiba, PR. A curadoria é de Rosemeire Odahara Graça e a mostra reúne pinturas da produção recente de Mazé Mendes, fotografias e documentos. As obras permitirão ao visitante estabelecer um diálogo entre seus trabalhos, produzidos a partir de 2019, e o caminho criativo que desenvolve desde o final da década de 1970.

 

Sobre a artista

 

Mazé Mendes é graduada pela Faculdade de Belas Artes do Paraná e pós-graduada em Arte-Educação pela Faculdade de Artes do Paraná. Tem participado ativamente de vários certames artísticos desde o final dos anos 1970, com centenas de exposições coletivas e individuais no Brasil e no Exterior. Suas obras fazem parte de acervos institucionais e privados, entre eles: Museu Oscar Niemeyer (MON), Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), Museu Municipal de Arte (MuMA), Museu da Universidade Federal do Paraná (MusA-UFPR), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Museu da Gravura Cidade de Curitiba, Museu Universitário PUCPR e acervo da Embap/Unespar.

 

Produção de 40 artistas mulheres

16/ago

 

 

O MON, Curitiba, PR, apresenta a exposição “Fora das Sombras: Novas Gerações do Feminino na Arte Contemporânea” na Sala 11 do Museu Oscar Niemeyer. A mostra reúne a produção recente de 40 artistas mulheres do Rio Grande do Sul, com curadoria de Ana Zavadil.

 

Através de obras, muitas inéditas, essas potentes artistas questionam a situação da mulher numa história da arte dominada pelos homens. A resistência é expressada pelo processo criativo de cada uma delas, formando um conjunto inquietante e questionador.

 

São 140 obras de diversas técnicas. O modelo curatorial de exibição das obras é o modelo labiríntico, sem seguir cronologia, deixando o visitante livre para escolher o seu caminho dentro da sala expositiva. Faz parte da proposta provocar questões que possam ampliar as pesquisas individuais produzidas pelas artistas.

 

Os trabalhos apresentados constituem fonte de resistência e poder dentro do cenário vigente da produção das artistas, muitas com um caráter feminista. A arte deve potencializar a militância artística coletiva pela busca de respeito, igualdade e diversidade, buscando romper valores do sistema patriarcal, bem como reconhecer a qualidade da obra de artistas mulheres e o seu lugar na sociedade.

 

Conversa sobre exposição

15/ago

 

 

Sobre este evento

 

Em uma parceria inédita, o Instituto Ling, Porto Alegre, RS, recebe para uma série de encontros com artistas e curadores que estarão, ao longo de 2022, na programação de exposições da Fundação Iberê Camargo.

 

Neste encontro, o artista visual Rodrigo Andrade e a curadora e crítica de arte Taisa Palhares se reúnem para uma conversa sobre a exposição “Rodrigo Andrade – Pintura e Matéria”, que estará em cartaz a partir do dia 27 de agosto.

 

A mostra reúne, pela primeira vez em Porto Alegre, um recorte de 30 trabalhos, uma visão significativa da produção do artista em quase 40 anos de trajetória singular. Em paralelo, Rodrigo Andrade, considerado um dos mais importantes nomes da arte contemporânea brasileira, apresenta um trabalho inédito: “cópias” de obras de Iberê Camargo selecionadas pelo artista num universo de 217 pinturas que compõem o acervo da Fundação.

 

A atividade acontece no dia 25 de agosto, às 19h, em formato híbrido, online pelos canais no Youtube de ambas as instituições e presencial no Instituto Ling. Com vagas limitadas, a distribuição de senhas iniciará uma hora antes da atividade. Ao realizar sua inscrição, você recebe o link da transmissão através do e-mail cadastrado. No dia da atividade, você também recebe lembretes via e-mail, assim não perde o horário e aproveita a atividade do início ao fim.

 

Sobre os participantes:

 

Rodrigo Andrade é pintor, gravador e artista gráfico. Iniciou sua formação em gravura no ateliê de Sérgio Fingermann em São Paulo, em 1977, e no ano seguinte frequentou o Studio of Graphics Arts, em Glasgow, Escócia. Estudou desenho com Carlos Fajardo e gravura e pintura na Ecole Nationale Supérieure dês Beaux-Arts de Paris. De volta ao Brasil, integrou, entre 1982 e 1985, o grupo Casa 7. Realizou mostras em importantes instituições nacionais e internacionais. Sua obra integra importantes coleções públicas, como Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ; além de outras coleções particulares.

 

Taisa Palhares possui bacharelado (1997), mestrado (2001) e doutorado em Filosofia (2011), pela Universidade de São Paulo. É professora de Estética no Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas desde 2015. Trabalha com os autores da Teoria Crítica, sobretudo o filósofo alemão Walter Benjamin. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre a percepção estética como jogo a partir de Benjamin e sua relação com a Arte Moderna e Contemporânea. De 2003 a 2015, foi pesquisadora e curadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Organizou o volume “Arte brasileira no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo” (2010), Prêmio Jabuti na categoria Livro didático e paradidático, em 2011.

 

Esta programação é uma realização da Fundação Iberê, Instituto Ling e Ministério do Turismo / Governo Federal.